No último fim-de-semana, o jovem sacerdote Pedro Marques, há pouco na paróquia de St.ª Eulália, em Fafe, deu-nos a honra de uma entrevista, no âmbito de um trabalho para Jornalismo, unidade curricular do curso de Ciências da Comunicação. A entrevista debruçou-se sobre a relação dos jovens com a Igreja. Dado a extensão relativamente grande do texto, ficam aqui algumas das suas ideias principais.
“Uma paróquia que não se rejuvenesce, é uma paróquia que morre a prazo”
O Padre Pedro dá conta de uma mudança significativa na relação dos jovens com a Igreja – as gerações anteriores viam a Igreja numa perspectiva colectiva, de convívio com os outros; actualmente, os jovens vêem e precisam da Igreja de uma forma diferente. «Existem imensos factores a nível sociológico que explicam esta falta de interesse dos jovens pela prática religiosa nesta idade. Eles entendem a religião de uma maneira opressiva, castradora da liberdade – o que não corresponde à realidade.»
Este afastamento dos jovens traz, na opinião do sacerdote, consequências «devastadoras» para a paróquia. «Todos perdem». Quanto às formas de chamar a juventude à Igreja, é necessário criar «um espaço de diálogo, de liberdade, onde se possam sentir jovens e viver a sua fé de uma forma jovem e alegre. Esse espaço, nós queremos criá-lo cá em Fafe.»
Segundo Pedro Marques, a relação dos jovens com a religião é, pelo menos, mais «consciente», em comparação com as gerações anteriores. «Agora, as pessoas questionam-se minimamente; de uma forma geral, as pessoas andam mais esclarecidas e isso é bom; obriga a Igreja a esclarecer-se para o bem e para o mal». São raros os pais que obrigam os filhos a ir à Igreja. E para que exista uma relação de continuidade com a instituição, falta muitas vezes, na sua opinião, uma «experiência positiva».
A falta de padres é, na opinião do sacerdote, um dos mais sérios problemas da Igreja. «Antigamente, os padres chegavam para todas as reuniões, para todas as missas, e, actualmente, começam a não chegar. Deus continua a chamar, mas as pessoas têm medo de arriscar, porque a vida de sacerdote não é nada fácil, como também não o é a vida de casado.
No futuro, o padre gostaria que a relação entre esta camada da população e a Igreja fosse mais natural. «Acho que ao fim de dez anos de catequese, um jovem devia reclamar o seu espaço na Igreja».
Deixamos os comentários com os leitores.
Sofia Rodrigues e Joana Gonçalves
3 comentários:
Sou católico mas a Igreja tem de ser menos conservadora para captar a atenção dos mais jovens. Deve intervir nos mais variados quadrantes da sociedade mas, o mais importante, é a atitude dos padres, com os paroquianos. É nesta proximidade que a Igreja mais ganha.
Está um bom texto, muito objectivo e imparcial como se pretende em jovens estudantes de comunicação. Continuem!
Senhor Nabais, o seu comentário não foi justo nem imparcial.
F.M.reservo-me no direito de expressar apenas a minha opinião.
Enviar um comentário