19 março 2010

Como poderá ser uma Cidade do Futuro?


Não sei! Como certamente pouca gente sabe. O Pedro Sousa, a propósito de um comentário a um post deste blogue, disse há tempos, num misto de humor e de seriedade, que poderíamos «vender» uma ideia de cultura para Fafe. A sua afirmação representou para mim uma constatação: apesar de haver uma quantidade de programações culturais na nossa cidade sem paralelo, as pessoas começam a ter consciência que importante seria pensar estrategicamente a cultura. Ora, sempre concebi uma reflexão pressupondo três aspectos. a matéria prima existente, os recursos disponíveis e, acima de tudo, a necessidade de cuidar do futuro.
O futuro é o tempo verbal que mais sentido faz actualmente, apesar de vivermos num permanente presente que já foi. Esta actual vivência tira-nos a lucidez e a clarividência, aliás bem visível quando se pretende encher sacos de areia sem pensar para o que poderão servir.
O Pedro Fernandes num post muito pertinente já havia esmiuçado algumas ideias que, embora arriscadas, poderiam significar uma mudança. E nós sabemos como em Fafe é sempre arriscado… Uma coisa se pode ter a certeza, as cidades, mais do que os países, tornaram-se o ponto de referência da vida. Na Europa, principalmente quando se fala de cultura, não se nomeiam os países mas Paris, Barcelona, Roma, Milão. Salvo as devidas distâncias, Fafe também poderia contribuir para que, internamente, se pudesse evidenciar. Como? Suscitando a diferença. Esta diferença passa, necessariamente, por retirar as pessoas de casa, fomentando espaços criativos, abrindo museus e bibliotecas à noite, reservar a Casa da Cultura para actividades de complemento educativo, promover encontros literários na praça pública, incentivar, quando o tempo o permitisse, exposições colectivas ao ar livre, dinamizar o espaço público com pequenas actuações musicais, sem colidir com a necessidade de descanso das pessoas. Evidentemente que seria interessante redesenhar partes da nossa cidade: a casa do Grémio merecia ter destaque citadino, envolvendo-a com zonas pedonais; a zona em redor da sempre esquecida Igreja Matriz deveria ser seriamente reconvertida: criação de um largo em frente à Igreja e limitar a estrada a uma zona pedonal. Aí seria possível produzir uma nova centralidade. Assim se responderia àquilo que Pedro Fernandes chama de «falta de auto-estima».
Obviamente que não sei como será a cidade do futuro, contudo é importante criarmos possibilidades para que algo aconteça.

António Daniel

2 comentários:

Pedro Fernandes disse...

"Suscitar a Diferença", talvez seja essa a palavra chave para uma ideia futura de cidade.
No entanto, isso exige visão e ousadia! Será que estamos preparados para isso?

olhando-te disse...

Pelos Fafenses, a maioria, penso que sim, um grade desafio,
Poder político, ainda estará para nascer, com as continuas mentalidades políticas, jamais se vera grande perspectiva, alias, visão nunca houve, sabendo-se que o representante máximo tem uma pequena deficiência, lamentável, física, bem como perspectivas de futuro, assim criaram um a ZONA DORMITORIA