24 janeiro 2014

A Travessia - Fafe Cidade das Artes



Residência artística do teatro andante em Fafe

23 janeiro 2014

Só mais uma pequena palavra sobre a Empresa Municipal

Tenho assistido do sofá ao que vai acontecendo pelos lados da Naturfafe. Reconheço que a minha posição é confortável. Não direi muito sobre a empresa municipal, apesar do Miguel Summavielle e do Ricardo Gonçalves muito terem escrito. Não conheço sequer o seu diretor. Mas lembro-me de me ter desinteressado da dita quando, numa iniciativa pioneira, decidiram lançar uns javalis fora do seu meio natural lá para as bandas norte do Concelho. Se estiver errado, que me desculpem. Desde logo pareceu-me uma iniciativa desgarrada, «colada», sem qualquer sentido estratégico, fazendo adivinhar futuros promissores. Está bem, tenho uma declaração de interesses a fazer: tenho especial sensibilidade pelos javalis e pouco apreço pelos caçadores.

Mas também tenho uma outra declaração de interesses a apresentar: confio no Ricardo Gonçalves. Que hei de fazer? Desculpem, equivoquei-me, de facto não só confio como me tornei seu fã. O seu blogue é uma seta em África, é um oásis no deserto é um sinal de inteligência onde ela mais falta. Força, Ricardo!

Contudo, o Ricardo fez uma coisa que, possivelmente, não tinha intenção. Ao escrever o que escreveu, não só vincou uma corajosa posição como promoveu uma situação que será o primeiro teste para Raul Cunha. O novel Presidente pode aqui demonstrar a sua força, a sua autoridade, como pode cair no lugar comum. Estaremos atentos!

António Daniel

Mais Vale Tarde do que Nunca

O PS, por intermédio do Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Fafe, Dr. Laurentino Dias, apresentou, no passado dia 8 de Janeiro, o Projecto de Lei 493/XII/3ª, que visa colocar a totalidade do território do lugar da Lagoa dentro da União de Freguesias de Aboim, Felgueiras, Gontim e Pedraído. Tanto quanto me foi dado saber, este Projecto de Lei terá sido igualmente subscrito pela Dra. Clara Marques Mendes, deputada do PSD.
Tendo baixado à Comissão do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, aguarda-se que sejam solicitados os necessários pareceres às Juntas e Assembleias de Freguesia, à Câmara Municipal e Assembleia Municipal.
Reconheço que o Sr. Dr. Laurentino Dias teve uma iniciativa meritória, tomando como sua a responsabilidade de despoletar formalmente o processo. Claro que algo lhe pesava na consciência… Mais vale tarde do que nunca!
Este é um processo que me diz muito e ao qual tenho dedicado muitas horas de trabalho. Por isso digo, sem qualquer receio, que o PS vem tarde! Muito tarde! Esta alteração poderia e deveria ter sido feita logo que foi revisto o Mapa Administrativo do Concelho, no momento da agregação de freguesias, poupando todo este procedimento admnistrativo que agora terá que se efectuar. De nada serviram os nossos alertas na Assembleia Municipal.
Os Independentes nunca esqueceram o assunto e pediram a sua inscrição na Ordem de Trabalhos da primeira Assembleia da União de Freguesias de Aboim, Felgueiras, Gontim e Pedraído (junto com um pedido de alteração da sede de Aboim para Pedraído, que foi aprovado por maioria). O tema não foi discutido porque o Sr. Dr. Laurentino Dias havia anunciado, no dia anterior (timing perfeito!!!), na Assembleia Municipal, esta iniciativa Legislativa, tendo sido decidido que deveriam aguardar pela sua concretização.
Também pedimos à Sra. Presidente da Assembleia da União de Freguesias de Moreira de Rei e Várzea Cova para agendar a discussão do assunto, tendo ficado de ser tratado na primeira reunião de 2014.
Mas voltemos ao Sr. Presidente da Assembleia Municipal. Porque será que teve necessidade de mentir, quando anunciou a sua inicitaiva Legislativa, dizendo que a alteração não poderia ter sido feita de outra maneira. Que só agora se podia resolver o problema. Como pode o Sr. Dr. Laurentino dizer isso, quando, na própria Lei 11-A/2013, que aprovou a reoorganização administrativa do território das freguesias, estão expressas diversas alterações aos limites das freguesias (conforme consta do Anexo II da dita Lei).
O PS não desiste de tentar encobrir e remendar o erro. Uma mentira não se resolve com mais mentiras. Teria ficado melhor ao Sr. Presidente assumir o erro e ficar com o crédito de ter ajudado a corrigi-lo. Assim, sem mais nada…
Com esta iniciativa, ganha-se peso institucional, e creio que será mais fácil conseguir a alteração, tão desejada pelos habitantes da Lagoa. Claro que ainda será necessário que Várzea Cova esteja de acordo, o que, atendendo à anterior posição da sua Assembleia de Freguesia, não dou como certo. Relembro que, apesar de termos conseguido que o assunto fosse debatido em Assembleia de Freguesia, não foi por esta tomada qualquer posição, tendo decididocriar uma comissão de estudo, composta pela Junta e Assembleia de Freguesia, Câmara Municipal e Assembleia Municipal, da qual não conheço quaisquer conclusões. Claro que o peso de Várzea Cova na União de Freguesias é pequeno, mas nunca se sabe…
Penso ter chegado o momento de começar a pensar na Pica e em Vilela…

Miguel Summavielle

20 janeiro 2014

The Gift - Primavera Tour



Ao vivo no Teatro Cinema de Fafe
27/01/2012

19 janeiro 2014

AD Fafe Precisa de Todos!

"Já estávamos à espera de um jogo complicado. O Vilaverdense tem vindo a subir na classificação e é uma equipa que já não perdia há seis jogos. Nesta divisão não há jogos fáceis, o Fafe tentou sempre mais, mas o Vilaverdense complicou a nossa tarefa. Acabamos por fazer um golo que era o nosso objectivo e agora a luta vai manter-se até ao final, mas estamos convencidos que vamos conseguir os nossos objectivos. Quem trabalha aqui no dia a dia sabe que este campeonato não é fácil. Quer o Fafe, quer o Bragança e ainda o Limianos vão ter pela frente três jogos muito difíceis na próxima jornada e sabemos que tudo se resolverá mesmo no fim. Nós acreditamos piamente que vamos acabar o campeonato entre os dois primeiros classificados. Queria só, se permitem acrescentar o seguinte; Nós temos muito orgulho em representar a A.D. Fafe, por isso nos dói um bocado quando sabemos que há um pequeno grupo de pessoas que tudo está a fazer para tentar salvar a A.D. Fafe. O Clube está a passar se calhar pela maior crise da sua história, e depois vemos pessoas ao longo da semana tecer comentários menos abonatórios. Do género que o Fafe já devia estar apurado há dez jornadas e outras coisas. Saibam que temos o menor orçamento da história, mas temos um grupo de profissionais muito dignos e uma Comissão Administrativa que tudo tem feito para gerir este clube. Temos pena que as pessoas critiquem por criticar, e não valorizem o trabalho que é feito com tanto sacrifício. O clube está em sérias dificuldades, e está a ser salvo por um grupo de grandes pessoas que neste momento o lideram e que não merecem ouvir o que nós ouvimos durante a semana. Que todos os fafenses se unam em torno deste grande Clube. Se todos fizerem isso, eu tenho a certeza que o Fafe irá sobreviver. Se tal não acontecer, as dificuldades estão à vista. O Fafe teve quatro ou cinco meses com extremas dificuldades para conseguir arranjar um grupo de pessoas que tiveram coragem de dar a cara num momento já de si muito difícil. As pessoas a que me refiro têm um nome. Nós aceitamos as críticas quando são construtivas e crescemos com elas. Agora não gostamos que as pessoas falem por falar e não admitimos que ponham em causa a dignidade destes directores que estão aqui no Fafe, nem dos jogadores que são uns autênticos campeões, nem da equipa técnica. As pessoas ao criticar, deviam sim vir aqui ao terreno para tomar conhecimento das dificuldades do clube, porque elas são imensas. Os que criticam, gostava eu de os ver no lugar destas pessoas, para ver o que é trabalhar por carolice em torno de um clube. Não brinquem com o nome da A.D. Fafe! É um grande clube, mas precisa do apoio de toda a gente. Acordem, porque o Fafe precisa de todos. Se assim não fizerem, daqui por dois ou três meses a A.D. Fafe certamente não estará aqui. Antes de falarmos, antes de escrevermos alguma coisa, tentem perceber os problemas que o Fafe tem, e saibam também que o Fafe não joga sozinho porque as outras equipas também jogam".

Prof. Ricardo, treinador adjunto da AD Fafe
Retirado do blog "Fafe Desportivo"

11 janeiro 2014

A Fotografia do Poder

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=253100958183459&set=a.251607951666093.1073741829.241206306039591&type=1&theater


Não aprecio esta fotografia. Não, não é pelo seu lado estético, até porque julgo que estão todos muito bem.
Numa atitude muito recorrente no nosso país - acredito que também nos outros suceda o mesmo - os detentores de cargos políticos têm tendência em ocupar lugares visíveis em acontecimentos públicos. Há uma espécie de glorificação visual e, consequentemente, um simbolismo de poder ou do seu exercício que não concordo. Contudo, o problema não está em quem exerce o poder, mas em quem o identifica. Os políticos fazem-no porque sabem que a autoridade só se efetiva quando são vistos.distintamente, isto é, quando são protagonistas mesmo que ocasionalmente não o sejam. 
Tradicionalmente, o poder é exercido em três momentos: quando situado, no silêncio e na palavra. Os políticos assim fazem e o povo assim consente. Estas três dimensões estão presentes nesta fotografia.
1. Existe um local físico onde o poder está. Em lugar de destaque, visualmente presente, como uma espécie de pai numa das extremidades da mesa. Este poder é antigo. As suas raízes encontram-se no domínio do macho alfa. 2. Existe um silêncio. Nada dizem. A sua génese encontra-se no confessionário. Induzem o pecado. Por isso, quem fala submete-se à autoridade e espera que tudo corra conforme o previsto. Quem ouve tem a decisão relativamente à vida da pessoa. 3. A palavra. Nestes encontros, não sei se assim aconteceu no caso presente, o poder sabe qual o momento para deixar o silêncio. Depois de o gerir e de ter jogado a sua postura corporal, toma a decisão de falar. A posse da fala é a posse do poder. Nestas circunstâncias, ninguém duvida que quem fala é a única fonte de palavra legítima. Como diz Clastres (A Sociedade Contra o Estado, cap. VII), falar para o chefe é uma obrigação imperativa. A tribo quer ouvi-lo porque o seu discurso não perturba, pacifica. 

António Daniel

10 janeiro 2014

José Batista


http://comboiodefafe.blogspot.pt/2014/01/jose-batista-procura-melhor-forma-de.html

Por várias razões, a que não será estranho o meu desconhecimento pelo que vai acontecendo por Fafe, a escolha de José Batista como vereador foi uma surpresa. Contrastando com a linguagem por vezes agressiva que Eugénio Marinho utiliza nas redes sociais (em privado também o será, não sei!), José Batista demonstra uma postura mais equilibrada, procurando uma visão conciliadora. Parece mover-se bem nas exigências das relações inter-pessoais, como é confirmado por colegas seus da universidade. Sem grandes rasgos, é conhecido nos seus meios académicos como uma pessoa «certinha», demonstrando competência. É alguém ligado à universidade o que lhe confere uma legitimidade até agora desconhecida em Fafe. Talvez este pormenor possa fazer a diferença. Pelo que aqui leio, Baptista sabe que muitas soluções para a gestão quotidiana do município poderão passar por um estreito diálogo com o saber, variável muitas vezes esquecida por quem detém o poder político. Não estou com isto a defender que um político deva ser um técnico; aliás, um político nunca deve ser um técnico sob pena da realidade lhe passar ao lado. Mas a possível simbiose poderá dar bons resultados. Caso o carácter afrodisíaco do poder e as exigências do labor partidário e respetivos líderes  não lhe confiram cegueira, pode muito bem ser uma boa surpresa.

António Daniel

03 janeiro 2014

Marca «Fafe»

Fafe

Começou a esboçar-se nos meios cibernéticos a necessidade de pensar numa marca «Fafe». É difícil, mas também existem muitas possibilidades. Quando se pensa numa marca naturalmente que há todo um processo de incremento e «logística», publicitação e marketing que não domino. Portanto, não vou por aí. Haverá alguém mais competente para o fazer.
Qual o grande problema em Fafe? Desde há muito que aqui vamos apresentando dados que nos remetem para uma posição melindrosa ao nível da educação. Os resultados escolares são consideravelmente baixos. As razões são múltiplas, mas as mais importantes coincidem com uma quase endémica negação do conhecimento por uma franja considerável da população. Poder-me-ão dizer que há excelentes profissionais em várias áreas do saber espalhados pelos quatro cantos do mundo. Pois, mas a grande maioria pertence a uma classe social privilegiada que, antecipadamente, direcionou os seus rebentos para o mundo. Portanto, se muito já se progrediu, também muito há a fazer. Quais as áreas que poderemos apostar e, com isso, promover uma marca «Fafe»?

- Música. É possível conjugar uma marca para Fafe através do que se faz na música ao nível concelhio. As bandas existentes (espero que a de Revelhe resista) sempre promoveram Fafe. Contudo, esta promoção nunca foi devidamente aproveitada e acarinhada pelo poder autárquico. A Academia foi uma grande conquista, mas deve-se alargar a sua ação até zonas mais esquecidas. As bandas também aí têm uma legítima influência. Estaria criada a ideia de uma cidade da música (eu sei, há a casa da música no Porto, so what?). Mas atenção: o que dá sentido à música é a dança e o teatro.

- Arquitetura. Nos últimos anos temos vindo a assistir a um conjunto de iniciativas a propósito da arquitetura dos brasileiros de «torna viagem». Esta marca está a processar-se, é a que está mais desenvolvida. A par de publicações de vária índole, destaque para as Jornadas Culturais. Contudo, destaca-se pela negativa a progressiva destruição de ícones da arquitetura fafense. É certo que estamos todos mais sensibilizados para esta problemática, mas urge levar muito a sério as nuvens negras que despontam no horizonte. É imperioso que a atual Câmara não se deixe afetar pela pseudo-modernidade permitindo a destruição de edifícios com «marca». Devemos aqui ser fundamentalistas, aceitando, contudo, soluções arquitetónicas que ajudem a promover a ideia de «Fafe dos Brasileiros». Será bom olharmos para o futuro com um «testamento». A arquitetura tem um campo de atuação quase infindável. Através dela ensina-se matemática, política, história e, acima de tudo, uma educação estética. As escolas devem entrar neste processo, como já vão entrando, é certo, mas agora de um modo mais objetivo.

-Têxtil. Parece-me começar a surgir novas oportunidades pelos sinais que nos vamos apercebendo: aumento dos custos nos mercados asiáticos e diminuição da qualidade. O têxtil é, por isso, uma «impressão digital» que devemos definitivamente aceitar e acarinhar. Creio que a fase depressiva já foi ultrapassada. O que devemos é banir aquilo que começa a ser comum quando Fafe surge nas notícias: contrafação. Há, porém, aqui algo que pode ser feito. Obviamente que não devemos ocupar o lugar dos empresários e dos operários. Mais do que ninguém, sabem fazer! Mas é possível apontar caminhos, promover marcas próprias, construir mecanismos de promoção e comercialização e desenvolver um programa de ética empresarial. O conhecimento também por aí passa.

Uma coisa é certa, para termos futuro devemos facultar às gerações vindouras um testamento, caso contrário viveremos para sempre no presente como vivemos até há pouco tempo.

António Daniel

02 janeiro 2014

Apelo


Exmos Senhores:
Solicito e muito agradeço a V. ajuda no sentido de localizar três cães abandonados que encontrei dia 20 de Dezembro numa pedreira abandonada junto a Cepães, muito magros, cheios de fome e frio. Estou a tentar localizá-los para os socorrer, mas vivo em Lisboa, o que não permite voltar à zona para os procurar.
Ocorreu-me que com a fome e o frio se tivessem deslocado para Cepães, e que alguém, na zona, ou percorrendo a ciclovia, os tivesse avistado.
Podem divulgar o apelo, e dar-me alguma informação, por favor?
Junto anexo fotografia datada de 20 de Dezembro.
Obrigada.

Com os melhores cumprimentos
Lúcia Desterro

Contrafação da Inteligência




De forma pertinente, Ricardo Gonçalves apresentou o seguinte comentário a propósito desta notícia: «Ora aqui está um caso difícil de comentar. Por um lado a condenação de uma actividade ilegal, configurando fuga ao fisco e usurpação de imagem.
Por outro lado reconheça-se a criação de emprego, as competências técnicas e humanas.
Realço, ainda, que todos ou quase todos (autoridades locais incluídas) conhecem estes pontos de produção e muitos até fazem lá as suas compras.
Lanço o repto para que se discuta este assunto: porque não tentar perceber o que se pode fazer para capitalizar esta capacidade instalada em prol de um projecto concelhio.
Porque não!?»


Um número considerável de empresários fazem parte do problema e não da solução. Muitos deles procuram o lucro fácil, o «chico espertismo», o reconhecimento pelos sinais exteriores de riqueza, confundindo inteligência com esperteza como se a atividade empresarial se confundisse com a atividade do macho alfa. Estes empresários sempre me repugnaram. Preferem o imediato ao mediato, a solução fácil à estratégia pensada e calculada. Muitos dos problemas do nosso tecido empresarial tem aí a sua fonte. Muitos empresários, com a tacanhez que os caracteriza, esquecem-se do «saber fazer» que as nossas modistas e operários fabris sempre demonstraram. Subscrevendo a ideia do Ricardo, não haverá forma de potencializar esse saber? Se é possível aplicar técnicas na feitura de material contrafeito, não será possível aplicar essas técnicas na criação de marcas próprias? Se muitos destes empresários e operários são capazes de fazer boas imitações, também serão capazes de imitar a inteligência, não?


António Daniel