29 janeiro 2010

Programação Teatro Cinema FEVEREIRO

Dia 6, Sábado, Magia, 21:30h, 3Eur
Mentirologia, Espectáculo de Magia com Helder Guimarães, Campeão Mundial de Magia com Cartas em 2006

Dia 13, Sábado, Música, 21:30h, 3Eur
Concerto com Faith Gospel Choir

Dia 20, Sábado, Música, 21:30h, 3Eur
Concerto com Edu Miranda Trio

Dia 27, Sábado, Teatro, 21:30h, 5Eur
Quarto 108, com interpretação de André Gago, José Eduardo e Marcela da Costa

27 janeiro 2010

Vestígios da Cultura Castreja no concelho de Fafe

(Castro de Sto Ovídio)

Entre os numerosos vestígios arqueológicos existentes no actual concelho de Fafe, destacam-se os povoados da primeira metade do I milénio a.C., comummente conhecidos por Castros. Estes povoados, formados por casas de pedra, com cobertura de colmo eram por razões de natureza defensiva construídos em locais altos.
As características geográficas do Norte de Portugal, onde o relevo sempre desempenhou um papel importante, proporcionaram o estabelecimento nesta região de inúmeros núcleos populacionais pré-romanos. O actual território do concelho de Fafe foi claramente palco de implantação populacional pré-romana ou castreja, porquanto oferecia garantias de defesa nos sítios altos, permitia a prática de actividades agro-pecuárias e possibilitava o aproveitamento dos recursos fluviais.
Este período histórico é designado pelos historiadores de Proto-História, ou seja, é o período de transição entre a Pré-História e a História, onde o homem se torna gradualmente sedentário, dedicando-se à agricultura, pastorícia e ao artesanato. É neste período histórico que surge o elemento que faz a distinção ente a Pré-Historia e a História – a escrita.
No actual concelho de Fafe, são conhecidos vários povoados castrejos, sendo o mais afamado o povoado de Santo Ovídio, local onde no séc. XIX foi descoberta uma estátua de guerreiro, que se encontra na Associação Martins Sarmento em Guimarães. Num quadro sintético de análise é possível assinalar um conjunto de vários povoados castrejos disseminados pelo actual território concelhio, e que se constituem como elos remotos da história da Fafe:
Na freguesia de S. Gens a 550 m de altitude, encontra-se o Castro da Subidade ou Castro de Paredes. Constituído por quatro linhas de muralhas, foram já aí encontrados vários fragmentos de cerâmica.
Na freguesia de Cepães a 250 m de altitude, destaca-se o Castro da Retortinha. Este povoado teria somente uma linha de muralha, e foram aí igualmente encontrados diversos pedaços de cerâmica.
Na freguesia de Serafão a 450 m de altitude, está identificado o Castro de Vilarelho, sendo que no lugar do Fojo foi encontrada inúmera cerâmica.
Na freguesia de Quinchães a 700 m de altitude no Monte Santinho existiu igualmente um povoado pré-romano, tendo sido provavelmente na Idade Média sido utilizado como local estratégico de defesa.
Em S. Cristina de Arões a 482 m de altitude localiza-se o Castro de Santo Antonino.
Na freguesia de S. Vicente de Passos, mais concretamente no lugar de Lustoso, dada a abundante cerâmica aí encontrada presume-se igualmente a existência de um antigo povoado pré-romano.
Na freguesia de Revelhe em Outeiro Mau terá subsistido um povoado castrejo.
Na freguesia de Ribeiros a 500 m de altitude situa-se o Castro da Portela, área onde se notam importantes vestígios defensivos.
Na freguesia de S. Gens, no lugar de Povoação, supõe-se que onde estão as actuais casas de habitação existiu um Castro.

Daniel Bastos

22 janeiro 2010

Fafe em 1988

Imagens aéreas da nossa cidade na década de 80

19 janeiro 2010

Parcídio suspende o mandato

Parcídio Summavielle, o rosto principal da candidatura à Câmara Municipal de Fafe pela Lista Independente, anunciou a suspensão do mandato por um período de seis meses, alegando razões profissionais. Simultaneamente, pareceu denotar algum desgaste e tristeza pela forma como a suas posições são, por vezes, incompreendidas por alguma parte da população.
Surpresa? Sem dúvida!!
Até porque Parcídio na campanha eleitoral acusou diversas vezes o candidato José Ribeiro de não querer cumprir o seu mandato durante os quatro anos em que seria empossado Presidente da Câmara... Não querendo entrar no campo profissional e, sinceramente, acreditamos que Parcídio terá muito trabalho pela frente, Parcídio foi o rosto escolhido por grande fatia da população de os representar na Câmara. Embora tenha uma equipa, era a ele que a população fafense queria que fosse a voz da oposição na Câmara, não o Joaquim Magalhães, nem a Cláudia Carvalho ou o Leonel Castro, por muito respeito que todos merecem.
Daí que esta posição, e ao deixar em aberto todos os cenários políticos daqui a seis meses, tenha causado alguma surpresa e descontentamento a quem lhe confiou o voto para os quatro anos de exercício como vereador.

13 janeiro 2010

O futebol, nós e os outros


Quando abro um jornal local na secção desportiva, fico siderado pela confusão de tabelas classificativas, resultados e «próximas jornadas» explanadas, o que me leva a partir do pressuposto que Fafe é uma terra de futebol, o que por si só não é negativo. Contudo, qualquer constatação pode e deve despoletar em nós um juízo e, por que não, uma reflexão mais aprofundada. O primeiro juízo aparece sob a forma de uma interrogação: quantos recursos económicos são gastos em todos esses campeonatos? Muitos, certamente. Quantos recursos afectivos são pulverizados nas pseudo-rivalidades existentes? Muitos. Qual o retorno económico para o Concelho e respectivas freguesias? Zero. Algum jogo de futebol realizado no nosso Concelho convoca pessoas suficientes para que, de alguma forma, possa promover as freguesias? A não ser a «liga dos últimos» com a sua confrangedora e irónica exaltação das fraquezas, que mais resta ao futebol em Fafe?
Concluindo, o futebol presente no nosso Concelho (os outros não me interessam) serve para usufruto de alguns, a alegria de poucos e a indiferença de muitos. Sem pretender com isto promover ou sugerir sequer um atestado de óbito ao futebol regional – creio que poderá ter uma função importante ao nível da formação, embora sejam poucos os exemplos – seria muito mais interessante haver um clube de referência ao nível concelhio que certamente, com os recursos gastos em todas as equipas que participam nos campeonatos, promovesse de forma honrosa o nosso Concelho. Talvez aí houvesse retorno económico e dispêndio de energias para questões bem mais importantes. O exemplo mais concreto que me apraz registar é o caso do Andebol. É uma modalidade que ombreia com os emblemas nacionais mais representativos, projecta o nome de Fafe, dando-lhe até, por que não dizer, alguma modernidade. Creio que um dos aspectos a levar em consideração é a unidade à volta do clube. Ora, nada disto se passa ao nível do futebol. Ou será que queremos fazer do Antime um clube de primeira, ou o Arões um digno representante nas competições europeias? Ou será que o Moreirense tem legítimas aspirações (para aplicar o «futebolês») na Taça de Portugal? Obviamente que tudo o que escrevi tem a sua residual importância, mas gosto de «alfinetadas».

(Declaração de interesses: sou sócio da ADF há vinte e quatro anos.)
António Daniel

10 janeiro 2010

Vestígios Pré-Históricos na cidade de Fafe


O concelho de Fafe é detentor de um conjunto de vestígios arqueológicos dignos de registo. Da Pré-história à Idade Média, são muitos os remanescentes materiais da passagem e fixação humana dispersos pelas 36 freguesias que constituem este Município.
Nos perímetros urbanos, mais sujeitos à intervenção do homem, a procura do desenvolvimento nem sempre respeita o Património, sobretudo o Arqueológico, mais sensível e tantas vezes depreciado.
O desconhecimento é, talvez, o maior inimigo deste legado ancestral que todos temos o dever de salvaguardar, mas que, infelizmente poucos valorizamos.
Em Portugal, falta ainda democratizar a Arqueologia.
A cidade de Fafe tem-se expandido e os arrabaldes rurais deram lugar a novas urbanizações. Também aqui o Património Arqueológico pagou caro o preço do desenvolvimento com a destruição de alguns vestígios.
Apesar desta exacerbada ocupação espacial, o perímetro urbano de Fafe, conserva ainda algum oásis arqueológico de grande valor científico e patrimonial. O Povoado Castrejo de Santo Ovídio, às portas da cidade, é sem duvida o seu maior bem arqueológico. Mas, anteriormente, aqui se fixaram comunidades agro-pastoris, construtores de complexas estruturas funerárias megaliticas do final da nossa Pré-história, entre o III e o II milénio a.C.
Folheando velhos jornais fafenses encontrei uma notícia do século XIX que relata a existência de um tumulo megalítico na zona da Cumieira, entretanto destruído (Jornal “O Desforço” de 23 de Maio de 1883).
Já no séc. XX o Cónego Joaquim Leite de Araújo, grande apaixonado pala arqueologia, por várias vezes referiu a importância histórica dos altos de Freiras e S. Jorge. Foi precisamente neste local que em Março de 2003, arqueólogos da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho e eu próprio identificámos uma necrópole megalítica com cinco monumentos (mamoas). Dois destes monumentos estão localizados junto da Av. do Sol Poente, em plena malha urbana, uma delas mesmo na confluência do referido arruamento.
Na altura ficámos perplexos com o facto daquelas frágeis estruturas terem chegado aos nossos dias, numa área de forte pressão urbanística. Felizmente estas mamoas resistiram à passagem de vários milénios e lá estão à espera de ser tratadas com a dignidade que merecem.
São estes monumentos funerários enquadráveis na nossa Idade do Bronze (III e II milénio a.C.) e muito provavelmente o último testemunho da ocupação Pré-histórica na actual cidade de Fafe.

Jesus Martinho

08 janeiro 2010

Fafe recebe Mundial Escolar de Andebol


O Mundial escolar de andebol de 2010, entre 19 e 27 de Março, realiza-se em Braga, Guimarães e Fafe, contando com 48 equipas de ambos os sexos num total de 900 participantes de 26 países e três continentes.
As selecções, de onde se destaca a presença de uma equipa masculina do Irão, ficarão hospedadas em hotéis das três cidades e, paralelamente à vertente desportiva, haverá lugar a diversas actividades culturais e projectos escolares que pretendem envolver as comunidades escolares de Braga, Guimarães e Fafe.
Para o presidente da Federação de Andebol de Portugal (FAP), Henrique Torrinha, este “é um evento muito importante” também para a FAP e “é o culminar de uma longa etapa com o Ministério de Educação que visou a integração do andebol na rede de desporto escolar”.
Este responsável frisou que os alunos, com idades entre os 15 e os 17 anos, “não estão presentes só pelo desporto, mas, também, pelo prazer do direito de representarem o seu país a nível desportivo”.
A cerimónia de abertura será em Fafe, a 19 de Março, e a de encerramento em Guimarães, a 27, nos pavilhões multiusos daquelas cidades.
O evento é organizado pelo Ministério da Educação, autarquias de Braga, Guimarães e Fafe, escolas, instituições de ensino superior, FAP, ISF e EHF (European Handball Federation).

05 janeiro 2010

Fafe, que futuro?


Sem surpresa, a votação levada a cabo por este blog confirmou o que a maior parte dos fafenses pensam: O Cine-Teatro foi a melhor obra de Fafe na última década. Terminada esta década, é tempo de olhar para a próxima e Fafe irá ter grandes desafios pela frente. Embora obras importantes (e necessárias) vão ser realizadas no nosso concelho a médio prazo que irão colmatar algumas lacunas, existem factores que, de uma forma indirecta, serão decisivos para o concelho no futuro.
Primeiro, a questão do emprego. Como resolver a falta de emprego que alastra no nosso concelho (e região)? Como atrair investimento e mão de obra qualificada? Um desafio que envolverá respostas rápidas e uma competição desenfreada entre regiões.
Segundo, os nossos decisores. Quando falo em decisores, falo no presidente da câmara, do centro de emprego, da associação empresarial, das associações, entre outros. Um dos grandes males que pouca gente fala neste Portugal é a ruptura de uma sociedade a caminhar em dois ritmos diferentes. O ritmo de quem decide parece andar demasiado lento relativamente ao ritmo que a sociedade caminha. E é neste desfasamento que se situa a grande avaliação daquilo que é um bom decisor e de um fraco. E em Fafe, temos decisores que não acompanharam o ritmo de mudança da sociedade. São estes mesmos decisores rodeados dos mais conservadores tiques burocratas que têm sido o travão ao desenvolvimento sustentado da nossa sociedade. Os mesmos decisores que se mantêm em cargos anos e anos a fio, corrompendo a dinâmica da sociedade e do país.
Fafe não tem sido capaz de gerar dinâmica social. Fafe assemelha-se a uma sociedade amorfa, sem audácia e sem visão de futuro que vive à custa sobretudo daquilo que o estado lhe garante e da velha geração de empresários que, ainda assim, são um dos motores da economia fafense. Fafe não tem sido capaz de olhar para os jovens, não havendo ninguém que tenha percebido bem o que são e como funcionam as inúmeras culturas contemporâneas da juventude que já são uma importante fonte da economia de alguns locais. Insisto na juventude porque é ela que cria as dinâmicas em todas as sociedades ocidentais desenvolvidas. E, é uma anomalia vivermos num concelho em que a juventude deixa de criar e participar activamente, procurando outras paragens para o fazer. Umas vezes porque não quer, mas muitas vezes porque não lhe deixam.
Cavaco Silva alertou que Portugal pode viver uma situação explosiva. Esta situação tem origem numa sociedade potencializadora de desigualdades sociais, numa justiça que não funciona e na corrupção que conduz a sociedade a um descrédito permanente. Não sei se esta explosão um dia chegará mas são os jovens que têm que dar resposta a que tipo de sociedade querem para o seu futuro e com que atitude encaram esse mesmo futuro. Serão eles os decisores de amanhã que serão tão bons ou tão fracos no futuro, dependendo da resposta que derem a este status quo no presente.

Pedro Fernandes