21 fevereiro 2013

Politicamente Correcto.





Toda a gente conhece a música das Pombinhas da Catrina. Neste vídeo do Youtube, as Pombinhas da catrina são apresentadas sem a última estrofe:
Ó minha mãe não me batas
 Que eu ainda sou pequenina
Não te bato porque achaste
As pombinhas da Catrina.
 Isto é o caso mais interessante do politicamente correto. Esta expressão surgiu para caracterizar a utilização de uma linguagem neutra sem qualquer tipo de contaminação que evidencie discriminação ou outra situação análoga. Aparentemente, possui claras vantagens. Contudo, a sua incondicional utilização torna-nos «limpinhos», por outras palavras, enfatizam a ideia de «públicas virtudes e vícios privados». Em terras pequenas, ainda mais se nota essa regra. O poder, por forma a perpetuar-se tende a exercer sobre a opinião pública o medo e a pressão da palavra proibida. Como somos católicos, a culpa desponta. Curiosamente, a utilização do argumento do politicamente correto é tanto mais utilizado quanto mais se tem algo a esconder. Quando aceitei escrever neste blog, fi-lo por uma razão: talvez fosse a oportunidade de começarmos a utilizar uma nova linguagem quando discutimos problemas de Fafe. Certo é que sabia quais poderiam ser as consequências. Mas outros valores se levantaram, que não a própria volúpia de qualquer egocentrismo como no Facebook um candidato às próximas eleições já me acusou.
Confrontar os candidatos às próximas eleições com aspectos importantes da vida em geral, seria pertinente.  Sem «papas» na língua, o casamento homossexual, a adopção, a eutanásia, a droga, a delinquência, a pobreza e a riqueza, o acesso à cultura, a educação,  são assuntos que, apesar de pouco dizerem sobre Fafe, podem dizer muito sobre os candidatos. E não vale objecções de consciência.

António Daniel

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