22 outubro 2010

Novamente o Ranking


Relativamente ao ano transacto, a Escola Secundária de Fafe quedou-se, no que diz respeito às classificações obtidas nos exames, pelo 430º lugar. Um lugar muito modesto, rivalizando com as piores escolas nacionais, incluindo muitas escolas problemáticas da região de Lisboa ou do interior mais profundo. Devo dizer que sou desconfiado relativamente a estes rankings. Comparam o incomparável. Só seria interessante, caso fornecessem às escolas públicas as mesmas condições para irem à guerra (escolha dos alunos, critérios disciplinares...) Haveria, com certeza, muitas surpresas. Contudo, isto não impede de termos uma reflexão profunda. Mesmo os responsáveis pela escola deviam tomar posições, avaliando as direcções pelo insucesso. Caso fosse necessário, demitiam-se.
Obviamente que Fafe, como temos vindo a dizer, nunca foi uma terra que valorizasse muito o conhecimento. Aí a escola é um reflexo. Sempre deu vantagem à ignorância face à sabedoria, sempre preferiu a emoção à racionalidade. Por isso, reconheço na escola a necessidade de um esforço hercúleo, mas também peço ao Pelouro da Cultura que promova a cultura científica. Só uma última nota, os partidos da oposição? Lembro-me, faz agora um ano, do comentário de Miguel Summavielle a este post.
António Daniel

5 comentários:

Anónimo disse...

A oposição fica-se também pelas palavras?

Miguel Summavielle disse...

António Daniel, obrigado por me recordar dos meus compromissos.
Estou, de facto, em falta.
Ainda que a destempo, refiro que fizemos as nossas averiguações.
Várias questões nos foram indicadas como justificações para a má classificação no ranking: excesso de alunos; turmas demasiadamente grandes (ainda que dentro da legalidade); falta de acompanhamento pelos encarregados de educação; muitos alunos autopropostos para exame (os resultados destes alunos já não relevam para o ranking deste ano); o meio sócio-cultural; etc.
Das nossas preocupações demos (eleitos do GCE Independentes por Fafe) conta em duas intervenções efectuadas na Assembleia Municipal.
Pena que a imprensa não noticie...
Eu julgo que se poderia procurar encontrar alternativas programáticas que fossem beber a sua orientação à realidade do mercado de trabalho, procurando motivar os alunos através da perspectiva de um futuro profissional mais promissor.
Não tenho informação nem conhecimento específico que me permita avaliar se a agregação de escolas é proveitosa.
Sei, isso sim, que o fecho dos estabelecimentos de ensino dos meios rurais do nosso Concelho, apenas vai contribuir para os desertificar.
Termino (o comentário já vai demasiadamente longo) pedindo desculpa por não ter cumprido o prometido.

António Daniel disse...

Miguel, obrigado pelo esclarecimento. Parabéns pela sua verticalidade e pela elevação do seu comentário.

António Daniel disse...

Todos nós sabemos as variáveis presentes num fenómeno como o ensino. Há situações que se escapam ao domínio de quem toma decisões e, neste aso, de quem ensina. Mas isso não pode contribuir para que se faça silêncio sobre esse assunto. Antes pelo contrário, deve discutir-se, assumindo responsabilidades e promovendo outros caminhos. Evidentemente que uma direcção escolar (digo sinceramente que não conheço as pessoas da escola nem da direcção) deve ser responsabilizada, quanto mais não seja pelo facto do seu ordenado ser aumentado em virtude das suas tarefas executivas e, por que não dizê-lo, deve ser avaliada, não pelos superiores políticos, pois tem um efeito pernicioso mas pelos resultados escolares. Bem sei que tal só seria totalmente exequível se o ensino fosse sério, o que actualmente não acontece. Mas a Câmara, em virtude do novo modelo de gestão, também se deve interessar pelo fenómeno, quanto mais não seja porque possui assento no Conselho Geral. Mais importante do que as parcerias público-privadas para a construção do novo estádio, seria uma discussão séria sobre o fenómeno da escola em Fafe que, repito, se assemelha muito a territórios sub-urbanos decadentes das grandes cidades.

Anónimo disse...

Ver e comparar com os resultados de exames de 2010 e 2011. Urge também uma reflexão.
Remeter estes resultados para igual comparação de anos anteriores.