10 setembro 2013

Prognósticos... Antes do Fim do Jogo


29 de setembro. Dez da noite. Nas sedes de campanha e nas sedes partidárias, multiplicam-se as reações aos resultados das eleições autárquicas. Eis uma projeção do que os portugueses vão ouvir daqui a três semanas.

1. O PSD vai dizer que o resultado eleitoral é uma vitória. Perdeu algumas presidências de câmara mas conseguiu, a custo, manter a presidência da Associação Nacional de Municípios, sendo o partido com mais presidentes de câmara no país. Vai dizer que as eleições eram locais, mas não vai deixar de tirar ilações nacionais, dizendo que num contexto muito difícil para os partidos da maioria (esquecendo que em muitos casos foram esses partidos que se colocaram em apuros), enfrentando circunstâncias adversas, o resultado pode abrir boas expectativas para as legislativas de 2015.

2. O PS vai dizer que o resultado eleitoral é uma vitória. Ganhou algumas presidências de Câmara, não conseguiu roubar a presidência da ANMP ao PSD mas, feitas as contas, como a fasquia colocada (ser o partido mais votado a nível nacional) foi atingida, os socialistas vão clamar vitória e dizer que nesta noite se abre o caminho para um novo ciclo eleitoral. Claro que o PS vai lembrar as circunstâncias adversas em que estas eleições decorreram para o partido: Há um Presidente de direita, um Parlamento dominado pela direita, um Governo de Direita, até um presidente da Comissão Europeia de direita. António Costa vai ter um resultado eleitoral em Lisboa superior ao score nacional do PS, e as especulações sobre o futuro do PS vão voltar.

3. O CDS vai dizer que o seu resultado eleitoral é uma vitória. O dirigente que Portas escolher para falar aos portugueses vai lembrar as circunstâncias adversas em que as autárquicas decorreram. Vai lembrar como o seu partido está empenhado em tirar Portugal do protetorado da troika. E vai sublinhar que a implantação autárquica dos populares saiu reforçada neste escrutínio, com mais vereadores eleitos e uma larga presença em governos autárquicos pelo país (coligado com o PSD).

4. O PCP vai dizer que o resultado eleitoral foi uma grande vitória em circunstâncias particularmente adversas para o partido. Vai clamar vitória pelas câmaras recuperadas no Alentejo e não vai deixar de sublinhar o facto de praticamente todas as câmaras da Área Metropolitana de Lisboa a sul do Tejo estarem agora nas suas mãos. Jerónimo não vai perder a oportunidade para dizer que está na hora de uma mudança de política a nível nacional e que o reforço da votação na CDU significa que os portugueses querem o governo na rua.

5. O Bloco de Esquerda vai dizer que o resultado da noite eleitoral significa uma clara vitória, pois a implantação autárquica bloquista é cada vez mais nacional, e já não circunscrita às grandes áreas metropolitanas e áreas urbanas. O Bloco não tem presidências de Câmara mas conseguiu eleger mais vereadores que há quatro anos. Em circunstâncias muito adversas para o partido, estas eleições dão ânimo redobrado para o futuro. Enquanto isso, vai começar a questionar-se a liderança bicéfala de Semedo e Catarina.

6. Nunca como hoje tantas câmaras foram ganhas e vão ser geridas por listas independentes dos partidos políticos. Cerca de um milhão de portugueses vão viver em municípios (incluindo várias capitais de distrito) liderados por candidatos que não faziam parte de uma lista partidária. Vão seguir-se dias e semanas de debates inflamados sobre o significado deste resultado para o sistema político português e sobre o esgotamento dos partidos e sobre se estamos ou não a chegar ao fim de um regime. No final, os partidos vão ficar exatamente na mesma.

7. A abstenção eleitoral vai subir e muito se vai refletir sobre as suas causas e sobre como os portugueses estão cansados e desiludidos da vida política e sobre qual a melhor forma de voltar a atrair os cidadãos para a vida política. Os partidos prometem refletir sobre o tema mas, no final, nada de substancial vai mudar.

8. Vários dos chamados dinossauros autárquicos que mudaram de câmara nesta eleições, e para os quais o Tribunal Constitucional deu luz verde para avançarem, conseguiram vencer as eleições. Mas muitos deles vão ser derrotados nas urnas. Ser dinossauro autárquico não é um selo de vitória garantido, pelo contrário.

In http://expresso.sapo.pt/prognosticos-antes-do-fim-jogo=f829638#ixzz2eTJUhiFX
Martim Silva

2 comentários:

Anónimo disse...

Onde está o PSD de Fafe ? Onde está a Comissão Politica ?
Só aparecem candidatos ! Se calhar são todos Independentes !
Ou será que o PSD de Fafe já não apoia os seus candidatos ?
Porque a divisão e desunião é nitida,já não é alternativa !!

jose augusto sousa disse...

Para que duvidas não se suscitem, o PSD está unido e apoia, incondicionalmente, todos os seus candidatos. A Comissão Politica da Secção de Fafe do PSD, está e sempre esteve em torno dos seus candidatos, quer às Juntas de Freguesia, quer à Assembleia Municipal quer à Câmara Municipal, não pelo facto de serem do PSD, mas sim, porque são os melhores candidatos para servir os Fafenses e o PSD preocupa-se com as pessoas.
Por isso, no próximo dia 29 de Setembro, os Fafenses vão demonstrar com a sua votação, que o PSD é a única e a verdadeira alternativa de poder.
O Presidente da Comissão
Politica do PSD de Fafe,