21 maio 2008

Praticantes de Golfe já têm espaço em Fafe


"O concelho de Fafe já dispõe de um campo de golfe. Esta nova infra-estrutura, novidade na região, é um sonho dos responsáveis da empresa Rilhadas e vem dar apoio ao clube de golfe criado nas instalações deste complexo turístico. "O golfe está a popularizar-se e precisa de ser descoberto", justificou Ricardo Gonçalves, director do campo e administrador da empresa. O campo (com cerca de 4 hectares e 9 buracos), enquadra-se num magnífico cenário paisagístico onde o verde é dominante mas onde os jogadores também podem deliciar a vista com o serpentear das águas do rio Vizela que atravessam o campo. Este campo está já homologado pela Federação Portuguesa de Golfe e este ano será palco de três competições, a primeira das quais disputada ontem. "Temos que entrar devagar mas a nossa ideia é divulgar o golfe em Fafe inclusive através do desporto escolar", esclareceu Ricardo Gonçalves, que considera este desporto extremamente desafiante. Actualmente, o Clube de Golfe Rilhadas conta já com mais de 100 associados sendo que mais de 20% são residentes em Fafe e os restantes de concelhos vizinhos e até de Trás-os-Montes. "Nós instituímos uma política de preços baixos porque também queremos desmistificar um pouco a ideia de que este desporto é apenas para pessoas da alta sociedade", garantiu. Assim, uma anuidade neste clube custará 300 euros. Paralelamente também funciona todos os domingos uma escola de golfe para crianças que já conta com 14 inscritos e que é uma das apostas da direcção do clube."


Carlos Rui Abreu in Jornal de Noticias 18/05/2008

09 maio 2008

Rui Costa em Fafe


( Rui Costa, sentado em baixo; o 4º a contar da esquerda para a direita)
11 de Maio de 2008 ficará marcado na história do futebol português como o abandono de um dos mais talentosos jogadores de futebol que Portugal e o mundo conheceu. Rui Costa, internacional português formado nas escolas do SL Benfica, com passagens pela Fiorentina e pelo Milan e emprestado à nossa A.D. Fafe em 1990/91, vai terminar a carreira no clube que o viu nascer para o mundo da bola neste Domingo. Nunca escondeu que a sua aventura por Fafe o marcou em termos humanos e profissionais e, por isso, ficamos com uma entrevista concedida por António Valença, o primeiro treinador profissional de Rui Costa, aquando a sua passagem por Fafe e que recorda alguns momentos e curiosidades dignas de nota.


" No Verão de 1990, a cidade de Fafe não passava de um ponto excessivamente distante de Lisboa no mapa de Portugal. Pelo menos para Rui Costa, habituado ao conforto do centralismo e aos mimos das camadas jovens do Benfica.
Aos 18 anos, era altura de viver a primeira experiência no mundo do futebol sénior. Sem espaço no plantel desenhado por Sven-Goran Eriksson, Rui Costa recebia com desconfiança um convite de António Valença, na altura técnico da Associação Desportiva de Fafe.
Ao Maisfutebol, aquele que se tornaria no primeiro treinador de Rui Costa enquanto futebolista sénior, recorda esses tempos do «maestro».
«Ele nem sabia onde ficava Fafe. Ficou muito indeciso perante o nosso convite. Aliás, o pai dele chegou a confessar-me que o Rui não queria vir para o Minho», relembra o técnico que, naturalmente, não desistiria à primeira do médio.
«Tinha-o visto a jogar num F.C. Porto-Benfica em juniores e fiquei encantado. Depois de muitas conversas, lá o convenci a vir à Póvoa de Varzim ver-nos a jogar num torneio de pré-época.»
A reacção de Rui Costa não poderia ter sido melhor. «Depois do jogo com o Sp. Braga, senti que já era nosso atleta. Foi ao balneário, festejou connosco o triunfo e conquistou de imediato toda a gente», sublinha.

Alcançado o improvável acordo entre o Fafe e Rui Costa, faltava perceber como reagiria o miúdo à nova realidade. Um adolescente lisboeta, isolado numa pequena cidade minhota, ao serviço de um humilde clube da II divisão tinha tudo para não dar certo.
Mas a personalidade e o talento do «maestro» contrariaram as probabilidades. No final da temporada, os números confirmaram-no: 38 jogos, seis golos e campeão do Mundo de sub-20 em Lisboa.
«Os pais dele foram inexcedíveis. Quase todas as semanas vinham a Fafe. Deram-lhe o equilíbrio que precisava. Depois, no campo, fez o que esperávamos. O campeonato era muito competitivo e o Rui cresceu muito», recorda o antigo treinador António Valença.
Mas ele já não gostava de ficar no banco de suplentes. E na única vez em que isso sucedeu, houve lágrimas. «Fomos jogar a Mirandela e decidi deixá-lo de fora. Começou a chorar e a dizer-me que era injusto. Enfim, lá se acalmou e a verdade é que entrou e decidiu tudo com um golo», conta com emoção.
E nem a verdura dos 18 anos tolheram as capacidades do antigo internacional. «Era já um jogador muito fino, com pés de veludo. Retraía-se no contacto físico, mas até nesse aspecto melhorou. E mesmo sendo o mais jovem do plantel, começou a ser ouvido com respeito por todos», vinca António Valença.

Em Fafe, a vida de Rui Costa era simples. Entre o Parque Municipal de Desportos, o seu pequeno apartamento e o café que frequentava, o jogador lá foi arranjando formas de passar o tempo.
«Juntávamo-nos todos num café da cidade e tínhamos um ambiente familiar. No fim da época, ele foi ao Campeonato do Mundo de sub-20 e muitos de nós seguiram-no em todos os jogos», afirma o antigo treinador António Valença.
Agora, só falta mesmo levar Rui Costa à cidade onde desabrochou para o futebol profissional. O jogador do Benfica nunca mais voltou a Fafe, mas em breve receberá um convite oficial para o fazer.
«Há um grupo de antigos colegas do Rui Costa que está a preparar uma festa de homenagem em Fafe. Espero que ele volte cá e reveja uma cidade que foi muito importante em determinado período da sua vida.»


In http://www.maisfutebol.iol.pt/, 29/03/2008, Pedro Cunha