28 setembro 2012

Valter Lobo - Tour de Inverno 2012




O cantautor fafense Valter Lobo vai iniciar já este dia 29 de Setembro uma pequena digressão ao vivo percorrendo o país de Norte a Sul, saltando entre as lojas Fnac e Cafés-Concerto.As primeiras chuvas e as noites frias não jogam contra as canções de Valter Lobo, aliás, são motivo mais que suficiente para os mais melómanos procurarem sítios de conforto fora de casa, com média luz e à temperatura dos corações. Num formato showcase, como se fossem amigos à volta de uma chávena de café quente, escutando canções espirituosas, encurtando distâncias e falando de amores impossíveis. A 15 de Dezembro, termina esta digressão no Teatro-Cinema de Fafe.

26 setembro 2012

Em Torno de Ruy Monte

O Núcleo de Artes e Letras de Fafe vai promover uma sessão cultural, no próximo dia 29 de Setembro (sábado), no Club Fafense, e em colaboração com esta associação, a partir das 21h30, em torno da figura do professor Laurentino Alves Monteiro e da obra literária e poética que assinou enquanto Ruy Monte. A acção insere-se no protocolo de colaboração entre as duas entidades.O objectivo da iniciativa, de que este é a primeira andamento, é redescobrir alguns dos valores literários e culturais de Fafe, já desaparecidos (Ruy Monte, Soledade Summavielle, Manuel Ribeiro, Vaz Monteiro, Euclides Souto Mayor, entre outros nomes que importa desvendar).
Além de elementos do Núcleo de Artes e Letras e outros convidados, que intervêm na leitura de textos e poemas e na evocação da memória de Laurentino Monteiro, participa amavelmente o Coral de Antime, sob a direcção artística de Aníbal Marinho e que interpretará, em diferentes momentos, os temas “Vindimas”, de Joaquim Santos, “Não quero que vás à monda”, canção alentejana harmonizada por Manuel Faria, “Dobadoira”, uma canção de trabalho de Joaquim Santos, “Cantares (quadras populares”), de Joel Canhão e, finalmente, “Num só corpo e alma, irmãos”, com letra de Laurentino Monteiro.

22 setembro 2012

A Pedra da Escola



Corre pelas redes sociais duas fotos. Uma reporta-se à demolição da Escola da Feira Velha, a outra sugere a utilização da pedra da escola para a construção de uma capela privada. Não possuo elementos nem conhecimentos suficientes para avaliar a legalidade da situação, mas posso, como cidadão, dar o meu parecer ético. Em primeiro lugar, uma demolição de uma escola pressupõe, sempre, um grande conteúdo simbólico: transporta consigo gerações de alunos, professores e auxiliares com todas as consequências afectivas. Em segundo lugar, o pressuposto histórico não é desprezível, já que o edifício assenta numa determinada conjuntura que não deve ser esquecida, caso contrário, salvo as devidas proporções, também seria exequível demolir o edifício do tribunal ou até parte da Universidade de Coimbra. Finalmente, last but not least, o desprezo a que os cidadãos de Fafe foram votados. Desde o início do processo que os fafenses não foram respeitados, culminando num maior desrespeito pela mais elementar regra da democracia: a falta de transparência pelo destino dado às coisas da coisa pública. Exige-se uma explicação do executivo camarário.

António Daniel

20 setembro 2012

A Austeridade e as Associações




Há pouco tempo lia um artigo de opinião numa conhecida revista informativa em que o seu autor declarava em tom depreciativo "hoje em dia, as coisas só se medem em euros".
De facto, empurrados pela conjuntura sócio-económica do nosso país, vivemos cada vez mais influenciados pelo valor material das coisas. Fazem-se contas à vida: há que pagar impostos, créditos, consumo. Há os subsídios disto e daquilo, dados de bandeja a uns, retirados inconstitucionalmente a outros. Há a troika, o governo, os chefes de Estado europeus e os media que nos enchem de informação sobre défices, juros da dívida,  bolsa de valores, austeridade e crise financeira. Tudo se resume, basicamente, a Euros.
No entanto, há ainda algumas coisas que nos fazem lembrar que nem tudo se resume a dinheiro e porque "o homem cresce na adversidade", há gente que continua a ter como objectivo o bem comum, independentemente dos euros que ganham (ou perdem) ao serem fieis a esse objectivo. Com estas dificuldades que se fazem sentir e num país onde cada vez mais o egocentrismo toma conta da sociedade, não por mera coincidência mas porque as circunstâncias assim parecem exigir que aconteça, faz ainda mais sentido reflectir sobre quem faz de si uma excepção à regra e decide pugnar por algo que não o benefício próprio.
No concelho de Fafe existem várias dezenas de associações recreativas, desportivas e culturais que são o espelho deste espírito altruísta. Não querendo desfazer nenhuma outra, há duas que gostava de mencionar - pela proximidade com as pessoas que dela fazem parte e pelo trabalho que realizam - a ARCO (Associação Recreativa e Cultural de Santo Ovídio) e a ADDAF (Associação de Defesa dos Direitos dos Animais e da Floresta) são duas associações que contrariam toda esta obsessão (legítima, mas não deixa de ser uma obsessão) pelos preciosos Euros. São um conjunto de pessoas que fazem tudo em prol de outrem sem pedir nem exigir rigorosamente nada em troca.
A ARCO é provavelmente uma das Associações Recreativas e Culturais mais activas do concelho de Fafe promovendo actividades cujo público alvo vai desde os mais jovens aos idosos. É certo que as pessoas residentes em Santo Ovídio são as que mais contactam e usufruem destas actividades e portanto, haverá decerto muita gente que desconhece o empenho das gentes que todos os anos organizam a festa do S. Brás, do Entrudo, o Magusto, os cantares de Reis, o Festival Santo Rock, entre outras dezenas de acontecimentos que animam a pacata localidade fafense. A verdade é que  devia ser dado muito mais crédito a esta Associação que, com as "armas" quem tem, vai lutando para manter aceso o espírito altruísta pelo qual sempre vão pautando as suas actividades. As pessoas deixam, por momentos, as suas vidas de lado para irem animar as casas vizinhas com as cantigas dos Reis, acompanhadas pelos cavaquinhos, violas e muita boa disposição. As pessoas despendem o seu tempo para organizar anualmente um festival de Rock que já está enraizado no panorama musical do concelho sendo um dos poucos a dar oportunidades a bandas fafenses e sendo, por isso, um foco de concentração de jovens que lá se juntam para aceder ao evento sem terem que pagar nada para lá entrar. As pessoas despendem o seu tempo para, todos os anos, invariavelmente, embelezar a localidade com um presépio pelo Natal , com o "pai das orelheiras"  pelo Carnaval e para organizar caminhadas e convívios.
A ADDAF é outra das Associações em Fafe cujo empenho é louvável e está à vista de todos. Se percorrermos as redes sociais e os jornais do concelho depressa nos aperceberemos que nesta Associação só há uma coisa que excede em larga escala as suas óbvias dificuldades - o seu amor pelos animais e o seu empenho em melhorar as suas condições. Houve alguém que um dia disse que "a educação de um povo mede-se pela maneira como este trata os animais" e que "quem não consegue gostar de um animal dificilmente gostará de uma pessoa" - de facto, os voluntários desta Associação têm um mérito enorme pela maneira como trabalham em prol de seres que não têm maneira de sobreviver por não terem os mesmos privilégios que os Humanos quando se trata de garantir o mínimo de qualidade de vida. Paralelamente a isto, esta Associação também zela pela saúde pública ao tratar dos animais, tirando-os das ruas e acolhendo-os, medicando-os, algo que nem toda a gente se lembra quando passeia pela Arcada e se depara com uma de muitas campanhas de adopção promovidas pela ADDAF e pelos seus voluntários.
Assim, é neste contexto de crise profunda - uma crise que, como já vai sendo perceptível, ultrapassa a mera recessão económica e nos leva para outras: a crise de confiança, a crise de valores e a crise de solidariedade - que, ao analisarmos a actividade destas Associações (e tantas outras) que funcionam à base do voluntariado, facilmente percebemos que se tudo isto já era louvável há uns anos atrás, hoje é ainda mais.
São estes exemplos que nos proporcionam alguma abstração de todo este louco "carrossel" de dificuldade em tempos difíceis. A propósito, Charles Dickens dizia "foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos".  Assim é. Nunca antes o trabalho realizado por estas associações me pareceu tão nobre e por isso só tenho a agradecer e encorajar a continuarem o seu trabalho. Obrigada.
A felicidade das pessoas e o amor pelos animais não se medem em Euros. Acabar o dia com um sentimento gratificante de que se fez algo em prol de alguém não se mede em Euros. Ter a certeza de que se trabalha para deixar o mundo um bocadinho melhor recebendo apenas essa sensação como retribuição não se mede em Euros.
Nem tudo se mede em Euros... e ainda bem.


Vanessa Barata

17 setembro 2012

Religião ou Máfia?!



A religião católica tem cada artista nos seus cargos que até dá gozo perceber as manobras de diversão a que se submetem para conseguir levar a melhor. Há situações que não é mais do que tentar ser o preferido para fazer os trabalhos nas eucaristias, isto dá-se de barato, mas outras são mesmo vergonhosas como aqueles que nunca aparecem às cerimónias mas oferecem-se para fazer as festas em honra de algum santo lá da terra só para se aproximar mais do pároco e conseguir ganhar umas obritas que, sabem por intermediários, irão estar a concurso. Há também quem se ofereça para as festas porque assim conseguem aproximar-se das pessoas e mostram que até são boa gente, depois de alguma borrada ou em período eleitoral.
Tanto cinismo em volta da igreja… onde estão os responsáveis que permitem isto?
Outro aspeto prende-se com a insistência em políticas, agora relativas à própria gestão da casa de Deus, nada beneficiadoras do bem comum. Não é só nos países liderados por religiões que se faz muita asneira em nome de Deus, há nos tempos de hoje muita trapalhada feita em nome desse mesmo Deus para beneficiar o grupo que anda protegido pela sotaina do abade.
Há comissões fabriqueiras que não passam de um bando de mafiosos com o pároco a presidir. São os mesmos elementos durante anos, alguns, provavelmente, adquirem o direito vitalício ou só o largam se conseguirem deixar um herdeiro direto em seu lugar. Em muitos casos, as suas profissões permitem prestar serviços para a igreja: construção, carpintaria, vendedores de materiais… mas, no caso de não possuírem qualificações para determinados trabalhos, nada que não se resolva com a indicação de um ou outro amigo ou com as fraudes para que estes ganhem os concursos das obras, engendrados de modo a que ganhe quem muito bem entenderam.
Isto é religião? Isto são os princípios de boa-fé?
A religião católica precisa de gente capaz. É certo que cada vez há menos padres e muitas vezes qualquer um serve para ocupar esse lugar de responsabilidade. Contudo, hoje as pessoas estão mais informadas e até formadas, por isso, ou a Igreja opta por enviar padres para as paróquias com sentido de responsabilidade ou as Igrejas (físicas) ficarão sem gente.
Nas direções das Comissões da Fábrica da Igreja e, quando existem, nos Centros Sociais e Paroquiais são os Padres que têm a função de presidir. Seria importante que o dinheiro pedido aos paroquianos ou mesmo o dinheiro obtido através de apoios estatais não fossem mais para alimentar os amigos dos amigos, mas os que se encontram em melhores condições para executar tarefas a concurso. Os párocos ou assumem a responsabilidade ou não passam de fantoches nas mãos de dois ou três.
Felizmente, isto não é em todo o lado, ainda há padres com carácter e com enorme conhecimento teológico, que dá vontade de regressar para ouvir uma interpretação de muita qualidade científica às sagradas escrituras.

Pedro Sousa
(Católico praticante mas farto de fantochadas em nome de Deus)

15 setembro 2012

Portugal Na Rua

Braga, 15H, Avenida Central;
Guimarães, 17H, Largo Central;
Porto, 17H, Avenida dos Aliados;
Vila Real, 17H, Câmara Municipal;
Bragança, 17H, Praça Cavaleiro Ferreira;
Aveiro, 17H, Estação da CP;
Coimbra, 15H, Praça da República;
Lisboa, 17H, Praça José Fontana;
Funchal, 17H, Praça de Santa Catarina;
Ponta Delgada, 16H, Portas da Cidade;
Faro, 17H, Concentração;

São mais de 40 cidades...
E Fafe... ???!!

12 setembro 2012

Escola Conde Ferreira



Das 120 escolas previstas no testamento do conde, foram construídas 91, das quais 21 foram, entretanto, demolidas. As restantes 70 continuam a funcionar para os mais diversos fins, desde ensino a serviços municipais, passando por sedes de juntas de freguesias, bibliotecas, museus municipais ou mesmo instalações de forças de segurança. Mas, e a nossa escola???... Continua a degradar-se, aberta ao vandalismo e outras situações ilícitas... É vergonhoso!!!

Luís Barros

10 setembro 2012

Ideias


Foto: Arquivo Histórico Municipal de Fafe
O palacete de Arte Nova, construído em 1912 por João Alves de Freitas, um bem-sucedido brasileiro de torna viagem, vai ser adaptado para instalar o Arquivo Histórico Municipal de Fafe.
A obra, orçada em mais de 1 milhão e meio de Euros, comparticipada em 70% pelo FEDER, está prestes a arrancar e deve prolongar-se por cerca de um ano.
Lembre-se que o Arquivo Histórico Municipal é composto, maioritariamente, por documentação da época contemporânea e encontra-se actualmente dividido em dois locais: o acervo posterior aos anos 60 encontram-se no edifício dos Paços do Concelho, enquanto o arquivo mais recuado no tempo está precariamente sediado em antigas instalações da extinta Escola Montelongo.
Vida nova para um dos mais belos e emblemáticos imóveis históricos da urbe, que, ao longo de precisamente uma centúria foi moradia, hotel de luxo, “Casa das Corporações” e sede da Cooperativa Agrícola. Abandonado durante um longo período, o “palacete rosa”, propriedade do Município de Fafe, vai agora ser restaurado para guardar e tratar uma parte das memórias do município. 
Documentos importantes, alguns do século XVIII e XIX que depois de conservados poderão ser estudados de forma a conhecer um pouco mais da História contemporânea deste concelho outrora designado Montelongo.
Foto de Jesus Martinho

A recente notícia da requalificação do Placete «do Grémio» para recolha do arquivo municipal sugeriu-nos pensar um pouco sobre o que falta fazer em Fafe. Nunca escondemos a importância que o imobiliário histórico tem para um aumento do sentido de pertença à polis. Nesse sentido, a Câmara tem feito um bom trabalho, como serve de exemplo a requalificação do Teatro- Cinema, o embelezamento de artérias e agora a recuperação deste emblemático edifício. Contudo, só embelezamento não chega. É necessário dar sentido e conteúdo. Se oTeatro-Cinema está bem sincronizado com o seu desiderato, já a recuperação do palacete e da zona envolvente - há projecto? - parece ser pouco ambicioso. A sua utilização como depósito do espólio documental da Câmara é muito importante, mas não nos podemos esquecer que  a sua frequência estará destinada a profissionais.
Ora, o que propomos é uma utilização mais «democrática». Para tal, seria muito benéfico que o edifício e a zona envolvente pudessem congregar os museus da cidade. Não seria possível deslocalizar o museu do automóvel, da imprensa e da emigração para um único lugar com um sentido temático mais profundo? E porque não uma área temática, aproveitando as tecnologias de informação, sobre o Castro de Santo Ovídio?

António Daniel

06 setembro 2012

O Pau de Marmeleiro

É uma estátua de duas toneladas de bronze distribuídas por dois homens e um pau de marmeleiro, glorificando uma lenda que uma cidade fez sua. O seu tipo de justiça, com um varapau, está para Fafe como o chapéu está para Fernando Pessoa, é um pormenor, só isso, e até cai bem. A justiça de Fafe, lenda antiga, só corporizada em 1981 com a tal estátua que foi colocada nas traseiras do tribunal. Agora - é essa a notícia - o presidente da Câmara quer deslocalizar a estátua, não por razões económicas como acontece às fábricas, mas por incompatibilidade de vizinhança. A justiça pelas próprias mãos ficaria mal ao lado de um tribunal... Como se não vivêssemos num país com um cemitério chamado dos Prazeres e um aeroporto chamado Sá Carneiro. Nos 31 anos de vizinhança, nunca um pleito do tribunal de Fafe, mal influenciado pela estátua, saiu para as traseiras à bordoada, tal como os aviões não se puseram a despenhar no Porto ou os enterros a dançar em Campo de Ourique. Os nossos líderes, com mil desses falsos cuidados connosco, ofendem-nos a inteligência. E, no caso de Fafe, até tresleem. O Visconde de Moreira de Rei, usando o varapau, tal como contou o Barão de Espalha Brasas, cujo poema épico deu início à lenda, foi, afinal, um precursor da justiça moderna, proporcionada e pedagoga. Tendo sido provocado a duelo, não escolheu a espada ou a pistola, que são fatais, mas o pau, que não mata e, bem aplicado no lombo, educa.

Ferreira Fernandes 
in www.dn.pt

03 setembro 2012

Multiusos


Quantas autarquias não gostariam de ter recebido a final da Supertaça de Andebol? Ou um jogo de basquetebol ou de andebol da selecção portuguesa? Ou uma final de basquetebol? Ou um mundial escolar de andebol? Muitas! Fafe tem conseguido isso e mais muito por culpa do pavilhão Multiusos que tem, nos últimos anos, sido escolhido para importantes eventos desportivos. Fafe ganha maior visibilidade com isso especialmente porque muitos têm transmissão televisiva. Fafe não é só rally, nem ciclismo ou futebol. Fafe pode ser uma cidade desportiva com qualidade se aliarmos a aposta em eventos de bom nível desportivo no Multiusos a uma política desportiva para todos onde seja possível encontrar com facilidade polidesportivos para uso gratuito da população, especialmente a mais jovem, até para se desviarem dos "maus caminhos". O parque da cidade é o sitio ideal para isso. Aliar a natureza, ao lazer e à prática desportiva num parque ao lado de um multiusos que, ultimamente, tem sido bem aproveitado (com desporto, mas também com música, por exemplo) seria uma aposta com sentido, na minha opinião. Penso que está na hora de acabarmos com a ideia (e os políticos têm que que ajudar a isso...) que o multiusos só serve para jantares, eleições e jogos de futsal. Não! Um pavilhão como aquele não pode funcionar todos os dias mas a autarquia tem conseguido trazer boas provas desportivas para Fafe (Guimarães tem um multiusos mesmo aqui ao lado também...)  e isso deve ser reconhecido por todos.

Rui Silva

01 setembro 2012

Impressões Políticas no Mês de Agosto




No pouco tempo que estive em Fafe, houve quatro acontecimentos políticos interessantes. A presença de Antero Barbosa no encontro com os emigrantes, o encontro do Partido Socialista em Estorãos, a «caixa» em branco no Notícias de Fafe e aquilo que uma senhora me disse. Os dois primeiros só vêm confirmar aquilo que todos sabem: Antero Barbosa é o candidato do PS às eleições autárquicas. Levemente, revelando a insustentável leveza do ser, Antero Barbosa dá-se a conhecer, desculpando a ausência de José Ribeiro. O leitor estranhará o facto de eu ter realçado a necessidade de Antero se dar a conhecer. É verdade! Num outro acontecimento político, este vivido na primeira pessoa, uma senhora disse-me que foi convidada pelo PS para uma festa. O mais curioso é que essa senhora afirmou que «ia ver o Parcídio», «não o Parcídio», diz ela, mas «o Parcídio do PS», referindo-se a Antero. Bom, isto é muito elucidativo da necessidade de José Ribeiro começar a ausentar-se das «festas», mas também revela um qualquer complexo psicanalítico que, sinceramente, não sei explicar. Por último, a «caixa» branca no Notícias de Fafe. O jornal, e bem, disponibiliza um espaço para artigos de opinião oriundos dos partidos políticos - será que não há opinião fora dos partidos? Não! -. Na ocasião proporcionada ao CDS-PP, eis que nada foi escrito. O problema não é o CDS-PP - ainda existe? - mas a parte branca. Foi a parte mais escura que eu alguma vez vi, como foi escuro para a oposição que, assim, começa a ver o tempo escurecer.

António Daniel