O artigo publicado no suplemento
que acompanhava o jornal Público traz
consigo algumas considerações que merecem reflexão. Além de ser um trabalho de
forte pendor propagandístico, mostra, nas suas entrelinhas, certas tendências
que demonstram aquilo que menos gosto na política: a desresponsabilização pelo
que correu mal e o excessivo predomínio daquilo que correu bem. Obviamente que
a requalificação das ruas da cidade e de algumas freguesias e de certos
edifícios públicos, o apoio dado à melhoria das habitações de agregados familiares
de rendimentos baixos, o programa «ser solidário» e tudo o que se fez na cultura
(curiosa a falta referência) são aspectos positivos dos anos «ribeiristas».
Contudo, Ribeiro transfere para outros aquilo que não se fez, aquilo que
poderia ser feito e aquilo que se pensou fazer. Há inúmeros casos de obras
(saneamento básico, parque municipal, criação de emprego) que pura e
simplesmente Ribeiro descarta qualquer responsabilidade. Mas tem
responsabilidade!
No caso da Escola Secundária,
nunca se questionou de seria possível manter a rede existente, reconstruindo a
actual escola. Fafe é das poucas cidades que não tem o seu «hotel» da «Parque Escolar». Casos houve de escolas com
melhores condições que foram intervencionadas. Quanto a isto possuo muitos
exemplos. Ambição a mais e racionalidade a menos? Quanto ao Hospital, a
minha informação é pouca, mas um facto raramente se discutiu: o Hospital nunca
iria ter as valências de que se gostaria. Daí se conclui que a hipótese Santa
Casa seja uma alternativa mais eficaz.
Relativamente a outros projectos,
é curioso que poucos ou nenhum se devem a iniciativas da Câmara e mais às
iniciativas particulares o que, convenhamos, até é política e socialmente
saudável. Mas a autarquia não podia fazer mais do que diminuir taxas? Talvez
pudesse, apesar de não ser da sua directa competência é da sua directa
preocupação criar incentivos de abertura de empresas e diversificar ao máximo o
tecido produtivo do Concelho, sem esquecer o tradicional têxtil que ainda
representa muita no Vale do Ave.
O adiar constante do Saneamento
Básico é apresentado como resultado de um diferendo entre a Câmara e a empresa
«Águas de Portugal». Mas o que se pretende de um dirigente
autárquico é que resolva qualquer diferendo que prejudique a sua população. Ficámos,
por último, a saber que, apesar dos 18% de desempregados, a Câmara «arranjou»
colocação para 15 pessoas. Nada mau!
António Daniel
António Daniel
2 comentários:
EXCELENTE!
Lol! 15 ontem quem sabe outras 15 amanha.
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