27 dezembro 2013

Fafe na Rota da Contrafacção


Cerca de um milhão de artigos apreendidos e um cálculo global de aproximadamente 700 mil euros. São estes os números apresentados pela ASAE como resultado da operação "Laika", que permitiu desmantelar uma rede de contrafacção de roupa e calçado que funcionava entre Portugal e Espanha. Foram identificados 37 locais de produção e constituídos 91 arguidos, 23 deles em Portugal. Entre as apreensões contam-se quatro armas de fogo, 50 munições e um colete balístico.
O director-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, disse que os locais de produção se situavam no Norte do país, zona tradicionalmente afecta à produção de vestuário e calçado. Foram identificados pontos de produção em Guimarães, Barcelos e Fafe. Algumas destas fábricas partilhavam a realização de peças legais e contrafeitas, trabalhando durante parte do dia nos produtos para os quais se encontravam licenciadas e posteriormente em falsificações de marcas. Por esta razão, alguns dos locais cessaram apenas a sua produção ilícita e continuam a desenvolver a sua actividade "lícita e licenciada".
"Os produtos saíam das fábricas embalados e etiquetados com preço, fazendo entender ao cliente que o produto era genuíno", afirmou o comissário Hugo Tavares. Foram apreendidos, entre outros, produtos das marcas Gant, Puma, Nike, Adidas e Lacoste e também os cunhos com os quais foram fabricados, o que, nas palavras do comissário, permite cessar a contrafacção. Em Espanha, onde foram detidas 99 pessoas, foi identificada uma rede de elementos marroquinos que se abasteciam de produtos em Portugal e que seriam depois colocados no circuito comercial.
Para Pedro Portugal Gaspar, esta operação é um sinal de combate e desmantelamento da contrafacção e tem um importante "valor de protecção dos agentes económicos titulares de marcas". Os produtos encontram-se actualmente guardados por constituírem prova do processo. Terminado o processo, depois de retirada qualquer identificação de marca, o destino dos produtos será provavelmente a distribuição e entrega a instituições de solidariedade social.

In www.publico.pt

26 dezembro 2013

Museus...


Arganil prepara-se para ter em 2014 o Museu Internacional do Rali.
http://desporto.sapo.pt/motores/artigo/2013/12/26/c_mara_de_arganil_quer_instalar_.html

Para o efeito, a autarquia admite recorrer aos fundos comunitários e avançar com diversas parcerias, incluindo com o Automóvel Clube de Portugal. «Neste museu, pretendemos expor alguns dos carros que marcaram a história dos ralis e passaram pelo concelho», revelou Ricardo Alves, o atual presidente da câmara. Este espaço museológico da Cerâmica Arganilense disporá ainda de «uma componente interativa», com recurso às novas tecnologias, incluindo «simuladores que ajudarão a recriar o ambiente dos ralis».

Uma ideia interessante que só tenho pena que não seja realizada em Fafe. Nem sei muito bem para que serve um museu da emigração ou um museu do automóvel que pouco têm feito para atrair turistas, escolas e "amantes" da cultura a Fafe. Sabemos todos que Fafe é a capital do rali de Portugal mas parece que é Arganil que vai ficar com um Museu dedicado ao tema. Não estaria na hora de fazer algo mais pelo museu do automóvel ou fazer uma coisa parecida ao que será feito em Arganil?

Rui Silva

23 dezembro 2013

21 dezembro 2013

Raul Cunha em Entrevista



Raul Cunha é o novo presidente da Câmara Municipal de Fafe. Venceu as últimas ‘autárquicas’ por apenas 17 votos de vantagem e fez uma coligação pós-eleitoral com PSD, partido a quem entregou pastas importantes como o Plano Director Municipal, obras particulares e concessões de água e saneamento. O independente eleito pelo PS assume “unidade na acção” com os sociais democratas.

P - A sua vitória tangencial como independente numa lista do Partido Socialista foi também quase problemática para um partido que tinha maioria absoluta na Câmara Municipal de Fafe.
R - É como diz. Tivemos uma vitória por 17 votos mas em democracia por um voto se ganha e por um voto se perde. O que me tranquiliza é que esta vitória deve ter sido a mais escrutinada no país. Houve várias contagens e foi confirmada pelo Tribunal Constitucional duas vezes.

P - Com mais consequências do que a diferença de votos é o facto de o PS ter perdido a maioria absoluta e ser obrigado a um entendimento político com o PSD.
R - Nós entendemos que um município precisa de ter alguma estabilidade para poder enfrentar os problemas e as grandes dificuldades que atravessa nesta altura. Uma vez que eleitorado decidiu retirar a maioria absoluta ao PS, haveria que respeitar os resultados das eleições e procurar os entendimentos para uma maioria estável através de um protocolo de entendimento entre o PS e o PSD. O acordo envolve-me a mim e o primeiro candidato do PSD, Eugénio Marinho, mas também as comissões políticas concelhias do PS e do PSD.

P - Quer dizer que, para além do entendimento a nível da vereação, há um acordo partidário?
R - Devo sublinhar isso. Há aqui a procura de uma certa unidade na acção. O acordo reflecte-se na Assembleia Municipal.

P - Não sente que o seu mandato pode sair fragilizado com este acordo, por ter cedido pastas importantes da gestão municipal aos vereadores da oposição. Noutros concelhos onde não se verificou uma maioria absoluta, optou-se por não haver acordos de governação…
R - Nós achamos que o facto de não termos maioria e o quadro de dificuldades financeiras que temos no país obrigavam a uma estrutura estável no município. Entendemos a participação do PSD no executivo não no sentido ‘nós e eles’. Distribuímos as pastas que acordámos com o PSD e agora temos um único governo do município. Estamos todos no mesmo barco a enfrentar os problemas que temos no município.

P - Esse entendimento com o grupo Independentes por Fafe foi tentado?
R - Não houve qualquer abordagem da nossa parte ou da parte deles. Penso que ficou um bocadinho a marca das divergências e da forma como decorreu o processo eleitoral. O que nós não entendemos foi a forma como decorreu a contestação aos resultados eleitorais, com acusações de fraude. Da nossa parte, houve sempre uma postura de seriedade. Mas isso é passado e os vereadores independentes têm tido uma postura de aproximação e discussão dos problemas.

P - Os relatos que têm surgido das primeiras reuniões de Câmara dão conta de um clima de entendimento. As acusações sobre o processo eleitoral estão dissipadas?
R - Pela minha parte foi um página do passado que virámos. Eu compreendo que, se não é muito simpático ganhar por 17 votos, deve ser muito pior perder pelo mesmo número. Alguma frustração entende-se, agora houve excessos que não facilitaram o diálogo quando foi preciso negociar alguns entendimentos. O PSD manifestou, logo na noite eleitoral, abertura para um entendimento com o PS.

P - Como analisa a redução dos votos no PS em Fafe, um concelho tradicionalmente socialista?
R - Há algumas circunstâncias menores e outras que eu considero mais importantes. Por um lado, a necessidade que o eleitorado teve de mudança. Por outro lado, as divisões no PS. Eu aceitei entrar neste processo de boa fé e para unir o PS. O que é facto é que uma parte do PS não se reviu na solução que a comissão política apresentou com o meu nome e, de uma forma mais ou menos ostensiva, fez alguma contestação à nossa candidatura. Houve também a questão dos independentes, que muitas vezes não são independentes, têm origens políticas bem conhecidas, mas que passaram como independentes. O PS teve que fazer um esforço grande para chegar à vitória.

P - Não é militante do PS. Está a pensar filiar-se?
R - Já me fizeram essa pergunta várias vezes. Costumo responder que esta é uma questão dos dois lados. Nem eu tenho sentido necessidade de me filiar no PS, nem o PS tem necessidade da minha filiação.Temos colaborado bem. Não é um assunto que esteja em cima da mesa.

P - Tendo em conta as divergências que houve no PS nas últimas eleições, teme que as mesmas acabem por ter reflexo no seu mandato?
R - Não temo isso. O PS teve eleições internas muito recentemente. O novo presidente, Francisco Lemos, é um dos elementos que desde a primeira hora me apoiou. A nova comissão política é de consenso. Não sinto nenhuma quebra de solidariedade em relação ao grupo camarário.

P - Não teme a manutenção do grupo Independentes por Fafe como força política?
R - Encontro uma grande diversidade de origens ideológicas nesse grupo: ex-comunistas, pessoas ligadas ao Bloco de Esquerda, sociais democratas e ex-socialistas. Falta-lhe alguma coesão ideológica, mas pode ser que não seja questão muito premente. Vamos aguardar.

P - Há quem considere que cedeu pelouros importantes da gestão municipal ao PSD, partido que terá um peso na vereação superior à sua expressão eleitoral.
R - A escolha dos pelouros para distribuir pelos vereadores foi feita mais na base das competências das pessoas do que propriamente estar a pesar à grama qual a força relativa de cada grupo no executivo. É uma aprendizagem em Fafe termos mais do que uma força política a governar a Câmara. Estamos a fazer um esforço para que o executivo seja coeso. Passámos a ter reuniões semanais de trabalho.

P -Portanto, não vai ser difícil elaborar o plano de actividades e orçamento para 2014.
R - A dificuldade advém do tempo para os fazer. Começámos mais tarde. Em termos legais podíamos ter adiado esse trabalho para Fevereiro, mas é preferível começar o ano com um orçamento do que governar o município em duodécimos durante dois meses.

P - Quais são os eixos estratégicos do plano e orçamento da Câmara de Fafe para 2014?
R - Como poderá facilmente perceber-se, partimos do princípio de que este será o ano zero da nossa governação. É normal que os municípios tenham um esforço acrescido nos anos eleitorais. É ponto de honra cumprir os compromissos que vêm de trás e concluir projectos que se iniciaram no ano anterior. Vamos ter necessidade de reforçar a nossa preocupação com as questões sociais, o emprego, a habitação, o apoio aos idosos.

P - Disse na sua tomada de posse que o período das grandes obras também terminou em Fafe. Isso decorre do facto de o concelho já estar bem servido de equipamentos públicos e de infra-estruturas, ou é consequência da situação financeira do país e das câmaras municipais?
R - O sublinhar o apoio às pessoas, à cultura, ao turismo, às questões sociais não é novidade. Já há dez anos nós reconhecíamos que as infra-estruturas pesadas estavam a ficar prontas e que tínhamos de investir noutros valores e noutras preocupações. Iremos caminhar seguramente para uma sociedade que valoriza mais os aspectos sociais, culturais e do turismo do que propriamente as infra-estruturas. Claro que nós, em Fafe, ainda temos alguns problemas, nomeadamente ao nível do saneamento básico. O quartel da GNR também já não tem condições para os agentes exerceram a sua actividade. A construção do novo quartel vai arrancar no próximo ano em terreno cedido pelo município. Outro dos investimentos grandes é na área da habitação. Nós temos de continuar o nosso programa de recuperação de habitação degradada.

P - Através da atribuição de cheques às famílias?
R - Não é bem isso. A política inaugurada por mim enquanto vereador da Acção Social foi criar um programa municipal que concedesse uma comparticipação da autarquia para melhorar as condições de habitação que não fosse uma esmola. Com determinadas condições, a Câmara fiscaliza a obra, faz o projecto e o acompanhamento social das famílias. O bairro social da Cumieira está a precisar de uma intervenção pesada. Já está sinalizado no próximo orçamento para, quando tivermos acesso ao novo quadro comunitário de apoio, apresentarmos uma candidatura.

P - No último ano tem sido falada a transferência do Hospital de Fafe para a Santa Casa da Misericórdia. Como está esse processo?
R - A questão do Hospital tem-se arrastado desde 2006. O Hospital de Fafe, no final da década de 80, era distrital tipo 1, com poucas valências e muito dependente do exterior. Os vários governos começaram a achar que este tipo de hospitais não fazia sentido. O Hospital de Guimarães está a dez minutos de distância. Foi criado o centro hospitalar com pólos em Guimarães e Fafe e pareceu-nos, na altura, que essa seria a melhor solução para o Hospital de Fafe não perder a sua diferenciação técnica. Pensávamos que o assunto estava resolvido e, de repente, começam a surgir notícias de que o centro hospitalar seria amputado do Hospital de Fafe. Isto é que nos parece estranho. Em que é que foi baseada esta decisão? Quais são os ganhos que se vão conseguir com a passagem do Hospital de Fafe para a Misericórdia?

P - A sua opinião enquanto médico corresponde à do político?
R - Eu ainda não consegui descobrir os estudos que demonstram que isto é útil! O que me disse recentemente a senhora provedora da Misericórdia é que também ficou surpreendida por que é que Fafe foi escolhido.

P - Não há uma reivindicação da Misericórdia de Fafe para gerir o Hospital?
R - O que eu percebi é que a Misericórdia aceita colaborar nisso. Não partiu da iniciativa da Misericórdia querer ficar com o Hospital.

P -O que é que o preocupa, havendo na região vários hospitais geridos por misericórdias?
R - Não é a mesma coisa termos um hospital privado com acordos com o Serviço Nacional da Saúde, ou ter um Hospital da rede pública. A minha luta não é por o Hospital de Fafe estar ou não no Serviço Nacional de Saúde, a minha luta é por ter um Hospital em Fafe que preste serviços de saúde de qualidade.

P - Parece-me que estamos a especular sobre não decisões.
R - Acho que há um decreto-lei que enquadra este tipo de cedência às misericórdias.

P - Outros autarcas da região têm manifestado preocupação pelo encerramento de serviços públicos nos seus concelhos. Em Fafe, para além do Hospital, há outras preocupações?
R - O que está a acontecer é, a pretexto da crise, um movimento de centralização de como não me lembro. Era mais ou menos pacífico na sociedade portuguesa que um movimento de regionalização ou descentralização permitiria gerir melhor os recursos e as necessidades das pessoas. Por causa da crise, o Ministério das Finanças tem sido o motor de um movimento nacional de recentralização. Não concordo. Penso que é possível, com os meios electrónicos de controlo, fazer uma gestão de proximidade mais eficiente e controlada do ponto de vista financeiro.

P - Não há nuvens no horizonte quanto ao encerramento de serviços em Fafe?
R - Há. A reforma judiciária está a esvaziar o Tribunal de Fafe; ao nível dos cuidados primários de saúde, extinguiu-se o Agrupamento de Centros de Saúde de Terras de Basto.

P - O esvaziamento processual do Tribunal tem sido notório?
R - O que me dizem os profissionais é que a reforma judiciária em curso está a esvaziar o Tribunal de competências e que este está a ficar com questões menores. Não se está a pôr ainda a questão do encerramento. Tenho programado um encontro com dirigentes dos vários serviços públicos no sentido de sabermos em que ponto está a situação de cada um. A tradição de separar muito o que é competência das autarquias das competências do poder central retira capacidade de reivindicação aos responsáveis que estão nos concelhos. A Câmara deve ser porta-voz e dar-lhes força perante o poder central.

P - Recentemente, no Congresso Social do Vale do Ave, apontou a falta de regionalização como causa dos problemas de coesão social da região.
R - Eu não sou político profissional. Sempre fui a favor da regionalização. No Norte ganhávamos muito em ter um poder regional legitimado eleitoralmente. Temos as CCDR e as CIM, mas a legitimidade eleitoral dava mais força para reivindicarmos.

P - Qual é o orçamento da Câmara Municipal de Fafe para 2014?
R - É um orçamento muito semelhante ao de 2013. (n.r, 37,4 milhões de euros).

P - Houve redução das transferências do Orçamento de Estado?
R - De mais de um milhão de euros.

P - Como a vão compensar?
R - Com um orçamento muito equilibrado. Com uma gestão muito rigorosa, embora seja muito difícil superar o meu antecessor, José Ribeiro, no rigor da gestão da Câmara.

P - Que herança recebeu em termos financeiros?
R - A câmara de Fafe não tem dívidas, paga aos fornecedores a 30 dias. O problema são os encargos assumidos em 2013 e o facto de estarmos a fazer o orçamento muito pressionados pelo tempo. Hoje, fruto das incertezas e da volatilidade das coisas, vamos ter certamente de fazer revisões orçamentais. Durante o ano de 2014, iremos corrigindo o que for necessário.

P - Qual é a sua estratégia de desenvolvimento para o concelho de Fafe?
R - Captar investimento para criar receita e emprego. Fafe passou pelo fim das grandes empresas têxteis, como a ‘Fábrica do Ferro’ e a ‘Alvorada’, que cumpriram o seu ciclo de vida, e sofremos o impacto da crise actual. Uma das nossas apostas é criar condições para que os fafenses possam concretizar as capacidades de iniciativa que têm. Os fafenses são muito empreendedores. Também é aposta ter capacidade para atrair pessoas de outros concelhos. No pouco tempo que levo à frente do município já recebi empresários de concelhos vizinhos, Guimarães e Felgueiras, para avaliar a possibilidade de se instalarem em Fafe. Para isso, criei dentro da Câmara um gabinete pouco burocratizado de modo a acarinhar os empreendedores. Os empreendedores que pretendam investir em Fafe têm um gestor do seu processo, de forma a que não haja entraves. Os projectos de investimento em Fafe têm máxima prioridade. Estamos a alargar a zona industrial do Socorro e a tentar criar zonas industriais novas.

P - Em termos de acessibilidade, a auto-estrada veio resolver muitos problemas em Fafe?
R - Foi uma óptima ajuda. Devemos aproveitar a nossa localização estratégica na região. Em termos de acessibilidade falta-nos resolver o problema da ligação da zona industrial de Arões à via rápida que liga Guimarães a Fafe.

P - Para a captação de investimento, a Câmara de Fafe vai ter uma política fiscal mais agressiva?
R - Já temos trabalho feito. Vamos manter a derrama melhorada para as empresas com lucros até 150 mil euros, temos a taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) no mínimo legal, temos a redução de 2% da taxa do IRS de que a câmara pode dispor.

P - Referiu atrás carências ao nível da rede de saneamento básico. O que falta fazer?
R - Apesar de Fafe ter taxas de saneamento que não são muito simpáticas, à volta dos 40%, tem mais de 78% da população coberta. O concelho é grande. Através da concessão que já fizemos com a empresa ‘Águas do Noroeste’, vamos começar obras de forma a aumentar a taxa de cobertura para níveis mais compatíveis com o século XXI.

P - Inicia este mandato com o arranque de um novo quadro comunitário de apoio. Que projectos já tem desenhados para captar investimento por esta via?
R - Não é possível ver coisas muito concretas. O que sabemos é que há projectos na área da Cultura e do Turismo que são interessantes e que podem ser projectos âncora para projectarmos o concelho para fora. Temos uma vontade muito grande de dar uma projecção ao concelho compatível com aquilo que cá se faz, que mostre a Portugal e não só que há muitas coisas interessantes e positivas em Fafe e que não estão a ser divulgadas. Tem havido uma menor preocupação com a informação. O bairro social da Cumieira é muito importante. Penso que só será possível fazer a recuperação com fundos comunitários.

P - O novo quadro comunitário privilegia a cooperação entre municípios. A Comunidade Intermunicipal do Ave terá um papel fundamental?
R - Pretendemos ter um papel activo na CIM. A CIM do Ave tem nova liderança e temos esperança de que consiga cumprir as tarefas que lhe compete e iremos dar o contributo para que isso se concretize.

In www.correiodominho.pt
José Paulo Silva

12 dezembro 2013

Avenida de Fafe


Fafe tem a partir desta semana, uma Avenida com o seu nome na localidade Francesa de Sens a mais de 1700 km de Fafe.
A inauguração da avenida, localizada numa das principais entradas da localidade contou com a presença do Presidente do Município de Fafe, Raul Cunha, do Maire de Sens, Michel Fourré, dos conselheiros municipais de Sens, do cônsul honorário, José de Paiva e do Vereador da Câmara Municipal de Fafe Vítor Moreira, tendo a inauguração sido acompanhada de perto por dezenas de Portugueses e Fafenses emigrados ou residentes em França.
A geminação que foi oficializada em Novembro de 2012, deve-se à vontade das duas localidades em estreitar relações e contou com um forte e decisivo contributo da fafense e atualmente conselheira municipal de Sens, Manuela Godinho.
Com quase 30.000 habitantes, Sens concentra uma importante comunidade portuguesa que se estima que represente atualmente cerca de 25% da população total de Sens e que se começou a estabelecer em meados dos anos 50.
Cidade com grande importância histórica e grande centro religioso, Sens possui a primeira catedral gótica construída em França.
Com uma forte ligação à indústria, Sens organiza ainda vários eventos turísticos e culturais de grande dimensão de que é exemplo o mercado de Natal, cuja inauguração oficial foi este ano partilhada com o Presidente da Câmara de Fafe, Raul Cunha.
A inauguração da nova avenida e a identificação pública da ligação da cidade francesa com Fafe, é uma das formas de materializar a geminação com SENS, que tem já geminações com Lorrach, na Alemanha, Semigallia em Italia e Chester na Grã-Bretanha.
Durante a estadia da comitiva Portuguesa em Sens, foram ainda promovidos vários encontros com diversos conselheiros municipais de Sens e outras individualidades no sentido de estreitar relações culturais e económicas entre as duas localidades.
Para Raul Cunha, Presidente do Município de Fafe, “É com um grande sentimento de orgulho que vemos o nosso concelho ser reconhecido e distinguido fora de Portugal. Sendo que em Sens encontramos não apenas uma cidade com quem criamos uma geminação, mas um parceiro com quem desejamos aprofundar a relação, para que venha a ter resultados concretos em termos culturais, de conhecimento e até económicos".
Para o Maire de Sens, Michel Fourré “Fafe faz a partir cada vez mais parte da nossa comunidade. Muitos dos nossos habitantes são Portugueses e naturais de Fafe, pelo que esta geminação faz todo o sentido e reveste-se de uma importância especial para Sens, sendo Fafe a 4ª cidade europeia geminada com Sens“.
Foi já endereçado o convite ao Mair de Sens para que visite Fafe no início do próximo ano.

Fonte: www.cm-fafe.pt

Rock With Benefits 2013

A solidariedade é o mote do Rock With Benefits 2013, que acontece nos dias 13 e 14 de dezembro no Pavilhão Multiusos de Fafe.
Do cartaz do evento para o dia 13 fazem parte os artistas Fast Eddie Nelson, The Girl in the Black Bikini, Hawks N' Hounds, Smix Smox Smux e o locutor da Antena 3 Luís Oliveira.
No dia 14, é a vez de subirem ao palco Days of July,The Shine, Mundo Cão, Let Jam Roll e os locutores da Antena 3 Rui Estêvão e Nuno Calado.
O objetivo principal do festival é a angariação de fundos e alimentos para distribuir cabazes de Natal pelas famílias carenciadas do concelho de Fafe, sendo a entrada no festival paga parcialmente com alimentos. Toda a organização trabalha em regime de voluntariado e todos os lucros são dirigidos para a solidariedade social.

11 dezembro 2013

Maquiavel, Redes Sociais e Linguagens


No capítulo XXI do Príncipe, Maquiavel escreveu que o «príncipe deve evitar que o desprezem e odeiem». Não sei se concordo totalmente com o «odeiem» mas sou levado a prestar atenção ao «desprezem». Podemos odiar alguém que exerce o poder sem com isso colocar em causa a liderança. O ódio surge quase sempre acompanhado pelo seu antípoda, a paixão. Contudo, quando o príncipe é desprezado é porque a sua condição alcançou tal nível de degradação que não lhe sobra qualquer réstia de liderança e, consequentemente, de legitimação, pelo menos moral. Obviamente que o interesse dos textos clássicos advém da sua contextualização e da sua possível actualização. Maquiavel apresenta algumas características que levam ao desprezo, sobressaindo o ser volúvel, leviano e efeminado. Se existe alguma diacronia relativamente a esta última característica, já às restantes exige-se uma miragem mais pormenorizada, pois são passíveis de actualização.

Mais actual se torna o pensamento de Maquiavel quando o tentamos aplicar ao exercício do poder numa altura em que as redes sociais são cada vez mais utilizadas na sua promoção As redes sociais trouxeram um novo élan à palavra escrita. É através dela que se estabelece as várias nuances do exercício do poder, quer pela ausência, quer pela presença. Saber gerir a imagem é fundamental e acima de tudo, saber manter a dignidade. Diz Maquiavel que, em todos os atos a dignidade deverá ser permanente, deverá afirmar-se em tudo o que o príncipe faça e em todos os assuntos em que intervenha.

As redes sociais são exigentes dentro da sua aparente mediocridade. Por esse motivo, é fácil cair nas mais básicas tentações, no confronto fácil e na linguagem banal. Quando o príncipe cai na teia torna o governo da cidade mais difícil.

António Daniel

09 dezembro 2013

Geada



O Minho é especial, mas Fafe é ainda mais especial. Sim, somos diferentes. Até na coligação contranatura na Câmara.
Um dos grandes problemas nos que às europas diz respeito é considerar todos iguais, todos diferentes. Se em relação a qualquer condição do direito se aceita, já em relação à «alma» calma aí e pára o baile. Na nossa intangibilidade ninguém toca porque, mais do que qualquer povo europeu, gostamos de carinho e não dessas novas coisas apelidadas de competitividade. Gostamos de olhar de soslaio, certo, mas não é para sermos melhores mas para conservarmos o nosso cantinho.
Não há nada mais interessante do que o nosso «cantinho». É lá que nos aquecemos das geadas e nos alimentamos, curiosamente mais a alma do que  o estômago. Aliás, para nós, a alma mora no estômago. É nas sopas de vinho com açúcar, devidamente aconchegadas nas brasas, que afogamos a amargura. Como nos sabem bem!
Vem isto a propósito da geada que por estes dias vi num campo. Pessoas normais dizem «que frio!», ou «o campo todo branquinho, que giro!». As pessoas excepcionais dizem «faz bem às couves». E faz mesmo. Os «olhos» de couve agradecem. Nada de mais intangível existe na degustação de uma couve amaciada pela geada e guarnecida pela carne gorda do porco, com o azeite a procurar caminhos de fuga e o alho, qual aluvião, a sedimentar-se devagarinho. Os alemães podem ter as suas formas intangíveis, mas nós temos as nossas e Fafe muito mais.
Abaixo de Arões, alguém compreenderia a incomensurável beleza de uma maçã assada afogada no vinho (ok, existem mas chamam-lhes bêbadas. Nós temos respeito!) e a orgia de sentidos quando a introduzimos no nosso sistema digestivo?

Beijinhos, mãe.

António Daniel

08 dezembro 2013

Partidos vs Independentes

A desconfiança generalizada que os portugueses sentem pelos partidos políticos que nos têm governado levou a uma subida eleitoral das forças independentes um pouco por todo o país. As vozes descomprometidas e as novas dinâmicas que emergem da sociedade civil ganharam força e ocupam, cada vez mais, o espaço que antes era reservado apenas aos partidos. Os partidos políticos e os seus dirigentes, se não perceberam a lição extraída das últimas eleições autárquicas, estão condenados a perder a réstia de credibilidade que lhes resta.
No caso de Fafe, creio que o fortalecimento ou a quebra das forças políticas locais no futuro está muito dependente daquilo que vier a ser a capacidade de trabalho do novo executivo fafense. Porque mais que uma luta pelo poder entre o atual PS e a família Summavielle, os novos dados resultantes das últimas eleições autárquicas colocam no centro da luta os partidos tradicionais e os denominados independentes.
Assim, as estruturas políticas locais e, neste caso, o PS e o PSD só têm um caminho: entendimento! Se isso não acontecer, o resultado será fácil de adivinhar. Raul Cunha e Eugénio Marinho têm à sua frente um trabalho árduo em prol de Fafe e dos fafenses mas, simultaneamente, nas suas mãos joga-se o futuro do PS e do PSD local. Do outro lado da barricada, os independentes apenas terão que fazer uma oposição mais firme e esperar por um eventual desentendimento das forças políticas.
Mas, se Raul Cunha e Eugénio Marinho conseguirem desenvolver um bom trabalho nos próximos quatro anos e se as estruturas partidárias locais se revitalizarem, o espaço dos independentes diminui. As cartas estão na mesa…

Pedro Fernandes

06 dezembro 2013

Mais Algumas Notas Sobre as Eleições Autárquicas e Seus Resultados

Na minha opinião, os mandatos deveriam estar dependentes dos votantes nas forças políticas concorrentes. Passo a explicar: Fafe, com 50.879 eleitores inscritos, elege 9 vereadores (ninguém quer rever os cadernos eleitorais precisamente para que não se reduza esse número). Ora, na realidade, votaram 31.361 eleitores, e, mesmo entre esses, houve quem se abstivesse ou votasse nulo. Feitas as contas, nas forças políticas, foram depositados pouco mais de 30.000 votos. Desta forma, deveriam ser eleitos apenas os vereadores respectivos, ou seja, 7. Poupava-se nos salários e obrigava-se quem de direito a combater a abstenção (ou a deixar de ter interesse em não rever os cadernos eleitorais).
Só por curiosidade, se Fafe elegesse 7 vereadores, o PS teria conseguido 3, os IPF 3 e o PSD 1. A mesma regra deveria ser aplicada, com necessárias adaptações, aos eleitos para as Assembleias de Freguesia.
Quem sabe se este citério não poderia ser utilizado para reduzir os deputados da Assembleia da República, claramente em número excessivo.
O acordo pós-eleitoral entre o PS e o PSD determinou que o número de vereadores com funções executivas aumentasse para 6 (mais uma vez, só por curiosidade, se Fafe elegesse 7 vereadores, fazendo cumprir o acordo PS/PSD, teríamos a Câmara a funcionar com 4 vereadores…). Esperemos para ver como é que a maioria vai justificar este aumento dos encargos com a Vereação e seus assessores, quando terá que fazer cortes em tantas áreas.
Este acordo é, de qualquer maneira, uma grande derrota para o PS e para o Dr. José Ribeiro, responsável pela sua negociação. O Dr. José Ribeiro parece, neste momento da sua carreira política, estar a somar derrotas: perdeu a maioria que detinha há 32 anos (quando o PS cresceu em quase todos os Concelhos do País e obteve a sua maior vitória autárquica de sempre); perdeu na freguesia de Fafe; perdeu na “sua” freguesia de Cepães; e agora perde ao ser obrigado a negociar um acordo com um PSD que sempre combateu. Veremos como correm as eleições para a Comissão Política…
Aos vereadores do PSD espera-os uma tarefa difícil, já que terão que combater a perspectiva com que serão encarados pelo restante executivo – opositores políticos, merecedores de uma confiança apenas parcial. Tenho a certeza que muito do que será feito nos próximos 4 anos será urdido sem a sua participação e opinião. Tenho a certeza que o PS se encarregará de, antecipadamente, encontrar a melhor forma de lhes condicionar a actividade e o acesso a informação, impedindo-os de “saber para além do estritamente necessário”. Veremos!
Quanto à Assembleia Municipal, foi curioso ver a postura do PSD. Apresentou uma candidatura própria à mesa, funcionando como muleta para a eleição do Dr. Laurentino Dias, e ainda fez um discurso de “boa vontade” que contrasta com as intervenções do mandato anterior. Até pensei que me tinha enganado na sala, que não estava numa Assembleia Municipal e que não era o Dr. Rodrigues que usava da palavra.
Bem, pelo menos o Sr. Presidente da Assembleia continua igual ao de sempre, desrespeitando os eleitos (chegou 1 hora atrasado à reunião porque esteve a ver Portugal, esquecendo-se que todos gostariam de estar a fazer o mesmo) e utilizando a ironia, disfarçada de rigor democrático, como arma provocatória. Há coisas que nunca mudam…

Miguel Summavielle

04 dezembro 2013

Fafe Film Fest 2013 - Os Vencedores

Melhor Documentário Longa Metragem e Prémio do Público:
"São João D´Arga", de Carlos Viana (trailer oficial)



Melhor Documentário Curta Metragem:
 "O Barco de Valdeorras", de Anxo Santomil



Prémio Realizador:
Ruben Alves, filme "A Gaiola Dourada"

02 dezembro 2013

Impacto Económico e Turístico do Rali de Portugal


A última edição 2013 do Rali de Portugal gerou um impacto global na economia portuguesa superior a 100 milhões de euros e consolidou-se como o "maior evento" de promoção turística desde o Euro'2004 de futebol, revela estudo. O estudo hoje divulgado debruça-se sobre o impacto do Rali de Portugal 2013 "na economia do turismo e na imagem dos destinos em Portugal" e foi desenvolvido pelo Centro Internacional de Investigação em Território e Turismo da Universidade do Algarve (CIITT-UALG), com coordenação de Fernando Perna.
Para chegar a "um impacto económico total de 101,7 milhões de euros", o documento soma os gastos dos adeptos não residentes (47,6 milhões), pelos residentes (4,9 milhões), pelas 72 equipas que disputaram a prova (1,6 milhões) e ainda a projeção mediática do país nos media nacionais (11,6 milhões) e internacionais (35,9 milhões). "Se em termos de despesa direta total o valor observado na edição de 2013 consolida a importância do WRC Rali de Portugal no turismo nacional como o maior evento organizado no país desde o UEFA EURO 2004, o seu efeito em termos de imagem e exportações de viagens e turismo em Portugal projeta o impacto do Ralli para além da economia do turismo, colocando este evento como uma acção estratégica naquela que é uma prioridade da economia nacional (incentivo à exportação)", lê-se no documento. Ao atingir um impacto direto e indireto na economia de 101,7 milhões de euros (54,1 milhões de impacto direto e 47,5 indireto), a prova de 2013 conseguiu "um acréscimo de 3,9 milhões face à edição de 2012 e de 9,8 milhões relativamente à edição de 2011".
O estudo da Universidade do Algarve atrubui ao evento um "forte benefício" para o sector da restauração (alimentação e bebidas), através da atração de 35,7 por cento da despesa total (54,1 milhões), seguindo-se o alojamento com 19,4 por cento e os transportes internos com 13,9 por cento. Depois de recordar que 51,5 por cento da despesa tem "origem não nacional", o documento sublinha o contributo do Rali de Portugal para o aumento das exportações. "Trata-se assim de um evento que se admite inigualável em termos de promoção de exportações, com um contributo muito positivo para a rubrica de viagens e turismo e consequente benefício do saldo da Balança de Transacções Correntes de Portugal", acentua-se no texto. Quanto aos resultados por adepto, os residentes gastam em média 37 euros por dia (menos 2,3 euros do que em 2012), o que se considera um "valor expectável face ao não recurso a alojamento fora do local de residência habitual".
Já os não residentes, maioritariamente estrangeiros, gastaram em média 100,4 euros por dia, o que representou um acréscimo de 4,8 euros em relação à edição de 2012. Três em cada 10 adeptos não residentes são provenientes de Espanha, sobretudo das comunidades da Andaluzia, Galiza e Extremadura, com respetivamente 29,4 por cento, 23,2 por cento e e 15,6 por cento. A maioria dos adeptos, 77,6 por cento dos residentes e 74,2 por cento dos não residentes, classificou o evento como bom ou muito bom. "Inequivocamente, o WRC Rali de Portugal é um instrumento de projeção de uma boa imagem de Portugal, quer global quer por atributos e que ultrapassa a dimensão física do rali. Trata-se de uma relação `win-win' a sustentar no tempo, isto é, um evento de grande qualidade e projeção internacional, realizado num destino considerado ótimo entre os adeptos atraídos pelo evento", conclui.
O estudo, desenvolvido entre janeiro e julho de 2013, para avaliar o impacto da prova na economia do turismo e imagem dos destinos em Portugal, designadamente no conjunto das regiões/áreas de Fafe, Lisboa, Baixo Alentejo e Algarve, realizou 1.523 inquéritos presenciais a adeptos nacionais e estrangeiros que assistiam ao evento.

In www.record.pt