Nesta entrevista tentei fazer um
exercício muito próximo do contratualismo político contemporâneo que consiste
numa suspensão temporária das nossas idiossincrasias. No caso presente,
suspendi toda a gnose preconcebida relativamente a Parcídio. Ora, ajustando-me
à situação, a palavra que mais se evidenciou na entrevista foi «romantismo».
Obviamente que a acepção do termo utilizada pelo entrevistador estava
envenenada e parece-me que Parcídio se deixou envenenar, porque Parcídio é romântico.
Mas não se julgue que o romantismo de Parcídio é piegas. Antes pelo contrário,
o seu romantismo recupera a vertente do «eu», por isso, ao dizer «os outros»
diz sobre «si mesmo»: quando diz que «as pessoas ainda não sabem assumir as
suas responsabilidades», quer dizer que «sei assumir as minhas
responsabilidades». Mais óbvio é quando diz «houve um período, logo a seguir às
eleições, que eu não estive, durante 6 meses especulou-se muito, mas regressei
e as pessoas perceberam que eu não as abandonei».
É este o romantismo de Parcídio.
Mas atenção, é uma vertente de personalidade que, pessoalmente, não me desgosta
porque possui a medida dos impossíveis. Parcídio é simultaneamente vitalista e
recatado, tanto escreve um romance (nunca tive a oportunidade de ler) como é
automobilista; tanto é incisivo nos seus gestos (vejam-se a fotografias da
entrevista) como é indeciso nas suas afirmações.
Possivelmente este tempo exige maior assertividade, mas eu gosto!
António Daniel
Possivelmente este tempo exige maior assertividade, mas eu gosto!
António Daniel
19 comentários:
o Parcidio é um excelente actor... mas este discurso de bom rapaz ja não nos engana!
Fafe não precisa de si.
Patricia
Patrícia, todos somos actores. Não concordo condigo. Fafe necessita de Parcídio como necessita de todas as pessoas que gostam da terra, tal como a Patrícia. Obrigado pelo comentário.
Também concordo que Fafe precisa de todos. De qualquer forma, a minha posição é: Fafe anda muito mal se nestes anos todos, ainda vimos o Parcídio como o salvador da "paróquia" local. Das duas uma: ou há pouca gente em Fafe com qualidades politicas, ou Parcídio tem sede de poder...
cumprimentos
Hugo
Olá, Hugo. Compreendo o seu argumento, mas, independentemente do valor do político, encontramos muitos casos de políticos que se candidataram de forma sucessiva a cargos até que venceram. Salvo as devidas proporções, veja Lula da Silva. Além disso, a lista independente forneceu muitos bons exemplos para melhorar as condições dos munícipes e obteve um resultado muito bom nas últimas eleições. Quanto à sede de poder... bom, o poder é afrodisíaco e, quanto a isso, não há volta a dar. Obrigado pela sua intervenção.
o último comentário foi da minha autoria e não da Paula. Como aconteceu isto? não sei.
parcidio blá blá blá whiskas saketas blá blá blá!! Uma oposiçao que simplesmente nao ve os males do concelho nao e oposiçao mas sim politicos que fazem negociatas com o poder instalado na cmf
Paula e António Daniel usam o mesmo computador?
Sim, anónimo, de facto foi isso que aconteceu e a sessão estava aberta no google da Paula.
Caro Daniel,
continuo a dizer que Fafe não precisa do Parcidio, de politicos ja estamos todos fartos, e de facto o Parcidio é um bom politico, mas a nós interessa-nos ter dirigentes que se preocupem com o bem-estar das pessoas, tanto a nivel local como nacional. O Parcidio é demasiado manipulador, frio e calculista para ser um homem do povo. Posso afirmar, com toda a certeza, o Parcidio não é homem para servir, mas sim para se servir! Não se iludam.
Patricia
O parcidio enche o peito a proclamar Abril, enquanto aponta o dedo...mas hoje de manha postei um comentario, a constatar um facto, e foi removido!!! ha coisas fantasticas!
O anónimo das 9:38 e das 11:15 acha bem estar aqui a fazer considerações pessoais de uma pessoa? Eu acho que o administrador deste blog fez bem em eliminar os seus comentários porque em nada vêm contribuir para esta discussão.
A propósito, considero Parcídio um bom contributo para a discussão pública de Fafe. Agora... se será ou não um bom presidente da câmara... disso já tenho muitas dúvidas.
Cumprimentos
Tambem não me parece bem que se façam considerações pessoais, não é por ai que se deve avaliar a capacidade de uma pessoa na vida profissional, ou neste caso politica. Eu votei no Parcidio, e agora sinto-me desiludida, o Parcidio virou as costas ás pessoas que acreditaram nele logo após as eleições, e se tinhamos duvidas da sua posição, deixou-a bem clara quando voltou após seis meses. escolheu dar a mão ao ps. E nós? E o povo pah? Queremos la saber de relvados sinteticos, se ha coisas que nos fazem mais falta! O meu voto nunca mais será seu. NUNCA
este homem é um empresario que necessita da camara para fazer os seus negocios....caso nao se recordem ele deu a mao ao ps pois precisava que a sua creche tivesse licenciamento e visiblidade , tal como o pai nao passa de um parasita de dinheiros publicos
li a entrevista no jornal, a parte em que o Parcidio afirma que todos os dias pessoas lhe dizem para se voltar a candidatar... fez-me rir! acho que nem os pais, principalmente o pai, é capaz de lhe dizer isso!
Passado um ano, após as eleições só se ouve dizer que votar no Parcidio nunca mais. Acorde!
Concordo com a Patricia, Fafe não precisa de si...e o seu partido não é Fafe, o seu partido é qualquer um que lhe sirva de ponte.
Parcídio é sempre motivo de opiniões acaloradas neste blog e na praça pública em geral. É, tal como o irmão Miguel, pessoas que gostam e que se interessam por Fafe. No entanto, nem todas as posições defendidas na assembleia municipal e na vereação têm o apoio cabal de quem lhe confiou o voto e, penso que algum desencanto dos seus apoiantes vem daí.
Independentemente de ser candidato ou não à Presidência da Câmara, é uma voz que deverá ser ouvida e respeitada, como todas as outras, independentemente da sua cor partidária.
O que é factual é que os fafenses sentem algum desencanto por serem sempre os mesmos actores políticos com o mesmo protagonismo, não havendo muito espaço para gente com outras ideias. O "clã" Summavielle sofre particularmente com isso. Com a devida excepção de Pompeu Martins que considero ter sido uma surpresa bastante positiva na actual vereação socialista, há falta de uma lufada de ar fresco na política fafense, em todos os quadrantes.
Boa síntese, Pedro. Curiosa é a reacção ao texto sobre Parcídio comparativamente a Antero Barbosa. Um é Hard outro é demasiado soft. o que será melhor?
O "hard" sempre tem outro impacto mas creio que a personalidade em questão é que suscita tantas reacções.
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