14 março 2008

A história do Hospital de Fafe


Fafe prepara-se para ter nos próximos anos um novo Hospital a ser instalado em terrenos próximos do cemitério municipal. Mas, como muitos edifícios da nossa cidade, os "brasileiros" fafenses foram determinantes para a construção do actual e que importa conhecer um pouco da sua já centenária história.
Assim, o edifício do Hospital de Fafe é uma réplica arquitectónica de outro, existente no Rio de Janeiro. Foi um grupo de emigrantes residentes na cidade do Rio de Janeiro que decidiu, em 8 de Abril de 1858, promover a construção, na Vila de Fafe, de um Hospital de Caridade. Numa primeira fase, albergava apenas uma enfermaria para atendimento de doentes que não tinham possibilidade para serem tratados em casa, vindo posteriormente a alargar as suas instalações e melhorar os seus serviços.

A edificação deste imóvel resultou da iniciativa sobretudo do Dr. Miguel Soares e do seu filho José Florêncio Soares e do caridoso apoio dos "brasileiros" fafenses que, ficaram encarregues de angariar fundos para o mesmo. Viria também a ter o apoio da autarquia que cedeu o terreno.

Em 6 de Janeiro de 1859 foi inaugurada o lançamento da primeira pedra e, em 19 de Março de 1863 é inaugurada a primeira fase de construção.
A Irmandade de São José ou da Misericórdia foi fundada em 23 de Março de 1862, com a finalidade de o administrar, conforme o que estava determinado pelo comissão de donatários e fundadores.
A inauguração foi celebrada com pompa e que o jornal do Comércio do Porto deu notícia:

«Abre-se Quinta Feira em Fafe a parte do hospital que se acha feita e com capacidade para receber nove doentes. Este estabelecimento de caridade deve-se aos esforços de alguns cavalheiros de Fafe e muito particularmente ao Sr. José Florêncio, que tem sido incansável em promover os meios para levar a efeito um tão útil como humanitário estabelecimento. [...] Na Quinta Feira à noite dá o Sr. Florêncio, distinto cavalheiro de Fafe, um esplêndido baile. A casa do Sr. Florêncio é das mais lindas da Fafe e o salão de baile é magnífico»

«O Comércio do Porto», Porto, 21/3/1863

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom, a divulgar.

Anónimo disse...

Fortunato de Freitas Castro, meu trisavo, foi um dos fundadores que enviaram recursos do Rio de Janeiro para o Hospital!

Sua filha, Thereza, casou com Antonio Ferreira de Carvalho. Antonio era da família Ferreira de Carvalho, descendente de Antonia Adelaide Ferreira de Carvalho, produtores de vinhos da região do Douro, Peso da Régua, Vila Nova de Gaia. Viveram e estão sepultados no Rio de Janeiro, no cemiterio de São João Batista.

Alguns imóveis da família ainda encontram-se intactos no Rio de Janeiro: Colegio Sion, Antiga embaixada do Japão, Casa de Rui Barbosa etc