30 agosto 2009

A justiça que temos...

O tribunal de Fafe decidiu, sexta-feira, manter em liberdade os quatro homens e uma mulher que se envolveram numa rixa com a GNR fafense, ocorrida na freguesia de Cepães. Dessa rixa resultaram diversos ferimentos em todas as partes envolvidas. Um dos indivíduos, segundo a imprensa, chegou mesmo a retirar a arma a um dos militares, tendo carregado no gatilho da arma que só não disparou porque a culatra impediu que a mesma disparasse. Como medida de coacção, o juiz decretou a apresentação periódica no posto da GNR fafense para todos os indivíduos, com excepção da mulher que não viu ser-lhe decretada qualquer medida. Os agressores, alguns já reincidentes, foram recebidos ao início da noite, pelos familiares que os aguardavam fora do tribunal.
A justiça que temos é esta...

26 agosto 2009

Curiosidades...

Que ligação existe entre o edifício da Câmara Municipal do Porto e Fafe? Aparentemente nada! No entanto, nas visitas guiadas que decorrem nos dois primeiros domingos de cada mês nos paços do concelho, viemos a saber que neste edifício que demorou 46 anos a estar concluído, as fachadas de granito são inteiramente construídas com matéria-prima que foi retirada do início do século XX das pedreiras de Fafe e S.Gens.
Fica aqui a curiosidade...

21 agosto 2009

Fafe: Ternura ou Repulsa ?


Fafe é daquelas terras que, embora debruçada no provincianismo da alma portuguesa, ainda é capaz de nos surpreender. A dialéctica que se imprime no dia-a-dia caracteriza-se por uma óbvia dicotomia: por um lado o «foda-se» e o «caralho» são marcas indeléveis do quotidiano, por outro lado, no sempre presente diminutivo encontramos a outra face da moeda. Expressões como «queridinho», «pequeninho», «nelinho», «nelinha», «manelinho», «vinhinho», «comidinha», enquadram-se numa vertente maternal que nos enternece. É também uma marca fecunda o momento público que oferecemos aos nossos mortos. Em pontos centrais da nossa cidade encontram-se as devidas homenagens aos nossos entes queridos que partem. Contudo… nunca se esquece de colocar o devido epíteto público, vulgo alcunha: morreu X (esposo da piolhosa donzela da rua…). Curiosamente, é este rótulo eterno que se atribui às pessoas que mais nos cativa e mais nos identifica. Mas as ambiguidades não se ficam por aqui. Somos capazes de dizer «aquele filho da puta é um gajo porreiro», ou «aquele caralho é inteligente». É no acto de fala que dizemos tudo aquilo que somos e sentimos em relação a Fafe: um misto de ternura e repulsa. Vence a ternura.

António Daniel

18 agosto 2009

Um olhar pela freguesia de Aboim

























Aboim é uma freguesia do concelho de Fafe com cerca de 400 habitantes, sendo a freguesia mais situada a Norte do concelho. Pertenceu ao concelho de Cabeceiras de Basto até 1853, altura em que foi incorporada no município fafense. Reservo este "post" a falar sobre esta freguesia porque a mesma tem sido alvo de interessantes intervenções nestes últimos tempos e que muito têm contribuído para dinamizar e atrair cada vez mais gente à zona norte do concelho de Fafe.
Aboim é hoje, já uma rota turística no nosso concelho e nela se podem observar cinco serras: o Marão, o Gerês, a Cabreira, a serra de Agra e o Maroiço! O salto qualitativo que deu nos últimos anos deveu-se a um conjunto de intervenções bem planeadas que potencializaram uma excelente zona verde que muito pouca gente de Fafe conhece. No quadro destas intervenções, destacam-se a recuperação de um moinho do século XVIII que tem características muito diferentes dos restantes moinhos (cerca de 3000) existentes em Portugal, sobretudo porque não é normal a mó do moinho ser de pedra pois por norma, estas são de madeira.
Para além desta recuperação do moinho, Aboim tem hoje a aldeia de Mós que vai ser potencializada com uma oferta de Turismo em Espaço Rural, já existindo lá duas casas, e com a dita aldeia a ser classificada como aldeia de tradição. Os bons exemplos continuam com a abertura de um museu do Moinho e do povo de Aboim, instalado na antiga escola primária da freguesia, com a preservação da maior mancha de carvalhal da Europa e com o percurso pedestre "À descoberta de Aboim". Estas intervenções de conservação, de preservação da natureza deste sítio e revitalização cultural das memórias desta freguesia fazem-me acreditar num futuro risonho para o turismo de Fafe se outras freguesias seguirem as mesmas práticas e, volto a frisar, se os nossos empresários saibam virar-se também para esta área ainda deprimente no nosso concelho.
Porque há falta de serviços nestas aldeias e há oportunidades de negócio nestes lugares mais recônditos do concelho. Mas, o melhor mesmo, será o leitor visitar Aboim, fazer um percurso pedestre, visitar o museu e o moinho e passar um dia no meio da nossa natureza. Certamente não se irá arrepender, como não se arrependeram as já centenas de pessoas que já fizeram o percurso pedestre "À descoberta de Aboim".

01 agosto 2009

Em redor da Queimadela












































A barragem de Queimadela é, sem sombra de dúvida, um dos principais atractivos turísticos do nosso concelho. O enquadramento verde que a natureza envolvente à barragem oferece a quem a visita é a principal imagem de marca do local e é no pico do Verão que a mesma regista maior afluência de pessoas, tanto dos fafenses, como dos emigrantes e de alguns turistas que a visitam.
Só nos últimos anos é que a mesma foi alvo de uma intervenção mais cuidada, nomeadamente com a colocação de uma ponte pedonal e na melhoria de algumas infraestruturas. Sou daqueles que não defendo uma intervenção profunda na barragem, devendo a mesma manter a imagem selvagem e virgem que hoje ainda ustenta e que será sempre um factor de atracção para quem a visita mas, no entanto, defendo algumas alterações estruturais envolventes à mesma que poderão funcionar como uma alavanca interessante para o nosso turismo. Importa referir também, que a actividade desportiva na barragem e zona envolvente aumentou significativamente após a inauguração dos trilhos pedestres, uma obra estruturante e importantíssima levada a cabo sobretudo pelos Restauradores da Granja e com a canoagem na albufeira organizada pelo clube náutico. A sociedade civil mexeu-se e fez coisas, dando uma maior dinâmica a este ex libris fafense. Também, a zona mais a norte da barragem, acima da cascata e das lagoas de água está em transformação com a recuperação de caminhos e casas antigas, procurando rentabilizar este espaço para turismo. Sabe-se que ali será implemento um restaurante e casas para as pessoas pernoitarem. São obras que certamente, beneficiaram e beneficiarão esta zona.
No entanto, muito há a fazer para atrair cada vez mais pessoas. E a prova de que muito há a fazer é a ainda fraca ocupação do parque de campismo da barragem e a inexistente oferta comercial e de lazer à volta da barragem. O turismo só faz sentido se criar rentabilidade económica para a região. No caso de Fafe, há nichos por explorar em redor da barragem. Não existe, por exemplo, um bar com características modernas em que se possa ouvir uma boa musica num cenário quase único e estruturas de apoio à barragem, como balneários, casas de banho, entre outros. Este papel de rentabilizar e dinamizar cada vez mais este local cabe não só à autarquia, mas também à própria sociedade civil, especialmente a quem tem dinheiro em Fafe e que possa ser capaz de investir, deixando de ter uma postura conservadora e mais pró-activa na região relativamente às suas economias, procurando a melhoria da qualidade de vida também dos seus descendentes. Mas obviamente que tudo isto não fará sentido se a autarquia não procurar criar outro tipo de dinâmica na barragem, especialmente durante o Verão, com a realização de algumas actividades destinadas à juventude que poderão envolver o desporto, a música, a arte, entre outras.
A barragem é daqueles locais únicos que merece ser mais potencializado. É um local que os fafenses deveriam dar mais valor porque as pessoas de fora que a visitam ficam deslumbradas com o sítio e com a envolvência do mesmo. E sobretudo, mais bem cuidado e preservado por todos!!