11 agosto 2010

Uma Imagem a Rever


O nosso concelho não tem aparecido nas primeiras páginas da comunicação social pelos melhores motivos. Quando Fafe é notícia falamos na Ministra da Educação e nos “Ovos de Fafe”, no Bispo de Braga ou no Padre Lopes, nos Incêndios de Verão, em Tiroteio ou no Bruxo de Fafe...
As recentes polémicas em que nos envolvemos não fortaleceram a nossa imagem, antes pelo contrário. No caso do Padre Lopes e, apesar das duvidosas e manietadas reportagens televisivas, voltamos a dar uma imagem de um provincianismo e de uma fama de arruaceiros que tão cedo não nos livramos.
É muito importante mostrarmos o desagrado da população quando assim o entendermos mas também é de vital importância atentarmos à forma como o fazemos.
Hoje em dia, assume uma importância fulcral na sociedade e nas políticas públicas haver estratégias de comunicação que garantam não só uma informação e comunicação clara, como também a preservação de uma boa imagem.
Nesse aspecto, as nossas entidades mais representativas têm responsabilidades acrescidas. A imagem que, ainda hoje, as pessoas têm de Fafe não é a melhor e os epítetos “Sala de Visitas do Minho” ou o “Amor de Cidade” não promovem, isoladamente, uma ideia de cidade, nem tão pouco mudam a nossa “fama” de justiceiros. A estes chavões têm que estar associadas iniciativas verdadeiramente originais e diferenciadoras. Já aqui foi dito neste espaço que o futuro pertence a cidades criativas e capazes de inovar. Capazes de se diferenciarem, capazes de captarem novos públicos e de qualidade...
Estamos a ano e meio de termos uma cidade vizinha como Capital Europeia da Cultura. O grande impacto que terá na cidade de Guimarães este acontecimento ao receber artistas de grande nível europeu e mundial, espectáculos únicos, o envolvimento das pessoas, a promoção de uma região e de um destino turístico será benéfica para todos, inclusive para municípios limítrofes como Fafe.
Talvez seja uma boa oportunidade de promovermos o nosso concelho, de potencializarmos o nosso turismo rural, a nossa gastronomia, a nossa natureza e daí retirarmos ideias e, quem sabe, recebermos alguns espectáculos integrados nesse acontecimento. No entanto, para isso, talvez seja preciso investir seriamente numa nova política de comunicação aliada a um investimento em algo inovador que fortaleça a nossa imagem de um concelho rural mas moderno e criativo.
Parece-me que a imagem que promovemos de Fafe não é a melhor e há que mudar isso, caso pretendamos crescer, tanto turisticamente, como culturalmente.

Pedro Fernandes

24 comentários:

António Daniel disse...

Grande texto, muito bem! Creio que representa bem aquilo que quem gosta de Fafe pensa.

pedromiguelsousa disse...

Este texto, sem dúvida, está carregado de determinação, ou seja, tem tudo o que os responsáveis por esta terra (provincianíssima) não têm. Mas este é o caminho, pois está aqui mesmo um excelente texto. Será que os agentes não vêem este Blog? Ou será que os seus boys não são capazes de fazer isso? Continuo a dizer: «Fafe tem investigadores, programadores, mas não tem PROMOTORES CULTURAIS, TURÍSTICOS...», OU MELHOR, ter até tem, mas não nos cargos da Câmara!

Unknown disse...

Boa noite Pedro,
tem toda a razão, a fama do povo de Fafe já é antiga. Não sendo natural de Fafe, já aqui vivo há 17 anos e, quando fora de cá, digo que vivo em Fafe, logo a seguir falam-me da tão conhecida "Justiça", é claro que sempre respondo que é mais fama que outra coisa. O povo de Fafe é hospitaleiro e simpático. Notícias de violência infelizmente são o prato do dia e por todo mundo.

Neste texto está bem patente o seu amor à terra e concordo naturalmente com o seu ponto de vista.

Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas

Deolinda disse...

"nova política de comunicação aliada a um investimento em algo inovador que fortaleça a nossa imagem de um concelho rural mas moderno e criativo" não passa por pagar à RTP para trazer cá o Roberto Leal e fazer uma porcaria de programa como aquele, pois não?

António Daniel disse...

Feliz ou infelizmente, a era da comunicação exige profissionalismo e visão. A Câmara tem de pensar que nada se concretiza sem profissionais. Se não gostam de recrutar gente fora do aparelho, o próprio PS tem nos quadros e até nos seus simpatizantes pessoas que podem muito bem desempenhar uma tarefa de coordenação de comunicação da Autarquia. Lembro-me de Isaac Pereira ou a própria Paula Nogueira. Há autarquias que surpreendem. Por exemplo, Óbidos. Apesar da sua natural e histórica beleza, consegue promover uma mediana festa do chocolate e levar milhares de pessoas às suas muralhas que, de forma quase masoquista, passam horas nas filas de trânsito para comerem o chocolatinho. Apesar do absurdo, seria interessante estudar a forma como promovem a terra. Mas há mais exemplos. Caso contrário sou levado a partilhar a opinião da Deolinda.

Pedro Fernandes disse...

Deolinda, obviamente que quando falo em inovação e criatividade não falo em Roberto Leal.
Em posts e comentários anteriores já enunciei algumas ideias que poderiam ser interessantes.

Deolinda disse...

Ó Pedro Fernandes eu percebi bem que não era isso que estava a dizer. Só estava a tentar mostrar que o que a câmara está a fazer é precisamente o contrário do que o Pedro estava a propor. Outra boa é uma concentração "tunning" num "parque" da cidade...

Unknown disse...

Estamos alegremente conformados com o facto de Fafe se ter tornado uma cidade sem identidade própria. Alguns, egoisticamente,apenas se importam em governar a sua vidinha. Tanto a governaram em Fafe como noutra terra qualquer. Importa é sentar-se na cadeira do poder para poder dar um jeito a este e àquele, dão um jeitão a si próprio.O que esperar de gente experiência de vida real não tem nenhuma. Um chefe de serviços administrativos, pode até ser um bom funcionário público de carreira, mas nunca chega a ser um lider político a sério. Assim, temos uma história ligada a um político à antiga, isto é, distante e ditador - embora disfarçado de repúblicano e democrata- e o secretário que virou patrão. Catástrofe à vista. As terras são o fruto do trabalho das suas lideranças. E digo isto a todos os níveis.

ARTUR COIMBRA disse...

A escrever, a criticar e a comentar somos todos 5 estrelas. Todos sabemos onde estão os males, todos fazemos científicos diagnósticos, todos somos peritos em vanguardismos, em excelências, em qualidades, em modernismos. Já vem do tempo do Eça de Queirós, há mais de um século. O problema dos portugueses não está em identificar os erros e as potencialidades, os estrangulamentos e os desafios.Aí somos todos mestres e doutorados. Está em agir. E hoje em dia, na blogosfera e em outros media, fala-se demasiado, muitas vezes sem se saber do que se está a falar, não se apresentam soluções, nem linhas de actuação.
É facílimo apontar que o rei vai nu. Até imbecis o conseguem. Mais complicado é fazer algo, é fazer melhor, é conseguir impor-se por novos paradigmas, aos diferentes níveis. Estamos um pouco no grau zero da autocrítica. Todos nós.
E a diversão está em apontar as falhas alheias, de pessoas, grupos e instituições. É o nosso must. Pode fazer-se mais? Pode. Pode ser-se melhor? Pode. Mas são possibilidades sempre para os outros. Nós, os teóricos, cumprimos a nossa função ao filosofar!...

Deolinda disse...

Artur Coimbra, a comida podia estar melhor? Podia. Mas não vamos dizer mal dela. Vamos comer tudo direitinho!

Quem se queixar da comida estar fria ou salgada é porque é um teórico e gosta de se divertir a "apontar as falhas alheias".

Aqui que ninguém nos ouve, a do seu tacho, está bem temperada?

Ave Com Asas disse...

Afirmar-s Republicano e Democrata, acarreta uma certa postura e filosofia vida. Mas quando se trata dos interesses proprios ou dos amigos metem as ideologias na gaveta e violam até se for preciso a privacidade dos outros. Enfim,Robins dos Bosques ao contrario

ARTUR COIMBRA disse...

Quando o comentário extravasa o universo das ideias e passa para o ataque pessoal, não contem comigo. Ainda para mais, a falar com gente anónima...

Unknown disse...

Subjacente à crítica está sempre a adjectivação do ser ou dos comportamentos. O problema é quando a crítica se confunde com a constatação objectiva de uma detereminada realidade, uma vivência.Enfim, os números, os malditos números não enganam...A atoarda de que "eu tenho a certeza que fiz e faço o melhor que sei" e por isso tenho legitimidade inteléctual e moral para permanecer no lugar, é o capote da incompetência, da falta de autocrítica,...até para se chegar à conclusão que somos fracos e incapzes.A vida não é fácil. O salário ao fim do mês faz falta a todos... até aos políticos.
E para aqueles que nunca fizeram mais nada na vida para além de gerir a sua própria eleição - os malabaristas da democracia - e despacharam o que os outros estudaram e pediram, a necessidade é maior ainda, a não ser que já estejam governados...

Deolinda disse...

Caro Artur Coimbra, não sei se estava a referir ao meu comentário do tacho... Se era isso peço-lhe então desculpas, porque não era minha intenção insultá-lo.

A minha intenção era apenas insinuar que como o sr é funcionário do Município a sua opinião sobre quem critica negativamente o trabalho dos dirigentes municipais estaria "contaminada", e insinuar que o sr se colocaria tendencialmente do lado do "status quo", por estar precisamente desse lado.

Isso não é um insulto. Pode ser uma insinuação falsa. Mas como se trata de matéria de opinião é sempre difícil "provar" que é verdadeira ou falsa. Não veja as opiniões diferentes como insultos.

Podemos dizer que a sopa está fria sem insultar o cozinheiro. Parece-me que é o que tem sido feito aqui.

(Teria algumas coisas a dizer em relação ao anonimato, mas não queria desviar muito a discussão para outros lados).

Pedro Fernandes disse...

Quem analisar, cuidadosamente, os diferentes artigos e comentários inseridos neste blog encontra críticas, diagnósticos, mas também, variadas sugestões e linhas de actuação.
Eu já mencionei várias ideias e sugestões e muitas delas porque existem outras organizações que as fazem, com sucesso.
Poder-se-á concordar ou não com elas, mas existem!!!
A sociedade, hoje em dia, tem uma voz mais activa, expressa-se e só, por causa disso, deve ser tida em conta e escutada com atenção, humildemente.
Todos os contributos devem ser valorizados. No fundo, todos queremos o mesmo. O melhor para Fafe.
Na blogosfera diz-se muita coisa. Uns sabem do que falam, outros pensam que sabem do que falam, outros nem sabem, nem falam, mas a blogosfera é uma ferramenta importantíssima para a divulgação de opiniões por pessoas que, de outra forma, não teriam a hipótese de a manifestar. A blogosfera, proporciona um maior contacto entre decisores e cidadãos. Isso é vital para a nossa qualidade democrática e acarreta maiores responsabilidades para todos. Essa responsabilidade resulta do facto de hoje em dia, todos quererem participar e manifestar as suas opiniões, muitas contrárias ao "regime vigente" e talvez, por isso, também sejam alvo de preocupações por parte da classe política.

N.B.R. disse...

http://www.festivalecosdaterra.com/

Acontece mesmo aqui ao lado este fim de semana...
quando teremos algo parecido em Fafe?
Celorico aposto que não tem mais orçamento que Fafe. No entanto, é capaz de fazer estas coisas e nós não...
Eu vou la porque gosto particularmente de olive tree dance e vou beber cerveja, comer e ficar la hospedado, ou seja, vou contribuir para a economia de celorico quando poderia bem estar a contribuir para a economia de Fafe...

Nabais disse...

Se os diagnósticos estão feitos à muito tempo porque razão não se passa à acção?!
De forma a tornar a acção política transparente, talvez fosse bom divulgar os orçamentos das actividades culturais e turisticas e, após isso, aí sim, ver se com o mesmo dinheiro se conseguiria fazer mais e melhor.

Unknown disse...

Cá vai uma ideia para Fafe.Somos uma pequena terra perto de duas grandes serras. O Alvão e o Marão.Simultâneamente, somos banhados por rios e riachos por todo lado.Temos o lago artificial.Estamos a 10 minutos do berço da nacionalidade. Temos um museu do automóvel. Um precurso para rallie.Podemos ainda construir uma zona verde desde o centro da cidade ao Monte de Sto Ovídio. Desde que haja corágem e audácia -dinheiro, também -para demolir grande parte do que está feito.Temos um belo Teatro e uma Academia de Música. Éxistem ainda uma rede de ranchos tradicionais e duas bandas de música. Há algumas aldeias e locais pitorescos preservados ou de fácil restauro, tipicamente minhotos.Não temos, de facto, o elemento aglutinador de tudo isto. Um bom hotel.Falta-nos alguém que saiba de turismo, conheça e tenha curriculum nessa área, para pegar nesta matéria prima toda, a transforme, exponha e venda para quem não conhece e queira saber...

Unknown disse...

Depois de ter lembrado alguma coisa daquilo que existe neste nosso concelho - não foi habilidade nenhuma, mas às vezes parece que é preciso - apenas quer dizer que a posição assumida pelo Sr. Dr. Artur Coimbra nestes comentários é bem a imagém da velha máquina que nos governa há muitos anos.Não se incomode Sr. Dr., niguém vai acrditar nesta palavras loucas como as minhas ou as da Deolinda, anónima dos quatro costados. O nosso bom povo fafense já está de tal maneira habituado ao "beija-mão" que não vai querer trocar a "crítica da teoria" pela "teoria da crítica". Está tudo muito bem como está, quem nem pensar em mudar ou adoptar o que esses loucos dizem. Só pequena picardia para si, em especial. Não fossem alguns putos criticos, incomdativos, chatos, ranhosos, e o sr. não se vangloriava pelo trabalho que tem desenvolvido no palco do Teatro-Cinema de Fafe. A História prega-nos cada partida...

Nabais disse...

A participação de Artur Coimbra neste espaço deveria ser seguida de outras personalidades com maior intervenção nos destinos do concelho de Fafe.
Há que reconhecer que a posição do Artur Coimbra neste espaço revela, acima de tudo, coragem.
Coragem que poderiam ter outras figuras ao assumir no blog, as suas posições e verem-se confrontadas com as opiniões dos leitores.

Unknown disse...

caro N.B.R.
o festival ecos da terra é produzido e organizado por gente (s) de Fafe !!!
o que se esta a fazer em Celorico de Basto, só não foi feito em Fafe porque Fafe não quis !!!

quanto ao dr. Artur Coimbra, não precisa de provar nada a ninguém ... o seu historial fala por si !!!
tem feito muito pela cultura da nossa cidade ...

quanto a tudo o resto !!! infelizmente vamos continuar a ser pequeninos ... estamos na terra do factor C ... e quando assim é ...

Fernando Silva disse...

Disseram aqui que temos a + b + c.

Mas nao tiveram a coragem de dizer o que nao temos.

Temos um Pseudo Parque da Cidade.
Temos uma cidade sem espectaculos musicais ( como deram exemplo do eco da terra )
Temos quase todas as estradas que dao acesso a cidade em pessimas condiçoes (cumieira, antime, estoraos etc)

O espaço da Feira semanal ao abandono destruido, mercado Municipal nem vale a pena comentar.

Mas em contrapartida temos um elevador ( com custos brutais ) e que so serve para 3 meses por ano !!!

Que governaçao e esta =?

Fernando Silva disse...

Se fosse turista ja mais vinha a Fafe.

O que Fafe tem para apresentar ?
Podemos dizer tem aldeido Pontido !
E mais ??

Tinha uma casa espectacular ao lado da Camara agora predios do Carneiro ( eu percebo que os construtores tenham que viver mas nao desta forma )
A rua montenegro ainda me lembro das casinhas onde era a farmacia Moura.

Nao e destruindo o patrimonio que se atraem os Turistas vejam o caso de Guimaraes, so conservando o passado podemos tirar frutos no futuro.

Falta alguem que tenha visao na area do Turismo mas alguem que tenha qualidade nao que vote com a mao esquerda, que isso ja temos pessoal suficiente.

Vou deixar uma ideia que acho que seria excelente para Fafe.

Limpar o rio que vai da Barragem ate Sta Rita, tirando pedras, limpando as margens, e fazer um percurso de canoas e pequenos barcos da Barragem ate STa Rita

Era possivel ?

Anónimo disse...

Fafe não quis o festival ecos da terra? quem não quis? a câmara? e porque?
que investimento publico era necessário?