Não há como escapar ao tema… a música dos Deolinda, “Sou da geração sem remuneração/e não me incomoda esta condição. / Que parva que eu sou/Porque isto está mal e vai continuar, /já é uma sorte eu poder estagiar. /Que parva que eu sou! /E fico a pensar,/que mundo tão parvo/onde para ser escravo é preciso estudar”.
Como já anteriormente escrevi os portugueses, tornaram-se umas coisinhas amestradas, não sei bem à espera do que?
Historicamente sempre tivemos uma sociedade dicotómica, claramente marcada de oposições, que é exemplo: Monárquicos/republicanos; fascistas/comunistas; direita/esquerda; conservadores/progressistas.
Contudo ultimamente temos assistido ao ampliar desta visão bifurcada da sociedade, onde é cada vez mais claro o acumular de tensões entre os contendentes.
Hoje é notória a guerra geracional que se instalou no país, entre os mais velhos, instalados e protegidos pelos direitos adquiridos, e pelos tachos que entretanto foram sabiamente amealhando em clara oposição com os mais novos, precários, com mais formação e dinamismo, e cujos direitos sociais “o estado” faz um manguito, e cujo futuro é deveras insatisfatório.
Temos ainda um pouco mais secundário, a oposição entre os funcionários públicos, e trabalhadores do sector privado.
Por tudo isto esta na hora de acabar com privilégios instalados… está na hora de acabar com o saque de que o país esta a ser alvo…. É hora de ressuscitar as velhas músicas de intervenção, e com elas os ideais de Abril, e de a outrora apelidada de geração rasca acordar para a vida e mostrar a nossa crescente indignação.
Rui Freitas