27 abril 2013

A Máquina Escura do PS Fafe Versus Paciente Fafense



No dia 24 de Abril, realizou-se o jantar de comemoração do “25 de Abril” no Multiusos.
A minha relatora refere que a logística este ano incluiu máquina de filmar, projecção de imagens, speaker, …
Ansiedade inicial do jantar, «o Antero Barbosa, vem? Ainda é militante e vereador socialista!!!»
Antero Barbosa apareceu. Sorrisos, abraços, alívio, ansiedade, mas também ranger de dentes.
Certamente que, se não viesse, toda a logística montada não serviria para nada, pois no meu entender a mesma estava ali, apenas, para registar, propagandear e filmar Antero Barbosa no cumprimento (abraço) ao Candidato do PS.
Mas, mais do que isso, sentaram Antero Barbosa ao lado do Candidato do PS, para no final, ao som da Grândola Vila Morena, serem embalados no tom da música, momento devidamente registado em imagens.
Desconheço as pressões, mas acredito terem sido muitas e a todos os níveis, uma vez que um amigo me disse nesse dia de manhã que Antero Barbosa não ia ao Jantar.
Percebo as razões, dado que ele ainda é militante, no entanto não vejo mal algum!!!
Mas a «máquina escura» e «viciada» regista estes momentos, projecta-os, esta é a forma rude, traiçoeira (a chamada esperteza saloia) e talvez a última ratoeira, que visa usar a bondade, a humildade, o bom senso e a paciência da pessoa em causa.
Essas imagens não serão inocentes, usadas e captadas em vão, é um velho truque! Servirão, certamente, para combater o desespero dos responsáveis socialistas que nos discursos alusivos ao 25 de Abril, disseram:
(Laurentino Dias)  - Perguntem-me se estou zangado.
Ninguém perguntou e ele disse:
 - Estou zangado!
(Raúl Cunha) - O bastonário da ordem dos médicos disse-me que meu presidente é um tipo decente.
(José Ribeiro) - Até agora, ainda não me zanguei, mas daqui para a frente quem não colaborar, vou – me zangar.
Isto num 25 de Abril!!!
Aplausos, que saudades deles, e nem o grito de força … PS… PS… PS, pouco correspondido, deu ânimo à festa, que em muito poupou a voz ao speaker.
Já que a festa foi frouxa, embora com bastantes pessoas, restará usar as imagens do paciente fafense, leia-se Antero Barbosa, captado pela «Máquina Escura», no abraço e na Grândola, para criar um ambiente de união. É um símbolo político e um velho truque de bastidores…
Mais uma vez, para não iludir os desiludidos, fica a imagem de Antero Barbosa, em discurso livre de 25 de Abril com os cravos vermelhos. As restantes imagens, a ver vamos de que forma instrumentalizada as mesmas serão usadas em mais um velho truque de bastidores. Para tal, não deixo de partilhar esta informação e aprovar o slogan, não meu, mas conhecido “UM POVO BEM INFORMADO JAMAIS SERÁ ENGANADO”
Antero Barbosa, quanto mais te batem, mais gostam e admiram a tua paciência e resistência.

Pedro Almeida

Nota: Paciente Fafense, recorda-me o filme Paciente Inglês, em que o actor depois de sofrer várias queimaduras, consegue narrar o seu amor correspondido, enquanto recebia os cuidados de uma enfermeira. A semelhança, neste caso, é que apesar de sofrer vários ataques e ratoeiras, continua a receber os carinhos, a gratidão das pessoas.

23 abril 2013

Rio Vizela: Da Nascente à Foz



Durante vários dias do final de 1990 e princípios do ano seguinte, um grupo de vizelenses constituído por Júlio César Ferreira, Vítor Couto, Armando Vaz, José Pedro Marques e Manuel Mendes Marques - percorreu os 40 kms de extensão do Rio Vizela desde a sua nascente (Fafe) até à foz (Caniços), munidos de máquinas fotográficas de rolos e de uma primitiva máquina de filmar.
O filme e as fotos foram exibidos em várias escolas dos concelhos (Fafe, Guimarães, Felgueiras, Vizela e Santo Tirso) por onde passa o rio Vizela e deram lugar a outras exposições. Hoje o percurso está algo diferente, até porque já conta com a barragem de Queimadela, em Fafe.
E porque a Internet só surgiu muito mais tarde, esta é a primeira vez que este filme entra na rede. Para ver com tempo!!

Fonte: www.digitaldevizela.com

19 abril 2013

IV Jornadas Literárias


IV JORNADAS LITERÁRIAS DE FAFE

19.04
15:00h - Espaço da bandeira - Praça 25 de Abril
21:30h - Espetáculo de abertura das Jornadas «Mala de cartão» - Pavilhão Multiusos
                                                                                             
20.04
15:00h - «Viagens na cidade» - Jardins, Casas apalaçadas...
21:30h - Espetáculo Musical «Nos sons da Terra e do Mar» - Teatro-Cinema
               
22.04
«A terra e o mar» - Comemoração da descoberta do Brasil: relembrar o acontecimento - Escolas e Museus
21:00h - Apresentação do Livro Rimando por cá de Joaquim Barbosa - Casa da Cultura de Fafe

23.04
Dia mundial do Livro - «Viagem à volta dos livros» - Escolas, Bibliotecas e Livrarias da Cidade
21:00h - Apresentação do livro «Originalidade, Tensão Dramática em José Régio (do texto à narrativa)»  de Maria Isabel Pinto Bastos – Biblioteca Municipal de Fafe

24.04
21:30h - «Diz-lhes Que Não Falarei Nem Que Me Matem» - TeatroCinema

25.04
«Sentir a Liberdade» – marcha da Liberdade - São Gens, Quinchães e Antime

26.04
18:00h - Inauguração de exposição das crianças «Fafe dos Brasileiros, um outro olhar» - Casa da Cultura
20:30h - Abertura da mostra «Viagens pela nossa terra» e Passeio Público - Centro da cidade
21:00h - «Achamento do Brasil» - Recriação histórica - Centro da cidade
21:30h - «Receção aos Brasileiros Torna-Viagem» - Baile de Época – Salão Nobre do Teatro-Cinema

27.04
11:00h - «Memórias da Vila» - Centro da cidade
11:00h - Passeio de Bicicletas Antigas - Ruas da Cidade
15:00h - Parque Temático de Jogos tradicionais - Arcada/Jardim do Calvário
19:00h - «Festa Fafense» - Centro da cidade
22:00h - «Com Fafe Ninguém Fanfe» - Recriação histórica - Centro da cidade

28.04
11:30h - Apresentação da Confraria da Vitela Assada à moda de Fafe - Restaurantes de Fafe
13:00h - «Memórias da Vila» - Centro da cidade
14:15h - Recriação histórica «1913: Os “novos” Paços do Concelho» - Centro da cidade
15:00h - Mostra etnográfica «A memória e a gente: o Património» - Centro da cidade
20:00h - «A minha terra é formosa…» - Centro da cidade (Hino de Fafe)

O programa completo e imagens podem ser vistos na página eletrónica: www.jornadasliterariasdefafe.com.

16 abril 2013

Artesanato Fafense Inspira Projetos


“Palea Mater” e “Palea Nostra” constituem os projetos que os Alunos de Design do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) desenvolveram, inspirados no artesanato da palha, em parceria com a Câmara Municipal de Fafe e com a Comunidade Intermunicipal do Ave.
Tendo como suporte material e premissa quer a cultura da palha de centeio e a sua importância para a cultura fafense e para a cultura minhota onde o Politécnico de Viana se insere, quer a forte tradição de criar projetos capazes de fomentar ligações e interações com o território, “Palea Mater” e Palea Nostra” pretendem qualificar este processo criativo, oferecendo uma outra valorização da sua realidade e também uma identidade renovada.
O resultado destes projetos, “Palea Mater”, de Design do Produto, e “Palea Nostra”, de Design de Ambientes, vão ser agora exibidos ao público, numa exposição que será inaugurada já na próxima semana, dia 19 de abril, em Fafe, no espaço do Cine Teatro, às 16h00.
Segundo Ermanno Aparo, Coordenador da Licenciatura em Design do Produto do IPVC e um dos Docentes orientadores do projeto, “esta exposição é uma ocasião para proporcionar contactos entre os "Decision Makers" locais e a criatividade projetual do IPVC, dando asas a alguns projetos e ao mesmo tempo demonstrando como a projetualidade do IPVC representa um agente incontornável para o desenvolvimento local”.
“Pretende-se demonstrar que o design pode estimular um processo ancestral, como a técnica da palha de Fafe, transformando-o e levando-o a assumir novas aparências, num processo sempre renovável e reivindicando a sua existência num novo quadro contextual” explica a propósito do “Palea Mater” Liliana Soares, Docente responsável pelo projeto protocolar “Palea Mater”. “Na segunda parte deste trabalho apresentamos os argumentos de que a técnica da palha de Fafe poderá alcançar uma nova existência, se for pensada em ligação quer com a Academia, quer com a realidade empresarial, atuando de acordo com as constrições do design atual”, acrescentou ainda.
“Como resultado, a exploração do conceito da palha nestes projetos orienta-se para a sua aplicação em quatro âmbitos temáticos, como para acessórios de moda, acessórios domésticos, no packaging para gastronomia e nos brinquedos para crianças” revela Helena Santos-Rodrigues, igualmente Docente orientadora do projeto.
Já o “Palea Nostra” foi desenvolvido com o intuito de “valorizar um produto do artesanato local, o Chapéu de Palha de Fafe, através de um registo monográfico dessa realidade, com antecedentes na tradição material dessa comunidade”, explica José da Cruz Lopes, Coordenador da Licenciatura em Design de Ambientes do Politécnico de Viana, a propósito do projeto desenvolvido pelos alunos de Design de Ambientes, no âmbito da Unidade Curricular “Material Vegetal”.
Assim, o curso, exibirá uma “exposição dos painéis temáticos realizados pelos alunos de Design de Ambientes”, refere o Docente, “documentos esses que exprimem uma síntese e amostra de dados face ao universo identitário das conhecidas «chapeleiras de Fafe», sujeitos ativos da sua paisagem cultural”, salienta José da Cruz Lopes.
Serão cinco as temáticas propostas e apresentadas na inauguração da exposição avança o Docente, ”o território e a paisagem (interpretação da extensão dos campos de cultivo do cereal no quadro da paisagem como suporte de recursos biofísicos); o centeio (a planta do centeio e o seu ciclo cultural); a palha (caraterísticas da palha de centeio; processo tradicional de fenação; a tradição e a cultura (levantamento das tradições associadas à cultura do centeio); questões sociais atuais (a realidade social da (e)migração e o quadro de vida económico do artesão de hoje).”
A metodologia utilizada incluiu visitas ao local e entrevistas a agentes locais, registo fotográfico e pesquisa bibliográfica/documental. Os resultados produzidos pelos grupos de trabalho serão agora apresentados em formato poster, incluindo conteúdos iconográficos e de ordem (carto)gráfica.
No final, este projeto académico e temático será metodologicamente materializado por um estudo-caso e em versão de monografia local.

In www.cienciapt.net

09 abril 2013

A verdade é leve como a brisa que a transporta!



Eugénio Marinho insurgiu-se há dias no seu facebook contra “o falso progenitor” das jornadas literárias e passo a citar: “colaram-se às jornadas literárias, os incompetentes da Câmara e agora querem fazer delas um "filho que nunca geraram". A resposta não se fez tardar, veiculada pela mesma via e pelo “suspeito” do costume, aquele que de há muito se ideava dono da “cultura”, dono da história local e outras tantas vezes dono da verdade!
Sem grande estranheza, a resposta veio no estilo que já lhe conhecemos, aparatoso e rutilante, mas que lá no fundo transparecia um “bramido de revolta”, de um homem de orgulho ferido, talvez por tão grande feito não ter partido da sua criação…
E todos se confundiram, os redatores, os insurgentes e de certo modo até os fafenses! Escreveu-se muito e disse-se tão pouco! A verdade quase ficou ofuscada no meio da poeira que se criou…
Mas a verdade, essa, é leve como a brisa que a transporta e o verdadeiro “pai” (leia-se Carlos Afonso) repôs no seu blog a verdade, num tom agradável e apaziguador, dividiu a conceção que todos sabemos ter sido sua, com todos os fafenses, num gesto sensato e humilde de quem age desinteressado.
Concluo, afirmando que o Município de Fafe será por certo um parceiro importante, como tantos outros, mas parceiro jamais será progenitor!
«Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.»

Miguel Correia

06 abril 2013

Para o Ano Há Mais

O regresso do Rally de Portugal a Fafe nos próximos anos é quase uma certeza !!

Foto: www.autosport.sapo.pt

05 abril 2013

Todos os Caminhos Vão Dar a Fafe


Realiza-se amanhã a segunda edição do WRC Fafe Rali Sprint, um evento que a exemplo do ano passado se espera que reúna largas dezenas de milhares de espectadores. Por isso, e dado que Fafe é por um dia a capital mundial dos ralis, há que saber lá chegar em segurança.
A primeira nota vai para o facto da auto estrada A7 ter passado a ser a melhor alternativa para chegar a Fafe, já que o mau tempo que se fez sentir na passada terça-feira na região Norte do País, em particular na zona de Guimarães, provocou vários danos, entre eles uma derrocada de dimensões significativas que cortou as quatro faixas do IC5 que é, em conjunto com a EN 206, a principal a estrada que faz a ligação entre Guimarães e Fafe, palco do WRC Fafe Rally Sprint.
Para contornar os constrangimentos de acessos provocados pelo aluimento de terras, a Câmara Municipal de Fafe e o Automóvel Club de Portugal sugerem a todos aqueles que venham da faixa litoral com destino ao troço Fafe/Lameirinha para assistirem à segunda edição do WRC Fafe Rally Sprint, que o façam utilizando a auto-estrada A7 até à saída de Fafe.
Para quem não pode deslocar-se à zona da Lameirinha, ficam aqui os horários das transmissões televisivas asseguradas pela RTP 2:
Assim, a primeira passagem estará no ar entre as 14h30 e as 15h10, a segunda entre as 15h45 e as 16h30 e a derradeira passagem tem início previsto para as 16h50 e fim marcado para as 17h35.

Fonte: www.autosport.sapo.pt

03 abril 2013

A Foto do Dia


Fonte: Jornal Público

02 abril 2013

Ensaio sobre a obra Ficar de Pompeu Miguel Martins


Sabem qual é a pior coisa que se pode dizer a alguém que escreve um livro? É dizer que escreve bem. Se aqui escrevesse que Pompeu escreve bem estaria a ser muito injusto. Quando se escreve um livro deve ter-se a pretensão de ir mais além. Escrever bem refere-se a estes textos que vamos publicando aqui no blogue. Um livro para ser editado tem de fugir deste estereótipo. Pompeu vai além disso!

Tive o gosto de comprar Ficar aquando da sua apresentação em Lisboa. Mais gosto tive depois de o ler. Estamos perante uma obra prima? Claro que não! As obras Primas são escritas aos noventa anos, caso se consiga lá chegar. Mas é um excelente livro.

Para já, uma característica técnica que facilmente se constata é a presença contínua da poesia na própria prosa. Cada frase esgota-se. Cada uma é um verso, cada palavra é sentida. E só no fim se dá a síntese. O livro ganha, assim, contornos muito próprios: o prazer associado a cada palavra.

O título parece guiar-nos para a essência da obra, mas não a sugere totalmente. É estabelecido antes disso um jogo de ir e voltar. O verbo «ficar», para Pompeu, é muito mais do que «ser». Embora o «ser», pela sua própria essência, se apresente num perpétuo movimento, o «ficar» é o desenlace desse movimento, é a causa final, a causa eficiente, por isso tem todo o sentido dizer «Tudo o que é vivo vive para ficar» (p.101). Uma espécie de «motor imóvel» que justifica a existência. Quase que apetece dizer que tudo tende para o seu lugar natural. Aqui reside o segredo existencial.

Efectivamente, Ficar é um tratado existencialista, não aquele que é comum conotar-se com o existencialismo ateu ou mesmo com o cristão. Pompeu surpreendeu-me. Estava à espera disso, de uma saída transcendente porque a presença teológica parece, aqui e ali, à espreita. Mas acaba por revelar, o que é arrepiante, que «vive-se com, Vive-se para. Vive-se porque» (p.101). A vida esgota-se nela mesma e o seu sentir corresponde à noção de que «Há momentos em que tudo é muito claro por ser genuíno. Por chegar na hora certa, por ser como deve ser sem imposições.» (p.88)
Quando descobrir a hora certa?

A hora certa é dada pelo tempo. Porém exige-se que se parta, não para qualquer lugar, mas para algo que nos sugira uma fuga, ali onde a fronteira do desconhecido se oculta e transparece. Istambul! Lá ganha-se forças perante o erotismo da vida, no que se quer mostrar ocultando-se. O prazer de viver advém disso mesmo porque «há um certo erotismo [...] nesse sentimento de fuga para fazer nascer o desejo de regressar com espanto e uma vontade muito maiores do que o que tínhamos assim que partimos. (pág. 10). O climax desse erotismo é alcançado quando há uma sincronização espacio-temporal, quando se dá a cisão entre espaço e tempo, quando o tempo alcança o seu lugar e quando o lugar é alcançado pelo tempo. Tal só é possível se vivermos intensamente a ingenuidade da criança, o voluntarismo do jovem e a sensatez do adulto. Mas é na velhice, através da constatação de que «o amor é o direito ao exílio que todos os seres viventes deveriam possuir» (pág.19), que sabemos tudo isso. Daí resulta a sábia ideia de que os «velhos são garantias». É o reencontro com o Largo, esse Largo de todos nós, fafenses.

António Daniel