24 julho 2013

Ser Independente




Não escondo que simpatizo com a candidatura independente. Se para a Junta de freguesia o meu voto está praticamente definido (voto num candidato de partido político), para a Câmara Municipal e para a Assembleia o meu voto tende (embora não seja definitivo, tenho que conhecer os programas ) para a lista independente, havendo contudo uma pessoa no Partido Socialista que merece o voto de qualquer fafense por ter sido o melhor vereador que Fafe alguma vez teve - Pompeu Miguel Martins.

Nada me liga a Parcídio Summavielle, como a qualquer outra pessoa da lista, mas reconheço-lhe muitas virtudes. Tem os seus defeitos, são fáceis de os enumerar como já fiz aqui, mas pode significar muito para Fafe, quer em termos materiais, quer em termos simbólicos. Já para não nomear o Miguel, seu irmão.

Porém, há um conjunto de narrativas dos independentes que não me cativam, nomeadamente as ideias expressas por alguns ressabiados da política. Alguém independente é alguém que sempre o foi. Sem medo de tomar uma posição, fá-lo porque considera ser essa a melhor, justificando-a devidamente. Alguém independente é aquele que se consciencializa da sua circunstância em qualquer momento da sua vida e tenha a capacidade de se interrogar, arcando com as suas responsabilidades. Não estou a defender a coerência de ideias, mas a coerência moral. Ser independente significa não olhar para o umbigo, mas ter a capacidade de olhar por cima do seu ombro. Por último, ser independente é, pelo menos nas suas exposições públicas, não possuir uma atitude maniqueísta, separando o mundo entre bons e maus, mas uma postura de argumentação racional e livre. É isto que espero dos independentes, não sei se todos os independentes sabem disto. Espero que sim!

António Daniel

23 julho 2013

Música na Rua



Arranca na noite desta quinta-feira, 25 de Julho, na Arcada, em Fafe, uma nova iniciativa promovida pela autarquia, com a designação “Música na Rua” e que tem a colaboração de grupos de jovens músicos e de artistas a título individual. O objectivo é dinamizar as noites de final de Julho e Agosto, em apresentações acústicas, para desfrute dos fafenses e dos visitantes, nas noites de Verão. Não se trata propriamente de espectáculos, mas antes de exibições informais do que cada grupo sabe ou pode proporcionar ao público que ocupa as esplanadas do centro da cidade, ou passeia pela Arcada.Às quintas-feiras à noite, actuam dois grupos e/ou artistas, sendo que em qualquer outro dia, poderão aparecer, sem marcação, para mostrar as suas produções ou recriações. A iniciativa começa com a apresentação dos jovens do Quarto C (22h00), seguidos do Progeto Aparte (23h00). Nas quintas-feiras de Agosto, aparecerão outros projectos musicais a actuar para quem queira ver e ouvir, como a Banda Funky Soul, CriativeArts, Zekexperience, Mess, Dayofthe Lords, Joe DivisionTributus, In Útero, Michel Oliveira, Duarte e Duarte e Diana e Carlos Ribeiro.
Fonte: Município de Fafe

22 julho 2013

Fogachos Argumentativos



Ainda não tive oportunidade de apreciar os programas eleitorais das várias forças que irão concorrer à Câmara Municipal. Estou mais vocacionado para os fogachos argumentativas. Deles ressaltam três argumentos que me causam uma certa urticária: 

1.
És filho do teu pai, o teu pai fez isto ou aquilo. logo, vais fazer o mesmo que o teu pai.

É claro de ver que este argumento carece de efectiva legitimidade. Nele esconde-se uma outra premissa que no fundo vai ao encontro do provérbio popular «filho de peixe sabe nadar».

Em primeiro lugar, é muito subjectivo dizer que o «pai fez isto ou aquilo». Há certamente outros que dirão que o pai fez outras coisas. Em segundo lugar, é uma desconsideração pela liberdade individual colocar o peso do passado nos ombros de quem não participou. Numa redução ao absurdo, seria dizer que um filho de um assassino, assassino será, ou um filho de um estadista, estadista será. É, pois, um argumento falacioso sem ponta por onde se possa pegar...

2.
Não és de Fafe, não possuis conhecimento de causa. Portanto, não deves ser bom candidato.

Há relação entre ser ou não de Fafe e não poder ser bom candidato? Claro que não!
É certo e evidente que uma vivência quotidiana com a realidade poderá fornecer-nos um ponto de vista muito concreto e aproximado do modus vivendi de uma comunidade. Mas os cientistas sociais sabem que, quando procedem a uma investigação de campo de observador participante, a emoção pode manchar a objectividade. Acrescente-se ao facto desse argumento ser proveniente de muitos que dele usufruíram em diferentes circunstâncias, isto é, o feitiço vira-se facilmente contra o feiticeiro. É, pois, um argumento falacioso sem ponta por onde se possa pegar.

3. Todas as pessoas devem ter uma oportunidade. Está na hora dessa oportunidade. Logo, vamos dar a oportunidade ao candidato X.

É o argumento mais atractivo e, por isso, mais difícil de rebater. Contudo a primeira premissa não me parece correcta. O que é ter oportunidades? O conceito é entendido como a abertura de perspectivas quanto a um possível futuro. Ora, o futuro a maioria das vezes surge a partir daquilo que conscientemente promovemos, ou seja, a capacidade que cada um de nós tem de alterar o rumo natural das coisas. Daí que devemos substituir «Todos devem ter uma oportunidade» por «todos os que merecem devem ter uma oportunidade».
Sim, eu sei, o que é merecer? Quem merece? Pois, isto levar-nos-ia a principiologias e aí tinha que justificar as minhas tendências ideológicas...

É pois um argumento que tem alguma ponta por onde se possa pegar. Mas não serve por ter somente «alguma ponta».

António Daniel

21 julho 2013

Varanda


A leitora do blogue, Manuela Leite, impossibilitada de «postar» esta fotografia nos comentários, solicitou-nos a sua publicação. Ei-la!



16 julho 2013

Uma Vergonha!!



É o que me apraz dizer após ver as fotografias da varanda da Câmara no dia procissão da Sra. de Antime.
Uma vergonha!
Como é possível que o PS, de forma tão descarada, utilize a presidência da Câmara para fazer campanha eleitoral e, ainda por cima, durante uma manifestação religiosa.
Permitir que nas varandas da Câmara estejam dois candidatos a Vereadores, que não passam, por enquanto, de candidatos a candidatos, e que nem sequer fazem parte de qualquer órgão autárquico (Câmara ou Assembleia) é, no mínimo, uma vergonha!
Mais uma a juntar às idas à Malafaia, às cartas aos funcionários da Câmara, ao infomail sobre o Hospital, à Revista Municipal, entre tantas outras situações.
O que se segue? Um escalonamento para participação em todas as missas e funerais? Cartões e flores em todos os baptizados, casamentos e aniversários? Funcionários do partido a ajudar os idosos a atravessar nas passadeiras?
Esta é a imagem mais exacta do quão pacóvio se pode ser na política. Estes são os exemplos que não servem o desempenho de funções públicas. Quem se cala perante atitudes destas e, pior ainda, aceita compactuar com elas, participando, não merece respeito, não deve merecer o nosso respeito.

Será que alguém ainda acredita na fábula do lobo em pele de cordeiro?

Miguel Summavielle

13 julho 2013

Nossa Srª de Antime


Apesar do meu crescente cepticismo, aprendi com a minha querida mãe o gosto pelas manifestações marianas. A sua devoção por qualquer imagem mariana, na qual a Nossa Srª de Antime ocupava lugar de relevo, intrigava-me. Percorrendo as obrigações religiosas, desde o baptizado até ao crisma, experimentei o peso das manifestações formais que lhes davam rosto, como experimentei que, sem formalismo, não há religião. Presente no quotidiano, o pecado abrangia grande parte das motivações. As deliberações tomadas obedeciam ao medo do anátema. A dúvida e a descrença sobre as formas legítimas e ilegítimas de poder eclesiástico começava a pesar nas decisões. A instituição religiosa tornara-se para mim um biopoder: a vida fora a dádiva para a morte.

O culto mariano, em contrapartida, é vida (talvez por isso a teologia católica continue a submetê-lo à divina trindade). Não é por acaso que a sua génese pagã está umbilicalmente ligada a rituais de fertilidade. Daí que o culto mariano funcione como uma espécie de catarse para os fieis católicos. Ela é esperança porque é o lado feminino da vida. Evidentemente que o milagre é indissociável do fenómeno que nos acompanha nestas festividades. Contudo, não se julgue que é isso que motiva as pessoas.

A procissão de Domingo é um paradigma de uma fé que move as pessoas. Ao contrário do que habitualmente acontece nas formalidades católicas, aí se dissipam as diferenças. Não se distinguem ricos e pobres, analfabetos ou letrados, bonitos ou feios. Talvez porque todos têm uma mãe.

António Daniel

PS: Só não entendo a sua vénia ao poder temporal!

12 julho 2013

Escola Conde Ferreira





Um grupo da sociedade civil foi criado na rede social Facebook para sensibilizar o poder e os cidadãos de Fafe relativamente ao estado degradado em que a escola está. Colocam-se aqui as fotografias que o grupo disponibilizou na sua página. Para reflectir e, acima de tudo, para nos envergonharmos.

05 julho 2013

O Duplo Disfarce de Amigos


A importância de Laurentino Dias na estratégia política e eleitoral do PS de Fafe é  incómoda e negativa. No entanto, e mais evidente será a sua influência na definição e garantia dos seus pares na lista à câmara, de forma a supostamente sentir o seu “peso” político versus poder pessoal.
Deste modo é de todo desejável e urgente ao PS de Fafe desencadear uma estratégia na opinião pública que permita, sem grandes prejuízos eleitorais, dar a indicação de que, pelo menos agora, Laurentino Dias nada tem a ver com o processo eleitoral ou, melhor dizendo, com a candidatura de Raul Cunha.
Pelos acontecimentos, a que assisti, ocorridos na última assembleia municipal e com a reserva devida da consciência pessoal dos intervenientes e dos que possam equacionar a possível premeditação dos mesmos de forma voluntária ou involuntária, podem e devem ter contribuído para o “disfarce” de desvinculação de Laurentino Dias da candidatura do PS de Fafe, uma vez que já deverá estar garantido o seu cunho pessoal na lista dos seu pares.
Os mesmos acontecimentos, não afectam, por uma lado o presidente da assembleia municipal, uma vez que a solução proposta para a escola de Golães é de bom senso e o desconforto para José Ribeiro é pacífico, uma vez que se trata de um caso isolado. Relativamente ao prejuízo político causado aos membros da junta, pode este, ainda, ser minimizado.
Resta portanto, e com as ressalvas acima referidas, a suposta “zanga” e estratégia de bastidores entre Laurentino Dias e José Ribeiro, num “duplo disfarce de amigos”. 
Deste modo, está aberto o espaço desejado para a não participação de Laurentino Dias na lista à Assembleia Municipal e a consequente não participação na campanha eleitoral, sobretudo nas freguesias, o que deveria ser desejável na candidatura do PS.
Falta saber se com disfarces, tirar de tapetes, pressões, confusões, incapacidade de afirmação do candidato e de motivação dos seus pares, em contraste com o silêncio, humildade e coerência política de Antero Barbosa em querer se afastar de tudo, conforme afirmou na sua entrevista do inicio do ano, o PS de Fafe sairá vencedor nas próximas autárquicas.
E não haverá um estilhaçar um “partir de loiça toda”, que, apesar do tempo decorrido, ainda é desejado, nem que seja em favor de uma terra a que TODOS FAZEMOS PARTE: FAFE, e da qual ninguém é dono.

Pedro Almeida  

03 julho 2013

Solidariedade e a Política

Um artigo de Hernâni Von Doellinger despertou-me para uma característica dos executivos camarários em geral e do de Fafe em particular. Próprio de um qualquer preceito comunicacional, tudo o que se executa deve ser publicitado sob pena de tudo ser omisso. A Câmara Municipal de Fafe, numa iniciativa positiva, comparticipa a presença de crianças carenciadas do Concelho num campo de férias e apoia a recuperação de habitações degradadas. Até aqui, concordo com a ajuda. Mas quando a notícia destas iniciativas se transfigura numa espécie de exibição, a solidariedade torna-se um meio. Não é que seja ingénuo e não perceba que a notícia do que se faz - até para a avaliação se efectivar - não deva ser partilhada. Mas, o que menoriza o processo político é essa mesquinhez representada quando se pretende mostrar para além do que deve ser mostrado,  tornando a solidariedade num apelo de bem-feitoria bacoca.

Acrescente-se o erro da fotografia no que se refere à entrega dos cheques para a recuperação de habitações degradadas. O mais elementar manual das boas práticas de comunicação rejeitaria a fotografia presente no site da Câmara. Quero acreditar não haver aí qualquer tipo de intenção ao colocar o Presidente da Câmara numa espécie de palanque. A dignidade ainda é um valor a prezar.

António Daniel

01 julho 2013

"Garotos"


"Neste momento não há rali de Portugal a Norte", garante Carlos Barbosa, irritado com polémicas eleitorais para a Câmara do Porto

Está em risco a realização do Rali de Portugal de 2014 no Norte e Centro do País, como era intenção da Federação Internacional do Automóvel (FIA) e do Automóvel Clube de Portugal (ACP).
Presente no Circuito da Boavista, o presidente do ACP, Carlos Barbosa, teceu duras críticas a alguns dos candidatos à presidência da Câmara Municipal do Porto, designando-os mesmo como "um bando de garotos".
"Eu acho que nem os candidatos nem o atual presidente da Câmara do Porto querem o rali no norte. O Manuel Pizarro [PS] disse que sim senhora, que enviava uma carta ao Rui Rio mas não o fez. O Rui Moreira [independente] anda a fazer comunicados e a brincar como os garotos. Eles que tenham as campanhas políticas que quiserem, mas eu não aceito ser o bobo da festa", disse Carlos Barbosa em declarações ao Porto Canal, ressalvando, no entanto, a posição do candidato do PSD Luís Filipe Menezes, o único que garantiu a realização do rali: "Menezes escreveu e disse que garantiria o rali se fosse presidente. Os outros amuaram porque ele escreveu. Irritaram-se. É um bando de garotos."
Após várias edições no Sul do País, a FIA e o ACP, organizadores desta etapa do Mundial de Ralis, entenderam como vantajoso o regresso da prova às regiões Norte e Centro, onde estão a grande maioria dos fãs da modalidade. A realização de especiais em Arganil e Fafe e o estabelecimento do Porto como base logística da prova ficam assim em risco, conforme ameaça Carlos Barbosa: "Neste momento, se me perguntar, digo que não vai haver Rali no Norte."

In www.dn.pt