04 abril 2011

Indicador de Desenvolvimento Económico e Social

Nas minhas leituras de fim-de-semana, num artigo sobre o concelho de Alvaiázere (ali designado por Cavacolândia), deparei-me com uma referência a um estudo sobre o desenvolvimento económico e social dos concelhos deste país, referido pelo autor da peça para justificar a sua apreciação negativa sobre esse pedaço de Portugal. Tentava o jornalista justificar a votação maciça em Cavaco Silva, utilizando, entre outros argumentos, o deficitário desenvolvimento do concelho, pouco atractivo e com uma população envelhecida e pouco letrada. Naturalmente curioso, fiz uma pesquisa na net e lá encontrei o estudo efectuado por José R. Pires - Prof. Catedrático da Universidade da Beira Interior e Responsável do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social e Nuno Miguel Simões - Técnico Superior Economista, publicado em 2009. Este estudo analisa 50 factores e indicadores de condições económicas, sócias e materiais, constantes do Anuário Estatístico do INE (dados de 2006) e cria um ranking, por comparação, para os concelhos de Portugal Continental (278). Fafe está num calamitoso 222º lugar, tendo descido 58 posições desde a última publicação, ou seja, 2007 (dados de 2004). O valor numérico deste Indicador Concelhio de Qualidade de Vida – 54,4948 (Guimarães ocupa o lugar 112, com 66,1351) deve-nos obrigar a reflectir sobre a importância que damos à qualidade de vida no nosso concelho. Deve-nos levar a questionar os investimentos que o Município tem feito e, fundamentalmente, os que se prepara para fazer. Será que é mais importante endividar o concelho com Parcerias Público Privadas para executar um conjunto de obras de importância relativa ou, em alternativa, apostar nas infra-estruturas básicas (água e saneamento) e ambiente/recreio? Deixo-vos a questão. Reflictam!

Miguel Summavielle

9 comentários:

António Daniel disse...

Miguel, seria interessante colocar o link desse estudo.

Miguel Summavielle disse...

Caro António Daniel,
Agradeço a sugestão.
Aqui fica.
http://www.dge.ubi.pt/pmanso/Estudo%20sobre%20qualidade%20de%20vida%20dos%20concelhos%20portugueses%202009.pdf

Alex disse...

É mais fácil verem aqui. Não esqueçam que estes rankings são sempre muito discutíveis (quais os pontos a avaliar e qual o peso a dar a cada um...).

Segundo os autores do estudo a principal conclusão "é a de que o país vai a duas velocidades: uma, de nível europeu, a que correm os concelhos do litoral e do Algarve e outra a que se desloca (ou não corre) a grande maioria dos concelhos do interior Norte, Centro e Alentejo de Portugal."

Anónimo disse...

Relembro a todos que à uns anos houve um estudo que colocava Fafe nos primeiros 20 lugares de uma cidade com maior qualidade de vida...
estudos destes são sempre mt discutiveis

Anónimo disse...

O clã Summavielle já há muito nos habituou a este clima de entifada contra o executivo camarário. Qualquer coisa serve de pretesto para arremesso politico. Ora vejamos, o estudo em questão aborda, de entre outros indices de avaliação, o acesso á saude e a qualidade do parque escolar e a segurança.
É justamente nestes 3pontos essencias que as parcerias publico-privadas irão actuar, na construção dum novo hospital, duma nova escola secundária e num novo quartel da GNR! É muito infeliz a colagem do Sr.Miguel da posiçao que Fafe ocupa ás ainda não consumadas parcerias publico-privadas (tendo até em conta que o ranking é de 2009 e feito por uma instituição sem o rigor estatistico dum INE).
Como já disse anteriormente tudo serve de argumento ao Clã Summavielle na sua guerra santa contra o executivo camarário, inclusive atirar areia para os olhos dos fafenses, com rebuscadas argumentaçoes sobre estudos desactualizados.Como alguem já disse..Reflictam!

Cumps.

Pedro Oliveira

Nabais disse...

O que o Pedro Oliveira refere aqui parece-me que não corresponde à verdade porque as parcerias publico privadas não são para a construção do hospital, nem da escola, nem do quartel da gnr mas sim para o estádio, para a requalificação urbana, para parques de estacionamento, para as piscinas e para a feira e o mercado.
e oxalá me engane, mas os projectos do hospital, do quartel e da secundária poderão estar comprometidos por causa dos cortes nos investimentos publicos.

António Daniel disse...

Nabais, acrescento que, caso o plano de resgate avance e o poder mude de mãos, o mais certo é que isso aconteça. No caso do Hospital, creio que não há grandes responsabilidades, mas no caso da Escola Secundária creio que há. Na ânsia de construir coisas grandes, promoveu-se a ideia de concentração escolar em vez de melhorar o que já existe. Creio que se perdeu uma boa oportunidade de melhorar as condições de todas as escolas da freguesia. E não me venham com a falácia socialista das novas tecnologias.

Nabais disse...

O problema caro António Daniel é que se melhoraram muitas escolas das freguesias à uns anos por milhares de euros para agora serem cedidas às Juntas por 500 euros.
Não houve um rumo educativo coerente nesta governação. Agora concentra-se tudo... enfim...
Espero mesmo que o governo mude de mãos porque de trapalhadas estamos fartos deste Sócrates incompetente!
Outra coisa, querem apostar que a mensagem politica do PS de Fafe nestas eleições legislativas é: Se o ps ganhar as eleições vamos ter hospital, quartel e secundária. Se não ganhar, não temos nada! O discurso habitué... Esquecem-se que foi com Marques Mendes(não com Laurentino) no governo, mesmo com poder autárquico socialista (que Fafe recebeu mais investimento central.

Miguel Summavielle disse...

Caro Pedro Oliveira,
Se tivesse tido o cuidado de verificar, veria que o estudo é feito com base em dados do INE!!!
Quanto às PPP, como os restantes participantes já tiveram o cuidado de esclarecer, dizem respeito à construção de uma piscina, dois parques de estacionamento, um espaço de lazer, um mercado municipal, um reaproveitamento urbanístico e um parque desportivo.
Finalmente, deixe-me desengana-lo, não ando em nenhuma “guerra santa” contra o executivo. Sou livre de exprimir as minhas ideias e preocupações, mesmo quando estas são contrárias às da maioria. Felizmente, porque não dependo dos favores políticos de ninguém, posso fazê-lo abertamente.
Se me permite o conselho, agora que está devidamente esclarecido, reflicta sobre quem andará a atirar areia aos olhos de quem…