27 agosto 2013

Medidas Fundamentais Para o Próximo Mandato


 Respondendo ao desafio lançado pelo Eng. Ricardo Gonçalves num comentário a um texto que escrevi sobre a exploração da Sra. de Antime para fins políticos, indico algumas das medidas que julgo serem fundamentais implementar por quem ganhar as próximas eleições autárquicas:

1. Fazer cumprir a PPP com as Águas do Noroeste, ampliando a rede de saneamento do Concelho. Se possível (há uma limitação decorrente da PPP e da candidatura a fundos estruturais), aumentar o nível de investimento, ainda que tal signifique endividamento municipal.

2. Procurar investimento para o Concelho, estabelecendo uma rede de contactos com a AICEP, CIP, AEP, Consulados, Ministério da Economia, entre outros, manifestando o interesse em analisar perspectivas de investimento e indicando a disponibilidade para parcerias em projectos. Preparar um projecto de ampliação da ZI do Socorro com execução faseada e em função da procura. Publicitar na rádio, tv e em painéis colocados nas vias de comunicação que nos circundam, as vantagens de investir em Fafe. Fazer uma campanha junto dos emigrantes fafenses que possuem industrias espalhadas por esse mundo, convocando-os a investir no concelho, seja por deslocalização das suas empresas ou por criação de novas unidades de produção.

3. Concluir a revisão do PDM. É o principal instrumento de planeamento do Concelho e já deveria estar revisto há mais de 10 anos!!! Promover uma discussão pública sobre que tipo de desenvolvimento territorial é que a população pretende, nomeadamente no que diz respeito à determinação da aptidão construtiva dos solos.

4. Reestruturar os serviços Municipais, avaliando, sector a sector, as existências e as reais necessidades de meios e pessoal. Elaborar um plano a 4 anos para implementação da acção. Procurar a certificação dos serviços administrativo e de obras particulares, por serem os que mais contacto têm com o público. Criar matrizes de substituição para todas as funções desempenhadas na autarquia, assegurando o pleno funcionamento dos serviços.

5. Abrir os processos administrativos à consulta informática (ou presencial) pública. Transparência na decisão!

6. Abandonar a Naturfafe, colocando os meios humanos e materiais directamente sob a alçada do Município. Estabelecer parcerias com os Concelhos vizinhos e as regiões de turismo, dividindo custos para procurar aumentar a oferta cultural do Concelho. Estabelecer um plano de divulgação do nosso potencial turístico, ajudando os empresários locais na divulgação dos seus produtos e serviços. Melhorar o aproveitamento que fazemos de alguns eventos (Rali, Ciclismo, etc), criando atractivos que convidem a ficar em Fafe, o que se traduz em retorno para a economia local.

7. Fazer um plano de investimento a 4 anos para o sítio arqueológico de Sto. Ovídio, dando-lhe a importância que merece. Procurar criar uma rede museológica industrial no concelho, aproveitando a Fábrica do Ferro, do Bugio, a central hidroeléctrica de Golães, o bairro da fábrica do ferro, etc.

8. Criar, com o auxílio das organizações de agricultores de Fafe, uma feira quinzenal para produtores e produtos do Concelho, isenta de taxas.

9. Elaborar e publicitar um documento estabelecendo as regras para candidatura e atribuição de subsídios (e sua fiscalização) a colectividades, dando preponderância ao interesse público da realização e ao mérito no desempenho de funções da agremiação.

10. Lutar pela manutenção do Hospital de Fafe e assegurar que este se mantém dentro do Serviço Nacional de Saúde. Lutar pela manutenção das competências do nosso Tribunal.

Não coloco, propositadamente, qualquer obra pública municipal como medida prioritária. Deixo isso para outro texto, se entretanto achar que se justifica.
Não sendo de responsabilidade local, enquadrando-se na ressalva assumida, deixo como nota que se deverá lutar:
a) Pelo reperfilamento da EN 207 – Felgueiras/Fafe/Póvoa do Lanhoso;
b) Pelo financiamento para a construção do novo quartel da GNR;
c) Pela construção da nova Escola EB 2,3.

Miguel Summavielle

9 comentários:

Ricardo Gonçalves disse...

Antes de mais não sou engenheiro (muito menos para alguém que considero amigo)!

Depois tenho que dizer: FINALMENTE!!!

Finalmente, aparecem propostas sérias (concordando-se ou não), coerentes e, não querendo desvalorizar o mérito do seu proponente, quase de senso comum.

Ora vejamos: tratam o emprego e toda a actividade económica, tratam a administração local (com destaque para a transparência dos serviços e para a vergonha da revisão do PDM), saneamento,entre outros.
Deixa de fora o abastecimento de água em baixa, esquece o "ataque" aos cancros urbanístico (Royal Center I e II), é omisso quanto a questões sociais e propõe o abandono a Naturfafe da qual sou dirigente e que considero uma boa ideia mas com um erro de "casting" flagrante e é populista na questão do hospital que, todos sabemos,pouco ou nada o poder local pode determinar.
Obrigado Miguel pela tua contribuição que, presumo, apenas te vincula a ti próprio mas que já fez mais do que muitas organizações que se vão apresentar a votos daqui a um mês!!!!

Anónimo disse...

Nem uma palavra sobre a educação!!!

António Daniel disse...

Comungo das afirmações do Ricardo e do anónimo, só não consigo ter uma opinião sobre a Naturfafe. O hospital também me parece uma luta perdida. É irreversível a passagem para a Misericórdia. Como defendi há tempos, só uma luta conjugada com as autarquias afectadas poderia dar algum resultado. A educação também é um aspecto um pouco desconsiderado, ressalvando-se a necessidade de construção de uma nova EB 23. Mas é uma medida discutível. O que daí resultará em termos do 1º ciclo? Qual a solução para a Secundária que está cada vez mais degradada, em contraste com os «hoteis» que por aí proliferam. No que respeita à cultura, umbilicalmente ligada à educação, realce para a reabilitação do castro. É uma medida interessante e urgente. Contudo, fica-se por aqui.

Nuno disse...

Tenho simpatia e reconheço capacidade de trabalho a Parcídio mas com esta equipa de independentes jamais voto nele, coisa que fiz nas ultimas eleições.
Miguel, não voto em damas de ferro!! E para meio entendedor, meia palavra basta...

Nuno

Anónimo disse...

Depois de ler este post fiquei deveras confuso. Afinal quem é o candidato a Presidente da Câmara? Que medidas são estas? Quem as subescreve? O candidato à Câmara ou o candidato à Assembleia Municipal?
Que grande confusão que reina no seio da candidatura Summavielle e Cª. Em boa verdade, esta salgalhada é bem a imagem do que seria a hipotética governação da autarquia pelo clã Summavielle. Às Segundas, Quartas e Sexta manda um, às Terças, Quintas e Sábados manda o outro e aos Domingos ambos vão receber as bênçãos do Patriarca.

Alex disse...

A mim parecem-me medidas positivas. E penso que terão o apoio da maioria das pessoas. Concordo com o Ricardo Gonçalves quando diz que são medidas de "senso comum". Penso que "medidas básicas" seria um melhor título do que "medidas fundamentais".
Em relação ao Hospital parece-me óbvio que ficará ligado ao SNS (só assim é que os privados os querem...).

Miguel Summavielle disse...

Caros Ricardo Gonçalves, Alex e António Daniel,
Obrigado pelos vossos comentários.
Ricardo, sei que a tua formação está na área do turismo. Desculpa, estava com o chip dos anos 90… Quanto ao tratar-te por Eng., como dizia o saudoso “Estebes”, nestas coisas de referências genéricas a terceiros, entendo que “se deve utilizar o plural”…
Compreenderão que são 10 medidas e que dificilmente poderia abarcar tudo. Considero que são 10 assuntos urgentes, mas, infelizmente e como muito bem demonstram, muitos outros há que necessitam de atenção imediata.
O programa eleitoral de 2009 dos “Independentes por Fafe” (Ricardo, disseste que ainda o guardavas) tem quase 200 medidas concertas nas mais diversas áreas, desde a educação à saúde.
O programa eleitoral de 2013, que já está pronto e vai ser publicitado brevemente, tem, como terão oportunidade de verificar, igual número de medidas nas mais diversas áreas, respondendo às ambições e preocupações dos Fafenses. Estou certo disso!
Permitam-me, no entanto, dizer que se as medidas que aponto são de senso comum porque é que não estão concretizadas? Porque não foram concretizadas em 16 anos de liderança?
Como escrevi anteriormente, a população de Fafe não pode pedir “contas” aos dirigentes se elege quem nem sequer se digna a apresentar um programa eleitoral.
Quanto ao populismo da referência ao Hospital (ou do tribunal), acreditem que mais não é do que preocupação genuína. Se calhar por ser filho de quem sou, sei bem que o esforço de um autarca pode fazer toda a diferença nestas questões em que a decisão é central. Haja empenho e, acima de tudo, firmeza.

ND disse...

A referência no texto à nova EB 2,3 penso eu que se quer fazer ao novo Centro Educativo de Montelongo com 16 salas de primeiro ciclo e 4 de pré-escolar.
Em relação à Educação em Fafe muito há para fazer...

Nuno Domingues.

ND disse...

Errata
Onde se lê: 16
Deve ler-se: 20