27 setembro 2010
O Padre que tenta meter Medo com o Inferno... Já Não Cola!!
Há muito pouco tempo, um sacerdote católico, que de ilustre nem a camisa que vestia, desesperado com o seu povo, resolveu lançar uns açoites ‘aos pobres de espírito’ que ainda acreditam na doutrina de Cristo e eu estava lá!
As primeiras palavras foram desastrosas, a parte economicista falou mais alto e o senhor abade lá teve de dizer ao povinho que estavam a dar pouco dinheiro, ‘até apareceu um envelope com 7 euros, ora vejam lá, que nem dá para ir comer ao restaurante’ – exclamava o padre todo indignado. Obviamente não disse nada, afinal eu era apenas mais um pobre pecador e ficava muito mal dizer ‘fosse o que fosse’, mas se o dissesse então é que diriam de mim ‘nem parece um doutor’, isto porque não acompanho com as manias do importantismo da doutorice provinciana.
O que me apetecia mesmo era dizer: Ó chefe, coma em casa que eu também como!
Contudo, a festa não acabava por aqui, o prior não andava preocupado com os jantares, simplesmente, andava também a contar os tostões, porque as suas visitas a um hotel já eram frequentes e, lá está, as investidas são caras.
Eis que surge a confusão, toda a gente já sabe e inicia a caça às bruxas, quem disse mal do senhor padre vai para o Inferno! Querem difamar o homem! Coitadinho! E este, na homilia, voltava a insistir: «na religião muçulmana quem disser mal do seu líder é condenado».
De facto, até parece perceber alguma coisa de religião, mas não da católica, porque nessa já não é assim. Claro, ‘os pobres e pecadores’ temiam ser apontados em cima do altar, até porque o senhor prior em vez de dar umas chicotadas nas costas andava a ligar para as pessoas a ameaçar que lhes punha um processo em tribunal. A nossa dúvida era só uma: como é que sabia que esta ou aquela pessoa disse mal dele? A resposta é simples: os lacaios se não gostavam de um vizinho iam acusar ao padre, mesmo que não fosse verdade.
Ora vejam bem, voltamos ao tempo da PIDE. Os padres voltam a ser santos e nunca cometem pecados e quem os difamar a si ou aos seus protegidos, que bebem todos do mesmo copo, está tramado…
É claro que eu sou católico, mas não acredito nestas seitas em volta do catolicismo. Mas, apesar deste mau exemplo, ainda acredito em bons padres.
Fora isto, tudo bem!
(Qualquer semelhança com alguma realidade é pura coincidência!)
Pedro Sousa
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2 comentários:
Não quero entrar em discussões intelectuais sobre a questão do capitalismo, protestantismo e catolicismo, mas tenho de concordar consigo quando revela o papel do diabo: incutir medo. O medo tolha-nos, retira a vitalidade, como diz Nietzsche, incrementa o rebanho e a ausência de individualidade. Muito sofremos com isso e com o nosso irremediável atraso. talvez a melhor forma seja mesmo o humor.
Gosto particularmente do cartoon do texto.
Elucidativo qb.
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