A Câmara
Municipal colocou em discussão pública a mudança de localização da estátua da
justiça e do projeto do parque da cidade. Bonito, dizem uns; democrático e
correcto, dizemos todos nós. Pois, mas dá para desconfiar. Se a localização da
dita justiça é justificável através de critérios puramente estéticos e,
sinceramente, sem grande pertinência temporal, já o parque merece uma atenção
especial, pois corresponde ao grande calcanhar de Aquiles deste executivo.
Deste modo, o executivo está a desviar as atenções, está a atribuir poder ao
cidadão de decidir aquilo que nunca decidiu. Convenhamos que a estratégia é
interessante e esperta. O cidadão comum pensará que existe, julgará que é uma
peça fundamental na gestão política da Câmara e esquecerá, na altura do voto, o
fracasso do projeto inicial do parque. Boa oportunidade de reler Maquiavel.
Na mesma
semana, o recém-criado Notícias de Fafe colocava em manchete o monumento da
justiça e a respectiva discussão pública. Num pequeno espaço no quanto superior
esquerdo uma notícia de somenos importância: desemprego sobe em Fafe. Sim,
realmente de desemprego estamos habituados, ao passo que a mudança do monumento
deve cativar todas as atenções, pois daí irão surgir grandes transformações. E
assim vamos nós. Espero que a moca nunca caia.
António Daniel
5 comentários:
nao estaria mais de acordo com o que acabas de escrever!! ja no teu blog e em posts sucessivos tenho vindo a alertar para o facto de estas discussoes serem um embuste ao estilo de uma pré campanha!!!
Mas e com muita tristeza que vejo a inercia dos jovens e da oposição em mostrarem os reais problemas de fafe.
Albano, obrigado por ter comentado. Ainda bem que comungamos da mesma opinião, mas mesmo que não comungássemos, é importante realçar a necessidade de haver mais crítica e mais intervenção, não uma qualquer. Também não entendo a inércia de que fala...
Uma última nota: o blog não é meu. Simplesmente anui a um pedido dos seus autores (Pedro e Luís) para escrever umas coisas sobre a terra que gostamos.
Abraço.
Queria dizer Rui e não «Luís». Peço desculpa ao visado.
O QUE queria dizer e que jovens e partidos desta cidade nada fazem para promover um pensamento critico aos seus conterrâneos .
infelizmente a maioria das pessoas de fafe prefere uma feira medieval a questionar a questionar certas atitudes politicas tomadas em fafe.
Neste momento certas empresas que operavam á anos na cidade começam-se a deslocar para concelhos vizinhos,sendo a principal queixa a burocracia/ morosidade existente...
Sim, claro, eu entendi a inércia de que fala, só não entendi, tal como o Albano, da inércia da sociedade civil e das pessoas em geral. Mas também lhe digo que, infelizmente no nosso país, o contraditório só é «permitido» aos partidos quando as pessoas deviam ter uma palavra a dizer. Esta letargia de facto sufoca.
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