03 abril 2010

Concertação Estratégica


As Câmaras Municipais de Braga, Guimarães, Barcelos e Famalicão uniram-se e integram um projecto denominado "Quadrilátero Urbano do Baixo Minho para a Competividade, a Inovação e a Internacionalização", secundado também pela Universidade do Minho, pelo Citeve e pelo estado português.
Como resposta aos desafios económicos e tecnológicos do presente e do futuro, este projecto visa, essencialmente, a programação estratégica de investimentos, tanto públicos como privados, em diferentes áreas, desde a cultura, à inovação, ao desenvolvimento urbano, entre outros.
No fundo, a competição desenfreada entre municípios vizinhos tem vindo a ser substituída por uma concertação estratégica que permita aumentar a competitividade regional.
Não sei se o município de Fafe esteve interessado na adesão a este projecto. Provavelmente sim. No entanto, temos que reconhecer que existe uma certa discrepância entre o concelho de Fafe e estes, a diversos níveis. Fafe é um concelho eminentemente rural com uma malha urbana ainda pouco desenvolvida assente num tecido empresarial fortemente tradicional. Os índices de desenvolvimento económico, social e educacional assemelham-nos mais a núcleos populacionais rurais do que a urbanos.
No entanto, estas características económicas, socias e geográficas têm potencialidades. A Indústria Têxtil, a Agricultura e a Escola Superior que temos são potencialidades que temos que apostar. Mas apostar, seguindo os exemplos dos nossos vizinhos. Unindo-nos a concelhos com as nossas características, casos de Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto, Póvoa de Lanhoso, por exemplo, e criar um núcleo rural minhoto que possa competir, da mesma forma, por investimentos e oportunidades. Temos uma Associação Empresarial activa, uma Escola Superior em claro desenvolvimento e dinâmicas por explorar, nomeadamente a nível cultural e turístico. Só a articulação entre instituições e municípios no presente servirá para fomentar oportunidades futuras. É isso o que pretende o "Quadrilátero Urbano do Baixo Minho" e é esse exemplo que devemos seguir.
Simultaneamente, apostar nos nossos espaços públicos e estimular a criatividade no núcleo urbano concelhio. É necessário chamar as pessoas à rua e envolvê-las em causas. Porque Fafe tem potencialidades.
Pedro Fernandes

2 comentários:

António Daniel disse...

O Pedro faz uma análise imparcial do fenómeno e coloca Fafe nos seus respectivos índices de desenvolvimento. Já por isso estamos a meio caminho entre o rural e o urbano, entre Trás-os-Montes e o Minho. Já anteriormente, num post publicado, fazia menção a esse sítio que Fafe ocupa, simultaneamente simbólico e físico. Porém, se Fafe pretendeu, e estamos nas meras suposições, inserir-se nesse quadrilátero, então o seu peso institucional é reduzido, o que não é de estranhar, pois sabe-se muito bem que, apesar dos índices de desenvolvimento estarem um pouco atrás desses concelhos, as influências e pesos políticos contam muito. Caso não se tivesse equacionado tal desiderato, então esses municípios nem sequer pensam em Fafe, o que também não seria de estranhar. Agora, é óbvio que a região de Basto pode dar uma ajuda. Nestes últimos anos só tivemos a ganhar com a conjugação de forças com essas regiões, mas não devemos descurar o peso de uma instituição como a Universidade do Minho, através dos seus núcleos de pesquisa e desenvolvimento. Durante os finais da década de 80 tivemos um oportunidade única para atrairmos um pólo da UM, mas interesses vários não o quiseram. Num debate político a propósito da autárquicas, realizado na Casa da Cultura, o já falecido Humberto Gonçalves prometia, caso ganhasse as eleições, um pólo da UM no nosso Concelho. Em resposta, Parcídio Sumavielle salientou que não precisávamos pois já possuíamos uma instituição de nível superior. São pequenos episódios como estes que se fazem a história.

António Daniel disse...

não é «que se fazem a história», mas «que se faz a história».