31 outubro 2013

Valter Lobo no Vila Flor

Com o seu EP de estreia, “Inverno”, um disco de emoções à flor da pele, Valter Lobo promete tomar conta do palco do Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor.
O projeto musical de Valter Lobo não poderia ser mais pessoal. Advogado de causas perdidas. Músico de sala-de-estar. Desiludido com muitas coisas, iludido com tantas mais. Quando há tanto para dizer e se caminha em cima de sonhos, a música e as palavras surgem naturalmente. Em abril de 2012, através de uma Edição de Autor, apresentou o seu primeiro EP, “Inverno”, que o atirou para as playlists dos principais programas de autor das rádios nacionais e despertou o interesse de revistas da especialidade considerando-o uma verdadeira promessa no panorama da música portuguesa nacional. A identidade imposta, aliada à temática e sonoridade das canções dão toda uma coerência a este trabalho, que não se trata de uma ficção, mas de uma impressão. A integração na coletânea dos Novos Talentos Fnac 2012 e a participação no Festival Novos Talentos vieram consagrar este primeiro “Inverno” e comprovar que Valter Lobo é um artista a não perder de vista.

Sábado, dia 2, às 24H00
Bilhetes: 3 Eur

In www.ccvf.pt

24 outubro 2013

21 outubro 2013

Esmiuçando as Pândegas Eleições de Fafe

Fafe deve estar uma terra muita perigosa. Percebe-se o medo que as pessoas têm de porem o nome nas pedras que atiram. E atiram muito e à seja ceguinho. O Café Avenida já não é o que era, do Peludo do pé rapado resta o sítio, parece que já não há cavaqueiras, tertúlias, conspirações da velha escola, coragem e honradez. Em Cima da Arcada dar-se-ão com certeza uns peidos valentes, mas pela boca ninguém diz o que pensa. Diz-se mal na Internet, é a modernidade, mas sob anonimato. A opinião política fafense é maneta. Já nem é caso de se atirar a pedra e esconder a mão. Não há mão: os insultos sem assinatura são geralmente tão palermas que só podem ter sido arremessados pelas orelhas. E os "anónimos" escrevem e dizem "eu". Eu, quem? Afinal não é medo, é cobardia.
Mas há uma parte nisto que eu compreendo: em localidades assim pequenas jogam-se muitos empregos quando há eleições. Há quem meta a viola no saco com receio de perder a mama e, nas hostes em frente, outros ficam caladinhos como ratos a ver se desta vez é que lhes calha a abébia. Nunca se sabe para que lado é que a coisa vai cair, não é? Isto passa-se em Fafe, que eu bem vejo, até os donos de blogues habitualmente tão politicamente interventivos fecharam para obras, porque deus e o diabo existe quem creia que sejam a mesma coisa. Ficou o silêncio. O tabu. E deus e o diabo não são a mesma coisa, é preciso que se note.
Portanto vou eu falar do assunto. Chamo-me Hernâni Von Doellinger, sou Bomba, número de identificação civil 03629731 e número de contribuinte 101363109. Estou à vontade. Sou fafense mas não moro em Fafe e tenho seis empregos, cada um deles a render-me acima dos dois mil euros e todos sem possibilidade legal de cortes, o que me garante uma independência e um desafogo financeiro que tomaram muitos. Mesmo os que foram apenas depositantes do BPN.
E vamos falar primeiro dos candidatos à presidência da Câmara, que, se não me engano, eram apenas três: o médico da minha mãe, o filho do Dr. Parcídio e o filho da Nicinha. Os três juntos estão tão preparados para o cargo como eu estou pronto para ser solista de trombone de varas na Filarmónica de Berlim. Entenda-se: isto dos presidentes de câmara e dos solistas de trombone de varas é como os melões - depois de aberto, um dos outros três até pode vir a dar alguma coisa, eu é que não. Eu só sei tocar campainhas de porta.
Dia 29 de Setembro: a eleição resultou praticamente num empate. E deu merda. Deu merda principalmente por causa dos marretas que as forças políticas concorrentes mandaram para as mesas de voto com ordens expressas para tratarem da respectiva trafulhice, cada qual para tratar da trafulhice dos seus, e com o dia pago. Trafulhice? Bagatelas, pequenos truques de ilusionismo, alguns até bastante ingénuos, e que geralmente acabam por anular-se entre si e não dão caso. Deram desta vez. Ignoro se houve má-fé, sei que houve incompetência. São todos culpados, e, antes de todos, os capos atrás dos candidatos de carregar pela boca. Quem não tem culpa é o povo, que está à espera de um presidente de câmara que não há meio de se apresentar ao serviço.
A eleição caiu para o PS. Os Independentes recorreram e estão no seu direito. A margem de vitória é tão mínima, as trapalhadas em eleições, sobretudo nas autárquicas, são tantas, que se impõe uma aclaração. As recontagens de votos, as repetições de eleições estão previstas, fazem parte do jogo político. Não é secretaria, é democracia. Imaginem o que não se estaria a passar em Fafe se o PS tivesse perdido por 17 votos...
Acompanho Fafe sobretudo daqui, deste teclado. Admito que não seja o melhor ponto de observação, mas creio que sei da vida e da política o suficiente para perceber razoavelmente o que se passa na minha terra. Se me provarem que não, amocho, que remédio. Hoje fico-me por aqui. Mas espero voltar proximamente ao assunto, uma, duas ou três vezes, se calhar mais, ainda não sei. Se lhes interessa, conto falar, com algum pormenor, sobre os três estarolas desta eleição - repito, o médico da minha mãe, o filho do Dr. Parcídio e o filho da Nicinha - e até vou indicar o meu candidato para as autárquicas de daqui a quatro anos. Se então ainda houver Portugal.

Texto e foto: Hernâni Von Doellinger
www.tarranego.blogspot.com

16 outubro 2013

Recontagem dá Vitória ao PS

A nova assembleia de apuramento geral referente às eleições autárquicas em Fafe, ordenada pelo Tribunal Constitucional (TC), confirmou a vitória do PS, com 17 votos de vantagem, informou hoje à Lusa o candidato socialista.
No entanto, a candidatura Independentes por Fafe, que ficou em segundo lugar, já garantiu que vai levar o caso novamente ao TC, considerando haver ainda "uma série de votos que suscitam sérias dúvidas".
A recontagem dos votos de 12 secções do concelho traduziu-se numa "autêntica maratona", já que começou ao início da manhã de terça-feira, foi interrompido perto das 03:00 de hoje, recomeçou ao início da manhã e só terminou esta tarde. Mesmo assim, a ata da assembleia só será assinada na quinta-feira.
Esta recontagem foi ordenada pelo TC após recurso interposto pela lista Independentes por Fafe, que diz ter detetado "muitas e grandes" irregularidades no decorrer da primeira assembleia de apuramento geral, tendo mesmo apelidado o ato eleitoral de "chapelada".
Em comunicado hoje emitido, a candidatura socialista sublinhou que, "tal como acontecera com o acórdão do TC, também a [nova] assembleia [de apuramento geral] não registou nem detetou qualquer ato fraudulento ou vigarice, como alguns, irresponsavelmente, afirmaram sobre o ato eleitoral do dia 29".
"Desejamos que, assim, se ponha termo a um ambiente de instabilidade e manipulação doentia em torno do ato eleitoral", acrescenta o comunicado, destacando que as eleições decorreram de forma "tão organizada, ordeira, livre e justa" como nos outros concelhos do país.
Para os socialistas, "a diferença esteve apenas no resultado e na obsessão de alguns por uma vitória que não alcançaram".
Os Independentes por Fafe já afirmaram que não querem ganhar as eleições "na secretaria", mas acrescentaram que farão tudo o que estiver ao seu alcance para garantir a transparência das eleições.
Garantiram que vão levar o caso novamente até ao TC.
Na primeira assembleia de apuramento geral, o PS foi dado como vencedor da Câmara, com 20 votos de vantagem em relação aos Independentes por Fafe.
O candidato socialista, Raul Cunha, disse à Lusa que a tomada de posse está, em princípio, pensada para 26 de outubro, mas admitiu que a data poderá ser alterada, "se continuarem os recursos dilatórios" da lista opositora.

Fonte: www.lusa.pt 

08 outubro 2013

Ainda os Resultados destas Autárquicas 2013

Desde a noite das eleições que muito se tem dito e escrito sobre este tema. Umas coisas bem outras, infelizmente, mal ou muito mal.
Os resultados da noite de 29 de Setembro dão uma vitória ao PS. Estes resultados foram confirmados pela Assembleia de Apuramento Geral (AAG) que funcionou durante todo o dia de terça-feira.
A diferença está, de momento e no que diz respeito à Câmara Municipal, em 20 votos.
O problema reside, precisamente, nesta diminuta distância.
Os Independentes por Fafe (IPF) foram para a AAG com o intuito, natural direi eu, de conseguir uma recontagem de votos, situação aconselhável atendendo a uma diferença tão pequena no resultado.
Estranhamente, e nada em contrário poderá, factualmente, ser acrescentado ao verificado, esta não foi a vontade da AAG.
Como podia esta AAG, constituída por 9 elementos (em que apenas 8 têm direito a voto) ser imparcial se metade destes elementos, 4 representantes de mesas de voto do concelho, foram “sorteados” pelo Presidente da Câmara Municipal, sem que os mandatários de todas as candidaturas tivessem estado presentes? Isto, para memória futura, é um facto!
Esta AAG detectou um conjunto elevado de irregularidades, umas mais graves que outras. Realçaria a falta de junção dos votos nulos em alguns dos envelopes contendo os elementos enviados das diferentes assembleia de voto, e a inexistência, na acta de apuramento eleitoral de uma das mesas de Arões de S. Romão, de qualquer referência aos resultados eleitorais aí verificados. Isto também são factos!
Esta situação impede que a AAG cumpra duas das suas obrigações (previstas no artigo 146º da Lei eleitoral dos órgãos das autarquias locais – Lei Orgânica nº 1/2001, de 14 de Agosto): a verificação dos números totais de votos em branco e de votos nulos; e a verificação dos números totais de votos obtidos por cada lista (perceba-se que não havendo resultados na acta de Arões, e uma vez que os votos não são enviados para a AAG, esta não consegue cumprir a sua obrigação).
Expostos os factos, falta explicar como foi possível à AAG concluir o apuramento. O Sr. Procurador da República, técnico bem preparado e que parecia antecipar os problemas que iam surgindo, sugeriu que os votos nulos fossem dados como sem relevância para os resultados, e que o apuramento de Arões fosse feito com base nos rascunhos de contagem. Postas as propostas a votação, foram aprovadas…
Então e o dever de confirmar os votos nulos?
Então e a recontagem que resulta da inexistência de resultados?
Nem isso foi permitido! E não pensem que não esteve proposto. Esteve. E logo por sua Excelência o Sr. Dr. Juiz, que preside à AAG, e que o solicitou logo que verificou que os votos nulos (entretanto chegados à AAG, vindos da Câmara Municipal), na primeira mesa de voto em que a verificação era necessária, eram mais do que os registados e estavam misturados com os votos do PS.
O Sr. Procurador fez um requerimento e a situação foi bloqueada…
Porque não se fez a recontagem, acabando com as dúvidas? Posto isto, resta-nos aguardar pela decisão do Tribunal Constitucional.
Finalmente, porque me perturba a falácia da argumentação do mau perder do candidato dos IPF, deixem-me chamar a atenção para os seguintes factos: o candidato, agora acusado, é o mesmo que ganhou, sendo eleito, em 1989 e 1993, e que perdeu, mesmo sendo eleito, em 1997, 2005 e 2009. Nunca, nessas ocasiões, lhe ouviram um comentário indevido ou manifestação incorrecta. Será que 5 mandatos não chegarão para atestar do carácter de alguém?

Miguel Summavielle

06 outubro 2013

Promover e Viver a Cultura é uma Obrigação de Todos Nós...


Numa das minhas caminhadas pela cidade de Fafe, terra que me fascina pela sua grandiosidade humana, paisagem, casario, história, tradições e sentido hospitaleiro, encontrei um velho amigo que, e a partir da nossa conversa atenta e demorada, me fez olhar bem longe e partilhar com ele o que eu gostaria de ajudar a promover, culturalmente, em Fafe, nos próximos tempos. A tarde com alguma chuva e uma certa neblina não muito incomodativa, levou-nos até ao Café Arcada e colocou-nos à vontade. Dois cafés, um para cada um, claro está, foram o princípio de tudo. Depois foi falar, confidenciar e partilhar vivências. O que eu vou contar ao amigo leitor é apenas uma pequena parte do montão de palavras que utilizamos.
Todos nós sabemos que em Fafe há uma grande dinâmica cultural, graças ao engenho, visão e capacidade organizativa das nossas associações, instituições, freguesias e município. Não admira, por isso, que esta terra tenha sido, ao longo dos anos, palco de iniciativas culturais de relevo. Ora bem, se assim é, e principalmente quando a alma fafense se une em torno de causas maiores, tudo vai mais longe e as flores não precisam da primavera para florescer.
Depois de assuntos variados e como que introdutórios, a dada altura, uma pergunta mais direta do meu companheiro de mesa, fez com que eu parasse um pouco para pensar, para, logo de seguida, lhe responder com bastante convicção. O que ele me perguntou, de uma forma tão afouta e intencional, fez com que eu sorrisse um pouco e decorasse toda a frase, pormenor que nem sempre acontece.
“- Ó Carlos, quais são as iniciativas culturais que este ano ou no próximo gostarias de organizar?”
E eu respondi:
“- Meu amigo, como tu sabes, a minha forma de ver a cultura e o fervor com que me apego ao seu significado, conduzem-me, constantemente, por águas não muito profundas, águas que não me impedem de passar de um lado para o outro de quaisquer margens.
O ser membro efetivo de algumas associações do concelho e relacionar-me bem com as outras, o ser professor de alunos empenhados e tão sonhadores como eu e o partilhar anseios culturais com muitos amigos com quem privo todos os dias, como é o teu caso, fazem com que te diga de viva voz o que te quero, desde já dizer.
Eu sei que alguns eventos serão mais viáveis de concretizar do que outros, devido a muitas circunstâncias, mas como é só para de dizer o que gostaria de fazer e mais nada, aqui vai:
- organizar uma antologia literária dos escritores fafenses; promover eventos centrados em autores da nossa terra; criar uma revista cultural alinhada com os interesses culturais fafenses; favorecer um concurso de poesia entre escolas; fazer das Jornadas Literárias de Fafe um marco literário regional e nacional; dar asas a Fafe dos Brasileiros (inspirado no nosso saudoso Miguel Monteiro), em que a nossa etnografia e memórias fizessem com que o sol da cultura aquecesse todo o concelho e trouxesse muitos milhares de visitantes a Fafe, situação ideal para revitalizar espaços materiais e imateriais; dar a azo a que o roteiro camiliano (Camilo Castelo Branco) se materializasse de vez e os caminhos por onde o escritor andou ganhassem mais vida; contribuir positivamente para que em Fafe de definisse um programa cultural geral e comum, que desse oportunidades iguais a todos a associações e demais agentes culturais do concelho e …
- Não achas que estás a exagerar? Como é que achas que conseguirias ir tão longe? Onde é que arranjarias tempo e forças para tanta coisa? Quem é que alinharia nesse teu montão de vontades? – argumentou o meu parceiro de conversa, impedindo, assim, de eu continuasse a desfiar o meu rosário de iniciativas sonhadas e ansiadas.
- Sei lá – respondi eu, depois de pensar um pouco. - Bem, pelo menos podíamos concretizar algumas destas ações, bastando apenas a vontade e o acreditar das forças vivas do nosso concelho, e um grande espírito de união e força. E como tu já viste nos anos anteriores, em alguns momentos, isso foi possível…
- Na verdade …”
A nossa conversa à mesa do Café Arcada ainda continuou por mais algum tempo, mas vou ficar por aqui, porque o meu querido leitor, com certeza, tem mais que fazer. No entanto, só um pedido sincero, Leiam outra vez o que eu acabei de escrever e reflitam na mensagem que podem deduzir da ousadia destas minhas palavras… Afinal, o sonho é o princípio de tudo, principalmente quando se mora numa terra que ama a cultura e em que a paisagem que a decorra é da mesma cor da esperança…

Carlos Afonso

04 outubro 2013

José Ribeiro - Mensagem de Despedida


“Ao terminar este mandato e a minha função de Presidente de Câmara, quero agradecer aos funcionários municipais que comigo trabalharam e ajudaram a desenvolver a nossa terra; a todos os eleitos, nas Juntas de Freguesia e na Assembleia Municipal e, em particular, aos que comigo participaram nos diferentes executivos, sempre com o maior empenho, dedicação e espírito de missão e, dentro destes, aos que integraram as minhas equipas e do PS, pela generosidade, empenho, dedicação, disponibilidade e lealdade com que o fizeram.
Todos contribuímos, à nossa maneira, para que o nosso concelho esteja hoje, inquestionavelmente, mais desenvolvido e mais solidário.
Eu, que servi Fafe, em exclusividade, durante 32 anos, sendo 16 como Presidente, tive um enorme prazer em fazê-lo, porque sempre o fiz com gosto, empenho, espírito de missão, com preocupações de justiça, social, honestidade e rigor.
Não fiz tudo, ninguém nunca faz tudo o que quer ou gostaria, mas tenho a consciência que dei de mim tudo o que tinha, até o que não tinha, a favor de Fafe e dos Fafenses.
Errei, como todos erramos, mas de forma involuntária, não intencional, mas sempre na procura da maior justiça social e da decisão mais correta.
Agradeço a todo o povo de Fafe que me proporcionou, com o seu voto, este prazer e satisfação de ter ajudado a minha terra a crescer e desenvolver-se, que me deu sempre a confiança, o caminho e a força para vencer as adversidades. Que me permitiu fazer o que mais gostaria de ter feito na minha vida – servir o interesse público, prestar serviço público.
Volto à minha condição de cidadão responsável, interessado e atento e, nesta condição, irei continuar a dar o meu contributo, como é meu dever de cidadão, para manter o progresso, o desenvolvimento e o bem-estar do nosso povo.
Felicidades para os que vão assumir responsabilidades autárquicas futuras.
Viva Fafe!
Vivam os Fafenses!

José Ribeiro”

In www.cm-fafe.pt
Foto: Notícias de Fafe