Guimarães e Fafe estão mais do que nunca de candeias às avessas, pelo menos entre dirigentes. Os dois clubes até estiveram próximos de assinar um protocolo de cooperação, mas algo falhou durante as negociações e as posições estremaram-se a partir do momento em que Albino Salgado, o líder do Fafe, saiu a terreiro para dizer que o seu clube não estava disponível para ser "barriga de aluguer" e que o Guimarães teria apresentado "um projecto que não tinha nada a ver com o que tinha sido falado inicialmente entre as duas partes". Em comunicado colocado no sítio oficial do Guimarães na internet, a Direcção presidida por Emílio Macedo lamentou que Albino Salgado "tenha faltado à verdade" e explicou que a ideia do protocolo partiu, "há cerca de um ano", do próprio dirigente. O Fafe estaria então disponível para "receber uma equipa técnica e jogadores do Guimarães" para a sua equipa profissional e, nesse sentido, o Vitória terá elaborado um "projecto de acordo de patrocínio, em concordância com as regras do Regulamento de Provas Oficiais da FPF". Porém, após a subida de divisão do Fafe Albino Salgado fez "uma contraproposta ao protocolo elaborado que esvaziava todo o seu sentido".
in http://www.ojogo.pt/, 01/06/2010
O COMUNICADO DO VITÓRIA SPORT CLUBE
Nos jornais desportivos de sábado, 20 de Abril de 2010, foram publicadas declarações do Sr. Albino Salgado, presidente da Associação Desportiva de Fafe, relativas ao Acordo de Patrocínio que estava previsto celebrar com o Vitória Sport Clube, que nao correspondem à verdade. Neste sentido, a Direcção do Vitória Sport Clube decidiu emitir o seguinte comunicado:
1- O Vitória Sport Clube lamenta que o Sr. Albino Salgado, presidente da Associação Desportiva de Fafe, tenha faltado à verdade sobre as reais pretensões que sempre comunicou à Direcção do Vitória Sport Clube;
2- Foi o Sr. Albino Salgado que, há cerca de um ano, procurou o Vitória Sport Clube para celebrar um protocolo, através do qual se mostrava disponível para receber uma equipa técnica e jogadores do Vitória para a equipa de futebol profissional do Fafe, ou seja, aquilo que o Regulamento de Provas Oficiais da Federação Portuguesa de Futebol designa por acordo de patrocínio ou clube satélite;
3- Desde então, o Vitória assumiu com esse senhor o compromisso que, caso avançasse para um acordo de patrocínio com algum clube, daria preferência ao Fafe;
4- O Vitória elaborou um projecto de acordo de patrocínio, em concordância com as regras estabelecidas no Regulamento de Provas Oficiais da Federação Portuguesa de Futebol e de seguida apresentou-o ao Sr. Albino Salgado que, aceitando os termos gerais do mesmo, fez algumas sugestões de alteração que foram aceites pelo Vitória;
5- O Sr. Albino Salgado, que representou sempre sozinho o Fafe nas reuniões realizadas, esclarecendo que era ele enquanto presidente que decidia, fez ainda o pedido de o protocolo só ser assinado após o final do campeonato ou a partir do momento em que o seu clube garantisse a subida de divisão;
6- No entanto, após ter garantido a subida de divisão, o Sr. Albino Salgado fez uma contra-proposta ao protocolo elaborado, que esvaziava todo o sentido do acordo de patrocínio já aceite;
7- Com esse comportamento, o Sr. Albino Salgado demonstrou não estar à altura de celebrar um acordo que exige como princípios básicos a boa fé, a responsabilidade pela palavra dada e a confiança entre todos os envolvidos;
8- Face ao comportamento adoptado pelo Sr. Albino Salgado, o Vitória Sport Clube decidiu não celebrar qualquer tipo de acordo com a Associação Desportiva de Fafe, devido à falta de confiança na postura e na palavra do seu principal dirigente.
in http://www.vitoriasc.pt/, 31/05/2010
COM FAFE, NINGUÉM FANFE
O presidente da Associação Desportiva de Fafe rejeitou à última da hora ser “barriga de aluguer” do Vitória de Guimarães. Apesar da ira perfeitamente compreensível do presidente Emílio Macedo da Silva — porque o acordo beneficiava, pela tabela grande, os interesses do Vitória — Albino Salgado ainda foi a tempo de evitar males maiores... para o Fafe, que está de regresso à II Divisão Nacional e a olhar ambicioso para o futuro.
Em duas pinceladas, o Fafe iria perder toda a sua identidade, histórica, numa simples assinatura. Caso o acordo fosse avante, estaria não só a desvalorizar os seus activos, vender a alma, como a ‘assassinar’ o seu próprio projec to de Formação, já que a equipa passaria a ser dominada por jogadores dos quadros do Vitória, e chefiada pelos treinadores escolhidos pelo Vitória.
Por outro lado, segundo os estatutos da FPF, o ‘patrocinador’, entre outras, tem também a vantagem da possibilidade dos jogadores utilizados no clube satélite poderem, em qualquer altura, ser chamados para jogar na equipa principal do ‘clube mãe’. Onde estavam aqui defendidos os interesses do Fafe? E a famosa mística fafense, onde é que encaixava neste acordo?
Doa a quem doer, o Fafe não quis ser clube satélite do Vitória.
Afinal, a tradição em Fafe ainda é o que era! Com Fafe ninguém “fanfa”.
in http://www.correiodominho.com 02/06/2010 por Miguel Machado
3 comentários:
Antes de mais, é difícil comentar um assunto em que só sabemos o resultado pela comunicação social.
No entanto, e perante os dados que tenho, quero expressar a minha opinião:
1. A AD Fafe nada beneficia em criar inimizades com clubes vizinhos, especialmente com o vsc, um clube de 1ª divisão;
2. A AD Fafe não deve ser clube satélite de ninguém. A sua história assim o exige;
3. A AD Fafe já teve um protocolo com o vsc aquando da passagem pelo clube do treinador Manuel Machado. Uma decisão que foi aprovada em assembleia geral muito concorrida e que obteve a aprovação da maioria dos associados;
4. Este protocolo trouxe jogadores de maior qualidade à AD Fafe oriundos de Guimarães mas não potencializou nenhum jogador oriundo da formação fafense;
5. A direcção da AD Fafe apenas se representou nas negociações com o vsc através do seu presidente, o que prova que esta direcção está demasiadamente presidencialista;
6. Os associados da AD Fafe deveriam obter uma reacção ao comunicado do vsc, por forma a esclarecer, definitavente, esta "novela" de pré-epoca e ouvir de viva-voz, o presidente da direcção da AD Fafe defender-se das graves acusações de que foi alvo por parte do vsc;
7. A AD Fafe não deve ser confundida com a(s) atitude(s) dos seus dirigente(s).
8. O processo parece-me, que foi mal conduzido, por ambas as partes.
9. O resultado não beneficiou ninguém.
10. A AD Fafe tem uma história e uma identidade própria. Em nenhuma circunstância deve ser equacionado ser um clube satélite.
11. Embora as palavras do presidente da AD Fafe foram pouco conlusivas, nomeadamente a expressão "barriga de aluguer") e ditas provavelmente, a quente, penso que defendeu os interesses da AD Fafe.
Depois do que o Pedro disse, pouco há a dizer.
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