28 junho 2013

Ainda o Royal Center



Parece que a ideia de aproveitamento do espaço para uma qualquer infraestrutura hoteleira colhe simpatia nos meios políticos em Fafe.  Já aqui questionei a pertinência de tal desiderato, na medida em que o principal argumento - número insuficiente de camas em Fafe - me parece precipitado. Por isso, coloco aqui um comentário do conhecido empresário Ricardo Gonçalves:

«Mais do que se debater o futuro do Royal Center (parece-me unânime que a actual situação nos envergonha a todos)deveria debater-se o clima de quase perseguição ao investimento. Há deficit de camas em Fafe? É muito discutível.Quem disse isso não conhece as taxas de ocupação das camas existentes. O que há é uma deficiente coordenação da programação que será muito mais fácil de resolver pondo as instituições a comunicar entre si. Considero uma oportunidade perdida não se ter aproveitado para concentrar alguns serviços públicos, substituindo a obra de ampliação dos paços do concelho. Mas isso é passado. Não esqueçamos, ainda, que o edifício tem um proprietário e este terá sempre de ser ouvido

Cheio de bom senso, e não senso comum como os políticos nos vão habituando, este comentário mostra bem que, antes de megalomanias e projectos descabidos que só iriam prejudicar os investimentos existentes nos concelho, é importante ouvir quem tem legítimas opiniões por dominar a área.

A minha proposta é simples. Com o crescimento que algumas actividades vão tendo ao nível do domínio de serviços ligados às novas tecnologias, porque não disponibilizar espaços para estudantes fafenses ou de regiões limítrofes para desenvolvimento de projectos empresariais ligados às novas tecnologias? Porque não celebrar protocolos com as universidades da região disponibilizando-lhes meios e espaços adequados de investigação e desenvolvimento? A partir daqui, muitas outras ideias poderão germinar. Há ideias que possam iluminar os nossos políticos?

António Daniel

3 comentários:

Ricardo Gonçalves disse...

Antes de mais quero agradecer a atenção dada ao meu comentário. Depois gostaria de tentar responder ao desafio lançado: antes de mais precisamos, em Fafe, de um ambiente favorável ao estabelecimento de empresas (falo das já famosas micro e PME porque as outras não será muito crível que se venham instalar em Fafe).
Precisamos de parcerias, juntando os saberes, sem egoísmos.
Precisamos de arrojo, sem medo de falhar porque falhar é não fazer nada.
Precisamos de capitalizar aquilo que já se faz bem (os eventos em Fafe são um bom exemplo)mas devemos ser criteriosos nas escolhas porque os meios não são muitos. Devemos gerir com eficácia.
Devemos dar o melhor de nós.
Para o nosso bem e o de todos porque uma sociedade bem sucedida é uma sociedade solidária.

Anónimo disse...

com a vontade que este executivo tem em instalar empresas em fafe acho essa ideia um pouco dificil de se concretizar.....Como ja disse neste blog o royal center Poderia ser usado como arquivo municipal, poderia ainda servir para instalaçoes da policia municipal\proteçao civil, mas como parece que fafe nada em dinheiro e sempre melhor fazer novos edifícios e arrastar este problema do centro comercial, pode ser que quando o royal desabar alguem se lembre de fazer la alguma coisa heheh

Miguel Summavielle disse...

Caro António Daniel,
O Eng. Ricardo Gonçalves, estando no sector, tem uma visão pragmática sobre a real necessidade de camas no Concelho, tornando a sua opinião preponderante e avalisada.
Fazer do Royal Center um Hotel poderia ser uma opção interessante para ajudar a resolver um problema urbanístico grave (tendo-se perdido, como ambos referimos, a possibilidade de agregação dos serviços camarários). No entanto, na minha modesta opinião, o Município só será capaz de motivar esse investimento se for capaz de melhorar o clima de negócios no Concelho, cativando investimento, e assegurar um dinamismo cultural e desportivo grande, únicas formas de assegurar um aumento do número de visitantes.
Utilizar o edifício para instalar outros serviços, como sugere, pode vir a revelar-se demasiadamente caro, já que se trata de um imóvel situado no centro da cidade. Veja-se, como exemplo e para servir de termo de comparação, quanto o Município pagou pela cave do edifício da Avª 5 de Outubro…
Qualquer resolução para este problema ficará, seguramente, dependente da vontade dos bancos, actuais proprietários do imóvel. Sem a sua colaboração, nenhuma ideia será passível de concretização. Claro que a Câmara podia pressionar, ameaçando com a demolição, mas será que o resultado seria melhor do que o que temos?