
Foi com surpresa que recebi o convite do “BlogMontelongo” para participar neste espaço de discussão e debate. Rapidamente decidi aceitar, contribuindo, dentro da minha reduzida disponibilidade, para ajudar a debater temas relacionados com o Concelho. Essa foi a única condição que me foi imposta e aceito-a de bom grado.
Estarei, assim, nos próximos tempos, por aqui, escrevendo sobre os temas que julgo serem relevantes ou justificarem um olhar mais atento.
Este é um espaço de livre acesso, onde a simples participação é sinónimo manifesto de interesse, devendo, por isso, valorizar-se todos os contributos, independentemente da sua pertinácia. Os comentários são a prova da existência de uma sociedade civil viva e atenta em Fafe.
Mas este é também um espaço onde as opiniões são expressas sem reservas, muitas vezes a coberto do anonimato ou de “alcunhas”, aproveitando-se a oportunidade para dar a “estalada” escondendo a mão. Mesmo tendo consciência desse facto, decidi participar, expondo-me. Vale a pena quando acreditamos no que fazemos. Serão, certamente, tiques do passado !!!…
Feito o “enquadramento”, vamos ao que interessa. Decidi, hoje, chamar a atenção para um tema levantado na passada Assembleia Municipal (de 19 de Fevereiro) pela deputada Vanessa Barata (PSD) – a criação de Centro de Incubação de Empresas em Fafe.
Tendo enquadrado a proposta com um conjunto de pressupostos gerais, nos quais referia a difícil situação económica do país e seus reflexos no nosso Concelho, apontando para fenómenos como o crescimento do desemprego, as falências sucessivas, a descapitalização das empresas e o seu perigoso endividamento como consequências inevitáveis da crise que atravessamos, propunha, a Sra. Deputada, a criação de um Centro de Incubação de Empresas como forma de contrariar esta situação.
Parece-me uma óptima ideia.
Como muito bem argumentava, as Micro e as PME geram 75% do emprego e realizam perto de 60% do volume de negócios. Parece-me evidente que é aqui que devem ser centradas as atenções e para aqui que devem ser canalizadas todas as ajudas.
O Município deveria servir como catalisador, apoiando e incentivando aqueles que acreditam que vale a pena lutar pelo seu “lugar ao sol”. Construir um edifício que forneça instalações, equipamentos e serviços a preços comportáveis para quem está a dar os primeiros passos é uma forma de ajudar sem “subsidiar”, ou seja, contribuir decisivamente sem criar subsídio-dependentes.
Permito-me sugerir (como já o fazíamos no Programa Eleitoral dos Independentes por Fafe) que esta acção deveria sem complementada com a criação de um gabinete de estratégia empresarial (utilizando os recursos existentes no quadro de pessoal do município e nas organizações concelhias, não aumentando os encargos) que vise:
a). estabelecer ligações entre os pólos universitários nacionais e as nossas empresas, promovendo a investigação e desenvolvimento de produtos inovadores, potenciadores de mais valias industriais significativas;
b). apoiar as empresas na elaboração de candidaturas a fundos nacionais e comunitários;
c). criar uma bolsa de qualificação de emprego, trabalhando em parceria com as instituições concelhias existentes na definição de acções de formação direccionadas para as necessidades reais das empresas;
d). apoiar as empresas na internacionalização;
e). promover e apoiar iniciativas que almejem a divulgação das empresas locais (feiras, colóquios e marketing).
Julgo que estas seriam medidas que pouco poderiam agravar o orçamento camarário e que poderiam funcionar como estímulo para o tecido empresarial Fafense, servindo, quem sabe, como factor diferenciador do Concelho relativamente aos seus vizinhos.
Miguel Summavielle