Não escondo que simpatizo com a candidatura independente. Se para a Junta de freguesia o meu voto está praticamente definido (voto num candidato de partido político), para a Câmara Municipal e para a Assembleia o meu voto tende (embora não seja definitivo, tenho que conhecer os programas ) para a lista independente, havendo contudo uma pessoa no Partido Socialista que merece o voto de qualquer fafense por ter sido o melhor vereador que Fafe alguma vez teve - Pompeu Miguel Martins.
Nada me liga a Parcídio Summavielle, como a qualquer outra pessoa da lista, mas reconheço-lhe muitas virtudes. Tem os seus defeitos, são fáceis de os enumerar como já fiz aqui, mas pode significar muito para Fafe, quer em termos materiais, quer em termos simbólicos. Já para não nomear o Miguel, seu irmão.
Porém, há um conjunto de narrativas dos independentes que não me cativam, nomeadamente as ideias expressas por alguns ressabiados da política. Alguém independente é alguém que sempre o foi. Sem medo de tomar uma posição, fá-lo porque considera ser essa a melhor, justificando-a devidamente. Alguém independente é aquele que se consciencializa da sua circunstância em qualquer momento da sua vida e tenha a capacidade de se interrogar, arcando com as suas responsabilidades. Não estou a defender a coerência de ideias, mas a coerência moral. Ser independente significa não olhar para o umbigo, mas ter a capacidade de olhar por cima do seu ombro. Por último, ser independente é, pelo menos nas suas exposições públicas, não possuir uma atitude maniqueísta, separando o mundo entre bons e maus, mas uma postura de argumentação racional e livre. É isto que espero dos independentes, não sei se todos os independentes sabem disto. Espero que sim!
António Daniel