22 fevereiro 2014

Quem não se sente não é filho de boa gente

Quando li o artigo de opinião do Dr. José Augusto Sousa, líder da concelhia do PSD de Fafe, no Notícias de Fafe do passado dia 14 de Fevereiro, nem queria acreditar.
Utilizando uma linguagem “mal disposta” e agressiva, acusa os Independentes por Fafe de maledicentes e palhaços, afirmando que a nossa prestação na Assembleia Municipal é miserabilista e politicamente infantil.
Tudo porque votámos contra o orçamento municipal de 2014. Quem diria!!!
Terá o Sr. Dr. José Augusto esquecido que foi esse o sentido de voto do PSD para os orçamentos de 2011, 2012 e 2013, para mencionar apenas o último mandato.
Terá o Dr. José Augusto esquecido que o PSD votou favoravelmente o orçamento de 2010.
Terá o Dr. José Augusto esquecido que os Independentes por Fafe apenas votaram favoravelmente os orçamentos porque o Dr. José Ribeiro, honra lhe seja feita, procurou consensos, mesmo sem os precisar, já que tinha maioria, aceitando incluir nos diversos orçamentos mais de 20 medidas que constavam do nosso programa eleitoral.
Terá o Dr. José Augusto esquecido que o voto favorável do PSD, em 2010, e os favoráveis dos Independentes, durante todo o anterior mandato, em nada alteravam o resultado final da votação, já que o PS tinha maioria. Já os dois votos favoráveis do PSD, neste mandato, permitiram ao PS aprovar o SEU orçamento. Digo o SEU orçamento porque não tivemos, até ao momento, qualquer indicação que o PSD tenha contribuído, de alguma forma, para o orçamento aprovado. Nem durante a discussão do orçamento foi referido qual o contributo do PSD para a sua elaboração. Nem foi dada uma explicação cabal para o voto favorável. Refira-se, aliás, que as observações específicas, feitas pelos membros do PSD durante a discussão na Assembleia Municipal, foram de tom crítico, apontando os aspectos com os quais não concordavam, fazendo supor que iriam votar contra. Desta forma, posso concluir que se trata do orçamento do PS, aprovado pelo PSD!
Terá o Dr. José Augusto esquecido que o PS não quis qualquer contributo dos Independentes por Fafe na elaboração do orçamento, mesmo depois do líder do movimento ter dito que manteria a sua postura cooperante. Como poderíamos aprovar o orçamento?
O Dr. José Augusto não esqueceu nada disso, mas, infelizmente, essa é a sua forma de fazer política, mascarando a realidade conforme a sua conveniência e criando um ambiente circense em sua volta.
Mas vou mais longe.
É pena que o Dr. José Augusto não explique porque votou contra a proposta apresentada pelos Independentes, propondo uma redução da Derrama e a participação do Município no IRS no orçamento de 2014, quando, para 2013, o PSD tinha apresentado proposta exactamente igual. Esclareço, desde já, que os Independentes votaram favoravelmente essa proposta do PSD.
É pena que o Dr. José Augusto não veja o seu próprio miserabilismo, quando, por distracção, votou favoravelmente uma proposta, apresentada pelos Independentes, manifestando regozijo pelo chumbo do tribunal constitucional ao corte das pensões, indo, depois, pedir ao Sr. Presidente da Assembleia Municipal para alterar o voto.
Se o Dr. José Augusto me permite, aconselho-o a ir pensando na forma como vai desmanchar esta coligação com o PS, sob pena de, nas próximas eleições autárquicas, não conseguir explicar aos eleitores porque devem votar no PSD e não no PS.

Quanto aos vira-casacas, porque não olha para o Dr. Durão Barroso ou para a Dra. Zita Seabra. Ou será que, quando vota, deixa uma nota a exclui-los das suas opções?

Miguel Summavielle

8 comentários:

toni.gonçalves disse...

Quem assim fala não é gago!

Anónimo disse...

Sr. Engenheiro, o Dr. José Augusto não se evidencia nem nunca se evidenciará pelas sua astúcia política. Mas comparado com os IPF, a verdade é que do vosso discurso já se sente o bafio. Tiveram uma excelente votação, é verdade, fruto da não candidatura do Dr. Antero, mas façam um favor a Fafe, deixem-se de tentativas vãs de vinganças políticas e pensem na vossa terra. Os IPF,em bom rigor, não passam de "ressabiados" de todas as forças políticas que proliferam em Fafe e acho que isso não deixa duvidas a ninguém. O PSD não ficou bem na fotografia, isso é uma facto inquestionável, mas, pelo menos, fez algo que a maioria das pessoas não se consegue habituar. Não pensou para dentro mas sim para o interesse dos Fafenses. Era bem mais fácil fazer oposição como sempre fez nos últimos 30 e tal anos com os resultados que se reconhecem....ou seja, ZERO. E quando quiserem saber algo mais de concreto sobre o PSD acho que deveriam perguntar ao Dr. Vitor Silva...essa grande aquisição que, pelo que se ouve aqui e ali, ia ás reuniões do PSD e ás vossas. Enfim....essas e outras do gênero são as pessoas que compõem a vossa equipa. Acho que está tudo claro.

Ricardo Gonçalves disse...

Miguel:
Este teu post levou-me a reler a coluna de opinião a que aludes.
Francamente, à primeira leitura (pouco atenta porque não sou particular fã da escrita inflamada do autor), não me tinha apercebido da virulência das suas palavras.
Além do ajuste de contas que ele tem vindo a empreender desde a sua "vitória de Pirro" das últimas autárquicas.
Não lhe fica bem mas essa é apenas a minha opinião. Eu, pelo menos, não seguiria a linha que ele está a seguir.
Ao movimento IPF assiste-lhe todo o direito de votar a favor ou contra aquilo que entenderem sendo, daqui a 4 anos, julgados pela sua actuação. Para isso servem as eleições.
A "caça às bruxas" dizem que era no tempo da "outra senhora".

Ricardo Gonçalves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MIguel Summavielle disse...

Caro anónimo das 2:19 da manhã,
Felizmente, mais de 11.000 Fafenses não sentiu esse dito "bafio".
Aliás, os Fafenses que se sentem representados pelos Independentes têm vindo a aumentar. Isso deve querer dizer que nem tudo estará mal…
Será que o Dr. Manuel Alegre também é um ressabiado?
É preciso perceber, de uma vez por todas, que a actividade política não se resume aos partidos. Os movimentos independentes, libertos de compromissos partidários, são, naturalmente, mais abrangentes e têm a capacidade de reunir pessoas de diferentes quadrantes políticos mas que, num determinado conjunto de matérias, pensa de igual modo. As eleições autárquicas são um bom exemplo deste facto e isso ajuda a explicar o crescente número de candidaturas.
A disciplina partidária, cega pelos interesses da ocasião, causa, muitas vezes, incómodos que nem todos têm o estomago para aguentar. A militância não deve significar subjugação e acefalia. Veja o que aconteceu com a Dra. Ana Drago, do Bloco de Esquerda, na escolha da estratégia para as europeias, ou com os deputados do PSD, no que diz respeito ao referendo sob a coadoção.

Anónimo disse...

Quais independentes sr Miguel? Quem? Voce? O seu irmão? A D Rosa? O Vitor? O Leonel?
É que assim de repente, nao vejo ninguém...
Os independentes em Fafe resumem-se ao parcidio summavielle. sem ele, o movimento acaba.
E se nas proximas eleições, obtiverem outra derrota, então podem desistir de vez.
Para já PS e PSD não vos tem dado argumentos para grandes criticas.

Anónimo disse...

Sr. Ricardo Gonçalves, não se pronuncie tão levianamente, porque assim não colherá frutos.
Seja mais contido naquilo que diz.

Ricardo Gonçalves disse...

Ao anónimo das 3.52 tenho a dizer que não percebi o que queria dizer.
Quer explicar melhor que frutos refere?
Também não sei onde extravasei qualquer limite da boa educação ou do civismo para ser "admoestado" (muito menos por alguém que não assina o que escreve).