04 novembro 2009

Miguel Monteiro


"Há pessoas que possuem aqueles gestos, atitudes, comportamentos que não enganam. São espontâneas, apesar de sábias; vitalistas, apesar de ponderadas. Imensas foram as tertúlias, imensas foram as minhas interrogações sobre o porquê de me ouvir e o porquê de me ensinar. Aprendi com o Miguel a saber ouvir. Aprendi com o Miguel o prazer de criar. Enquanto uns nos dizem como deve ser, o Miguel era. O seu exemplo preenche uma vida. Vivia as situações, era emotivo por convicção e racional por dever. Quando hoje tenho um problema para resolver, pergunto: como é que o Miguel resolveria a situação? Foi com esta viagem à sua mente que resolvi muitos dos meus problemas. Ainda hoje pensei: como é que o Miguel reagiria à sua morte? Julgo que era a única coisa que não sei responder por que o Miguel era vida, ou melhor, é vida."

António Daniel

Este texto foi escrito pelo nosso colaborador António Daniel mas reflecte um pouco o estado de espírito de todos os que privaram com o Miguel. Excelente historiador, Fafe perde uma referência ímpar na cultura, Fafe perde um dos seus maiores embaixadores, mas Fafe perde também, um grande Homem! À família enlutada, especialmente aos seus filhos, o BLOGMONTELONGO apresenta os mais sentidos pêsames.

7 comentários:

Jesus Martinho disse...

Conheci o Miguel Monteiro quase ao mesmo tempo que vim para Fafe.
Muitas foram as conversas em torno da nossa inquitude comum; O estado do Património fafense.
Se alguma coisa mudou positivamente neste âmbito, deve-se em muito à preserverança de um Homem que desde muito cedo sabe que um Povo não não pode virar costas à sua identidde histórica, não pode renegar ou alterar o passado Cultural. Se o fizer estará a comprometer o futuro.
O Miguel fez o favor de ser meu amigo durante três décadas.
Partiu agora para o "descanço do guerreiro."
Obrigado Mestre por tantas lições aprendidas.
"Que a terra te seja leve"

António Daniel disse...

Caro Jesus Marinho, concordo totalmente. A sua participação na aspa deu-lhe uma um elan de activista fervoroso em defesa do património. Não fosse ele, o cine-teatro seria substituído por um mamarracho. Quando todos se regozijavam por uma febre de modernidade saída de um evidente mau gosto, como bem se fez notar na década de oitenta do século passado, o Miguel foi contra. Corajoso, idealista, fez escola e salvou a face de Fafe.
PS: é a primeira vez que trato o Miguel por tu. Para mim sempre foi o professor Miguel. Fafe que se mostre à altura deste triste acontecimento. Prof., adeus. À Manuela, ao Ivo e ao Miguel, os meus sentidos pêsames.

Unknown disse...

A si Mestre Miguel Monteiro, o grande professor e mestre que tive no Ensino Superior e tanto me ensinou. Embora fosse ainda meu terceiro primo, apenas o soube depois de eu ter concluído a minha licenciatura e nesse dia me disse a vida vai correr-te sempre bem só tens de acreditar, mas fê-lo com uma tranquilidade que nunca tinha visto em nenhuma pessoa até esse dia. Guardarei sempre na minha memória aquela pessoa sorridente, amiga e bem disposta que era este Mestre. Muito obrigada Mestre por ter passado pela minha vida e me ter ensinado a sorrir com a sua boa disposição. Ficará para sempre a memória desse ídolo Fafense e amigo de todos nós. Partiu deste mundo em corpo mas fica com nós na vida, para sempre como amigo. Professor Adeus e até um dia. Os meus sentimentos para a família. Maria Teixeira

Flávio disse...

Tive o prazer de trabalhar com o Miguel no museu da emigração, e foi das pessoas que mais me marcaram. Como diz o artigo ele todo vida.
Perdeu-se um grande homem, um dia triste.

Pedro disse...

Miguel Monteiro personificava o que Fafe tem de melhor.

Anónimo disse...

Dai-me a conhecer,Senhor o meu fim e o número dos meus dias,para que eu saiba quanto sou efémero.
Eis que fizestes os meus dias de uns tantos palmos, a minha existencia perante ti, é como um nada; cada um não é mais que um sopro.
Cada homem passa como uma simpes sombra, é em vão que se agita
Salmo 39,5-7

Basta, que se abra o coração para o Mundo. Quem assim proceder, pemanece mesmo depois da morte

Eduarda Moreira da Silva disse...

Conheci o Miguel Monteiro em 2001. Excelente amigo e profissional competente.Entusiasta da História, o tema da emigração deve-lhe tudo. Sem ele nada estaria feito.
Só agora soube da sua morte, tão prematura. Partiu o Homem mas a obra ficou para ser continuada. Bem hajas Miguel.