22 junho 2010

Fafe Atecnológico


Antes de mais, cabe-me agradecer o convite para colaboração neste blog, no qual tem sido desenvolvido um trabalho político-social bastante interessante no panorama local.
Recebi com agrado o convite e decidi aceitá-lo, uma vez que, embora existam opiniões bastante discrepantes das minhas neste Blog, considero que é mesmo daí que a sua riqueza advém.
Aviso os desatentos que uma das condições fulcrais para esta colaboração prende-se com o facto de achá-lo um espaço de discussão não só enriquecedor e construtivo, mas também e, acima de tudo, apolítico.
À frente….
Há dias na vulgar caixa de correio que detenho no meu jardim, deparo-me com uma carta dirigida a mim, tendo como remetente Município de Fafe. Sendo que tinha sido brindado com uma multa de “parquímetro” numa rua, onde entendo que a promoção da rotatividade do estacionamento não é, de todo, uma realidade (e questiono mesmo se será uma prioridade!, mas isso são contas de outro rosário). Recorri então da tal contra-ordenação e daí ter recebido a tal carta na minha caixa.
Dizia tal texto algo parecido com “deve dirigir-se ao Departamento Administrativo Municipal para conhecer a resposta do seu recurso”. Esta parte empertigou-me. Então, se o Município me envia – à partida -uma carta, não poderia trazer logo a resposta, evitando que me dirigisse aos tais serviços? Concluo que, ou por falta de fazer deste Departamento, ou simplesmente por um retrógrado modo de funcionamento, qualquer cidadão tem que ir ao edifício da autarquia receber uma carta, ordenado por uma carta (sim é redundante) que recebeu de antemão. Não deixa de ter graça a situação, tal é o ridículo em que se cai. Num país cuja produtividade é baixa, precisávamos mesmo de um sistema afim para que possamos livremente perder uma tarde de salário para ir a um serviço público levantar uma carta (que até o selo já estaria, hipoteticamente, pago). O único entendimento lógico que daqui retiro é o de se querer – verdadeiramente - penalizar o infractor, que além de uma multa para pagar tem que perder tempo do seu trabalho. E para um distraído munícipe que se esqueça da carteira, o tempo perdido é superior, dado que o pagamento via multibanco (tal como muitos dos pagamentos ao estado) em Fafe está ainda longe de ser uma realidade.
Um sistema que precisa, claramente, de ser repensado e remodelado. Simplex por cá é ainda uma miragem…
Já que me aproximei das tecnologias no ponto cimeiro, aproveito para expressar publicamente o meu extremo desagrado para com uma situação inadmissível que se verifica na Biblioteca Municipal de Fafe. Passa-se que em pleno ano de 2010, existe uma biblioteca que não dispõe de um serviço de internet sem fios para todos os seus utilizadores. É mais um dos casos em que Fafe se afasta a olhos vistos da evolução e da proximidade da civilitude.
Nos dias de hoje, considero uma total falta de censo existirem enormes investimentos públicos sem que preconizem a existência de coisas que são tão básicas.
Não se justifica que o Teatro-Cinema, o Posto de Turismo, a Biblioteca Municipal, a Casa Municipal de Cultura ou até a própria Câmara Municipal não disponham de Internet (de livre utilização para os cidadãos) e meios de utilização online, como pagamentos, requisições de livros, compra de bilhetes, entre outros.
Fafe ainda não vive no século XXI….

João Coimbra

9 comentários:

Pedro Freitas disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
António Daniel disse...

Antes demais, desejo ao João, que não conheço (daí talvez a pertinência destes meios de comunicação), bons artigos para o bem da nossa terra. De facto, parece-me haver pouco empenhamento na forma como as novas tecnologias são utilizadas pelo nosso município. As suas experiências vêm tão só reforçar esta impressão que, aliás, já havia sido aflorada por este blogue num post anterior ao fazer referência à pobreza da página da Câmara. Mas, sabe João, a burocracia, apesar de ser importante no reforço das instituições, tal como refere Weber, também pode revestir-se de arremesso do poder, isto é, pode funcionar como modo de exercer o poder. Ao obrigá-lo a dirigir-se à Câmara, estão, no fundo, a indicar-lhe o caminho da submissão. Sem querer cair numa espécie de maniqueísmo, isto passa-se até de forma inconsciente por parte dos agentes burocratas. E não devem, por isso, ser culpabilizados. Agora, a responsabilidade cabe a quem decide e a quem promove os mecanismos. Haja vontade, que tudo muda. O pior é que a vontade depende de «outras vontades».

pedromiguelsousa disse...

Subscrevo as palavras de António Daniel!!! Esta é uma forma de mostrar quem manda ou talvez: «se pedir muito até se pode fazer uma atenção...».
Mas isto passa-se em muitas outras situações... que mais adianta vão ser todas discutidas!
Desejo momentos únicos neste blog ao novo participante e, como bem sabe, 'não é dos fracos que reza a história'.
Quanto às atitudes da Câmara, apenas quero salientar que lamento, mas não tenho culpa, prque não votei neles!!!

Jesus Martinho disse...

A participação do João Coimbra, que conheço desde tenra idade, torna o Blog Montelongo ainda mais rico em conteúdo e discussão, conto lê-lo mais vezes!
Apesar da sua juventude o João é eloquente, objectivo, irreverente q/b e manifesta uma coragem digna de registo e consideração. Parabéns ao novo colaborador e ao Blog Montelongo que aos poucos vai limando arestas visando trilhar o caminho que, na minha opinião será o mais correcto.
Deixo apenas um pequeno reparo; o Blog Montelongo não tem de ser apolítico… o que aliás, seria tarefa muito complicada… tem, isso sim, de ser apartidário.

Fernando Silva disse...

Bom Dia

Muito bem vindo a este Forum e com uma excelente intervenção.
Na biblioteca não ha internet sem fios, e parece-me um pouco reduzida em termos de conteudo pois ha dias estava a fazer um trabalho penso que de marketing e nao tinha nada.

Em Fafe esta muita coisa mal, mas pior ha pouca vontade em mudar este sentido negativo.


Temos um elevador (jardim do calvario) um investimento consideravel VS utilidade a meu ver a utilidade e a utilizaçao é reduzida face ao investimento.

Com o investimento que foi feito no elevador (da vergonha) que so tem utilidade 3 meses por ano nao seria preferivel investir no parque da cidade, dando-lhe uma nova cara facilitando toda aquela gente que caminha durante quase todo o ano ?

Quem aqui nao fazia um projecto de transportes melhor que aquele que foi feito em Fafe?? com tamanhos reduzidos, consumos racionais(biodiesel) etc

Ha dias para nao meter moeda no paquimetro estacionei na Feira, as estradas todas destruidas, os muros todos sujos, passeios todos descompostos, ja para nao falar no mercado municipal que esta uma vergonha !!! os comerciantes nao pagam para ter o seu lugar semanalmente ? nao mereciam mais respeito?

Fernando Silva disse...

Se visitarem o Site da Camara Municipal de Fafe tem outra aspecto brilhante que mostra bem o trabalho desenvolvido por executivo relativamente ao Turismo ao clicar no LINK TURISMO

- 12º Encontro de Emigrantes
- Fafe na Feira Nacional de Artesanato

Brilhante

Helena Teixeira disse...

Visite as Aldeias Históricas de Portugal através deste vídeo:
http://aldeiadaminhavida.blogspot.com/2010/06/espreite-as-aldeias-historicas.html

Abraço
Lena

Rigonca disse...

A situação relatada versa sobre um tema que muito me incomoda: a ineficiência, a burocracia parva, os procedimentos obsoletos e desajustados.
Concordo em absoluto com o teor do post.
Há muito por fazer nesta área (como noutras, claro).
Em muitos aspectos, Fafe foi, no passado, um concelho pioneiro, aventureiro, inovador. Essa qualidade está a perder-se e isso deveria merecer um "grito de alerta" da população, ou sociedade civil, aos condutores dos nossos destinos.
NÃO QUEREMOS FICAR PARA TRÁS!!!

Anónimo disse...

Paguei uma multa por estacionamento. Segundo me disseram mais tarde a primeira multa tem direito a uma atenuante, mas tinha que ir aos serviços.
Será que não dispoem de dados suficientes para evitar os cidadaos terem que se deslocar aos respectivos serviços?