Aquando da altura de se criarem laços, nessa ponte área de empatia e de bonomia, importante é apostar nas pessoas e na possibilidade de se juntarem afectos! Quando há um primeiro contacto, uma abordagem iniciativa, a primeira pedra filosofal é a imagem. Aparência é o alicerce de uma construção mental, de um retrato robot, desde logo apreendido na memória das gentes. Será e é para ver e ser vista como a capa que protege o corpo, o embrulho que encerra a prenda. A aparência trabalhasse e controlasse e a breve prazo é profundamente válida.
Neste ponto, uma relação superficial está criada! Tal como na ciência exacta que alguém ousou chamar de matemática, 2 mais 2 são quatro, e boa aparência com boa imagem, formam um casamento feliz.
Depois, com o tempo, esse irmão gémeo inseparável na vida de qualquer pessoa, a aparência vai se esbatendo em grau de preponderância. Ela parece que já não chega, que falta algo mais, um passo em frente, uma construção sustentada ou um sonho enriquecido.
Então, o comportamento e a atitude começam a ser tidos em conta. Um gesto, uma palavra, algo que saiu e não se cria, aos poucos ou de forma célere, tais são as circunstâncias da vida, as afinidades intelectuais podem vir ao de cima e dai criar-se uma amizade. Essa relação perfeita, duradoira e com a possibilidade de se tornar imutável. Ter um amigo é um verdadeiro tesouro, um terceiro pulmão, um segundo coração, um querer polvilhado de felicidade.
Mas tal como numa maratona, a meta quando está ao alcance de forma quase inconsciente até faz com que o cansaço repouse de uma forma um tanto ao quanto natural. Ulteriormente a algum tempo, deparamos nos com a diferença, a subtil dissemelhança entre amizade e amor. Esse sentimento tão definido quando indefinido, esse pulsar de uma não razão feito que é na sua essência uma nobreza compactada de um altruísmo desmedido.
Poderia ser esta uma breve resenha da condição humana, esse caminho do Homem enquanto age deixando de ser escravo das necessidades para finalmente ser livre. As condições humanas variam de acordo com o lugar e o momento histórico onde nos inserimos. Nesse sentido todos somos condicionados, até mesmo aqueles que condicionam o comportamento de outros. Pois são também condicionados pelo próprio movimento de condicionar.
Daí a importância da confiança! Esse fio condutor que faz com que nos importemos com o inicio e o fim mas não com o processo de chegada. Quando se deixa de analisar se um facto é ou não verdadeiro e se entrega essa análise à fonte de onde provém a informação e simplesmente a considera como aprovada em plenitude. Viver e saber viver com abrangência e veracidade são a chave que abre o portão da qualidade de vida humana.
Poderá ser este o nosso juízo em relação ao nosso Concelho! Com responsabilidade, abrangência, convicção e sensibilidade, devemos cada um de nós sermos actores principais do nosso destino, por uma cidadania activa!
João Castro
3 comentários:
De facto, a primeira imagem que se tem de Fafe é de um local bonito rodeado de uma natureza agradável e com uma arquitectura ímpar, pessoas hospitaleiras e uma gastronomia deliciosa.
Quando se penetra mais a fundo, descobre-se um emaranhado de relações onde a "cunha" prevalece para tudo, descobre-se que por interesses privados muito do nosso património foi destruído e quanto mais se vai "penetrando" nas instituições e serviços fica-se com a ideia que Fafe apenas vive da aparência e que faz com que o desenvolvimento da nossa cidade fique aquém do exigido na actual sociedade contemporanea. Isto porque em vez dos melhores estarem nos cargos mais responsáveis estão pessoas corruptas, interesseiras e desonestas que atiram o cidadão comum e responsável e abrangente para outras terras onde não proliferam tanto os interesses instalados e os "quintaizinhos".
O João Castro deixou-nos aqui uma visão romântica de Fafe com estes laços que nos teimam em permanecer ligados a esta terra.
Obrigado pelas elogiosas palavras Nabais! um forte abraço
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