19 abril 2012

A Política de Afetos


Há uns meses atrás, numa entrevista ao Povo de Fafe, que me deu um orgulho imenso, disse que a política era um tabuleiro de afetos.
De fato, qualquer ator público no modos vivendi da sociedade atual, por mais que os nobres valores da cidadania e da convivência social altruísta e galvanizadora infelizmente, se vão esbatendo, deve primar por quadros base que não pode nem deve substituir. É necessário e preponderante uma cooperação quanto mais próxima melhor, entre os decisores e os restantes cidadãos. Um cidadão esclarecido, empenhado, ativo e cooperante será o maior alicerce de uma governação justa, correta, imparcial e estruturada. A cidadania participativa, em que cada um representa sempre mais do que a soma das partes, é crucial.
Deve pois o Homem político (que são todos os Homens e Mulheres, dada a vivência em sociedade), pautar pelo exemplo e pela retidão de comportamentos. Na ajuda ao próximo, na feitura e preparação de projetos sustentados de realização e atividade a curto, médio e longo prazo. A potencialização de obras comunitárias através de um engrandecimento da carga identitária, que passem por uma abrangência sempre pautada pelo incremento da qualidade de vida e pelo índice de satisfação per capita são também apoios base no processo de uma sociedade pautada pela excelência.
A consciência social e ética e o empenhamento de um número crescente de pessoas devem levar a uma progressiva consciencialização e a múltiplas reflexões e debates, muita investigação e trabalho de equipas pluridisciplinares e multiculturais, muita imaginação e realismo para ir descobrindo e implantando novas formas organizativas, novos modelos económicos, sociais e culturais que permitam ir alcançando resultado satisfatórios para todos, e principalmente para os excluídos da sociedade.
Daí a política de afetos em que o garante da educação, da tolerância, do civismo, da afetividade baseada no respeito e cooperação estão sempre em presença. É imprescindível que todos tomemos consciência das realidades e assumamos a nossa participação no desenho e construção do futuro da nossa casa, da nossa comunidade, da nossa terra!

João Castro

5 comentários:

Anónimo disse...

os ideais têm de ser sempre aquilo que nos guia! rumo ao futuro

Nabais disse...

A participação do cidadão comum deveria ser incentivada através do Orçamento Participativo.

Alex disse...

"...resultado satisfatórios para todos..."

Na tua leitura a realidade, é para aí que estamos a caminhar?

Ou caminhamos para resultados satisfatórios para uma pequena percentagem da população à custa dos restantes?

Só para eu perceber melhor a tua realidade.

João Castro disse...

Senhor Nabais sou completamente a favor do mesmo. Tem toda a razão!A meu ver, todas as autarquias do nosso país, obrigatoriamente deveriam ter o orçamento participativo como parte do plano anual.



Alex, quando quero dizer resultados satisfatórios, quero mostrar que face às circunstâncias de dada altura, seja possível obter a maior percentagem de qualidade de vida, de forma justa e igualitária, à maior parte da população. A meu ver e não sei, aquilo que pensas, infelizmente, no Mundo actual, as desigualdades estão em crescendo e não é possível vivermos num país onde um operário fabril ganha 485euros e um gestor de um Banco, ganha 200 ou 300 vezes mais. Assim não!


um forte abraço para vocês


João Castro

Alex disse...

"não é possível vivermos num país onde um operário fabril ganha 485euros e um gestor de um Banco, ganha 200 ou 300 vezes mais"

Mas é a realidade que vivemos. E só é possível alguém ganhar assim tanto se outros ganharem assim tão pouco.

Concordo contigo, que ainda por cima as desigualdades estão têm vindo a aumentar.