24 dezembro 2006

José Ribeiro, um presidente... poeta...



José Ribeiro, actual Presidente da Câmara Municipal de Fafe, para além da actividade política que lhe conhecemos, é também, um homem das letras e um poeta local que já ganhou um prémio de poesia em 1976 instituído pelo Grupo Nun Alvares, tendo também já participado em algumas colectâneas de poemas. Porque este é um blog de curiosidades, fica aqui o registo de um poema seu que pode ser consultado no livro do autor "A Palavra ao Peito".

"Ainda agora estava aqui/jurava não me lembrar/mas quis o pensamento/que eu te fosse recordar./ Elástico, quanto a distância/rápido, quanto a imaginar/não penses que fico triste/só de te vir recordar./Minha aldeia, minha terra,/ minha vida, meus amigos.../o pensar é uma guerra/ Quem nela anda/sujeito fica a morrer/ e eu também, se não soubesse viver!"
(Minha Aldeia, Minha Terra)

Brasão da Cidade !


A Heráldica de qualquer concelho constitui um dos elementos mais simbólicos dos valores de cada região e da sua especificidade cultural. O Brasão da cidade de Fafe é disso exemplo e reflecte, nos seus elementos aí representados, as principais actividades económicas e culturais, assim como a especificidade paisagística existente. Deste modo, o brasão representa com os elementos água e o moinho, a fartura de água que tornou, outrora, num concelho muito industrial. Já o sol, o cacho de uvas e o milho simbolizam a fértil actividade agrícola da região que sustenta, hoje ainda, muita da população de Fafe. As cinco torres aí representadas designam, para todo o país, que o brasão se refere a uma cidade.
Foi após a elevação de Fafe a cidade em 1986 que este brasão sofreu as últimas alterações, tendo-se mantido assim até hoje e nele podemos encontrar valores de humildade e riqueza - com a prata do campo e das faixas do rio, de esperança e de fé - o verde das espigas e do folhado, ou de caridade e lealdade - com o azul do rio.

08 novembro 2006

Nossa Sra de Antime... Enorme manifestação de fé!


A festividade de Nossa Senhora de Antime, realizada no segundo Domingo de Julho, constitui a maior manifestação popular de fé e religiosidade que ocorre no nosso concelho. O seu ponto alto é a procissão que vai desde a freguesia de Antime até à cidade de Fafe, sendo a Senhora de Antime recebida nos limites das duas freguesias pela Nossa Senhora das Dores, transformando este momento numa elevada carga emotiva e grandiosa para os crentes e para todos aqueles que se juntam a esta enorme manifestação popular e católica.
Uma das características do andor da santa é o seu peso (377 Kgs). Apenas os homens mais fortes da freguesia se ocupam da tarefa de o transportar num trajecto que vai até á Igreja Nova. No final do dia, a Santa regressa a Antime, depois de cumprida uma missa e de ser recebida pelas entidades públicas mais importantes do concelho em frente à Câmara, o que tem criado alguma polémica sobretudo porque muitos consideram que este momento de fé fica associado a fins políticos.
No entanto, esta festividade constitui uma mais valia para o nosso concelho sobretudo pela quantidade de gente que nos visita por esta altura.

24 outubro 2006

Teatro-Cinema de Fafe - passado, presente e futuro


É das obras mais notáveis da nossa cidade e resulta de mais uma das iniciativas dos emigrantes "brasileiros" de retorno a Fafe. Neste caso, o benemérito foi José Florêncio Soares. Com uma fachada simétrica, uma robusta varanda de cantaria sobre a porta central e pintada com motivos vegetais e fuguras de anjo, assim como a sua decoração interior semelhante ao Teatro Circo de Braga, o Cine-Teatro fafense foi, durante largo tempo, a referência cultural, política e social do nosso concelho, sendo palco de inúmeras sessões repletas de cinema, de teatro e de concertos. Esta sala clássica de 1923 tem capacidade para 400 pessoas.
Hoje em dia, e após a sua compra por parte da Câmara em 2002, o estado do edifício pouco mudou.
Volvidas décadas após o seu fecho, o Cine Teatro ainda não vê a luz ao fundo do túnel para a sua abertura. Aguardamos, expectantes, o curso das negociações para o financiamento das obras entre as entidades envolvidas e esperamos, brevemente a abertura de um edifício singular e de espectáculos condizentes com o seu brioso passado, por onde já actuaram os mais famosos actores e actrizes da época e os grandes Zeca Afonso, Carlos Paredes, etc.
Já agora, quem gostariam de lá ver na inauguração?!

23 outubro 2006

José Cardoso Vieira de Castro, o livro


"Glória"! Assim se intitula o livro editado pela "Editora Gótica" em 2001 e que retrata uma das figuras mais importantes da história e da cultura portuguesa e fafense dos finais de século XIX. Escrito pelo conceituado Vasco Pulido Valente, "Glória" é um livro que retrata um Vieira de Castro
com sede de poder e de ambição. Como refere a sinopse do livro "Vieira de Castro não queria perder a vida num remoto canto da província. Queria conquistar Lisboa e o país. E, sobretudo, queria que o amassem e o admirassem. Considerado "um dirigente académico com alguma importância; um jornalista menor; um escritor sem talento; um político sem poder; um criminoso e um "degredado", Vasco Pulido Valente constrói uma obra que ele próprio classifica como um livro de história: "Não é um livro de história a fingir de romance nem um romance documental", mas história em que as pessoas não se iludem.
"Glória" é, antes de mais, um livro sobre a ambição, a paixão, o poder, o dinheiro e o crime.
É pois, um livro que merece uma leitura atenta, para que possamos melhor conhecer este fafense, íntimo de Camilo Castelo Branco, que viu a sua curta vida interrompida aos 36 anos em África, depois de condenado ao degredo.

16 setembro 2006

Escola Conde Ferreira - A história


Localizada na Rua Montenegro, a escola Conde Ferreira é, porventura, o edifício escolar mais antigo do concelho. Data de 1886 e deve o seu nome ao benfeitor Joaquim Ferreira dos Santos, o célebre Conde Ferreira, um abastado brasileiro nascido em Amarante e que deixou bens para a construção de 120 escolas primárias no país, entre as quais a de Fafe.
A escola, no início, era só para o sexo masculino, chegava a comportar 60 alunos divididos em 2 salas e pertencia à Câmara.
Aquando o acto da inauguração, estiveram presentes as identidades mais importantes do concelho que entoaram em coro e com as restantes pessoas que aí se quiseram deslocar, um voto de louvor à memória e virtudes do Conde. Bem-haja!

12 setembro 2006

"Rock in Rio" ajuda Cercifaf



Por trás da música e dos espectáculos do festival "Rock in Rio" existe um Projecto denominado "Por um mundo melhor" destinado a ajudar instituições e projectos de âmbito social. A edição deste ano contemplou a abertura de salas de estimulação sensorial para crianças com problemas visuais, deficiências mentais e stress pós-traumático de todo o país e o projecto "Snoloezelen" das Cercis de Fafe, Pombal, Caldas da Raínha, Corroios e Macedo de Cavaleiros foi contemplado com 11300 Euros. Snoloezelen são salas destinadas sobretudo a "tocar" os indivíduos através da estimulação dos cinco sentidos e das emoções que isso desperta. Requer um ambiente agradável e isolado das atracções exteriores , bem como de uma relação empática entre o utente e o técnico que o acompanha, proporcionando uma maior acalmia aos pacientes.
Assim, todos os fafenses que foram ao festival podem, de algum modo, ficar satisfeitos por ter contribuído, mesmo de uma forma indirecta, para a melhoria das instalações da Cercifaf e dos utentes e profissionais que nela trabalham. A Cercifaf é, reconhecidamente, uma instituição de referência no concelho e mesmo no país. O dinamismo e a capacidade de trabalho e inovação que demonstram os seus profissionais honram Fafe e contribuem, decisivamente, para a Inclusão Social e para a formação profissional e cívica dos seus utentes com Necessidades Educativas Especiais.
É destes bons exemplos que dignificamos o nosso concelho... Parabéns Cercifaf e Obrigado "Rock in Rio"!

10 setembro 2006

Rally... perdeu Fafe, perdeu Portugal!


Quem olha para esta imagem não pode ficar indiferente ao fenómeno automobilístico que fez de Fafe a capital dos rallys em Portugal. Uma imensa massa humana caracterizava as etapas que percorriam o concelho e a etapa da "Lameirinha" foi já considerada por muitos pilotos como a mais espectacular do mundo. A zona do "confurco" movimentava milhares de pessoas e faziam-se autênticas romarias desde a cidade até aos troços. As próprias escolas e muitas empresas fechavam para ver passar as máquinas do Campeonato Mundial de Rallys. Dias antes, já muitos amantes desta modalidade e outros, por mero convívio, acampavam nos montes de Fafe onde passavam os carros de Makinen, Mc Rae, Sainz, Burns, kankkunen, entre outros.
Até 2001, data em que a FIA decidiu retirar Portugal do campeonato do mundo, o rally de Portugal conquistou 5 vezes o título de "Melhor rally do Mundo" e em 2000 o prémio de "Melhor rally do Ano". Pelos vistos, Portugal irá voltar a organizar um campeonato do mundo. Mas, agora as etapas são diferentes e o rally do campeonato do mundo muito dificilmente voltará a percorrer Fafe e perdeu a espectacularidade que o caracterizava.
Resta-nos o rally nacional. Importante, sem dúvida, mas sem o prestígio e a dimensão das grandes marcas e pilotos mundiais!

09 setembro 2006

José Atalaya, o Homem e a obra.


José Atalaya, conceituado musicólogo, chefe de orquestra e compositor, está ligado a Fafe, não só por razões familiares mas, sobretudo, por causa do projecto da Academia de Música a que deu nome. No ano de 1998, a convite da C.M. Fafe abraçou este projecto pedagógico, reconhecido pelo Ministério da Educação e que é frequentado, hoje em dia, por mais de uma centena e meia de alunos provenientes maioritariamente do concelho. Por outro lado, promove um ciclo regular de espectáculos - o "Música em Diálogo" e "Festival Raízes Ibéricas" que vêm dinamizar esta área musical no concelho, com alguns espectáculos locais e em formação nas escolas básicas.
José Atalaya, figura destacada no panorama musical do país nasceu em Lisboa, estudou em diversos países europeus e foi co-fundador do Grupo Experimental de Ópera de Câmara da Gulbenkian e da Juventude Musical Portuguesa. Fundou a Orquestra Clássica Imave, foi o primeiro director artístico da Orquestra Clássica do Porto e tem-se dedicado a trabalhos de investigação pedagógica, musicológica e de direcção de orquestra nos últimos tempos.
Hoje, embora tendo abandonado a direcção da Academia José Atalaya, tem contibuido com o seu trabalho para a divulgação, conhecimento e valorização do património musical ibérico, desde a Idade Média até ao Século XXI. Existem já na Academia, jovens valores com potencialidades musicais dignas de nota e o seu legado extende-se, por outro lado, a toda uma panóplia de actividades que, para além de elevarem mais alto o nome de Fafe no país, contribuiram para o desenvolvimento cultural do concelho. Hoje, a Academia respira saúde e o Prof. José Manuel Machado, assim como o Dr. Rogério Gonçalves encarregam-se de continuar o bom trabalho do espaço cultural que administram.

Labirinto... Uma editora de afectos...


Nascida em Fafe, as páginas da Labirinto levam-nos a vaguear pelo encanto das palavras simples, simultaneamente encantadoras e descomplexadas. Com mais de 3 dezenas de livros publicados em áreas tão distintas como a poesia, o romance, a pedagogia ou a literatura infantil, a Editora Labirinto, dinâmica e em constante actualização, prepara-se para apresentar o seu novo livro, de teor mais histórico-cultural de seu nome "S. Julião de Serafão - Mil anos de História". Nos seus quadros, conta com alguns dos mais agraciados escritores portugueses contemporâneos, casos de Carlos Vaz (vencedor do prémio literário Vergílio Ferreira, 2005), Daniel Gonçalves (vencedor do prémio de poesia Cesário Verde, 2003), Eduardo White (prémio consagração Rui de Noronha, 2001) e João Ricardo Lopes (prémio revelação de poesia Ary dos Santos, 2001).
De uma relação afectuosa com as palavras, João Artur Pinto, Homem da cultura e da arte fafense, é o actual presidente desta editora. Em boa hora, e com a colaboração de alguns autores locais, decidiu avançar com um projecto que se pretende valorizador de uma escrita anti-pop, de cariz algo romântico e com assinalável presença de autores locais.
Parece pois, estar dado o mote para longos anos de vida. Fafe, a cultura e as letras assim o desejam.

06 setembro 2006

Fafe, na rota do património industrial do Ave


A constituição de uma rota do Património Industrial do Vale do Ave, levada a cabo pela ADRAVE, assentou no objectivo principal de criar um percurso que permitisse compreender melhor a importância dos rios, em especial do rio ave, como polo aglutinador da indústria da região. Para isso, em cada concelho do Vale do Ave (Fafe, Guimarães, Vieira do Minho, Póvoa de Lanhoso, Vizela, Famalicão, Santo Tirso e Trofa), procurou-se, por um lado, mostrar a diversidade e a qualidade das principais estruturas arquitectónicas industriais existentes, reconhecer a sua importância histórica e cultural e, por outro lado, ajudar a preservar este património industrial, inserindo-o na rota dos Itinerários Culturais do Conselho da Europa.
Fafe tem integrado neste percurso 3 importantes edifícios que procuramos conhecer melhor, ou seja, a Companhia de Fiação e Tecidos do Ferro ("Fábrica do Ferro"), a Central Hidroeléctrica de Santa Rita e o Moinho de Casca de Gontim.
Vejamos a importância da escolha de cada um deles:
CENTRAL HIDROELÉCTRICA DE STA RITA
Foi inugurada em 1914 e aproveitava as águas do Rio Vizela para, assim, produzir energia para a iluminação pública. Foi das primeiras centrais da região e está implementada na freguesia de Fornelos. Neste momento, a central está a ser alvo de obras de remodelação, fruto de um acordo entre a C.M. Fafe e a empresa Gamesa, tendo em vista, a sua abertura ao público.
"FÁBRICA DO FERRO"
Fundada em 1887, situa-se junto ao rio que lhe dá o nome. Foi das maiores e mais antigas têxteis do concelho e da região, chegando a empregar 2000 operários nos anos 50/60. Hoje em dia ainda se encontra em laboração. A visita a este polo industrial deverá ser acompanhada de uma visita ao bairro operário envolvente e a toda uma série de equipamentos lá implementados.
MOINHO DE CASCA DE GONTIM
Não há registo da data da sua construção, mas sabe-se que está desactivado à cerca de 50 anos. O moinho insere-se numa propriedade agrícola perto da nascente do Rio Vizela e a sua função era transformar a casca de carvalho alvarinho numa substância com propriedades químicas muito úteis para a indústria dos curtumes. Encontra-se encerrado ao público.

Percursos Pedestres em Fafe


Os percursos pedestres estão a ganhar algum peso significativo no nosso concelho. Fruto da natureza envolvente que temos para a prática de desportos ao ar livre, encontram-se já 6 percursos implementados e devidamente sinalizados e homologados pela respectiva Federação. São 6, todos de pequena rota, e são os seguintes:
- Rota do Maroiço;
- As Aldeias da Margem do Rio Vizela;
- À Descoberta de Aboim;
- Trilho Verde da Marginal;
- Rota dos Espigueiros;
- Levada de Pardelhas.
São já muitos os amantes deste tipo de desporto que nos visitam. Para cada um deles, podes encontrar um painel no início de cada uma das rotas com a informação útil de que necessitarás. As paisagens, a fauna e flora, a natureza e a simpatia das gentes das serras do nosso concelho serão, concerteza, um bom motivo para os percorreres.
Neste aspecto, as potencialidades da Serra de Fafe estão a ser devidamente aproveitadas e para isso, muito contribui a acção do associativismo concelhio. A secção de montanhismo dos "Restauradores da Granja" está de parabéns!
Aproveita tu também. Está aqui tão perto...

Podes obter mais informação no site
www.restauradoresgranja.com

05 setembro 2006

A toponímia no concelho de Fafe


Um interessante estudo levado a cabo pelo historiador fafense Daniel Bastos publicado na revista cultural "Dom Fafes" (nº 8/9) testemunha a origem heterógenea dos nomes das freguesias do concelho. A maioria dos nomes provém da diversidade paisagística do concelho. Por exemplo, Vinhós (vinho), Vila Cova ou Agrela (campo) constituem disso exemplo. No entanto, existem uns de natureza latina, casos de Fornelos (do latim "furnillu" que significa forno) ou de Freitas (do latim "fracta"), e outros de natureza germana. Neste último caso, nota-se a influência das tribos germânicas que invadiram o império romano e que marcaram a toponímia das freguesias de Ardegão (vem do germano "Ardeca") e Golães (do germano "Goulão").
Por outro lado, Fareja parece tratar-se de um nome árabe que significa prazer e que vem do verbo "fareja". Da época medieval, encontramos Aboim ou Estorãos. Esta última, antes designada "Storaos", e provavelmente relacionada com gente proveniente das Astúrias que veio habitar e, assim, dar nome à terra.
Designações de índole religiosa encontramos nas freguesias de Sta Cristina de Arões, S. Clemente de Silvares, entre outras. Por último, Moreira de Rei contempla uma influência régia, proveniente de ser um couto da coroa real.
A origem da toponímia de "Fafe" não está esclarecida. Diferentes teorias abordam a sua origem germana, mourisca, patronímica ou paisagística.
Sem dúvida, uma interessante pesquisa que merece ser lida com mais atenção na revista "Dom Fafe" à venda na Casa da Cultura. Este estudo toponímico é, pois, uma das mais importantes manifestações da origem e da vida de um povo.
Resta referir que o jovem historiador fafense Daniel Bastos foi galardoado em 2005 com a sexta edição do prémio de História Local tendo por base o trabalho "As eleições presidenciais no Estado Autoritário Português. Processos e actores políticos: o exemplo de Fafe".
Estamos pois, perante a afirmação de um jovem historiador local, seguindo os passos de outros que teremos oportunidade de referir oportunamente e que muito contribuíram para o estudo do nosso concelho.

02 setembro 2006

Pompeu... de Fafe para o mundo!!


Orlando Pompeu, nascido em Cepães, no ano 1956 é o mais conceituado e famoso artista plástico do concelho. A sua formação artística, tanto a nível de desenho, pintura e escultura, passou por diversas etapas, tendo frequentado o Instituto Parramon em Barcelona, a Academia Alvarez no Porto e a cidade de Paris, onde pintou e estudou livremente. Realizou diversas exposições em Portugal e por todo o mundo, desde Espanha, Japão, França, EUA, etc, e está representado em varias colecções particulares e oficiais.
Tem 4 livros editados e um filme sobre a sua obra, realizado por Alvaro Queiroz. Em 1998 recebeu das mãos do actual Presidente da Câmara, a Medalha de Ouro de Mérito Concelhio. Ainda vive em Cepães, aldeia pela qual nutre especial carinho, patente nas suas variadas obras. Criador de um estilo pictórico muito pessoal, a sua "pintura luminosa" tem ganho adeptos por todo o mundo. Cidadão de Fafe, orgulhoso das suas origens que o fizeram evoluir como artista e como Homem, "Pompeu pratica, com tranquila e amável convicção, uma arte que dá gosto e gozo ver" (José Augusto França).

Para conheceres melhor a obra do autor, visita www.orlandopompeu.com


31 agosto 2006

Espólio arqueológico de Fafe... fora de Fafe!


Desenganem-se aqueles que pensam que Fafe não dispõe de vestígios arqueológicos dignos de nota. Certamente, todos já ouviram falar no Castro de Santo Ovídio mas sabes realmente o que lá poderás encontrar?! O povoado fortificado de Santo Ovídio remonta à Idade do Ferro/Época Romana e é o mais conhecido e importante monumento arqueológico concelhio. As primeiras escavações do local remontam ao século XIX e nele foram descobertas moedas, bem como outros artigos cerâmicos que estão, na sua maioria, à guarda do Museu D. Diogo de Sousa em Braga. No entanto, a principal descoberta foi uma estátua com 1,70 m de altura de um guerreiro galaico que se encontra, actualmente, no Museu Martins Sarmento, em Guimarães.
Hoje em dia, restam troços das muralhas e algumas estruturas bem conservadas, que permitiram lá identificar ocupação humana antes do século I a.C.
A Câmara Municipal de Fafe em conjunto com a associação ARCO estão, actualmente, a proceder à recuperação das ruínas arqueológicas e pretendem desenvolver na zona de Santo Ovídio um centro interpretativo do castro e uma estrutura de apoio às mesmas, dando a conhecer às pessoas um pouco da história do local.
Uma boa notícia para todos os fafenses! No entanto, penso que os achados descobertos (moedas, cerâmica e a estátua) deveriam ficar à guarda da autarquia fafense, criando um espaço destinado para esse fim e não fora.
Para além do castro aqui referido, Fafe dispôe de vestígios arqueológicos muito dispersos. Sobretudo necrópoles e monumentos megalíticos localizados a Norte do concelho e povoados fortificados que se encontram em mau estado de conservação por força do tempo.
Outra das descobertas de inegável importância foram as Braceletes d´Ouro, encontradas em Arnozela. Constitui um valioso tesouro com 20 argolas de ouro e que se encontram no Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa.
Assim, os vestígios de ocupação antiga do nosso território são visíveis mas pouco conhecidos, tanto pela população, como por quem nos visita. Por outro lado, a maior parte deste espólio está à guarda de Museus fora da cidade. Seria, de todo interessante, recuperar este património para o nosso concelho.
Afinal, é um importante património que foi descoberto no nosso concelho e que, concerteza, traria uma mais valia turística para Fafe.

30 agosto 2006

Igreja Românica de Arões, monumento nacional!

É o único Monumento Nacional do concelho de Fafe e remonta ao século XIII. De pequena dimensão, baixa altura e com reduzida luminosidade interior mas que reflecte o carécter religioso que abundava a época por essas aldeias fora. É um bonito exemplar do românico no nosso país e que pode ser apreciado na freguesia de Arões S. Romão.
Ao longo dos anos, o monumento sofreu algumas alterações, tendo mesmo o desfigurado um pouco. No entanto, visitá-lo constitui um bom programa. Exteriormente, o arco de volta inteira continua intacto e poderás observar a interessante inscrição que encontras no tímpano da porta. Interiormente, o arco triunfal de acesso à capela-mor, o tecto e os retábulos dos altares laterais irão deslumbrar-te. Além disso, observarás alguns vestígios de uma pintura mural interessante.
Por causa destes factores, o Governo classificou-o como Monumento Nacional em 1927.
E tu? Já o visitaste? Aproveita!!

Siza Vieira... um descendente de Fafe


É considerado um dos dez melhores arquitectos do mundo e um dos portugueses mais apreciados além-fronteiras. Falo de Siza Vieira, ilustre português nascido em 25 de Junho de 1933 na cidade de Matosinhos. Porém, Siza é neto de um fafense e já o assumiu varias vezes. Em entrevista ao JL (28 de Agosto de 1996) afirma: "A família do meu pai era de Vila Cova (Fafe). Emigrou para o Brasil. O meu pai nasceu lá."
Mas, Fafe tem figuras e personagens que marcaram e têm marcado este concelho pela positiva. Importa conhecê-las mais adiante...
Porque este é um blog de história, de curiosidades, enfim... de Fafe!

AD FAFE... clube com história!


A Associação Desportiva de Fafe é o emblema mais representativo de carácter desportivo do nosso concelho. Resultou da fusão de dois clubes rivais por estas terras fafenses: O Futebol Clube de Fafe e o Sporting Clube de Fafe. Fundada em 28 de Junho de 1958, está prestes a concluir meio século de existência.
Dispõe de um vasto historial e foi distinguida pela Câmara Municipal de Fafe em Junho de 1983, tendo recebido a medalha de prata de mérito concelhio.
O ponto mais alto do historial deste clube foi a ascenção à I Divisão de futebol na época de 1988/89, tendo aí mantido-se durante uma época. Durante esse ano, o Parque Municipal de Desportos obteve as melhores assistências do campeonato (com excepção dos 3 grandes clubes nacionais) e a assistência do jogo com o SLBenfica foi a melhor assistência registada no estádio da AD FAFE. Fica a foto para a posteridade...
No entanto, para além do futebol, Fafe dispõe de natação onde tem alcançado excelentes resultados e já teve andebol. Para além destas modalidades, a AD FAFE já dispôs de uma secção de motonáutica, criada em 1983, tendo desaparecido pouco tempo depois.

Monte Longo... as nossas origens!


Monte Longo. Foi esta a definição anterior dos territórios que hoje compreendem o concelho de Fafe. O concelho de Monte Longo data do período medieval e tinha como centro concelhio os territórios então designados de "Santa Eulália", que viria a dar o nome de Fafe por volta do século XVIII. Mas, o nosso concelho tem mais de mil anos de existência. Encontram-se referências a freguesias que são hoje parte integrante do concelho de Fafe em testamentos e documentos que o comprovam.
Mas, a primeira referência segura é-nos facultada com as Inquirições de 1220 de D.Afonso II.
A ruralidade e a dispersão em termos de povoamento eram notórias, tal como hoje e, eram parte integrante do mesmo as paróquias de S.Clemente de Silvares (S.Clemente e S.Martinho), Moreira de Rei, Estorãos, Revelhe (designada de Gamazãos), Santa Eulália Antiga, S.João de Cortegaça, Antime, Armil, Medelo, Vinhós, Quinchães, Fornelos e Ribeiros.
Com o tempo, o território concelhio sofreu mutações influenciadas com as Inquirições de 1258. Silvares passa para Felgueiras e em 1290 passa para Guimarães, mantendo-se até ao final do século XIX.
Mas é, sobretudo com o século XVI que mais elementos documentais começam a formar uma ideia mais precisa do território que hoje conhecemos. Falarei disso mais tarde...

Hino de Fafe... conheces?!


Qualquer terra que se preze tem um Hino. Fafe não é excepção. Foi escrito por Euclides de Sotto Mayor e tem música de José Maciel, importantes músicos e compositores da altura. A foto que acima vês correspode a uma actuação da banda de Golães na Nazaré, corria o ano de 1953. Uma foto histórica sem dúvida. Vamos então ao Hino...

HINO DE FAFE
A nossa terra é formosa
Como ela não há igual
É a mais perfeita rosa
Das terras de Portugal/
Terra formosa que as mais
Escureces com tantos brilhos
Viste nascer nossos pais
Verás nascer nossos filhos/
CORO: Fafe querido és sem favor
Jardim florido do nosso amor
Ergue-te tanto a nossa voz
És o encanto de todos nós/
Se o Minho é terra de fama
Duma estranha sedução
Esta terra que a gente ama
É do Minho o coração/
Terra de sol e de flores
De risos e de alegrias
És berço dos meus amores
E das lindas romarias


Justiça de Fafe... Verdade ou ficção?!


A famosa frase "Justiça de Fafe" certamente todos já a terão ouvido. Contudo, que verdade e qual a ficção que se encontra por trás desta lenda justiceira. A versão mais difundidada diz respeito a um episódio ocorrido no século XIX e protagonizado pelo Visconde Moreira de Rei, político fafense da altura e deputado às cortes.
Um tal "marquês", ao chamar-lhe "cão tinhoso" durante uma assembleia em Lisboa foi a causa de um duelo inevitável que se resolveria à lei da força. Na altura era usual recorrer a este tipo de atitudes.
Ao ofendido, competia escolher as armas. O nosso Visconde escolheu como "armas" dois paus. Este, perito na arte do "jogo do pau", deu tamanha carga de porrada ao Marquês que provocou a gargalhada entre os assistentes que fartaram-se de gritar... "Viva a Justiça de Fafe!!!".
Esta é a versão mais corrente.
Contudo, duas outras versões mais populares são referenciadas.
Uma delas, mais antiga e que refere o seguinte: Nos tempos do Conde D.Henrique, havia um cavaleiro de seu nome D.Fafes Talesluz, casado com uma bondosa mulher muito popular na altura e muito amiga dos pobres. Reza a lenda que a sua aia, apaixonando-se por D.Fafes Talesluz, envenenou a bondosa esposa do cavaleiro. O povo, sabendo da notícia, exigiu a presença da aia que cometeu tal assassino e, fizeram justiça pelas próprias mãos, matando-a à paulada.
Por último, uma última versão, mais semelhante à primeira, relata a ida de um Morgado de Fafe a Lisboa. Um alfacinha, a dada altura, tratou mal uma senhora. O Morgado não gostou e desafiou o lisboeta para um duelo. Os paus de marmeleiro voltaram à acção e o Morgado deu uma valente sova ao tal lisboeta, originando a expressão que hoje conhecemos.
Qual delas a verdadeira?! Verdade ou ficção?! Não existem factos conclusivos, apenas crenças populares.
O que é certo é que o pau de marmeleiro é figura assente em todas as histórias citadas e representa bem a valentia deste povo minhoto.

Fafe, esta bela localidade...


Boas,
Este é um blog acerca nosso concelho.
Fafe, esta cidade do Baixo Minho tem uma rica história a ser conhecida. Certamente que este não é o espaço ideal para a conhecer na sua totalidade mas pretendo aqui elucidar alguns Fafeeeenses menos atentos das potencialidades e das figuras, dos factos e mitos que engrandecem (e engrandeceram) o nosso concelho. Mas, para além disto, há coisas interessantes a descobrir, lugares a visitar e riquezas tão perto de nós que importa divulgar.
Mas, este blog não fica completo sem o teu comentário, a tua opinião... Escreve, diz o que pensas e, de uma forma positiva, contribui para engrandecer o nosso concelho. Ah, e divulga-o!!
Sê, portanto, benvindo a este espaço!! Um espaço meu, teu e de todos, fafenses ou não, mas que gostam de Fafe!