15 julho 2009

Gerald Bloncourt oferece 200 fotos ao Museu da Emigração

Gerald Bloncourt, conceituado fotógrafo de origem haitiana e a residir em Paris, retratou como ninguém o quotidiano da emigração portuguesa dos anos 50/60 em França e as condições de miséria que se viviam nos "bidonvilles" (bairros de lata) franceses, esteve em Fafe onde expôs as suas obras na Casa da Cultura e ofereceu 200 fotografias para o Museu da Emigração.
"Por uma vida melhor" foi o título da exposição que já esteve patente no Museu Berardo em Lisboa e mostrou o lado humanista deste fotógrafo que denunciou através das suas fotografias, a vida dos portugueses que se instalaram sobretudo em Champigny e em Saint-Denis. Os seus trabalhos foram publicados em "La vie ouvriére", em "Témoignane Chrétien" ou em "O imigrado português", tornando-se um notável documento histórico devido aos testemunhos preciosos que contribuiram para alertar a opinião pública da época, gerando um movimento de solidariedade que exerceu grande pressão junto do poder político.
Gerald Bloncourt conseguiu seguir os emigrantes em Portugal, chegando a passar clandestinamente entre as fronteiras, lidando de perto com o medo de serem presos ou de morrerem por falta de força necessária para percorrerem as centenas de kilómetros a pé. Esteve recentemente em Fafe, assistiu na Câmara Municipal à procissão de Nossa Sra de Antime e ofereceu 200 obras ao Museu da Emigração. São este tipo de personalidades que merecem, mais que muita gente que por cá anda na nossa terrinha, uma medalha de mérito autárquico.

3 comentários:

António Daniel disse...

Vivi tanto tempo em Fafe e agora que estou fora é que o interessante está a acontecer. Não é justo. Prolonguem a exposição para eu ver.

António Daniel disse...

Já agora vejam a viagem à lua em tempo real:
http://www.wechoosethemoon.org/#

Maria Filomena disse...

O meu pai foi dos primeiros homens na freguesia a emigrar com contrato de trabalho para França. A maioria ia clandestinamente.
Quando vejo os albuns de fotos não noto sinas de miséria, mas que os portugueses viviam em espírito de grande amizade e confraternização