No início de 2011, em tempo
recorde, uma das salas da Casa Municipal de Cultura foi adaptada para instalar
um polo do Centro UNESCO da Memória e Identidade.Pouco tempo depois, em 24 de
Março, teve lugar a assinatura de um protocolo entre o Município de Fafe e a
Comissão Nacional da UNESCO.“A identidade defende-se
muito através da memória do património imaterial”, considerou o embaixador
Fernando Adresen Guimarães, destacando as “vantagens de trabalhar em rede”.O vereador da cultura local,
Pompeu Martins sublinhou, na altura: “Todo o trabalho vai ser realizado com o
envolvimento de parceiros locais, incluindo Escolas, Associações Culturais e
Juntas de Freguesia”. O vereador afirmou ainda que vai continuar a apostar na
cultura, frisando que o investimento na rede de equipamentos de qualidade do
concelho “pode ser muito mais eficiente se for acrescentado o trabalho que se
espera agora do Centro UNESCO”.“No final do ano, contamos
já ter algum material em resultado do trabalho realizado para o podermos
disponibilizar às pessoas”, realçou o responsável político pela cultura
fafense.Passado mais de ano e meio
da sua criação o Centro UNESCO de Fafe praticamente não se mostrou. O público
não conhece o trabalho já desenvolvido. À excepção de um encontro nacional
realizado em Fafe no final de 2011, poucos terão conhecimento da actividade
deste Centro.Se o objectivo era envolver
a comunidade, muito mal têm andado os responsáveis. O Centro UNESCO local faz
lembrar uma organização “clandestina”, uma “elite” que, alegadamente, nada
produziu de importante.Na Internet resume-se a uma
página no Facebook de grupo fechado! Aparentemente temos em Fafe mais uma
organização inoperante que ainda não mostrou, ao grande público, resultados
dignos de registo.O mesmo será dizer que uma
parte do nosso património cultural continuaria sem “identificação”, não fosse a
actividade de uma associação que, mesmo sem meios materiais, supostamente “discriminada”
pelo poder político local, com a carolice de um punhado de amantes desta Terra,
tem desenvolvido trabalho, tem mostrado publicamente a sua actividade, pela
Internet na imprensa e em variadas realizações. A Atriumemoria tem um acervo de
milhares de espécies que são um importante contributo para o resgate da memória
colectiva fafense. Tem manifestado a sua preocupação pelo actual estado do
nosso património, divulgando-o e procurando preservá-lo. A Atriumemoria é uma
organização independente sem credo e apartidária, cujo objectivo principal é
garantir um “futuro com passado”, legando aos vindouros toda uma memória
colectiva que é a identidade histórica desta Terra que foi de Montelongo.
Jesus Martinho
Jesus Martinho
2 comentários:
Em Fafe, sobretudo para os 'donos do poder', só é bom o que vem de fora, mesmo que em nada contribua para o aumento da qualidade de vida dos cidadãos ou aqueles que de alguma forma estejam ou sejam parte do poder (a comitiva de amigos que publica livros...) até parece que os cultos e intelectuais são todos do mesmo partido, não parece? Seja como for, acredito muito mais numa política extra-muros, estudei os clássicos, por isso, o trabalho da Atrium Memória não só é relevante como será uma mais valia para construir ou reconstruir uma identidade que Fafe já não conhece. E, nesse momento, o trabalho hoje inglório será reconhecido.
Hoje, devido ao trabalho do Jesus Martinho e até de outros com menos material é muito fácil construir programas culturais e colocá-los como forma de rentabilizar recursos, o problema é que as pessoas que dirigem ou estão acomodadas ou não sabem mais... Há muitos 'Relvas' em Fafe que precisavam de voltar a estudar... ou pelo menos ter a humildade de saber aproveitar o que está bem à vista.
Faço minhas as palavras do Pedro.
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