20 novembro 2009

O papel da imprensa local e regional numa cultura de informação de proximidade


É por todos (re) conhecido o papel importante que a imprensa local e regional ocupa na divulgação da cultura, da economia, da política, enfim do pulsar da vida das sociedades em que está inserida. Com incontáveis dificuldades, várias vezes sem o devido reconhecimento do poder político, e na maior parte dos casos sobrevivendo graças ao espírito de carolice dos seus directores e colaboradores, com mais ou menos dificuldades expostas pelas crises económicas, a tudo isto a imprensa local e regional vai resistindo dando ao país e às regiões, um exemplo, genuíno de abnegação, trabalho e sacrifico em prol de uma informação de proximidade.
Fafe é exemplo paradigmático desta cultura de imprensa e informação de proximidade, como comprovam os vários jornais que ao longo dos anos, e com orgulho pudemos dizer séculos, tem enriquecido o espólio cultural fafense. São ou foram vários mananciais de informação e cultura, mas todos com um ponto comum no passado e presente: extravasaram horizontes geográficos e temporais, perpetuando o nome da nossa terra e das nossas gentes.
É indubitável o papel que esta imprensa ocupa na divulgação e desenvolvimento da Lusofonia. Se por um lado diluem a saudade e distância dos nossos emigrantes espalhados pelos quatro cantos do mundo, também não é menos verdade que é na imprensa local e regional que se estreitam e fortalecem as identidades culturais em que estão inseridos os nossos patrícios.
Saliente-se as inúmeras gerações que à sombra destas instituições de cidadania e escolas de valores têm (in) formado as populações. Desde a poesia ao conto, da dissertação filosófica mais aprofundada ao sentimento religioso mais acrisolado, ou à querela política mais apaixonada, acabando na notícia da aldeia mais remota do nosso concelho, é graças a esta informação genuína e depreendida que o espírito de solidariedade e filiação a Fafe persiste.

Daniel Bastos

3 comentários:

António Daniel disse...

Obviamente que não avalio negativamente o papel da imprensa local no que toca aos aspectos focados pelo Daniel. Digo mais. Numa Europa que, apesar de ser universalista, parece sobrepor as cidades em relação aos países (não se fala de Espanha, fala-se de Madrid ou Sevilha; não se fala de França, fala-se de Paris ou Lyon; não se fala de Bélgica, mas de Bruxelas)a imprensa local terá um papel ainda mais importante... Se não for ultrapassada pelos blogues, como este. Mas também tem o seu espaço, embora tenha de por de lado certos provincianismos que por aí proliferam: a filha do sr X, grande comerciante da cidade licenciou-se... A filha do Dr. y casou-se... A prima do conhecido e grande médico z está com diarreia...

Anónimo disse...

A imprensa local tende a desaparecer.A concorrencia das novas tecnologias será fatal. Não é possível à imprensa ser um espaço onde se alojam videos, onde os comentarios são em tempo real. A blogosfera será o futuro e este blog está a crescer porque tem muito bons colaboradores que escrevem muito bem.
em Fafe ha precisamente muito esse lado. Dona Não sei que faleceu, filha de não sei quem. Esta semana fez anos Dona... enfim, são marcas de um jornalismo provinciano.
O jornal Povo de fafe é um bom exemplo disso. vai sobrevivendo mas sem grandes ideias, sem inovação, um espaço onde se dicute muito se esta capelinha é maior que a outra, se o senhor não sei quem fez uma festa em sua casa para comemorar as bodas matrimoniais.
o correio de fafe ainda é o melhor mas mesmo assim, não se livra de ser um jornal partidário, conotado com o psd e isso não é um verdadeiro jornalismo.

MFM disse...

Rasgo a embalagem de plástico que traz o jornal como quem abre um presente. O habito de ler os jornais principalmente os semanários locais já faz parte dos meus habitos quotidianos.Houve uma época em que os jornais eram muito grandes e as pessoas para os lerem tinham que abrir os braços. Gosto sempre, de explorar o universo das palavras ainda que dentro dos meus limites. Devo reconhecer que muitas vezes os jornais locais deixam muito a desejar, com comentários e notícias por parte de alguns colaboradores.Não dão as notícias de forma isenta sempre a tentar dar graxa aos visados,normalmente pessoas da mesma freguesia e da sua simpatia. Por vezes caem no ridículo.