24 outubro 2012

Hospital de Fafe



Surgiu nas redes sociais um movimento pró- hospital de Fafe. Os seus promotores defendem a necessidade de manter o Hospital de Fafe no sector público face à possibilidade de, segundo rumores, transitar para a responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia.
A ideia é, aparentemente, atractiva, mas isso não chega para defender uma posição. Os argumentos apresentados são puramente emocionais, mas é possível sintetizar as ideias fundamentais:
1. O facto de servir uma população de cerca de 200 mil habitantes (região de Fafe e Basto);
2. O facto de estarmos a ser progressivamente esvaziados de serviços;
3. É uma decisão de «régua e esquadro», simplista;
4. Vai prejudicar quem tem mais necessidade da assistência de hospitais públicos;
5. A sobrelotação do Hospital de Guimarães;
6. Sempre houve hospital em Fafe.
Conclusão: o Estado deve manter o hospital público em Fafe.
Todos nós sabemos a estratégia do estado sempre que pretende retirar um serviço. Faz o possível para que o serviço em causa se mostre ineficaz, mudando horários, retirando serviços, enfim, convencendo da ineficácia. Relativamente ao hospital de Fafe, convenhamos, que conseguiu esse desiderato. Os profissionais que encontramos nas urgências, nomeadamente médicos, não conhecem o meio e, por isso, têm um certo distanciamento face ao público que servem. Isto é, não há proximidade. Como as coisas estão, não me parece que o hospital tenha grande utilidade.
Face a este panorama, parece-me irreversível a situação. A melhor premissa que justifica a indignação fafense, creio, é aquela que afirma o carácter simplista das decisões tomadas em Lisboa. Mas nunca se esqueçam de dois pormenores: Há muita gente na região conivente com essas decisões e Fafe está a 10 mn de distância de Guimarães e a meia hora de Braga. Há muita gente a maior distância dos hospitais, até nos grandes centros de Lisboa e Porto.
Perante isto, sou levado a afirmar que, pese embora o silêncio ensurdecedor do executivo camarário – o que até se compreende face à frustrante suspensão da construção do novo hospital -, é importante pensarmos na solução da Santa Casa. Que valências promoveriam? Quais as condições de acesso de quem mais necessita? O que iria melhorar? Qual o destino dos funcionários? Só depois de estas questões estarem respondidas é possível a luta.
Não nos podemos esquecer que, nas próximas décadas, o investimento público vai ser próximo do zero.

António Daniel

22 outubro 2012

M80? Não, obrigado!



À margem de uma conferência onde intervinham várias personalidades da sociedade civil, entre as quais o professor Marcelo Rebelo Sousa, ficou-me na retina uma tirada deste em relação às rádios. Segundo este, as rádios estavam a passar por uma fase menos boa, apesar de manterem um papel muito relevante, no seio da opinião pública. Bom, o que é certo é que fiquei a matutar sobre o assunto e, rapidamente passei para o panorama local.
Longe vai o tempo em que sintonizava a frequência 103.8 fm e ouvia em primeira mão as notícias do meu concelho, o relato do meu clube (adfafe), entrevistas a personalidades locais, programas relativos às mais diversas freguesias (onde se divulgava o que de bom se faz no concelho), divulgação de eventos organizados no concelho, debates políticos, publicidade a empresas locais e os tão afamados discos pedidos, que faziam a delícia das gentes tipicamente minhotas. A verdade é que tudo isso acabou de uma forma abrupta e num processo muito pouco claro aos olhos de uma pessoa normal, onde me incluo. Pelo que se sabe, razões financeiras estiveram por detrás do fim da “nossa” saudosa rádio clube de Fafe.
Desde há uns anos para cá, passamos a ter uma rádio nacional a m80, que tem a sua base assente na m80 espanhola. Não questionando a qualidade desta, o que é certo, a meu ver, é que com esta mudança, quem perdeu foram os fafenses e o concelho de Fafe. Acho estranho que se fale de inúmeras situações, e a rádio tenha sido esquecida, posta de lado, como se ninguém tivesse minimamente interessado nas benesses que ela poderia trazer. Fazendo uso do meu “pacato” descontentamento, espero que este modesto texto, sirva para, pelo menos, se pensar sobre o assunto e, quiçá, um dia termos de novo uma rádio local, a exemplo dos concelhos limítrofes como é o caso de Guimarães, Vieira do Minho, Povoa de Lanhoso, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto e Felgueiras. E como se intui da situação, a crise não terá sido o verdadeiro responsável pois, os restantes concelhos também a sentem e mantêm a sua rádio activa.
Termino com uma frase de um escritor reconhecido, que ilustra bem o papel de uma rádio: ”São inúmeras as possibilidades de o rádio incentivar e semear a cultura.”

João Marques

19 outubro 2012

Começa a ser tarde





Já havia escrito neste blogue que as próximas eleições autárquicas irão ser muito importantes para Fafe. Muito poderá definir-se. A mudança de líder no partido mais votado, com a certa candidatura de Antero Barbosa, promoverá um novo ciclo de domínio geracional por parte do PS. Mas há um problema. Caso Antero vença as eleições, o PS, sabendo da intrínseca fraqueza do líder, irá fazer convergir vontades na defesa da maioria, pois sabem que qualquer divergência poderá significar o adeus ao poder, com todas as suas benesses. Este problema terá repercussões pós eleitorais: iremos assistir a uma pulverização do poder.
Em situação diametralmente oposta está a oposição. Também para ela estas eleições têm uma importância fundamental em virtude da única possibilidade em muitos anos de as vencer e cimentar uma certa mudança. Contudo, por ser uma altura crucial, a sua derrota funcionará como uma derrota geracional.
Perante estas circunstâncias, pergunta-se pelo «fumo» branco.

António Daniel

17 outubro 2012

Ser Portugal





QUE VONTADE DE SER PORTUGUÊS....
QUE ORGULHO DE SER PORTUGAL...
QUE NAÇÃO ENFIM SE FEZ...
DE LISBOA AO CANDEAL...
QUE A SAUDADE ME DEIXE SER....
QUE A SAUDADE ME LEVE, ENTÃO....
SEREI SEMPRE, EM TEU PODER....
UMA ESPADA, UM CORAÇÃO.....
MINHA PÁTRIA QUE EU VENERO....
MINHA PÁTRIA, MINHA ALMA.....
OH TERRA DE AMOR SINCERO.....
O MEU CHORO TE ACALMA...


Pedro Dantas

12 outubro 2012

Até Onde Vai a Participação Pública?


Em discussão pública esteve, recentemente, o parque da cidade e a deslocalização da estátua da justiça de Fafe. Através dos mais diversos meios, os fafenses manifestaram-se a favor da manutenção da estátua no mesmo local e a solução de um parque mais “verde”.
Alargar as decisões públicas às pessoas é sempre motivo para nos sentirmos mais satisfeitos com a nossa democracia. Por isso, saúdo a posição da nossa autarquia ao estender o debate público destes dois projetos da cidade aos cidadãos, especialmente a posição do presidente da câmara que, mesmo sendo a favor da deslocalização da estátua, irá respeitar a vontade da maioria da população. E ainda bem!
Relembro que, há dois anos atrás, o pelouro da juventude tinha já dado o primeiro passo no fomento da participação dos mais jovens através do projeto “Juventude 2010- 100 anos, 100 ideias para participar”.
No entanto, apesar desta abertura política através destas auscultações públicas, a autarquia ainda não deu o devido passo para a implementação de um orçamento participativo, modelo que já defendi aqui há bastante tempo atrás e que considero ser muito vantajoso para a relação, que está cada vez mais afastada, entre decisores políticos e cidadãos.

Tendo como tarefa a consensualização de uma proposta acerca da reforma administrativa do concelho, soubemos esta semana que os diversos grupos políticos com assento na assembleia elaboraram um documento onde se prevê a agregação de freguesias, passando das atuais 36 para 24.
Saúdo, obviamente, a criação de uma comissão política conjunta para se debater esta reforma mas será que matéria tão importante não poderia ter sido alvo, da mesma forma que a estátua ou o parque, de uma discussão pública?! Tal iniciativa não deveria recolher o maior número de contributos, propostas e opiniões da população?!
Depois, com certeza, após o encerramento da discussão pública, com a necessária recolha dos contributos da população, dos partidos ou de outras entidades, a proposta deveria ser entregue à assembleia para posterior aprovação. Isto aconteceu e tem acontecido em dezenas de autarquias.
Mas limitar esta participação em matéria tão importante aos partidos políticos da assembleia municipal parece-me um erro. O cidadão pode pronunciar-se sobre o futuro da estátua e até do parque da cidade mas não da sua freguesia?!

Pedro Fernandes 

09 outubro 2012

Coração Feliz



Percorrer o Concelho de Fafe é certamente, abraçar caminhos de descoberta em que se entrelaçam, a ruralidade e o modo mais citadino de vida. Qualquer grupo territorial que seja bafejado pela sorte de ter a Natureza a seu favor tem logo aí um acréscimo muito grande.
O nosso Concelho tem Serras de magnífica relevância. Temos uma área geográfica grande, marcada por uma Natureza agreste mas amiga, que possui sérias e grandes potencialidades. O aproveitamento da energia eólica, necessariamente uma forma de energia de presente e futuro, abre a porta e dá um bom exemplo daquilo que com o passar do tempo tem de ser a necessária adaptação de energias não renováveis para energias renováveis. Estas últimas, único garante de futuro. E nestes maciços existem ótimos exemplos de preservação da Natureza como aposta de desenvolvimento. A freguesia de Aboim tem sido nos últimos tempos, palco de várias manifestações culturais e artísticas, que mantendo a sua identidade têm feito desta, claramente, uma freguesia virada para o progresso.
Mas também de tradições religiosas vive o nosso Concelho. O lugar da Lagoa onde ano após ano, muitas e muitas pessoas vão ao seu encontro, para colocar na cabeça a sua Santa e tirar o Diabo do Corpo. E como falo de religião, importante referir as nossas festas da Senhora de Antime, ponto alto das festividades do Concelho, que atrai milhares e milhares de pessoas e é um marco inolvidável das terras de Fafe.
Freguesias como estas são exemplos muito presentes de vivacidade, de proatividade, de cooperação e solidariedade entre todos. Ma apresentam-se como os figurinos de todas as outras. O reconhecido pão-de-ló de Fornelos, o vinho de Várzea Cova. E de jogos tradicionais de forte marca expansiva vive também o nosso espaço, com o jogo do pau a assumir-se como um jogo de Fafe, com Fafe e para Fafe.
E já que falamos de Fafe, que tal referir o símbolo da nossa justiça, intemporal, pois somos gente de carácter, de verdade, de senso comum solidário e de muito trabalho. Ali perto do Tribunal, o símbolo da Justiça de Fafe, quando um homem do Povo disse a um burguês que de maneira boa ou má, todos somos iguais em direitos, e que uma sociedade mais igualitária é caminho indispensável para a coesão social.
E calcorreando as nossas ruas, que bom é sentar num dos bancos ali da Arcada! Movimento contínuo e ordenado, com muita luz, com muita gente, com muita alegria e com muita satisfação. O Concelho de Fafe é prontamente, o maior batimento do nosso coração!

João Castro

05 outubro 2012

A República em Fafe



Mais um ano em que a Câmara Municipal de Fafe comemora o 5 de Outubro. Mais um ano em que a comemoração não é aproveitada para repensar a República. Sou, por convicção, republicano, Identifico-me com o ideário que presidiu à sua génese, desde a geração de 70, que tentava responder a esta grande questão: Como conciliar a filosofia originalmente anti-liberal e anti-democrática do positivismo com o movimento burguês que reivindicava a tradição demo-liberal e a obra da revolução francesa? A solução passou pelo vínculo à heterodoxia positivista de Littré. É revelador o pensamento de Teófilo que Afirma a liberdade política, civil e filosófica contra a exclusividade positivista dada a esta última.
Perante estes pressupostos, será a comemoração da república em Fafe um momento de autocrítica? Será a comemoração da República em Fafe um momento de afirmar mea culpa relativamente à ausência de igualdade de oportunidades no exercício de cargos públicos?
Parece-me que, ao contrário dos intelectuais republicanos, os democratas de hoje vão mais ao encontro das ideias de Comte do que de Littré. Basta saber que, contrariamente à ideia metafísica de progresso a partir do conflito, Comte desenvolve a ideia de progresso através da ordem (daí a bandeira brasileira). Hoje em dia, a ordem é instituída pelo medo de não pertencer ao «partido», o medo de ter ideias diferentes e, por isso, ser preterido em concursos públicos, o medo de não ter futuro. Assim, será melhor não termos feriado.

PS: Há esperança. Em virtude do exercício de liberdade que as redes sociais proporcionam, o Presidente da Câmara parece ter desistido da deslocalização da Justiça. Ainda bem. Subiu na minha consideração assim como todos aqueles que deram a cara pela defesa de uma ideia legítima.

António Daniel

03 outubro 2012

Centro Unesco e a Memória Colectiva de Fafe




No início de 2011, em tempo recorde, uma das salas da Casa Municipal de Cultura foi adaptada para instalar um polo do Centro UNESCO da Memória e Identidade.Pouco tempo depois, em 24 de Março, teve lugar a assinatura de um protocolo entre o Município de Fafe e a Comissão Nacional da UNESCO.“A identidade defende-se muito através da memória do património imaterial”, considerou o embaixador Fernando Adresen Guimarães, destacando as “vantagens de trabalhar em rede”.O vereador da cultura local, Pompeu Martins sublinhou, na altura: “Todo o trabalho vai ser realizado com o envolvimento de parceiros locais, incluindo Escolas, Associações Culturais e Juntas de Freguesia”. O vereador afirmou ainda que vai continuar a apostar na cultura, frisando que o investimento na rede de equipamentos de qualidade do concelho “pode ser muito mais eficiente se for acrescentado o trabalho que se espera agora do Centro UNESCO”.“No final do ano, contamos já ter algum material em resultado do trabalho realizado para o podermos disponibilizar às pessoas”, realçou o responsável político pela cultura fafense.Passado mais de ano e meio da sua criação o Centro UNESCO de Fafe praticamente não se mostrou. O público não conhece o trabalho já desenvolvido. À excepção de um encontro nacional realizado em Fafe no final de 2011, poucos terão conhecimento da actividade deste Centro.Se o objectivo era envolver a comunidade, muito mal têm andado os responsáveis. O Centro UNESCO local faz lembrar uma organização “clandestina”, uma “elite” que, alegadamente, nada produziu de importante.Na Internet resume-se a uma página no Facebook de grupo fechado! Aparentemente temos em Fafe mais uma organização inoperante que ainda não mostrou, ao grande público, resultados dignos de registo.O mesmo será dizer que uma parte do nosso património cultural continuaria sem “identificação”, não fosse a actividade de uma associação que, mesmo sem meios materiais, supostamente “discriminada” pelo poder político local, com a carolice de um punhado de amantes desta Terra, tem desenvolvido trabalho, tem mostrado publicamente a sua actividade, pela Internet na imprensa e em variadas realizações. A Atriumemoria tem um acervo de milhares de espécies que são um importante contributo para o resgate da memória colectiva fafense. Tem manifestado a sua preocupação pelo actual estado do nosso património, divulgando-o e procurando preservá-lo. A Atriumemoria é uma organização independente sem credo e apartidária, cujo objectivo principal é garantir um “futuro com passado”, legando aos vindouros toda uma memória colectiva que é a identidade histórica desta Terra que foi de Montelongo.

Jesus Martinho

01 outubro 2012

Outubro



Em Destaque:
Luís Represas e João Gil
Cine Teatro de Fafe
Dia 13, 21:30h

História:
Apresentação da obra "A Primeira República em Fafe - Elementos para a sua História" de Artur Coimbra, Daniel Bastos e Artur Magalhães Leite.
Salão Nobre do Cine Teatro de Fafe
Dia 12, 21:30h

Artes Plásticas:
Abertura da Exposição de pintura "Pré-Textos In-Conscientes" de Orlando Pompeu
Casa da Cultura, Biblioteca e Cine Teatro
Dia 13, 16h

Magia:
"Fora do Baralho" de Mário Daniel
Cine Teatro de Fafe
Dia 27, 21:30h