31 agosto 2006

Espólio arqueológico de Fafe... fora de Fafe!


Desenganem-se aqueles que pensam que Fafe não dispõe de vestígios arqueológicos dignos de nota. Certamente, todos já ouviram falar no Castro de Santo Ovídio mas sabes realmente o que lá poderás encontrar?! O povoado fortificado de Santo Ovídio remonta à Idade do Ferro/Época Romana e é o mais conhecido e importante monumento arqueológico concelhio. As primeiras escavações do local remontam ao século XIX e nele foram descobertas moedas, bem como outros artigos cerâmicos que estão, na sua maioria, à guarda do Museu D. Diogo de Sousa em Braga. No entanto, a principal descoberta foi uma estátua com 1,70 m de altura de um guerreiro galaico que se encontra, actualmente, no Museu Martins Sarmento, em Guimarães.
Hoje em dia, restam troços das muralhas e algumas estruturas bem conservadas, que permitiram lá identificar ocupação humana antes do século I a.C.
A Câmara Municipal de Fafe em conjunto com a associação ARCO estão, actualmente, a proceder à recuperação das ruínas arqueológicas e pretendem desenvolver na zona de Santo Ovídio um centro interpretativo do castro e uma estrutura de apoio às mesmas, dando a conhecer às pessoas um pouco da história do local.
Uma boa notícia para todos os fafenses! No entanto, penso que os achados descobertos (moedas, cerâmica e a estátua) deveriam ficar à guarda da autarquia fafense, criando um espaço destinado para esse fim e não fora.
Para além do castro aqui referido, Fafe dispôe de vestígios arqueológicos muito dispersos. Sobretudo necrópoles e monumentos megalíticos localizados a Norte do concelho e povoados fortificados que se encontram em mau estado de conservação por força do tempo.
Outra das descobertas de inegável importância foram as Braceletes d´Ouro, encontradas em Arnozela. Constitui um valioso tesouro com 20 argolas de ouro e que se encontram no Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa.
Assim, os vestígios de ocupação antiga do nosso território são visíveis mas pouco conhecidos, tanto pela população, como por quem nos visita. Por outro lado, a maior parte deste espólio está à guarda de Museus fora da cidade. Seria, de todo interessante, recuperar este património para o nosso concelho.
Afinal, é um importante património que foi descoberto no nosso concelho e que, concerteza, traria uma mais valia turística para Fafe.

30 agosto 2006

Igreja Românica de Arões, monumento nacional!

É o único Monumento Nacional do concelho de Fafe e remonta ao século XIII. De pequena dimensão, baixa altura e com reduzida luminosidade interior mas que reflecte o carécter religioso que abundava a época por essas aldeias fora. É um bonito exemplar do românico no nosso país e que pode ser apreciado na freguesia de Arões S. Romão.
Ao longo dos anos, o monumento sofreu algumas alterações, tendo mesmo o desfigurado um pouco. No entanto, visitá-lo constitui um bom programa. Exteriormente, o arco de volta inteira continua intacto e poderás observar a interessante inscrição que encontras no tímpano da porta. Interiormente, o arco triunfal de acesso à capela-mor, o tecto e os retábulos dos altares laterais irão deslumbrar-te. Além disso, observarás alguns vestígios de uma pintura mural interessante.
Por causa destes factores, o Governo classificou-o como Monumento Nacional em 1927.
E tu? Já o visitaste? Aproveita!!

Siza Vieira... um descendente de Fafe


É considerado um dos dez melhores arquitectos do mundo e um dos portugueses mais apreciados além-fronteiras. Falo de Siza Vieira, ilustre português nascido em 25 de Junho de 1933 na cidade de Matosinhos. Porém, Siza é neto de um fafense e já o assumiu varias vezes. Em entrevista ao JL (28 de Agosto de 1996) afirma: "A família do meu pai era de Vila Cova (Fafe). Emigrou para o Brasil. O meu pai nasceu lá."
Mas, Fafe tem figuras e personagens que marcaram e têm marcado este concelho pela positiva. Importa conhecê-las mais adiante...
Porque este é um blog de história, de curiosidades, enfim... de Fafe!

AD FAFE... clube com história!


A Associação Desportiva de Fafe é o emblema mais representativo de carácter desportivo do nosso concelho. Resultou da fusão de dois clubes rivais por estas terras fafenses: O Futebol Clube de Fafe e o Sporting Clube de Fafe. Fundada em 28 de Junho de 1958, está prestes a concluir meio século de existência.
Dispõe de um vasto historial e foi distinguida pela Câmara Municipal de Fafe em Junho de 1983, tendo recebido a medalha de prata de mérito concelhio.
O ponto mais alto do historial deste clube foi a ascenção à I Divisão de futebol na época de 1988/89, tendo aí mantido-se durante uma época. Durante esse ano, o Parque Municipal de Desportos obteve as melhores assistências do campeonato (com excepção dos 3 grandes clubes nacionais) e a assistência do jogo com o SLBenfica foi a melhor assistência registada no estádio da AD FAFE. Fica a foto para a posteridade...
No entanto, para além do futebol, Fafe dispõe de natação onde tem alcançado excelentes resultados e já teve andebol. Para além destas modalidades, a AD FAFE já dispôs de uma secção de motonáutica, criada em 1983, tendo desaparecido pouco tempo depois.

Monte Longo... as nossas origens!


Monte Longo. Foi esta a definição anterior dos territórios que hoje compreendem o concelho de Fafe. O concelho de Monte Longo data do período medieval e tinha como centro concelhio os territórios então designados de "Santa Eulália", que viria a dar o nome de Fafe por volta do século XVIII. Mas, o nosso concelho tem mais de mil anos de existência. Encontram-se referências a freguesias que são hoje parte integrante do concelho de Fafe em testamentos e documentos que o comprovam.
Mas, a primeira referência segura é-nos facultada com as Inquirições de 1220 de D.Afonso II.
A ruralidade e a dispersão em termos de povoamento eram notórias, tal como hoje e, eram parte integrante do mesmo as paróquias de S.Clemente de Silvares (S.Clemente e S.Martinho), Moreira de Rei, Estorãos, Revelhe (designada de Gamazãos), Santa Eulália Antiga, S.João de Cortegaça, Antime, Armil, Medelo, Vinhós, Quinchães, Fornelos e Ribeiros.
Com o tempo, o território concelhio sofreu mutações influenciadas com as Inquirições de 1258. Silvares passa para Felgueiras e em 1290 passa para Guimarães, mantendo-se até ao final do século XIX.
Mas é, sobretudo com o século XVI que mais elementos documentais começam a formar uma ideia mais precisa do território que hoje conhecemos. Falarei disso mais tarde...

Hino de Fafe... conheces?!


Qualquer terra que se preze tem um Hino. Fafe não é excepção. Foi escrito por Euclides de Sotto Mayor e tem música de José Maciel, importantes músicos e compositores da altura. A foto que acima vês correspode a uma actuação da banda de Golães na Nazaré, corria o ano de 1953. Uma foto histórica sem dúvida. Vamos então ao Hino...

HINO DE FAFE
A nossa terra é formosa
Como ela não há igual
É a mais perfeita rosa
Das terras de Portugal/
Terra formosa que as mais
Escureces com tantos brilhos
Viste nascer nossos pais
Verás nascer nossos filhos/
CORO: Fafe querido és sem favor
Jardim florido do nosso amor
Ergue-te tanto a nossa voz
És o encanto de todos nós/
Se o Minho é terra de fama
Duma estranha sedução
Esta terra que a gente ama
É do Minho o coração/
Terra de sol e de flores
De risos e de alegrias
És berço dos meus amores
E das lindas romarias


Justiça de Fafe... Verdade ou ficção?!


A famosa frase "Justiça de Fafe" certamente todos já a terão ouvido. Contudo, que verdade e qual a ficção que se encontra por trás desta lenda justiceira. A versão mais difundidada diz respeito a um episódio ocorrido no século XIX e protagonizado pelo Visconde Moreira de Rei, político fafense da altura e deputado às cortes.
Um tal "marquês", ao chamar-lhe "cão tinhoso" durante uma assembleia em Lisboa foi a causa de um duelo inevitável que se resolveria à lei da força. Na altura era usual recorrer a este tipo de atitudes.
Ao ofendido, competia escolher as armas. O nosso Visconde escolheu como "armas" dois paus. Este, perito na arte do "jogo do pau", deu tamanha carga de porrada ao Marquês que provocou a gargalhada entre os assistentes que fartaram-se de gritar... "Viva a Justiça de Fafe!!!".
Esta é a versão mais corrente.
Contudo, duas outras versões mais populares são referenciadas.
Uma delas, mais antiga e que refere o seguinte: Nos tempos do Conde D.Henrique, havia um cavaleiro de seu nome D.Fafes Talesluz, casado com uma bondosa mulher muito popular na altura e muito amiga dos pobres. Reza a lenda que a sua aia, apaixonando-se por D.Fafes Talesluz, envenenou a bondosa esposa do cavaleiro. O povo, sabendo da notícia, exigiu a presença da aia que cometeu tal assassino e, fizeram justiça pelas próprias mãos, matando-a à paulada.
Por último, uma última versão, mais semelhante à primeira, relata a ida de um Morgado de Fafe a Lisboa. Um alfacinha, a dada altura, tratou mal uma senhora. O Morgado não gostou e desafiou o lisboeta para um duelo. Os paus de marmeleiro voltaram à acção e o Morgado deu uma valente sova ao tal lisboeta, originando a expressão que hoje conhecemos.
Qual delas a verdadeira?! Verdade ou ficção?! Não existem factos conclusivos, apenas crenças populares.
O que é certo é que o pau de marmeleiro é figura assente em todas as histórias citadas e representa bem a valentia deste povo minhoto.

Fafe, esta bela localidade...


Boas,
Este é um blog acerca nosso concelho.
Fafe, esta cidade do Baixo Minho tem uma rica história a ser conhecida. Certamente que este não é o espaço ideal para a conhecer na sua totalidade mas pretendo aqui elucidar alguns Fafeeeenses menos atentos das potencialidades e das figuras, dos factos e mitos que engrandecem (e engrandeceram) o nosso concelho. Mas, para além disto, há coisas interessantes a descobrir, lugares a visitar e riquezas tão perto de nós que importa divulgar.
Mas, este blog não fica completo sem o teu comentário, a tua opinião... Escreve, diz o que pensas e, de uma forma positiva, contribui para engrandecer o nosso concelho. Ah, e divulga-o!!
Sê, portanto, benvindo a este espaço!! Um espaço meu, teu e de todos, fafenses ou não, mas que gostam de Fafe!