Toda a gente conhece a música das Pombinhas da Catrina.
Neste vídeo do Youtube, as Pombinhas da catrina são apresentadas sem a última
estrofe:
Ó minha mãe não me batas
Que eu ainda sou pequenina
Não te bato porque
achaste
As pombinhas da Catrina.
Isto é o caso mais interessante do
politicamente correto. Esta expressão surgiu para caracterizar a utilização de
uma linguagem neutra sem qualquer tipo de contaminação que evidencie
discriminação ou outra situação análoga. Aparentemente, possui claras vantagens.
Contudo, a sua incondicional utilização torna-nos «limpinhos», por outras
palavras, enfatizam a ideia de «públicas virtudes e vícios privados». Em terras
pequenas, ainda mais se nota essa regra. O poder, por forma a perpetuar-se
tende a exercer sobre a opinião pública o medo e a pressão da palavra proibida.
Como somos católicos, a culpa desponta. Curiosamente, a utilização do argumento
do politicamente correto é tanto mais utilizado quanto mais se tem algo a
esconder. Quando aceitei escrever neste blog, fi-lo por uma razão: talvez fosse
a oportunidade de começarmos a utilizar uma nova linguagem quando discutimos
problemas de Fafe. Certo é que sabia quais poderiam ser as consequências. Mas
outros valores se levantaram, que não a própria volúpia de qualquer egocentrismo como no Facebook um candidato às próximas eleições já me acusou.
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