07 maio 2010

Fafe e a 1ª Guerra Mundial

(Cerimónia do Dia Nacional do Combatente em Fafe)

No dia 9 de Abril o concelho de Fafe foi distinguido pelo Núcleo Regional de Braga da Liga dos Combatentes como palco oficial das cerimónias do “Dia Nacional do Combatente” “Aniversário da Batalha de La Lys”., dada a particularidade da cidade de Fafe possuir desde a década de 30 no coração urbano um monumento de homenagem aos Mortos da Grande Guerra.
Tratando-se de cerimónias imbuídas de profundo sentimento histórico dada a importância que teve a participação portuguesa na I Guerra Mundial, situação que então despoletou profundas consequências ao nível social, económico e político em Portugal, tive o prazer e honra de colaborar nestas cerimónias através de um trabalho que publiquei à uns anos sobre a participação de soldados de Fafe neste conflito, e que levou à colocação e descerramento de uma placa oficial evocativa deste período no monumento, e de uma pequena intervenção que proferi nesse dia.
Durante esse pequeno contributo e intervenção, tive então oportunidade de dar nota que a participação portuguesa na I Guerra Mundial levou à mobilização de vários soldados de Fafe para o conflito. Sendo que o conflito desenrolou-se essencialmente no palco europeu, o facto das antigas colónias portugueses confrontarem geograficamente com possessões germânicas, acarretou no confronto africano igualmente combates entre portugueses e alemães, dado que Portugal quando entrou no conflito em 1917 o fez ao lado da velha aliada Inglaterra.
Conhecida a ligação que Fafe mantêm com este conflito, através da participação do afamado republicano e oposicionista major Miguel Ferreira, aproveitei o ensejo na cerimónia, situação que reforço aqui, para dar conhecimento dos 15 soldados naturais do concelho de Fafe, que durante a I Guerra Mundial morreram em combate nos palcos militares europeu e africano, os quais aproveitava novamente para homenagear, e solicitar aos leitores que se porventura pelos apelidos conseguirem estabelecer alguma afinidade familiar com um actual descendente, agradecia que me pudessem contactar para dinamizar e perpetuar ainda mais a memória destes “Bravos Soldados de Fafe que deram a sua vida pela Pátria, pelo Direito, pela Liberdade, cooperando na Grande Guerra” (O Desforço, 1921):

Mortos em combate em França:
Paulino de Carvalho – natural da freguesia de Serafão, era filho de António Luiz de Carvalho;
João da Cunha – natural da freguesia de Quinchães, era filho de Bernardino da Cunha;
João Moreira – natural da freguesia de Serafão, era casado com Júlia Fernandes;
Fernando d’Oliveira Freitas – natural do lugar de S. Ovídio – freguesia de Fafe, era filho de Júlia Freitas;
Francisco Bastos – natural da freguesia de Moreira de Rei, era filho de Manuel de Bastos e de Rosa Mendes Salgado;
Zacarias Correia – natural da freguesia de Arões S. Romão, era filho de Manuel Correia e de Emília da Silva Peixoto;
Bernardino Ribeiro – natural da freguesia de S. Vicente de Passos, era filho de António Ribeiro d’Oliveira e de Tereza Fernandes
Rodrigo Gonçalves – natural da freguesia de S. Gens, era casado com Rosa Alves Ferreira,

Mortos em combate em África:
Manuel da Silva – natural da freguesia de Serafão, era filho de Joaquim da Costa;
Joaquim Domingues Teixeira – natural da freguesia de Várzea Cova, era casado com Silvina Rodrigues;
Joaquim Nogueira – natural da freguesia de Fafe, era casado com Emília Ferreira;
João Martins – natural da freguesia de Serafão, era filho de Casimiro Martins e de Maria Joaquina Fernandes,
Francisco Ribeiro – natural da freguesia de S. Gens, era filho de Joaquim Ribeiro e de Emília Gonçalves;
Bernardino de Jesus Exposto – não foi possível apurar a freguesia de origem;

Morto durante o cativeiro como prisioneiro de guerra na Alemanha:
José Gonçalves – natural da freguesia Armil, era filho de Paulino Exposto e Emília Gonçalves,

Daniel Bastos
bastos_1980@hotmail.com

4 comentários:

António Daniel disse...

Assisti ao longe. Infelizmente não ouvi a intervenção do Daniel. Se houvesse uma melhor sonoridade talvez fosse possível prender mais as pessoas. Quando era miúdo lembro-me de existir em casa do meu avô um capacete da sua presença em África, creio que Moçambique. Infelizmente, perdi-lhe o rasto.

Daniel Bastos disse...

Caro António Daniel: antes de mais obrigado pelo comentário que é sem dúvida pertinente, e de futuro a ter mais em atenção em actividades similares.
Como se chamava o seu avó? Porventura poderei ter dados sobre o mesmo no trabalho que publiquei e que entretanto aumentei a nível de pesquisa e informação.

António Daniel disse...

O meu avô chamava-se Daniel Pereira e, apesar de viver depois de casado na rua do Assento em Fafe, julgo é natural de outra freguesia.

Daniel Bastos disse...

Caro António Daniel: estive a pesquisar no meu trabalho e não encontrei referências sobre o seu avó. Sobre a temática da I Guerra Mundial e a cidade de Fafe irei dentro de algum tempo lançar uma obra que focará essa área histórica e mencionarei alguns soldados de Fafe que estiveram em Moçambique.
Se porventura tiver alguns dados sobre o seu avó (ano em que esteve em Moçambique, uma pequena nota biográfica, foto...) seria útil para o enriquecimento do trabalho.