25 março 2014

Centro Educativo Montelongo

http://e.montelongo.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=384&Itemid=204

Aqui surgiu a notícia da construção de um centro educativo. Os políticos gostam disto, como é óbvio, muito mais gostam de escavar, atividade em que se tornaram mestres. Também considero normal! O povo gosta destes momentos. O que não acho normal é que se aceitem passivamente ideias sem que haja a discussão obrigatória. Os centros educativos são muito questionáveis. O principal argumento apresentado sugere uma maior socialização e uma melhor qualidade de ensino. Sinceramente, não encontro qualquer relação entre os centros educativos e a melhoria da educação. Uma escola do primeiro ciclo com mais de 200 alunos não é uma boa escola. Raul Cunha afirmou o que todos os presidentes da Câmara afirmam, mas não sabem o que dizem. Tenho um filho numa escola que, na altura em que David Justino era ministro da educação, foi considerada escola piloto. Alberga cerca de 700 ou mais alunos. Posso considerar que o meu filho teve e tem um percurso escolar melhor por frequentar esta escola? Obviamente que não! a socialização foi mais efetiva? Se por socialização considerarmos confusão no recreio, então, sem dúvida adquiriu novos papéis sociais. Gosto que me falem verdade! se a escola for construída para diminuir os custos, em parte será compreensível. De resto, dizer que a educação melhorará - como reflete a afirmação de que a escola se tornará de melhor qualidade - é uma falácia politiqueira (desculpem a redundância)!

António Daniel

10 comentários:

Ricardo Gonçalves disse...

Caro Daniel:
É óbvio que a concentração tem como fim último a racionalização de recursos.
Até aqui, nada a opor.
Também me parece que no que à qualidade de ensino diz respeito estão por provar os ganhos.
Socialmente, pode, de facto, haver ganhos por maiores interacções entre diferentes faixas etárias. Com os perigos que isso também encerra.
Certezas não tenho.Espero, sinceramente, que este seja um passo no sentido da valorização dos nossos jovens.

Alberto Baptista disse...

Concordo!!!

Aconselho vivamente a perderem algum tempo a lerem o estudo do qual deixo aqui o link:

http://www.slideshare.net/mariandre/dimensocontextointernacionalucp-porto26maio2011110527064507phpapp01

Depois compreenderão com mais facilidade aquilo que eventualmente terei para dizer sobre a aglomeração de alunos com amplitude de idades elevada, bem como, sobre o prejuízo social irremediável para as pequenas localidades ou freguesias.

Pedro Sousa disse...

Muitas escolas se constroem em Fafe... depois ficam ao abandono! É mais do mesmo... força aí...

Hernâni Von Doellinger disse...

A propósito da notícia: a primeira pedra de uma obra coloca-se, não se lança. Lançar/atirar a primeira pedra, se bem que profundamente bíblico, é um perigo do caraças - para mais se só os lançadores/atiradores estão de capacete. E que catitas que eles estavam, vestidos de carnaval, a mangarem de trabalhadores...
Não tem emenda esta gente. Nem emenda, nem espelho.
E não acredito que o povo goste "destes momentos". Nem gosta nem desgosta. Nem sequer toma conhecimento. Se é que estamos a falar de "o" povo.
h.

António Daniel disse...

Boa, Hernâni. Antes fosse uma lança em África. Quanto ao povo, Hernâni, já fui mais optimista.

Anónimo disse...

O que se ganha com o centro educativo? centralização de serviços, o que por si só numa cidade de Fafe não é mau. Mais recursos materiais para os senhores professores trabalhar. recursos humanos não, nem sequer funcionarios.
Perde-se também muita coisa e com tanta miudagem junta, os problemas serão maiores. mais bullyng.
obvio que por detras estão questões económicas. menos escolas, menos professores, menos funcionarios, menos gastos com luz, água, fotocópias e afins. o ministério das finanças publicas agradece.
Fafe como não é uma ilha isolada, segue a tendência nacional imposta pelo ministério da educação. No fundo, vale a pena fazer para ficar tudo na mesma.
E o alunos? Bem, ficam com bons espaços para ed fisica, informatica, etc. mas por terem melhores espaços, isso nao quer dizer que a educação melhore. duvido.

Hernâni Von Doellinger disse...

Há outra coisa, caro António Daniel, e esta mais a sério: parece-me que as autarquias, ao fecharem e agruparem escolas, perdem um bocadinho de substância nos seus protestos contra o Governo, quando este fecha e agrupa tribunais e hospitais. Porque, no fundo, anda tudo ao mesmo, não é?

Anónimo disse...

www.fafetv.com

Miguel Summavielle disse...

Caro António Daniel,
A construção do Centro Educativo Montelongo consta da carta educativa aprovada no mandato 2005/2009, tendo esta sido discutida pelo Executivo Camarário e pela Assembleia Municipal que a aprovaram. O tema foi, portanto, debatido e decidido por aqueles que a população de Fafe escolheu para a representar.
Posso recordar que, no órgão a que pertencia, eleito como independente nas listas da CDU, a Dra. Leonor Castro, colocou muitas reservas ao modelo seguido para elaboração da carta educativa, apontando inúmeras situações que mereciam correcção ou alteração, quer pelo seu impacto social, quer pela sua implicação pedagógica.
Essas reservas eram inclusivamente mais sustentáveis pelo facto da constituição dos centros educativos implicar o encerramento de inúmeras escolas do 1º ciclo em todo o concelho, condenando à desertificação progressiva muitas das nossas freguesias.
Tanto quanto me recordo, votámos contra a carta educativa.
Efectivamente, no momento da discussão do tema, foi repetidamente referido que o encerramento de algumas escolas com menor número de alunos, em que o 1º ciclo funcionava com 1 só professor para todos anos, seria pedagogicamente aconselhável, e que as crianças ganhariam novas competências sociais por frequentarem escolas com mais alunos.
Não creio, no entanto, que a decisão tenha sido tomada atendendo ao benefício do aluno. Tenho, infelizmente, poucas dúvidas que a carta educativa foi preparada para justificar a necessidade de construção de uma nova escola e a realização de obras de adaptação em alguns estabelecimentos de ensino. Obras de regime que, reconheço, sempre agradam aos políticos que querem deixar a sua marca.
Também me parece claro que o argumento da redução dos encargos, por concentração dos meios, tenha pesado na decisão. Não podemos esquecer, no entanto, que os mesmos que querem poupar pela concentração do ensino, são os mesmos que aceitaram a transferência dos funcionários auxiliares educativos que pertenciam aos quadros do Ministério da Educação, sem pensarem nos encargos futuros, visando, apenas e só, aumentar o número de funcionários e, desta forma, o número de “dependentes políticos”. Dois pesos e duas medidas…
Finalmente, não menos importante, será perceber o que vai acontecer aos edifícios que serão desactivados. Relembro que o Dr. José Ribeiro sempre se escusou a garantir o direito que a Junta de Freguesia de Fafe tem, em consonância com a prática corrente para todas as outras Juntas, de ver concedida a transferência da propriedade dos edifícios, pelo valor simbólico de €500,00, assim o requeira e apresente um projecto de ocupação para os mesmos.

António Daniel disse...

Miguel, peco muitas vezes, reconheço, por não possuir todos os dados que tornariam a minha opinião mais balizada. Ainda bem que tu o fazes e me aproximes da verdade. Contudo, quando digo que não há discussão o que quero dizer é que estas coisas, como tu bem afirmas, obedecem a calendários e remetem as opiniões fundamentadas para um sítio que eu cá sei... O que mais me saltou à vista foi a escola da Matriz. Não podiam aí frequentar as crianças de Pardelhas e as da Conde Ferreira? A Matriz tem um espaço generoso que podia ser muito bem aproveitado. Bom, parece que vai para a paróquia, o que não é um mal em si. A carta educativa, a meu ver, mostrou-se «gulosa» o que trouxe prejuízo evidente para a secundária que, comparativamente a alguns «hotéis» construídos, ainda se mostra mais degradada. O que também gostava de saber é a posição dos professores e direções escolares que, em virtude dos novos modelos diretivos, se tornaram claramente passivos.