11 janeiro 2013

Os blogues sobre Fafe não são importantes?




A temática “redes sociais” ou “blogosfera” tem sido um recurso em algumas crónicas que assino no jornal Povo de Fafe: O poder das redes sociais é o maior desespero dos políticos; Quando se conjugam forças…; Vire o mundo num clique!; A blogosfera está a enriquecer Fafe. A bem da discussão desta temática, sobretudo após o artigo publicado no blog Sala de Visitas do Minho “A blogosfera é ainda uma cobardia, sobretudo nos comentários” de Artur Coimbra, resolvi fazer uma rápida análise aos comentários despontados e verifico que nas diversas postagens da Sala de Visitas do Minho os comentários ou não existem ou são poucos, já neste artigo o número é mais significativo. Neste sentido, se antes acreditava que as redes sociais estavam a enriquecer Fafe, hoje afirmo-o ainda com maior convicção.

Fafe tem uma história rica em matéria de comunicação social local, principalmente através da imprensa escrita. Mas, no que se refere às redes sociais, nomeadamente o recurso aos blogues e à sua finalidade enquanto veículo informativo e opinativo, também esta cidade terá um legado importante a acrescentar ao seu historial. No entanto, fruto das mais diversas ferramentas, há um elemento fundamental que deve ser destacado como diferenciador: se na imprensa escrita todos se alinhavam por um editoral, a figura de um chefe e o serviço estava cingido a poucos intervenientes, na blogosfera cada um é responsável pelo seu canto, todos têm espaço para publicar e ainda há a possibilidade do confronto direto.

Como se já não bastasse tudo o que proporciona o recurso às redes sociais, ainda salientamos a proximidade que permite a qualquer cidadão do mundo interagir com outros, independentemente do lugar onde se encontre. Nos vários blogues que falam sobre Fafe e se encontram interligados pode não existir concordância em muita coisa, mas há uma certeza que certamente todos concordarão: gostamos muito da nossa terra, caso contrário não seria assunto tão discutido.

Penso que desta maneira estamos a contribuir para uma cidadania mais esclarecida. Não é isto que as políticas de Abril tanto querem?

Pedro Sousa

6 comentários:

António Daniel disse...

Acrescento mais, Pedro. Aqui não há formalidades relativas a aspectos sociais que influenciam e muito a adesão das pessoas a certas ideias. Um tipo que escreva na blogosfera tem como única arma a linguagem, sem qualquer tipo de ruído. O aspecto não interessa. Aqui há tempos, Eugénio Marinho perguntava-me quem eu era. Dizia para dar a cara. Ora, aí está uma grande vantagem. Se eu ou qualuer outro desse a cara estaria condicionado por múltiplos factores. Possivelmente dir-se-ia: o que quer este? é um burro. É isso mesmo, Pedro, goste-se ou não, havendo ou não abusos, principalmente ao nível do anonimato, a responsabilidade individual josga-se aqui. O Pedro tem razão.

Anónimo disse...

imagem interessante

Miguel Summavielle disse...

Todas as formas de debate de ideias servem para exercer o direito à cidadania. A blogosfera é mais recente mas vai ganhando adeptos e relevância.
Cada vez mais se utiliza o facebook (ou outras redes sociais) para divulgar ideias, conceitos, opiniões e mesmo notícias. Há quem goste mais, quem goste menos, mas ninguém que queira estar inserido na sociedade actual poderá ficar indiferente.
Tenho noção que sou um privilegiado. Não devo a minha “cabeça” a ninguém e, por isso, sempre assinei os meus comentários.
Mas, da mesma maneira, estou sujeito a um escrutínio que é, muitas vezes, injusto e absolutamente tendencioso.
De qualquer forma, como prova a minha postura, acredito que a crítica, ainda que injusta ou brejeira, é sempre melhor que o isolamento ou o temor.

Fernando Simões disse...

Costuma dizer-se que "quem anda à chuva molha-se". A História da imprensa escrita em Fafe não é muito diferente da do resto do país até um passado recente. Havia normalmente dois periódicos, um defendendo uma ideário, ideologia ou ponto de vista, com conotações mais ou menos públicas e políticas. Há pouco mais que cem anos havia os monárquicos e republicanos. Com a 1,ª República, os monárquicos converteram a uma das muitas linhas em que se dividiu o Republicanismo. No Estado Novo que remédio tiveram de não alinhar com a "censura prévio" se quisessem existir. Depois do 25, uns mais laranjas ou centristas, outros mais conotados com o Socialismo democrático e até ao jeito do Republicanismo de Afonso Costa. As condições do "mercado" e a abertura das mentes e a necessidade de subsistir obrigaram a um "estatuto editorial" mais abrangente, não só para captar a "publicidade institucional", como as dos assinantes, muitos deles "agnósticos" e/ou distantes das linhas ideológicas tradicionais.
A Blogosfera permitiu a que cada qual um pudesse exprimir as suas ideias, "dando a cara" ou através do anonimato, porque a dependência económica implica imensos riscos, que nem todos querem ou podem correr. É verdade que tornou obsoleta o controlo de quem quer que seja e ninguém está imune de receber críticas, ataques ignóbeis, justos ou injustos.É a vida.

António Daniel disse...

Fernando Simões, creio que sintetiza bem o problema. É a vida, embora, creio, existiam mais virtudes que defeitos. A principal virtude está na consciência cívica. O problema está na dependência, de facto.

Fernando Simões disse...

Nem mais. Mais vantagens e virtudes, mais cidadania e transparência com as limitações próprias dos tempo que passa.Aqui, ninguém controla ninguém nem está imune ao que quer que seja. E isso é bom...muito bom mesmo. É um gosto que eu gosto.