27 dezembro 2013

Fafe na Rota da Contrafacção


Cerca de um milhão de artigos apreendidos e um cálculo global de aproximadamente 700 mil euros. São estes os números apresentados pela ASAE como resultado da operação "Laika", que permitiu desmantelar uma rede de contrafacção de roupa e calçado que funcionava entre Portugal e Espanha. Foram identificados 37 locais de produção e constituídos 91 arguidos, 23 deles em Portugal. Entre as apreensões contam-se quatro armas de fogo, 50 munições e um colete balístico.
O director-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, disse que os locais de produção se situavam no Norte do país, zona tradicionalmente afecta à produção de vestuário e calçado. Foram identificados pontos de produção em Guimarães, Barcelos e Fafe. Algumas destas fábricas partilhavam a realização de peças legais e contrafeitas, trabalhando durante parte do dia nos produtos para os quais se encontravam licenciadas e posteriormente em falsificações de marcas. Por esta razão, alguns dos locais cessaram apenas a sua produção ilícita e continuam a desenvolver a sua actividade "lícita e licenciada".
"Os produtos saíam das fábricas embalados e etiquetados com preço, fazendo entender ao cliente que o produto era genuíno", afirmou o comissário Hugo Tavares. Foram apreendidos, entre outros, produtos das marcas Gant, Puma, Nike, Adidas e Lacoste e também os cunhos com os quais foram fabricados, o que, nas palavras do comissário, permite cessar a contrafacção. Em Espanha, onde foram detidas 99 pessoas, foi identificada uma rede de elementos marroquinos que se abasteciam de produtos em Portugal e que seriam depois colocados no circuito comercial.
Para Pedro Portugal Gaspar, esta operação é um sinal de combate e desmantelamento da contrafacção e tem um importante "valor de protecção dos agentes económicos titulares de marcas". Os produtos encontram-se actualmente guardados por constituírem prova do processo. Terminado o processo, depois de retirada qualquer identificação de marca, o destino dos produtos será provavelmente a distribuição e entrega a instituições de solidariedade social.

In www.publico.pt

1 comentário:

Ricardo Gonçalves disse...

Ora aqui está um caso difícil de comentar. Por um lado a condenação de uma actividade ilegal, configurando fuga ao fisco e usurpação de imagem.
Por outro lado reconheça-se a criação de emprego, as competências técnicas e humanas.
Realço, ainda, que todos ou quase todos (autoridades locais incluídas) conhecem estes pontos de produção e muitos até fazem lá as suas compras.
Lanço o repto para que se discuta este assunto: porque não tentar perceber o que se pode fazer para capitalizar esta capacidade instalada em prol de um projecto concelhio.
Porque não!?