29 maio 2010

Cine Teatro JUNHO

EM DESTAQUE: "O Homem de Escabeche", pela Companhia Seiva Trupe com Direcção/Encenação de António Feio e Interpretação de José Fidalgo e Joana Estrela (Dia 19)
Toda a programação em http://teatrocinefafe.blogspot.com

25 maio 2010

O "Parque" da Cidade

Já abordei aqui neste Blog importantes obras realizadas no nosso concelho que permitiram colmatar lacunas e que vieram melhorar a qualidade de vida dos fafenses. Obras contemporâneas e, sobretudo funcionais, como a Biblioteca Municipal ou o Cine Teatro, por exemplo. Obras que mereceram elogios da nossa comunidade e que tiveram grande destaque em revistas da especialidade. Obras em que o dinheiro dos nossos impostos foi bem gasto!
Não é o caso, certamente, do Parque da Cidade.
Na minha opinião, é o pior investimento dos executivos liderados por José Ribeiro.
O Parque da Cidade transformou-se num local sem brio, um amontoado de muros mesmo no centro da cidade que nada representam e que configuram a este espaço um aspecto nada digno. Pese embora algumas operações cosméticas, o Parque da Cidade é um erro estratégico que deveria ser assumido com total clareza. Um projecto inacabado, certamente, mas é um projecto que, como afirmou já o Presidente da Câmara, precisa de ser repensado.
Quando imagino um Parque da Cidade e, socorrendo-me dos exemplos que temos pelo nosso país, imagino um espaço verde, com muita natureza envolvente, um espaço que convida a passeios, a caminhadas, à prática desportiva ao ar livre. Por essa razão, aquilo que temos ali mesmo no centro da cidade não é um Parque.
É, talvez, um conjunto de obras como o Multiusos ou a Escola de Trânsito mas nunca um Parque.
Existem erros grosseiros naquele espaço. Os muros, a circulação automóvel, a ausência de espaços desportivos e radicais são disso exemplo.
Numa cidade que não abundam estes espaços, a criação destas obras naquele local iriam permitir a criação de uma nova centralidade, e o afluxo de jovens e menos jovens, "repovoando" o espaço, dando-lhe vida e dinamismo. Se pensarmos bem, quantos recintos gratuitos ao ar livre existem na nossa cidade em que seja possível a prática de futebol de rua, basquetebol, ténis, atletismo, desportos radicais, entre outros?!...
E, penso que não são obras assim tão dispendiosas comparativamente a um espaço em que foram gastos milhões e que ficou aquém dos anseios da população. Porque não lançar as obras mais importantes previstas para aquele espaço na zona onde será construído o novo Hospital, a nova Secundária e o novo Parque Municipal dos Desportos e deixar o Parque entregue aos cidadãos numa renovada e central zona verde e desportiva?!
Lanço apenas algumas sugestões neste "post" para os leitores darem a sua opinião porque, no fundo, o que mais me inquieta é que aquele espaço está assim inactivo à imensos anos e, desta vez, contrariamente ao Royal Center, a culpa não é dos tribunais, mas dos erros da nossa autarquia. E, embora hajam prioridades mais relevantes no nosso concelho para resolver, aquele espaço em nada dignifica a "Sala de Visitas do Minho".

Pedro Fernandes

P.S. - É lamentável que um Blog com esta qualidade, crítico mas construtivo, isento, plural e sem conotações políticas, em que os artigos de opinião são vistos e comentados por altos responsáveis do nosso concelho não tenha até este momento, no longo historial deste espaço, uma menção qualquer nos nossos jornais locais, ao contrário de outros.

21 maio 2010

O Associativismo


Por entender que se trata de uma proposta que muito dirá às centenas de dirigentes associativos do nosso Concelho, e por não ter visto divulgação adequada da sua aprovação, por unanimidade, na Assembleia Municipal, tomo a iniciativa de a publicitar.
Apresentada pelo Dr. Fernando Alves, membro do GCE “Independentes por Fafe”, na última Assembleia Municipal.

VOTO DE RECOMENDAÇÃO:
Considerandos:
Como é sabido, o movimento associativo local assume um papel importante no desenvolvimento do nosso concelho, para além de proporcionar bem-estar e relações de amizade entre os seus associados e a população em geral, contribui fortemente para uma sociedade mais participativa e interessada.
O movimento associativo presente no concelho de Fafe é responsável pela promoção de várias actividades, mobilizando uma parte significativa da nossa população.
As associações que existem no concelho de Fafe rondam a centena, desenvolvendo a sua actividade nas mais variadas áreas com predominância das associações de cultura, recreio e desporto.
Certo é, também, que muitas associações promovem encontros culturais e recreativos, bem como a realização de conferências e debates, contribuindo dessa forma para a formação dos cidadãos em diversas áreas, tornando-os mais activos e participantes.
Em determinadas circunstâncias as associações são o parceiro ideal da autarquia, muitas vezes substituindo esta, na promoção de vários eventos.

Texto da proposta:
Tendo em consideração que para além dos eternos problemas financeiros, um dos grandes problemas dos dirigentes associativos prende-se com a falta de conhecimento técnicos para tratar de várias questões inerentes à actividade das associações, como por exemplo: questões de constituição e legalização, questões de organização interna bem como o tratamento de matérias fiscais, contributivas e contabilísticas, assim como questões relacionadas com a obtenção de licenças para realização de espectáculos ou obtenção de fundos municipais.
Recomendamos ao Executivo Municipal que crie um serviço na sua estrutura que vise apoiar e auxiliar os dirigentes associativos na resolução das questões anteriormente suscitadas, criando para o efeito um gabinete próprio.
Este gabinete, constituído com recurso aos quadros do município, deverá ter um período de atendimento, pós laboral, em pelo menos dois dias por semana.
Este gabinete permitirá, por um lado, libertar os dirigentes associativos das tarefas burocráticas que muito tempo lhes ocupa e por outro permitirá ao Executivo Municipal impedir que as associações deslizem para situações pouco claras, na prossecução das suas actividades
Também permitirá, ao executivo municipal, se assim o entender, o controlo das verbas anualmente transferidas, para estas entidades sem fins lucrativos, que em 2009 totalizaram um montante aproximado de 2.000.000 euros
Este serviço não deve excluir, do seu campo de intervenção, a área de formação para dirigentes associativos.
Propomos à votação o texto anterior que, em caso de aprovação, deverá ser enviado ao Executivo Municipal na pessoa do seu Presidente.

Miguel Summavielle

17 maio 2010

Os 16 de Maio


Hoje é o dia 16 de Maio. Dia de feiras francas na minha terra. Durante a tarde andei pelo espaço da feira. Como por cá se diz: andei como um gaio. Ainda há velhos que se vestem usando fato com colete e chapéu, trazendo carinhosamente os netos ou bisnetos à feira e aos divertimentos. E isso tem um valor incalculável. Porque essas pessoas trazem para este tempo uma ideia e um sentimento que, a pouco e pouco, se desvanece. Mas para mim, que teimo em andar por aí a fascinar-me com estas coisas, porque também são as minhas coisas, é um sinal de alegria e de reencontro. Na verdade, olho estas pessoas como sempre as olhei: tão simplesmente os senhores que trazem os netos à feira de Maio. Nada mais do que isto. Mas isto, hoje, é tanto! Estes fafenses das feiras de Maio vêm à feira para serem felizes e deixar felizes os seus. E este é um grande sinal de futuro. Não vale de muito andarmos com grandes teorias sobre a modernidade e pós-modernidade das feiras. O que há de poético e de futuro nisto é ver que ainda nos sentimos bem uns com os outros no espaço da feira e gostamos de levar aos 16 de Maio os nossos e encontrar por lá, com ar satisfeito, os outros que andando assim também nos satisfazem.
No meu tempo de criança os 16 de Maio eram no Largo e os divertimentos na Feira Velha. Da minha varanda via-se tudo. Hoje, já assim não pode ser. A casa do Largo já não existe e dos que comigo moravam já só vive a minha mãe. Mas o milagre do dia é saber que na festa ainda não morremos, ainda continuamos todos vivos, pelo menos no sorriso, pelo menos no som das pessoas que é o som da alegria de um povo. E a alegria de um povo é um dos mais bonitos poemas que ainda ninguém escreveu de forma tão elevada, mas que o sabemos por dentro, nós fafenses, nós os que somos daqui como uma criança é de um pai e de uma mãe, como um Homem é para sempre de um lugar que o define e lhe mostra as fronteiras do risco, da liberdade, do dia que há-de vir e nos surpreenderá como nos surpreendiam a magia dos carrosséis de Maio, em Fafe, sendo pequeno o nosso coração, mas muito longa a promessa de que nunca deixaríamos a terra, a terra que significa chão, que significa sangue, que significa o que somos com o nosso único mundo, mesmo quando não estamos e aí só conseguimos ser a tão grandiosa saudade e o seu tão íntimo e sublime reconhecimento.

Texto retirado do blog "Máquina Royal",
Escrito por Pompeu Martins, a quem agradecemos a autorização para publicá-lo no BlogMontelongo

12 maio 2010

Literatura Fafense

Fafe possui um espólio bibliográfico interessante. São diversas as publicações editadas e patrocinadas sobretudo pela Câmara Municipal de Fafe ao longo dos tempos que dão relevo à nossa História mais recente, aos nossos Concidadãos que se foram destacando nas diversas áreas, ao Associativismo, à Religiosidade, à Educação, ao Desporto, entre outras.
Estas obras são fruto do trabalho de investigadores locais que importa realçar. Seria da mais elementar justiça mencionarmos todos eles mas nomes como Artur Coimbra, Aureliano Barata ou Miguel Monteiro destacam-se.
São nomes que ajudam a construir a nossa história, no fundo, a nossa identidade, o nosso presente e a lançar bases para o futuro.
Este Blog levou a cabo, no último mês, uma sondagem. A sondagem era escolher o melhor livro sobre Fafe. Com naturalidade, talvez o livro mais completo sobre o nosso concelho ("Fafe - A Terra e a Memória, de Artur Coimbra") saiu vencedor. No entanto, é injusto destacar algum livro quando existem diversos livros com muita qualidade sobre Fafe, nas mais diversas áreas.
Miguel Monteiro, por exemplo, foi o que mais tempo dedicou ao estudo do contributo dos "brasileiros" em Fafe, tendo lançado livros muito aprofundados sobre esta matéria. O Museu da Emigração ficou orfão do seu maior impulsionador.
A estes nomes referenciados, poderíamos juntar Miquelina Summavielle, José Emídio Lopes, Daniel Bastos, Cónego Leite Araújo, Artur Leite, Gonzaga da Silva, Sandra Gonçalves, Paula Nogueira, José Capela, José Carlos Gonçalves, entre muitos outros. Nomes que, através das suas investigações, contribuem para promover e estudar mais o nosso concelho. E é disso que precisamos nas mais diversas áreas.

07 maio 2010

Fafe e a 1ª Guerra Mundial

(Cerimónia do Dia Nacional do Combatente em Fafe)

No dia 9 de Abril o concelho de Fafe foi distinguido pelo Núcleo Regional de Braga da Liga dos Combatentes como palco oficial das cerimónias do “Dia Nacional do Combatente” “Aniversário da Batalha de La Lys”., dada a particularidade da cidade de Fafe possuir desde a década de 30 no coração urbano um monumento de homenagem aos Mortos da Grande Guerra.
Tratando-se de cerimónias imbuídas de profundo sentimento histórico dada a importância que teve a participação portuguesa na I Guerra Mundial, situação que então despoletou profundas consequências ao nível social, económico e político em Portugal, tive o prazer e honra de colaborar nestas cerimónias através de um trabalho que publiquei à uns anos sobre a participação de soldados de Fafe neste conflito, e que levou à colocação e descerramento de uma placa oficial evocativa deste período no monumento, e de uma pequena intervenção que proferi nesse dia.
Durante esse pequeno contributo e intervenção, tive então oportunidade de dar nota que a participação portuguesa na I Guerra Mundial levou à mobilização de vários soldados de Fafe para o conflito. Sendo que o conflito desenrolou-se essencialmente no palco europeu, o facto das antigas colónias portugueses confrontarem geograficamente com possessões germânicas, acarretou no confronto africano igualmente combates entre portugueses e alemães, dado que Portugal quando entrou no conflito em 1917 o fez ao lado da velha aliada Inglaterra.
Conhecida a ligação que Fafe mantêm com este conflito, através da participação do afamado republicano e oposicionista major Miguel Ferreira, aproveitei o ensejo na cerimónia, situação que reforço aqui, para dar conhecimento dos 15 soldados naturais do concelho de Fafe, que durante a I Guerra Mundial morreram em combate nos palcos militares europeu e africano, os quais aproveitava novamente para homenagear, e solicitar aos leitores que se porventura pelos apelidos conseguirem estabelecer alguma afinidade familiar com um actual descendente, agradecia que me pudessem contactar para dinamizar e perpetuar ainda mais a memória destes “Bravos Soldados de Fafe que deram a sua vida pela Pátria, pelo Direito, pela Liberdade, cooperando na Grande Guerra” (O Desforço, 1921):

Mortos em combate em França:
Paulino de Carvalho – natural da freguesia de Serafão, era filho de António Luiz de Carvalho;
João da Cunha – natural da freguesia de Quinchães, era filho de Bernardino da Cunha;
João Moreira – natural da freguesia de Serafão, era casado com Júlia Fernandes;
Fernando d’Oliveira Freitas – natural do lugar de S. Ovídio – freguesia de Fafe, era filho de Júlia Freitas;
Francisco Bastos – natural da freguesia de Moreira de Rei, era filho de Manuel de Bastos e de Rosa Mendes Salgado;
Zacarias Correia – natural da freguesia de Arões S. Romão, era filho de Manuel Correia e de Emília da Silva Peixoto;
Bernardino Ribeiro – natural da freguesia de S. Vicente de Passos, era filho de António Ribeiro d’Oliveira e de Tereza Fernandes
Rodrigo Gonçalves – natural da freguesia de S. Gens, era casado com Rosa Alves Ferreira,

Mortos em combate em África:
Manuel da Silva – natural da freguesia de Serafão, era filho de Joaquim da Costa;
Joaquim Domingues Teixeira – natural da freguesia de Várzea Cova, era casado com Silvina Rodrigues;
Joaquim Nogueira – natural da freguesia de Fafe, era casado com Emília Ferreira;
João Martins – natural da freguesia de Serafão, era filho de Casimiro Martins e de Maria Joaquina Fernandes,
Francisco Ribeiro – natural da freguesia de S. Gens, era filho de Joaquim Ribeiro e de Emília Gonçalves;
Bernardino de Jesus Exposto – não foi possível apurar a freguesia de origem;

Morto durante o cativeiro como prisioneiro de guerra na Alemanha:
José Gonçalves – natural da freguesia Armil, era filho de Paulino Exposto e Emília Gonçalves,

Daniel Bastos
bastos_1980@hotmail.com

04 maio 2010

Cidadania Activa


O nome é comprido mas a causa é simples. Paulo Fernandes, um empresário de Barcelos que vive em Fafe há 12 anos, criou um grupo no Facebook com a designação "Uma passagem aérea de peões na EN206 que cruza o centro da cidade de FAFE!".
Desde que se instalou na cidade, Paulo tem ouvido falar do problema de atravessamento de peões na circular urbana, na Rua de França, onde existem duas passadeiras espaçadas por cerca de 500 metros. Contudo, inserida numa área residencial muito povoada, aquela via é atravessada pelos peões em zonas onde não existem passadeiras. "Escrevi meia dúzia de parágrafos no Facebook, inseri as fotos e mandei a amigos aqui da cidade. É uma causa de bairro, que afecta os moradores desta zona, mas longe de ser nossa intenção ter milhares e milhares de membros", explicou Paulo Fernandes.
Uma semana após a criação, o grupo já conta com quase 300 aderentes e a onda promete passar das redes virtuais para acções palpáveis no terreno. "A Estradas de Portugal (EP) já conhece o nosso movimento e estamos a preparar a informação para levar à Câmara. Não temos interesses partidários fazemos isto por pura cidadania", adiantou.
No bloco de notas virtual de Paulo Fernandes já constam 30 ideias que, paulatinamente, serão colocadas em prática. Uma dessas iniciativas será a colocação de uma câmara num local estratégico para, em tempo real, "as pessoas possam ir ao site e ver o que está a acontecer naquele local. Poderemos, também, colocar um contador para ver quantas vezes a estrada foi atravessada indevidamente", concretizou.
O objectivo passa, neste momento, por cativar o maior número de pessoas possível para esta causa e torná-la num movimento que só se extinguirá quando a passagem aérea for construída.
"Queremos criar um logótipo para esta causa e vamos, também, junto dos comerciantes e empresários desta zona, distribuir uns cartazes para melhor sensibilizarmos a população".
Na internet está já construído um blogue, uma conta de Twitter e, em breve, será aberto um sítio. "Isto pode ser um caso de estudo para outros problemas que a cidade tem", concluiu.

In http://www.jn.pt/, 04/05/2010, Carlos Rui Abreu