31 março 2010

Cine Teatro ABRIL

EM DESTAQUE: Jacinta, nome incontornável do Jazz e Swing nacional.
Consulta toda a programação no blog do Cine Teatro em http://teatrocinefafe.blogspot.com/

28 março 2010

Mundial de Andebol Escolar Fafe 2010

Fafe recebeu, com brilhantismo, o Mundial Escolar de Andebol 2010. Depois de termos presenciado a bonita cerimónia de abertura no Pavilhão Multiusos, a semana que se seguiu de jogos envolveu de forma muito entusiasmada as gentes de Fafe, especialmente os mais jovens, que colaboraram em acções de voluntariado em diferentes áreas como a tradução, jornalismo, fotografia, comunicação, dança, desporto, música, entre outros. A Escola Secundária de Fafe e os Agrupamentos Escolares concelhios, assim como a Escola Profissional de Fafe e o AC Fafe foram determinantes para que o campeonato decorresse com enorme sucesso. As comitivas dos diferentes países felicitaram a forma como o torneio se viveu na nossa cidade. Os jovens envolveram-se, mobilizaram-se, a organização esteve de parabéns e Fafe saiu deste torneio com uma imagem muito positiva. Toda a gente merece os parabéns pela iniciativa, especialmente as entidades públicas nacionais e locais. Pairou um sentimento de vaidade por Fafe receber este evento mas, mais que isso, os nossos jovens mostraram que, quando são envolvidos em actividades que vão ao encontro dos seus interesses, mostram o que de melhor a juventude fafense tem para dar. À atenção da autarquia...

24 março 2010

As "gaffes" de Laurentino Dias


Apanhado de surpresa pelos jornalistas, que pretendiam recolher uma pequena antevisão da final da Taça da Liga, a resposta do Secretário de Estado da Juventude e Desporto foi curiosa: "Quem joga?".
Laurentino Dias desconhecia quais os dois finalistas da Taça da Liga, marcada para domingo passado, no Estádio Algarve, entre Benfica e Porto.
"Quem joga? Porto-Benfica? Um grande jogo, espero eu. E animado, porque o Estádio do Algarve bem precisa", afirmou Laurentino Dias à saída de uma reunião com o Conselho Nacional do Desporto (CND).
Ainda este ano, e abordado pelos jornalistas perante as críticas do Ministro do Desporto de Espanha Jaime Lissavetzky, a propósito da falta de empenho dos políticos portugueses na candidatura conjunta ao Mundial de Futebol entre os dois países, Laurentino Dias respondeu que “Não estamos preparados para fazer qualquer novo investimento”. Pois, mas se assim é, mais valia não sermos candidatos do que sermos candidatos sem "entusiasmo".
Mas, afinal, que Secretário de Estado é este, que recentemente, através de um mecanismo legal, retirou o estatuto de utilidade pública à Federação Portuguesa de Futebol por esta não ter adequado os seus estatutos ao novo regime jurídico das Federações Desportivas mas que, na prática, a FPF não sofre qualquer consequência desta ilegalidade cometida?! É como se, de repente, o Secretário de Estado declarasse que um atleta sofreria uma suspensão por se ter dopado, mas que continuaria a jogar enquanto durasse a suspensão.
Talvez seja mesmo um Secretário de Estado comandado por aqueles que deveria comandar...

22 março 2010

Projecto "Limpar Portugal" em Fafe

















Fotos enviadas por Manuel Pereira

19 março 2010

Como poderá ser uma Cidade do Futuro?


Não sei! Como certamente pouca gente sabe. O Pedro Sousa, a propósito de um comentário a um post deste blogue, disse há tempos, num misto de humor e de seriedade, que poderíamos «vender» uma ideia de cultura para Fafe. A sua afirmação representou para mim uma constatação: apesar de haver uma quantidade de programações culturais na nossa cidade sem paralelo, as pessoas começam a ter consciência que importante seria pensar estrategicamente a cultura. Ora, sempre concebi uma reflexão pressupondo três aspectos. a matéria prima existente, os recursos disponíveis e, acima de tudo, a necessidade de cuidar do futuro.
O futuro é o tempo verbal que mais sentido faz actualmente, apesar de vivermos num permanente presente que já foi. Esta actual vivência tira-nos a lucidez e a clarividência, aliás bem visível quando se pretende encher sacos de areia sem pensar para o que poderão servir.
O Pedro Fernandes num post muito pertinente já havia esmiuçado algumas ideias que, embora arriscadas, poderiam significar uma mudança. E nós sabemos como em Fafe é sempre arriscado… Uma coisa se pode ter a certeza, as cidades, mais do que os países, tornaram-se o ponto de referência da vida. Na Europa, principalmente quando se fala de cultura, não se nomeiam os países mas Paris, Barcelona, Roma, Milão. Salvo as devidas distâncias, Fafe também poderia contribuir para que, internamente, se pudesse evidenciar. Como? Suscitando a diferença. Esta diferença passa, necessariamente, por retirar as pessoas de casa, fomentando espaços criativos, abrindo museus e bibliotecas à noite, reservar a Casa da Cultura para actividades de complemento educativo, promover encontros literários na praça pública, incentivar, quando o tempo o permitisse, exposições colectivas ao ar livre, dinamizar o espaço público com pequenas actuações musicais, sem colidir com a necessidade de descanso das pessoas. Evidentemente que seria interessante redesenhar partes da nossa cidade: a casa do Grémio merecia ter destaque citadino, envolvendo-a com zonas pedonais; a zona em redor da sempre esquecida Igreja Matriz deveria ser seriamente reconvertida: criação de um largo em frente à Igreja e limitar a estrada a uma zona pedonal. Aí seria possível produzir uma nova centralidade. Assim se responderia àquilo que Pedro Fernandes chama de «falta de auto-estima».
Obviamente que não sei como será a cidade do futuro, contudo é importante criarmos possibilidades para que algo aconteça.

António Daniel

15 março 2010

Primeiras Jornadas Literárias de Fafe


A Câmara Municipal de Fafe e a Escola Secundária de Fafe promovem as 1ªs Jornadas Literárias de Fafe, sob o lema “A Força Viva das Palavras…”, tendo como co-organizadores o Núcleo de Artes e Letras de Fafe, a editora Labirinto e o Cineclube de Fafe.
Colaboram ainda na iniciativa a Academia de Música José Atalaya e o município do Mogadouro.
As Jornadas vão desenrolar-se entre os dias 15 e 19 de Março, em espaços como a Escola Secundária, a Biblioteca Municipal, a Casa Municipal de Cultura e o Teatro-Cinema de Fafe.
Ao longo da semana, são diversas as iniciativas voltadas para o público escolar mas também para a população em geral, destacando-se a presença do escritor Mário Cláudio, a professora Isabel Pires de Lima e outros docentes universitários que vão falar de autores portugueses que fazem parte dos curricula escolares (Eça, Pessoa, Camões, Saramago, Régio), o lançamento de uma obra literária, espectáculos de teatro, projecção de filmes e outras actividades.
O programa arranca na segunda-feira, dia 15, pelas 10h00, no Teatro-Cinema de Fafe, com a apresentação da peça de teatro "A Midsummer Night`s Dream", de William Shakespeare, pela Avalon Theatre Company, para os alunos de inglês.
A abertura solene das Jornadas está prevista para as 15h00, na Biblioteca Municipal, seguindo-se meia hora depois, na Casa Municipal de Cultura, a abertura de Exposição Biobibliográfica de Trindade Coelho "Estas Infinitas Saudades...", cedida pelo Município do Mogadouro.
Pelas 16h30, no Bloco A da Escola Secundária, tem lugar a abertura da exposição “De Fafe, com Amor” (homenagem aos escritores de Fafe). Meia hora depois, na Biblioteca da Escola Secundária, realiza-se uma tertúlia de escritores locais.
À noite, na Biblioteca Municipal, tem lugar o lançamento da obra Nos braços de um anjo e outros contos, do jovem Tiago Magalhães, aluno da Escola Secundária.
Na ocasião, regista-se a abertura de uma feira do livro no mesmo local.
No dia seguinte, de manhã, o docente universitário José Cândido Martins (Universidade Católica) fala da obra “Memorial do Convento”, de José Saramago, enquanto de tarde na Escola Secundária, alguns escritores locais vão às salas de aula dialogar com alunos.
Às 21h30, na Biblioteca Municipal, o conhecido escritor Mário Cláudio dialoga com os leitores a propósito da sua obra, em poesia e em prosa.
Na quarta-feira, 17 de Março, o docente universitário João Amadeu Carvalho (Universidade Católica) fala da relação entre a “Mensagem” (Pessoa) e “Os Lusíadas” (Camões). À tarde, na Sala Manoel de Oliveira, regista-se a exibição do filme “Um Amor de Perdição”, de Mário Barroso, para o público escolar, a qual será repetida à noite para o público em geral.
Na quinta-feira de manhã, a docente Isabel Pinto Bastos fala da obra de teatro de José Régio e à tarde Isabel Pires de Lima fala da obra “Os Maias”, de Eça de Queirós para o público escolar.
Pelas 21h30, na Biblioteca Municipal, a docente universitária que foi ministra da cultura do anterior governo aborda o tema “Eça de Queirós: um escritor actual?”, seguido de debate.
Finalmente, na sexta-feira, último dia das Jornadas, haverá, ao longo do dia, leitura de poemas em serviços e instituições, numa acção designada “a poesia em viagem”, antecipando a evocação do Dia Mundial da Poesia.
Entretanto, às 10h15, 14h30 e 16h30, na Sala Manoel de Oliveira, é exibido o filme “Uma Aventura na Casa Assombrada”, de Carlos Coelho da Silva, para o público escolar.
As 21h30, no Teatro-Cinema, encerra o evento, com um espectáculo de variedades “De Fafe, com Amor…, que terá a colaboração da Academia de Música José Atalaya.

11 março 2010

Orgulho e Auto-Estima


Tenho lido no Blog algumas considerações sobre a falta de auto estima dos fafenses. A relutância em assumir as coisas boas que existem no nosso concelho e as lamentações e queixumes que denotamos parecem confirmar esta “tese”. Existe, talvez, um sentimento demasiadamente negativista na nossa identidade. As razões não são assim tão objectivas mas podemos ir buscar algumas respostas ao nosso passado recente. Poderemos falar do fim do comboio, do fecho prolongado do cine teatro, da crise do têxtil, da perda do rallye de Portugal, entre outras, que afectaram o nosso orgulho.
Ao longo dos anos, certamente, sofremos mutações na sociedade que influenciaram decisivamente a nossa estima mas nunca conseguimos substituir a perda da maior manifestação colectiva que alguma vez tivemos. Falo do rallye de Portugal que granjeava a simpatia e a adoração de todos. Talvez, a “romaria” mais grandiosa e unificadora da estima e do orgulho de sermos fafenses. O epíteto da “terra do rallye” enchia-nos de um orgulho que não era superado pela “terra da justiça”.
O rallye atraía gente de todo o Portugal e milhares de espanhóis. Fafe ganhou a fama de “catedral dos rallyes” e o concelho tornou-se referência neste tipo de provas ao mesmo tempo que fazíamos uma promoção turística do concelho inigualável.
Não me lembro de outro acontecimento mobilizar e entusiasmar tanto as gentes de Fafe. Relembro, com saudade, dos dias sem aulas, das noites a acampar nas Serras frias de Fafe, do convívio, das longas caminhadas a pé para o “Confurco” ou para o “Salto da Lameirinha”, das boleias inesperadas e dos farnéis…
Os fafenses sentiam orgulho em dizer que eram de Fafe, em dizer que eram da “terra do rallye”.
Actualmente, continuamos a ter importantes manifestações colectivas mas nenhuma tão marcante na nossa identidade como o rallye de Portugal. As festividades da Sra de Antime, as Feiras Francas são importantes para o concelho, tal como a Volta a Portugal, mas esta não substituiu a “fama” do rallye, nem sequer as outras elevam assim tanto o nosso ego.
E, as manifestações colectivas, quando congregam todos, são determinantes para mobilizar as forças vivas concelhias, a auto-estima individual dos fafenses e a captação de novos públicos. E, isso tem faltado… claramente!

Pedro Fernandes

07 março 2010

Câmara compra Espólio do Foto Victor


"A Câmara Municipal de Fafe aprovou, por unanimidade, a compra do espólio da casa “Foto Victor”, um fotógrafo de Fafe, com mais de 50 anos de serviço.
A autarquia considera valioso o espólio, que para além de todo o material (máquinas fotográficas, revelação, secagem, etc.) fotográfico adquirido, tem igualmente um enorme lote de “negativos” que ao longo dos anos foi adquirindo e que mostram todo o evoluir da Cidade de Fafe, não só no seu território, mas humano (moda).
O espólio vai ser adquirido por 6.000 euros. "
in www.cm-fafe.pt

A compra deste espólio merece todo o nosso apoio mas deveríamos ter acesso à informação do que pretende fazer a autarquia com o mesmo.

03 março 2010

A Nossa Identidade


É de longa data a minha obsessão pelos destinos de Fafe. Sobre as razões, não as sei apresentar, a não ser a presença constante do cordão umbilical que demora a ser cortado, se é que alguma vez o será. Por esta ligação ser tão carnal, liberto-me de pudores e de possíveis recalcamentos, pelo menos num ponto de vista freudiano, já que utilizo a racionalização como forma de expurgar os fantasmas e procurar saídas.
Mais do que saber como estão as coisas interessa-me saber a razão pela qual as coisas são como são. Isto é, a realidade, como é cruel, tende sempre, ou a maioria das vezes, a ser alienada por fenómenos que transitam de uma constatação para uma cosmética. Por estar farto de cosméticas, a racionalidade dá-me meios para encarar de frente a crueza da realidade.
Os fafenses vivem sempre em representação (característica extensiva ao destino psicanalítico português, como bem afirma Lourenço), reveladora de uma consciência da sua fragilidade existencial que, como mecanismo de negação, torna o exercício da cidadania o desejo de agradar aos «outros». Por esse motivo, os fafenses espiam-se, controlam-se, apontam, criando uma teia emaranhada de relações que ofuscam, aprisionam e definham, tornando-nos ternuramente provincianos. E como gostamos de ternura! A consequência mais grave de tudo isto está na ausência de aprendizagem, na ausência de mútuo dinamismo do saber, na negação do diálogo que, tal como o conceito revela, exige uma síntese de vontades. Estão assim descobertas as razões da falta de rasgos por parte da sociedade civil e do poder político. Estaremos a tempo de mudar? Se não o houver, torna-se imperioso criá-lo. O tempo somos nós que o criamos, somos nós, individualmente considerados, que o balizamos. Agora, não me perguntem o que o tempo é. Como dizia S. Agostinho, se não me perguntassem o que é o tempo eu saberia responder.

António Daniel