17 agosto 2011

Fafe na Revista UP

Este é chão de emigrantes. Alguns voltaram ricos do Brasil, outros permaneceram lá fora, contrariados. Todos deixaram memórias, testemunhos extraordinários. Adicione-se a hospitalidade dos que ficaram, a natureza em volta e a gastronomia minhota, e aí temos. O lugar perfeito para dois dias de andanças com Tereza Salgueiro, que prepara o novo álbum enquanto ainda leva pelo mundo o espectáculo Voltarei à Minha Terra.

Nem de propósito se achava sintonia melhor. Tereza Salgueiro é, na verdade, natural de Lisboa.
Mas o que aqui importa é a “minha terra” em sentido largo. E então falamos do valor das coisas que cá temos, das qualidades humanas, das praias, dos campos e montes, da nossa cultura e das heranças variadas, transmitidas pelos séculos dos séculos.
Em contexto de aperto nacional, estas reflexões ganham outro peso. E logo pela manhã, junto à barragem de Queimadela, à sombra de carvalhos, pinheiros e choupos, a voz grave de Tereza converte a sua inquietação sobre o mundo numa espécie de serenidade, gentileza que condiz com a frescura ambiente e contagia quem a ouve. “Sabemos que não estamos no caminho certo.
Continuam a praticar-se atrocidades, há uma grande desigualdade na distribuição da riqueza.
Mas acho que vamos confrontar-nos com a necessidade de mudar. Temos de encontrar uma forma de olhar e entender o mundo que inclua estarmos em contacto uns com os outros.” E quanto a nós, portugueses: “Espero que voltemos a aprender o que somos, a conhecer o nosso talento”.
Todos os cenários se adequam ao tema. Por exemplo, este passeio pedestre pelo Trilho Verde da Marginal, um entre muitos disponíveis na região. Percorre levadas e caminhos de pedra, contorna a barragem, passa por espigueiros e atravessa a Aldeia do Pontido, o paraíso onde estamos alojados. Em fundo, o ruído constante do Vizela ali tão perto, o afluente do Ave que galga penedos de granito, abre piscinas verde-esmeralda e anima moinhos de água.
Mas o cenário pode ser também a exposição de artesanato e a conversa com Maria de Fátima Nogueira, que aos sete anos já fazia tranças de palha, das mesmas que agora costura com mestria para confeccionar cestos e chapéus. Ou o almoço de produtos da terra regado a vinhos verdes que Vera Lima, da Vinhos Norte, vai distribuindo consoante os pratos: o branco Alvarinho de Monção para harmonizar as gorduras das entradas de pataniscas e de chouriça com grelos, um Vinhão, tinto e encorpado, servido na malga tradicional que ele tinge de vermelho granada para honrar o cabrito em forno de lenha e as couves salteadas com broa e feijão, e um Espadeiro para a sobremesa, doces de gema e pêra bêbeda.

Ler mais em http://www.upmagazine-tap.com/2011/08/fafe-%E2%80%93-antes-ca-do-que-la/

12 agosto 2011

1º Passeio de Bicicletas Antigas de Fafe


Mais informação em www.restauradoresgranja.com

09 agosto 2011

Perseguindo Estátuas

Geralmente pensa-se que as estátuas são fáceis de encontrar, porque é da natureza das estátuas estarem quietas. Mas algumas são tão pequenas que parecem esconder-se. Certamente que muita gente comigo partilha a desilusão do turista que, em Bruxelas, demora a encontrar o minúsculo Manneken Pis, num cantinho fazendo xixi para a fonte quando, na verdade, para corresponder à qualidade da estátua, melhor seria se fizesse outra coisa.
Desta feita, em Fafe, subi a cidade para ver uma estátua não tão famosa: a Justiça de Fafe, apologia da equidade popular, um homem de vestes simples que segura o casaco de um senhor e o ameaça com um pau, aludindo a episódio lendário dos fafenses, que ainda hoje avisam «com Fafe ninguém fanfe!». Remete para o visconde Moreira de Rei que ao sentir-se tramado por um marquês se virou ao homem com um pau. Há em Fafe, contudo, quem diga também que a escultura enaltece um pai honrado que um dia foi a Lisboa buscar a filha e bater-lhe no marido alfacinha que, conta-se, a tratava mal. De qualquer forma, é justo, acho eu. E os fafenses. Por isso colocaram a estátua mesmo nas traseiras do tribunal, lembrando que se falhar a primeira justiça, há outra. Demorei um bocadinho a encontrá-la, mas valeu a pena. Não é estátua que se esconda. Há estátuas que, contrariando a natureza, não se limitam a ficar resignadas e quietas.

In Jornal "A Bola", 05/08/2011
Por Miguel Cardoso Pereira

02 agosto 2011

Fafe Dá o Tiro de Partida

A notícia tinha sido dada em primeira mão pelo presidente da Câmara Municipal, José Ribeiro, em plena Volta a Portugal 2010, com Fafe a ser a cidade eleita para ver largar a caravana da maior competição velocipédica do calendário nacional no próximo dia 4 de Agosto de 2011.
No ano passado, a cidade de Fafe cumpriu 10 anos consecutivos de Volta a Portugal. O líder da autarquia destaca o papel preponderante da passagem do evento pela sua cidade, uma aposta para continuar, pelo menos até final do seu mandato. 'Pela minha parte, como estou no último mandato, só respondo pelos próximos três anos. Outros responderão a seguir. Lembro, porém, que foi a minha Presidência que trouxe a Volta de novo a Fafe, onde não passava há muitos anos. O início da Volta em Fafe marca um percurso de grande investimento ao longo de todo este tempo', lembra José Ribeiro, destacando que 'a chegada dos ciclistas é sempre um momento de festa e de grande entusiasmo para a população, mas também de enorme carinho para com os atletas e suas equipas. Começar em Fafe a Volta a Portugal, penso que é um sinal de reconhecimento pelo que fizemos ao longo dos anos, é colocar a nossa terra definitivamente no coração da Volta.'
De todas as mais-valias oferecidas pelo evento, o presidente da câmara realça naturalmente o 'lado desportivo', sem esquecer que 'a Volta é um grande evento e atrai muitos aficionados e desportistas, dando igualmente enorme satisfação aos residentes que gostam do ciclismo e onde temos tradições. Do lado promocional, é obvio que a cobertura e divulgação da RTP é uma mais-valia que, só por si, justifica o investimento que Fafe faz'.
A passagem da Volta a Portugal pela cidade de Fafe acaba então por ser o ponto alto de uma forte aposta da autarquia em matérias de âmbito desportivo, complementando da melhor forma um leque variado de outras iniciativas.'Fafe é uma terra com tradição no ciclismo. Já tivemos fafenses em lugares de destaque nesta modalidade. Hoje continuamos a ter muitos aficionados e praticantes, alguns amadores, outros na área do cicloturismo, mas também em competição, sobretudo no BTT – downhill. A nossa terra tem um dos melhores percursos do país para Downhill.'
Dia 3 de Agosto são feitas as apresentações das equipas. A competição vai começar, como habitualmente, com um contrarrelógio individual. O Prólogo será realizado no centro de Fafe na tarde de 4 de agosto e a distância, muito curta desta vez, é de apenas 2,2 Km, mas servirá, após a cronometragem rigorosa dos milésimos de segundo, para atribuir a primeira liderança.

In www.volta-portugal.com