08 dezembro 2013

Partidos vs Independentes

A desconfiança generalizada que os portugueses sentem pelos partidos políticos que nos têm governado levou a uma subida eleitoral das forças independentes um pouco por todo o país. As vozes descomprometidas e as novas dinâmicas que emergem da sociedade civil ganharam força e ocupam, cada vez mais, o espaço que antes era reservado apenas aos partidos. Os partidos políticos e os seus dirigentes, se não perceberam a lição extraída das últimas eleições autárquicas, estão condenados a perder a réstia de credibilidade que lhes resta.
No caso de Fafe, creio que o fortalecimento ou a quebra das forças políticas locais no futuro está muito dependente daquilo que vier a ser a capacidade de trabalho do novo executivo fafense. Porque mais que uma luta pelo poder entre o atual PS e a família Summavielle, os novos dados resultantes das últimas eleições autárquicas colocam no centro da luta os partidos tradicionais e os denominados independentes.
Assim, as estruturas políticas locais e, neste caso, o PS e o PSD só têm um caminho: entendimento! Se isso não acontecer, o resultado será fácil de adivinhar. Raul Cunha e Eugénio Marinho têm à sua frente um trabalho árduo em prol de Fafe e dos fafenses mas, simultaneamente, nas suas mãos joga-se o futuro do PS e do PSD local. Do outro lado da barricada, os independentes apenas terão que fazer uma oposição mais firme e esperar por um eventual desentendimento das forças políticas.
Mas, se Raul Cunha e Eugénio Marinho conseguirem desenvolver um bom trabalho nos próximos quatro anos e se as estruturas partidárias locais se revitalizarem, o espaço dos independentes diminui. As cartas estão na mesa…

Pedro Fernandes

22 comentários:

Alex disse...

Ok, tudo bem... mas não diga que são "vozes descomprometidas" nem diga que trazem "novas dinâmicas" nem diga que "emergem da sociedade civil".
O que eu vejo são "dissidentes comprometidos" e "velhas dinâmicas" e na sua maioria "emergem dos partidos tradicionais".

Anónimo disse...

João Carlos
Uma análise muito simplista e erra na minha opinião e passo a explicar porquê.
Os militantes do PS compreendem que era necessário ao PS fazer um acordo com alguma força, para poder ter maioria e conseguir uma governação onde conseguisse impor as suas medidas, nem que fosse com o diabo esse acordo.
Já os militantes do PSD, acho que não irão perdoar esta traição, pois são dezenas de anos de rivalidade politica que culmina num negócio que atraiçoou as suas expectativas.
Não estou com isto a dizer que o PSD ou mesmo os independentes não devesse fazer um acordo (a minha opinião é que não), estou apenas a fazer a análise do que a maior parte da população Fafense pensa e em particular os militantes do PSD, daí eu utilizar a palavra traição e negócio, pois são essas mesmas palavras que são utilizadas por esses mesmos militantes anónimos que sempre votaram PSD. Assim, e neste caso falo apenas do entendimento entre o PS e o PSD, acho que o PS manterá os mesmos votos, o PSD irá ser arrasado e os Independentes subirão alguma coisa à boleia deste descontentamento dos militantes do PSD, mas penso que uma enorme percentagem irá parar à abstenção.
Explico também porque é que acho que o PSD não deveria ter aceite este acordo, pois se se trata do interesse de Fafe, quando o PS (sem maioria) levasse uma medida para aprovação e que o PSD achasse que essa medida era benéfica para o concelho, votava favoravelmente, não necessitando de estar no poder para olhar pelos interesses dos Fafenses, aplicando-se igualmente este procedimento aos Independentes que de igual modo se chegassem a um acordo com o PS, as criticas seriam as mesmas, mesmo tendo os Independentes a atenuante de não terem a clivagem quase secular com o PS, conforme tem o PSD.

Miguel Summavielle disse...

Caro Pedro Fernandes,
Reduzir os resultados eleitorais dos Independentes por Fafe a uma luta pelo poder entre o PS e a "família Summavielle" é incorrecto, injusto e deliberadamente provocatório.
Não se trata de uma luta mesquinha pelo poder. É um projecto de mudança, de construção de um novo rumo para o concelho, de luta por ideias que julgamos poderem ajudar a construir um melhor futuro para os nossos conterrâneos. É o exercício legítimo do mais fundamental direito de cidadania, participando activamente na decisão do nosso futuro enquanto sociedade. Esse projecto arrecadou mais de 11.000 votos, ficando a 3 dos vencedores das eleições.
É certo que o meu irmão é o líder e figura predominante do movimento, mas nada se reduz a ele. Não acha que isso é passar um atestado de menoridade a pessoas como o Prof. José Manuel Domingues, o Dr. Filipe Antunes, a Dra. Cláudia Carvalho, a Dra. Cristina Pinho, o Prof. Alberto Alves, o Dr. Leonel Castro, o Dr. Victor Silva, o Sr. Joaquim Magalhães, a Dª Rosa Maria Pinheiro, só para nomear alguns dos que aceitaram “dar a cara” e participar activamente no movimento.
Então e os habitantes de Fafe que elegeram o Abreu? E os de Estorãos que elegeram o Ernesto? O que dizer? E todos os outros fafenses que votaram nas nossas listas às diversas freguesias do Concelho, apoiando e elegendo os candidatos propostos?
E os que votaram para a Assembleia Municipal?
Os Independentes por Fafe são tudo isto. E somos muitos! Como dizia o slogan, “somos Fafe”.
E acha mesmo que os Fafenses são tão politicamente incultos e impreparados que escolheriam para os governar, no exercício livre do seu direito de voto, um projecto pessoal ou, como afirma, familiar?
Querer transformar os Independentes por Fafe num projecto pessoal de luta pelo poder é, se me permite a franqueza, miopia política. Nada no seu texto é coerente com esta afirmação. Ao chamar a atenção para a dimensão nacional do fenómeno, coloca o dedo sobre a ferida. As pessoas estão descontentes com os partidos e, naturalmente, procuram alternativas. A nível local é mais fácil criar alternativas credíveis, o que explica os resultados conseguidos pelas centenas de candidaturas independentes às autarquias deste País. Mas não se pense que é um fenómeno limitado a estas eleições.

Miguel Summavielle disse...

Caro Alex,
O descomprometimento partidário não significa alheamento político. Nem só através dos partidos se faz política. Quem se considera democrata deveria, na minha opinião, ficar feliz por perceber que há cidadãos que não se revendo nos partidos, não desistem de participar activamente na sociedade.
Claro que grande parte dos Independentes por Fafe (e só posso falar por eles) têm um passado partidário. Não creio que algum deles tenha feito qualquer esforço para o esconder. Antes pelo contrário…
São pessoas que já não se revêm nas linhas orientadoras emanadas das estruturas locais ou nacionais dos partidos e tiveram a coragem de se assumir, afastando-se. Creio que essa é a maior demonstração possível da sua independência.
A conjugação, dentro de um mesmo movimento, de tantas experiências e tendências políticas diferentes, só contribui para aumentar a abrangência do debate, fugindo aos unanimismos e enviesamentos a que os partidos nos vão habituando.

Alex disse...

Eu estava a responder ao Pedro Fernandes dizendo que a maioria dos independentes que eu conheço (a nível local e nacional) são pessoas que saíram de partidos para entrarem em listas independetes. Dizer que isso é "emergir da sociedade civil" é um pouco enviesado.
Por vezes há quem diga quem está ligado aos partidos não é democrata. Essa é uma conversa perigosa e até pouco democrática.

Resumindo: Se em vez de se chamarem "Independentes por Fafe" se chamassem "Partido por Fafe", deixavam de ter "emergido da sociedade civil" ?

Pedro Fernandes disse...

Miguel,
Não se trata de nenhuma provocação mas apenas de uma opinião (válida como a sua!) de quem tem assistido à distância às campanhas e à política fafense na última década e meia.
Há bastantes nomes credíveis nos independentes, no PS e no PSD mas habituamo-nos sempre a olhar para os lugares de topo, daí que, por vezes, mesmo que possa estar errado, é a imagem que transparece para muitas pessoas, não só para mim.
Os movimentos independentes são importantes para a democracia portuguesa mas o ideal é que os mesmos possam emergir de uma sociedade civil descomprometida com o sistema político e menos de dissidentes. Nesse aspeto, concordo com o Alex.
Há sempre independentes e independentes...

Abraço

Miguel Summavielle disse...

Caros Pedro Fernandes e Alex,
O problema é pensar-se que a dissidência tem necessariamente uma ligação directa com a necessidade de preponderância e poder.
Se olharmos para Fafe (que não foge à regra Nacional), integrar um projecto independente significa ficar mais longe do poder. Significa trabalhar sem qualquer outro intuito que não seja contribuir, na medida das nossas capacidades, para o desenvolvimento da nossa terra.
Relembro que os projectos independentes não elegem deputados, nem os seus elementos são chamados para cargos de nomeação política, situações que funcionam como motivação para a participação de alguns dos militantes dos partidos políticos.
Na minha opinião, a independência da sociedade civil é tanto maior quanto mais heterogénea ela for. Os movimentos independentes são, por natureza, mais “coloridos” que os partidos e, talvez por isso, reflectem melhor a sociedade civil, dando voz às mais diversas opiniões.
Até já houve quem nos chamasse “Albergue Espanhol”, esquecendo-se que a força dos movimentos independentes está na sua pluralidade de opiniões, origens e ideologias.
Como dizia o saudoso Zeca, «…venham mais cinco…».
Obrigado pela vossa discordância (obrigado Pedro por permitir que a manifeste no blogue). Sem ela não haveria “discussão”. Sem discussão, não há democracia.
Abraço para ambos!

Anónimo disse...

Custa-me a acreditar que os Independentes não fariam um acordo com os socialistas na camara se fossem convidados para tal.
Todos anseiam o poder e não é novidade nenhuma quando se diz que o Parcídio quer o poder (como quer o Eugénio). E não há nenhum problema nisso.
O problema é que a trapalhada dos independentes após as eleições inviabilizou qualquer acordo.
O ps virou-se para o psd que aceitou.
Noutra altura virava-se para os independentes.
Agora não me venham dizer que Parcídio não luta pelo poder desde que o Parcidio (pai) saiu. Claro que luta e a maior alegria que o dr Parcidio (pai) teria era ver o Parcidio (filho) como presidente da câmara.
E ainda vai a tempo de ver isso.
E será uma chapada de luva branca ao dr ribeiro e ao dr laurentino dias.
A política é merdosa!!
Por detrás destes discursos lindos de mudança, construção do futuro, luta por ideais (quais?) estão animais políticos desejosos de sangue...
Se isso não for, como penso que é, uma luta de "famílias" desavindas, o dr Parcídio poderia dar o lugar nº1 dos independentes a essas pessoas de valor como o Prof. José Manuel Domingues, o Dr. Filipe Antunes, a Dra. Cláudia Carvalho, a Dra. Cristina Pinho, o Prof. Alberto Alves, o Dr. Leonel Castro, o Dr. Victor Silva, o Sr. Joaquim Magalhães, a Dª Rosa Maria Pinheiro...
Mas como penso que é uma luta que ainda não está esquecida depois do ps apoiar Ribeiro contra Parcídio(em política nada se esquece) Parcídio prepara-se para ser o próximo candidato a presidente da câmara, mais uma vez.
E vai ganhar e o dr Parcídio pai já poderá ter a alegria e a vingança que sempre desejou.
Acreditar em discursinhos já não tenho idade para isso e já estou farto desses discursinhos na nossa pseudo democracia.

Anónimo disse...

Apesar de achar (o comentário anterior é meu) que Parcídio anseia por dar uma grande vitória ao seu pai passados tantos anos, reconheço o valor de Parcídio e por isso é que votei nele há 4 anos atrás.
Mas não gosto das pessoas que escolheu para o acompanharem e daí que desta vez tenha optado pelo voto branco para a Câmara.
Não tenho nada contra famílias mas parece-me demais estarmos a falar de summavielles desde o 25 de abril em Fafe.
Gosto de Parcídio mas não gosto desta coisa de feudos senhoriais.

Anónimo disse...

Posso estar a ser injusto mas porque razão são sempre as pessoas e familias com mais poder (mais ricas e influentes também) que estão sempre na luta pelos melhores cargos?!
Gostava de ver uma pessoa saída do povo e jovem a ser presidente da nossa câmara.

Anónimo disse...

Caro Miguel Summavielle, porque critica tanto esta aliança na CM Fafe quando refere que "trabalhar sem qualquer outro intuito que não seja contribuir, na medida das nossas capacidades, para o desenvolvimento da nossa terra". Não é isso que pretendemos, independentemente das cores políticas?!
Também diz que "a independência da sociedade civil é tanto maior quanto mais heterogénea ela for." E é verdade. E quanto maior for a heterogeneidade da CM Fafe, melhor ela serve os cidadãos.
Trabalhar para o bem de Fafe, esquecer o passado e as cores políticas é o que todos queremos! Por isso, não se pode dizer uma coisa e fazer algo diferente. A heterogeneidade é boa e se lutaram tanto tempo por tirar a maioria ao PS devem sentir-se satisfeitos por isso. Agora o PS é legítimo para escolher governar com quem quiser. O problema até me parece que não é o Dr Parcídio Summavielle. Se têm mais confiança no Eugénio Marinho e no outro senhor do PSD do que no Vitor Silva ou na Rosa Pinheiro, é normal. Eu também teria...

Anónimo disse...

Os independentes tiveram muitos votos mais por demérito do PS do que por mérito da estratégia dos Independentes.
Faltar ao debate, escolher Rosa Pinheiro (pena a Leonor não ter aceite...) e Vitor Silva que nem em Fornelos ganharam foi um erro.
E já não falo em Arões porque foi aí que perderam a câmara.
Estratégia errada!
Com o PS reorganizado e com o bom trabalho de Eugénio Marinho na Câmara, os independentes nunca mais terão uma vitória eleitoral como esta.
Foram circunstancias especiais e a estratégia de vitória (era isso que estava em jogo!!) falhou!
O Dr Ribeiro já não manda no PS em Fafe e pelo mesmo caminho devia sair Parcídio!
Se estivesse num partido político, já tinha saído, assumido a derrota e pedido desculpa pelo 2º recurso ao constitucional e pelas palavras feias num ambiente acalorado do dia das eleições.
É verdade que os fafenses não se esqueceram do que o PS fez ao Dr Antero mas os fafenses também não se esquecem de quem denegriu a imagem de Fafe, dos representantes das mesas e da última eleição.

Miguel Summavielle disse...

Caro Anónimo das 7:45 e 8:00 PM,
Chamar “trapalhada” à procura da verdade eleitoral é um pouco redutor….
Quanto ao meu irmão querer ganhar para vingar o meu Pai, se me permite a sinceridade, é uma perspectiva profundamente errada das razões pelas quais o meu irmão se candidata.
Em primeiro lugar, gostava que pensasse no número de vezes leu ou ouviu algo dito pelo meu Pai, relativamente a política local, desde a derrota de 97. São águas passadas que, por muito que queiram, neste caso, não movem moinhos.
Em segundo lugar, correndo o risco de o incomodar com mais um “discursinho”, sou obrigado a reforçar que os motivos que estão na origem da candidatura do meu irmão são os que referi (ainda que não “ideais”, mas sim ideias). Vingança, sede de sangue, e tantas outras que já li e ouvi, não fazem parte das motivações. Se fizessem, certamente que os Fafenses já se teriam apercebido e posto um fim ao assunto.
Finalmente, deixe-me dizer-lhe, com muito orgulho, que em Fafe se fala de Summavieis há mais de um século e, sinceramente, não me parece que Fafe tenha ficado a perder. Quanto a riscos de instauração de uma monarquia, são falácias, porque somos democratas e, acima de tudo, Republicanos (o meu bisavô José Summavielle foi, inclusivamente, um dos homens que participou na instauração da República).

Anónimo disse...

"Em primeiro lugar, gostava que pensasse no número de vezes leu ou ouviu algo dito pelo meu Pai, relativamente a política local, desde a derrota de 97. São águas passadas que, por muito que queiram, neste caso, não movem moinhos.", disse Miguel Summavielle

Recordo o sr Miguel que o seu pai disse uma vez mais ou menos isto "Enquanto estiver esta gente na câmara, jamais entro lá nela" Foi mais ou menos isso... e saiu publicamente nos jornais.

Quer que eu lhe recorde o que dizia o seu pai na campanha eleitoral? è melhor não dizer nada mas quando falava normalmente tinha dois alvos... Laurentino Dias e José Ribeiro.

Miguel Summavielle disse...

Caro anónimo das 2:24 PM,
Eu não critico a aliança. Estranho-a, isso sim.
Parece-me que está a extravasar o que tenho escrito.
Tenho colocado as minhas dúvidas sobre algumas divergências de fundo, incompatibilidades políticas e, fundamentalmente, sobre a capacidade de entendimento futuro dentro do executivo.
Mas são apenas comentários. Para criticar é preciso haver “obra feita” e ainda é muto cedo!

Miguel Summavielle disse...

Caro anónimo das 7:15 PM,
Abandonar a liderança dos Independentes por Fafe após tão grande vitória? Após uma votação tão expressiva?
Não estará a confundir análise política com vontade pessoal?
Não me diga que é outro dos inúmeros ex-votantes dos Independentes e que agora clamam ter votado no PSD ou no PS. Têm sido tantos que até começo a duvidar se teremos mesmo tido 11.000 votos.

Anónimo disse...

A saída de Parcídio de cena é a minha vontade pessoal e a minha análise política.
já reparou que ainda não vi ninguém falar no erro que foi não ir a debate (eu até sei que não esteve de acordo com ele).
é uma falha estratégica mais que grave! foi a falha que lhe tirou a a vitória! Quem a assumiu? Ninguém!!!
Quem assumiu a vergonha que foi o 2º recurso ao constitucional com Fafe a ser mal visto e falado pelas piores razões na tv e jornais? Quem assumiu? Ninguém!!!
Afirmo e reafirmo o mesmo. Se o PS se unir, a votação dos independentes diminui.
Não sou ex votante nos independentes. Não faça afirmações tendo por base insinuações que não correspondem à verdade.

Miguel Summavielle disse...

Caro anónimo das 5:58 PM,
Peço-lhe que reflicta sobre o resultado eleitoral dos que participaram no debate: o CDS teve menos votos que os expressamente nulos; a CDU teve menos votos que em 2009; o PS perdeu 6.000 votos; o PSD, mesmo tendo aumentado a votação, só teve mais 1.500 votos, ficando muito longe da vitória proclamada e pretendida.
Os independentes, não tendo participado no debate, subiram 2.200 votos!
Quanto ao 2º recurso para o Tribunal Constitucional, e para que não restem dúvidas, era forçoso ocorrer, não se compreendendo a posição dos IPF se tal não fizessem. Relembro que a Comissão de Apuramento Geral é constituída por 9 pessoas, ainda que só 8 tenham direito a voto. Dessas 8, quatro são Presidentes de mesas de voto sorteados pelo Presidente da Câmara. Se houve sorteio, o nosso mandatário não foi convocado. O resultado do “sorteio” todos sabemos qual foi: 4 presidentes de mesa socialistas. Metade da Comissão já votava num só sentido…
Sou forçado a voltar a referir que esta Comissão de Apuramento Geral não queria fazer recontagem, nada fez quanto às inúmeras anomalias detectadas e pretendia que os votos nulos fossem desconsiderados.
Claro que tinha que haver recursos!
Para que não restem dúvidas, conforme poderão verificar no acórdão do Tribunal Constitucional relativo ao 2º recurso, 6 dos votos que haviam sido considerados correctos e contabilizados para o PS eram, na realidade, nulos, e 8 dos considerados nulos para os IPF eram votos correctos. Por isso tenho reafirmado que, apesar do resultado oficial traduzir uma diferença de 17 votos, esta foi, efectivamente, de apenas 3 votos.
Então e se havia mais votos nestas condições? O resultado poderia ser outro! Nessas condições já se entendia o 2º recurso?
Quanto à responsabilidade pelo ocorrido no apuramento dos resultados eleitorais, de acordo com a lei, cabe ao Ex-Presidente, Dr. José Ribeiro. É pena que nunca tenha vindo a público assumir as suas culpas, explicando, por exemplo, como foi possível encontrar votos nulos juntos com boletins de voto não utilizados, quando todos sabemos que as urnas só podem ser abertas para contagem depois dos boletins de voto não utilizados estarem contados, embrulhados e lacrados.
Finalmente, se ler bem o que escrevi, verá que não afirmo que é ex-votante dos independentes. Não tenho hábito de fazer afirmação levianas!

Miguel Summavielle disse...

Caro anónimo das 6:29 PM,
Gostava que me dissesse, demonstrando, qual a publicação em que tal afirmação saiu. Terei muito gosto em reconhecer o erro.
Não sei a que campanha eleitoral se refere. Só posso falar das campanhas de 2009 e 2013. Nunca ouvi uma palavra depreciativa, proferida pelo meu pai, e dirigida a qualquer das pessoas que indica. Ainda que o pudesse fazer!
Foi-me enviada uma gravação de uma sessão de campanha do PS em S. Gens, na semana anterior às eleições (ainda tenho o ficheiro caso seja necessário provar o que digo), em que as afirmações proferidas pelo Dr. José Ribeiro e pelo Dr. Laurentino, referindo-se ao meu pai, ao meu irmão e, imagine-se, à minha mãe, seriam razão suficiente para justificar qualquer comentário ou afirmação. Perceba que estou a falar de ataques pessoais!
Nunca o fizeram, dando, desta forma, mais uma lição sobre dignidade e elevação.
Por isso, peço-lhe encarecidamente, não contribua voluntariamente para a deturpação da verdade e deixe em paz quem sempre demonstrou ser essa a sua vontade.

Anónimo disse...

Miguel summavielle,
não guardo jornais antigos senão tinha todo o gosto em enviar-lhe essas palavras.
Na campanha de 1013 para além de ouvir o seu pai dizer que era o pai político do laurentino e do ribeiro (e até concordo) disse outras coisas mais próprias de campanha eleitoral que roçaram o insulto.
se o PS fez ataques pessoais, vocês também fizeram! Aqui não há inocentes. O que me entristece é que uns parecem que são os maus da fita e os outros são os bonzinhos...
Parece que já se esqueceu da chapelada, da vergonha e afins que o seu irmão disse tão energicamente à porta da sede de campanha.
eu não tenho memória curta...
eu deixe-o em paz a si e a todos os independentes, socialistas e sociais democratas mas nãos e armem em virgens ofendidas!

Miguel Summavielle disse...

Caro anónimo das 6:08 PM,
Se não podemos comprovar o que afirmamos, mais vale não dizer nada.
Nas sessões em que estive presente, não foram feitos quaisquer ataques pessoais. Foram feitas referências políticas que são aceitáveis e normais.
Quanto ao discurso da "chapelada", alusão a umas eleições para a distrital de Braga do PS, foi aceitável e adequado, atendendo às inúmeras irregularidades ocorridas no acto eleitoral. Se não confiar no que digo, sugiro a leitura dos acórdãos do Tribunal Constitucional.

Anónimo disse...

O Miguel Summavielle se comprovasse tudo o que diz e escreve também era bom.
Mas os outros é que t~em que copmprovar tudo. você não.
limita-se a dizer meias verdades. O que vale é que também existe a Leonor castro ou o sr Rodrigues para dizerem elas também as meias verdades deles.
os acordãos deram a vitória ao PS. Penso que maior conclusão que essa, não existe e, ao que me lembro, rejeitaram o vosso segundo recurso.