16 setembro 2006

Escola Conde Ferreira - A história


Localizada na Rua Montenegro, a escola Conde Ferreira é, porventura, o edifício escolar mais antigo do concelho. Data de 1886 e deve o seu nome ao benfeitor Joaquim Ferreira dos Santos, o célebre Conde Ferreira, um abastado brasileiro nascido em Amarante e que deixou bens para a construção de 120 escolas primárias no país, entre as quais a de Fafe.
A escola, no início, era só para o sexo masculino, chegava a comportar 60 alunos divididos em 2 salas e pertencia à Câmara.
Aquando o acto da inauguração, estiveram presentes as identidades mais importantes do concelho que entoaram em coro e com as restantes pessoas que aí se quiseram deslocar, um voto de louvor à memória e virtudes do Conde. Bem-haja!

12 setembro 2006

"Rock in Rio" ajuda Cercifaf



Por trás da música e dos espectáculos do festival "Rock in Rio" existe um Projecto denominado "Por um mundo melhor" destinado a ajudar instituições e projectos de âmbito social. A edição deste ano contemplou a abertura de salas de estimulação sensorial para crianças com problemas visuais, deficiências mentais e stress pós-traumático de todo o país e o projecto "Snoloezelen" das Cercis de Fafe, Pombal, Caldas da Raínha, Corroios e Macedo de Cavaleiros foi contemplado com 11300 Euros. Snoloezelen são salas destinadas sobretudo a "tocar" os indivíduos através da estimulação dos cinco sentidos e das emoções que isso desperta. Requer um ambiente agradável e isolado das atracções exteriores , bem como de uma relação empática entre o utente e o técnico que o acompanha, proporcionando uma maior acalmia aos pacientes.
Assim, todos os fafenses que foram ao festival podem, de algum modo, ficar satisfeitos por ter contribuído, mesmo de uma forma indirecta, para a melhoria das instalações da Cercifaf e dos utentes e profissionais que nela trabalham. A Cercifaf é, reconhecidamente, uma instituição de referência no concelho e mesmo no país. O dinamismo e a capacidade de trabalho e inovação que demonstram os seus profissionais honram Fafe e contribuem, decisivamente, para a Inclusão Social e para a formação profissional e cívica dos seus utentes com Necessidades Educativas Especiais.
É destes bons exemplos que dignificamos o nosso concelho... Parabéns Cercifaf e Obrigado "Rock in Rio"!

10 setembro 2006

Rally... perdeu Fafe, perdeu Portugal!


Quem olha para esta imagem não pode ficar indiferente ao fenómeno automobilístico que fez de Fafe a capital dos rallys em Portugal. Uma imensa massa humana caracterizava as etapas que percorriam o concelho e a etapa da "Lameirinha" foi já considerada por muitos pilotos como a mais espectacular do mundo. A zona do "confurco" movimentava milhares de pessoas e faziam-se autênticas romarias desde a cidade até aos troços. As próprias escolas e muitas empresas fechavam para ver passar as máquinas do Campeonato Mundial de Rallys. Dias antes, já muitos amantes desta modalidade e outros, por mero convívio, acampavam nos montes de Fafe onde passavam os carros de Makinen, Mc Rae, Sainz, Burns, kankkunen, entre outros.
Até 2001, data em que a FIA decidiu retirar Portugal do campeonato do mundo, o rally de Portugal conquistou 5 vezes o título de "Melhor rally do Mundo" e em 2000 o prémio de "Melhor rally do Ano". Pelos vistos, Portugal irá voltar a organizar um campeonato do mundo. Mas, agora as etapas são diferentes e o rally do campeonato do mundo muito dificilmente voltará a percorrer Fafe e perdeu a espectacularidade que o caracterizava.
Resta-nos o rally nacional. Importante, sem dúvida, mas sem o prestígio e a dimensão das grandes marcas e pilotos mundiais!

09 setembro 2006

José Atalaya, o Homem e a obra.


José Atalaya, conceituado musicólogo, chefe de orquestra e compositor, está ligado a Fafe, não só por razões familiares mas, sobretudo, por causa do projecto da Academia de Música a que deu nome. No ano de 1998, a convite da C.M. Fafe abraçou este projecto pedagógico, reconhecido pelo Ministério da Educação e que é frequentado, hoje em dia, por mais de uma centena e meia de alunos provenientes maioritariamente do concelho. Por outro lado, promove um ciclo regular de espectáculos - o "Música em Diálogo" e "Festival Raízes Ibéricas" que vêm dinamizar esta área musical no concelho, com alguns espectáculos locais e em formação nas escolas básicas.
José Atalaya, figura destacada no panorama musical do país nasceu em Lisboa, estudou em diversos países europeus e foi co-fundador do Grupo Experimental de Ópera de Câmara da Gulbenkian e da Juventude Musical Portuguesa. Fundou a Orquestra Clássica Imave, foi o primeiro director artístico da Orquestra Clássica do Porto e tem-se dedicado a trabalhos de investigação pedagógica, musicológica e de direcção de orquestra nos últimos tempos.
Hoje, embora tendo abandonado a direcção da Academia José Atalaya, tem contibuido com o seu trabalho para a divulgação, conhecimento e valorização do património musical ibérico, desde a Idade Média até ao Século XXI. Existem já na Academia, jovens valores com potencialidades musicais dignas de nota e o seu legado extende-se, por outro lado, a toda uma panóplia de actividades que, para além de elevarem mais alto o nome de Fafe no país, contribuiram para o desenvolvimento cultural do concelho. Hoje, a Academia respira saúde e o Prof. José Manuel Machado, assim como o Dr. Rogério Gonçalves encarregam-se de continuar o bom trabalho do espaço cultural que administram.

Labirinto... Uma editora de afectos...


Nascida em Fafe, as páginas da Labirinto levam-nos a vaguear pelo encanto das palavras simples, simultaneamente encantadoras e descomplexadas. Com mais de 3 dezenas de livros publicados em áreas tão distintas como a poesia, o romance, a pedagogia ou a literatura infantil, a Editora Labirinto, dinâmica e em constante actualização, prepara-se para apresentar o seu novo livro, de teor mais histórico-cultural de seu nome "S. Julião de Serafão - Mil anos de História". Nos seus quadros, conta com alguns dos mais agraciados escritores portugueses contemporâneos, casos de Carlos Vaz (vencedor do prémio literário Vergílio Ferreira, 2005), Daniel Gonçalves (vencedor do prémio de poesia Cesário Verde, 2003), Eduardo White (prémio consagração Rui de Noronha, 2001) e João Ricardo Lopes (prémio revelação de poesia Ary dos Santos, 2001).
De uma relação afectuosa com as palavras, João Artur Pinto, Homem da cultura e da arte fafense, é o actual presidente desta editora. Em boa hora, e com a colaboração de alguns autores locais, decidiu avançar com um projecto que se pretende valorizador de uma escrita anti-pop, de cariz algo romântico e com assinalável presença de autores locais.
Parece pois, estar dado o mote para longos anos de vida. Fafe, a cultura e as letras assim o desejam.

06 setembro 2006

Fafe, na rota do património industrial do Ave


A constituição de uma rota do Património Industrial do Vale do Ave, levada a cabo pela ADRAVE, assentou no objectivo principal de criar um percurso que permitisse compreender melhor a importância dos rios, em especial do rio ave, como polo aglutinador da indústria da região. Para isso, em cada concelho do Vale do Ave (Fafe, Guimarães, Vieira do Minho, Póvoa de Lanhoso, Vizela, Famalicão, Santo Tirso e Trofa), procurou-se, por um lado, mostrar a diversidade e a qualidade das principais estruturas arquitectónicas industriais existentes, reconhecer a sua importância histórica e cultural e, por outro lado, ajudar a preservar este património industrial, inserindo-o na rota dos Itinerários Culturais do Conselho da Europa.
Fafe tem integrado neste percurso 3 importantes edifícios que procuramos conhecer melhor, ou seja, a Companhia de Fiação e Tecidos do Ferro ("Fábrica do Ferro"), a Central Hidroeléctrica de Santa Rita e o Moinho de Casca de Gontim.
Vejamos a importância da escolha de cada um deles:
CENTRAL HIDROELÉCTRICA DE STA RITA
Foi inugurada em 1914 e aproveitava as águas do Rio Vizela para, assim, produzir energia para a iluminação pública. Foi das primeiras centrais da região e está implementada na freguesia de Fornelos. Neste momento, a central está a ser alvo de obras de remodelação, fruto de um acordo entre a C.M. Fafe e a empresa Gamesa, tendo em vista, a sua abertura ao público.
"FÁBRICA DO FERRO"
Fundada em 1887, situa-se junto ao rio que lhe dá o nome. Foi das maiores e mais antigas têxteis do concelho e da região, chegando a empregar 2000 operários nos anos 50/60. Hoje em dia ainda se encontra em laboração. A visita a este polo industrial deverá ser acompanhada de uma visita ao bairro operário envolvente e a toda uma série de equipamentos lá implementados.
MOINHO DE CASCA DE GONTIM
Não há registo da data da sua construção, mas sabe-se que está desactivado à cerca de 50 anos. O moinho insere-se numa propriedade agrícola perto da nascente do Rio Vizela e a sua função era transformar a casca de carvalho alvarinho numa substância com propriedades químicas muito úteis para a indústria dos curtumes. Encontra-se encerrado ao público.

Percursos Pedestres em Fafe


Os percursos pedestres estão a ganhar algum peso significativo no nosso concelho. Fruto da natureza envolvente que temos para a prática de desportos ao ar livre, encontram-se já 6 percursos implementados e devidamente sinalizados e homologados pela respectiva Federação. São 6, todos de pequena rota, e são os seguintes:
- Rota do Maroiço;
- As Aldeias da Margem do Rio Vizela;
- À Descoberta de Aboim;
- Trilho Verde da Marginal;
- Rota dos Espigueiros;
- Levada de Pardelhas.
São já muitos os amantes deste tipo de desporto que nos visitam. Para cada um deles, podes encontrar um painel no início de cada uma das rotas com a informação útil de que necessitarás. As paisagens, a fauna e flora, a natureza e a simpatia das gentes das serras do nosso concelho serão, concerteza, um bom motivo para os percorreres.
Neste aspecto, as potencialidades da Serra de Fafe estão a ser devidamente aproveitadas e para isso, muito contribui a acção do associativismo concelhio. A secção de montanhismo dos "Restauradores da Granja" está de parabéns!
Aproveita tu também. Está aqui tão perto...

Podes obter mais informação no site
www.restauradoresgranja.com

05 setembro 2006

A toponímia no concelho de Fafe


Um interessante estudo levado a cabo pelo historiador fafense Daniel Bastos publicado na revista cultural "Dom Fafes" (nº 8/9) testemunha a origem heterógenea dos nomes das freguesias do concelho. A maioria dos nomes provém da diversidade paisagística do concelho. Por exemplo, Vinhós (vinho), Vila Cova ou Agrela (campo) constituem disso exemplo. No entanto, existem uns de natureza latina, casos de Fornelos (do latim "furnillu" que significa forno) ou de Freitas (do latim "fracta"), e outros de natureza germana. Neste último caso, nota-se a influência das tribos germânicas que invadiram o império romano e que marcaram a toponímia das freguesias de Ardegão (vem do germano "Ardeca") e Golães (do germano "Goulão").
Por outro lado, Fareja parece tratar-se de um nome árabe que significa prazer e que vem do verbo "fareja". Da época medieval, encontramos Aboim ou Estorãos. Esta última, antes designada "Storaos", e provavelmente relacionada com gente proveniente das Astúrias que veio habitar e, assim, dar nome à terra.
Designações de índole religiosa encontramos nas freguesias de Sta Cristina de Arões, S. Clemente de Silvares, entre outras. Por último, Moreira de Rei contempla uma influência régia, proveniente de ser um couto da coroa real.
A origem da toponímia de "Fafe" não está esclarecida. Diferentes teorias abordam a sua origem germana, mourisca, patronímica ou paisagística.
Sem dúvida, uma interessante pesquisa que merece ser lida com mais atenção na revista "Dom Fafe" à venda na Casa da Cultura. Este estudo toponímico é, pois, uma das mais importantes manifestações da origem e da vida de um povo.
Resta referir que o jovem historiador fafense Daniel Bastos foi galardoado em 2005 com a sexta edição do prémio de História Local tendo por base o trabalho "As eleições presidenciais no Estado Autoritário Português. Processos e actores políticos: o exemplo de Fafe".
Estamos pois, perante a afirmação de um jovem historiador local, seguindo os passos de outros que teremos oportunidade de referir oportunamente e que muito contribuíram para o estudo do nosso concelho.

02 setembro 2006

Pompeu... de Fafe para o mundo!!


Orlando Pompeu, nascido em Cepães, no ano 1956 é o mais conceituado e famoso artista plástico do concelho. A sua formação artística, tanto a nível de desenho, pintura e escultura, passou por diversas etapas, tendo frequentado o Instituto Parramon em Barcelona, a Academia Alvarez no Porto e a cidade de Paris, onde pintou e estudou livremente. Realizou diversas exposições em Portugal e por todo o mundo, desde Espanha, Japão, França, EUA, etc, e está representado em varias colecções particulares e oficiais.
Tem 4 livros editados e um filme sobre a sua obra, realizado por Alvaro Queiroz. Em 1998 recebeu das mãos do actual Presidente da Câmara, a Medalha de Ouro de Mérito Concelhio. Ainda vive em Cepães, aldeia pela qual nutre especial carinho, patente nas suas variadas obras. Criador de um estilo pictórico muito pessoal, a sua "pintura luminosa" tem ganho adeptos por todo o mundo. Cidadão de Fafe, orgulhoso das suas origens que o fizeram evoluir como artista e como Homem, "Pompeu pratica, com tranquila e amável convicção, uma arte que dá gosto e gozo ver" (José Augusto França).

Para conheceres melhor a obra do autor, visita www.orlandopompeu.com