10 setembro 2012

Ideias


Foto: Arquivo Histórico Municipal de Fafe
O palacete de Arte Nova, construído em 1912 por João Alves de Freitas, um bem-sucedido brasileiro de torna viagem, vai ser adaptado para instalar o Arquivo Histórico Municipal de Fafe.
A obra, orçada em mais de 1 milhão e meio de Euros, comparticipada em 70% pelo FEDER, está prestes a arrancar e deve prolongar-se por cerca de um ano.
Lembre-se que o Arquivo Histórico Municipal é composto, maioritariamente, por documentação da época contemporânea e encontra-se actualmente dividido em dois locais: o acervo posterior aos anos 60 encontram-se no edifício dos Paços do Concelho, enquanto o arquivo mais recuado no tempo está precariamente sediado em antigas instalações da extinta Escola Montelongo.
Vida nova para um dos mais belos e emblemáticos imóveis históricos da urbe, que, ao longo de precisamente uma centúria foi moradia, hotel de luxo, “Casa das Corporações” e sede da Cooperativa Agrícola. Abandonado durante um longo período, o “palacete rosa”, propriedade do Município de Fafe, vai agora ser restaurado para guardar e tratar uma parte das memórias do município. 
Documentos importantes, alguns do século XVIII e XIX que depois de conservados poderão ser estudados de forma a conhecer um pouco mais da História contemporânea deste concelho outrora designado Montelongo.
Foto de Jesus Martinho

A recente notícia da requalificação do Placete «do Grémio» para recolha do arquivo municipal sugeriu-nos pensar um pouco sobre o que falta fazer em Fafe. Nunca escondemos a importância que o imobiliário histórico tem para um aumento do sentido de pertença à polis. Nesse sentido, a Câmara tem feito um bom trabalho, como serve de exemplo a requalificação do Teatro- Cinema, o embelezamento de artérias e agora a recuperação deste emblemático edifício. Contudo, só embelezamento não chega. É necessário dar sentido e conteúdo. Se oTeatro-Cinema está bem sincronizado com o seu desiderato, já a recuperação do palacete e da zona envolvente - há projecto? - parece ser pouco ambicioso. A sua utilização como depósito do espólio documental da Câmara é muito importante, mas não nos podemos esquecer que  a sua frequência estará destinada a profissionais.
Ora, o que propomos é uma utilização mais «democrática». Para tal, seria muito benéfico que o edifício e a zona envolvente pudessem congregar os museus da cidade. Não seria possível deslocalizar o museu do automóvel, da imprensa e da emigração para um único lugar com um sentido temático mais profundo? E porque não uma área temática, aproveitando as tecnologias de informação, sobre o Castro de Santo Ovídio?

António Daniel

3 comentários:

Anónimo disse...

Ideias muito interessantes. Concordo com elas. Será que é possível fazer isso naquele espaço?
Alguém sabe responder qual o projecto para aquele espaço. O arquivo municipal "enche" o grémio todo?

António Daniel disse...

Obrigado, anónimo, pelo comentário. Entretanto ficam aqui disponibilizadas o programa preliminar da intervenção: http://foreigners.textovirtual.com/camara-municipal-de-fafe/1204/programa_preliminar_arquivo.pdf?1334850827
e o relatório final do júri do concurso:
http://foreigners.textovirtual.com/camara-municipal-de-fafe/relatorio-final.pdf

Alex - Chocapic disse...

O Palacete é público? Ou está o dono (privado) a lançar uma campanha para que a opinião pública (e desinformada) faça pressão em tempo de eleições para os contribuintes pagarem ?!

O Cine-teatro foi vendido aos Fafense por muito mais do que valia. O proprietário instrumentalizou uns jovens para recolher assinaturas e acabámos com um jaguar pelo preço de um Ferrari!!

Estou farto desta Democracia partidária!!